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APITO DOURADO...

Started by Pé Ligeiro, 23 de May de 2006, 11:34

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Miguel Portela

 Eu acho que é uma boa escolha e que muita gente vai acabar presa. Os culpados ... O meu sentimento pessoal é que as pessoas que estão a ser julgadas são alguns apenas alguns dos corruptos do futebol Português.
Saudações Desportivas,
Miguel Portela
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Pé Ligeiro

Morgado fica com processos de Pinto da Costa e Valentim


Maria José Morgado tomou, ontem, contacto com cinco processos que "nasceram" do "Apito Dourado" e que estão na comarca de Gondomar. Neste lote, que também será avocado pela magistrada, estão duas certidões que envolvem Pinto da Costa e Valentim Loureiro. O primeiro como arguido no caso da final da Taça de Portugal (época 2002/2003) entre o FC Porto e a União de Leira. O major está indiciado por um crime de tráfico de influências sobre o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.

A magistrada esteve durante a manhã de ontem no Tribunal de Gondomar, onde teve uma reunião com o procurador Carlos Teixeira, o responsável pela investigação do caso, que agora está a acompanhar a fase de instrução da parte do processo que diz respeito aos jogos do Gondomar SC na II Divisão B.

Segundo informações recolhidas pelo DN, com este encontro Morgado pretendeu obter uma perspectiva geral do processo, assim como tomar conhecimento com as certidões que estão na comarca de Gondomar, após terem sido devolvidas pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa (DIAP) mediante decisão da Procuradoria-Geral da República.

Uma das mais importantes diz respeito ao jogo FC Porto-União de Leira, a contar para a Final da Taça de Portugal, na época 2002/2003. Dos indícios recolhidos pelo procurador Carlos Teixeira fazem parte escutas telefónicas entre Pinto da Costa e Pinto de Sousa, ex-presidnete do Conselho de Arbitragem. Numa das conversas, o presidente do FC Porto sugeriu uma lista de árbitros "nomeáveis" para o jogo: Isidoro Rodrigues, António Costa, Pedro Henriques e Bruno Paixão. "Qualquer um destes, escolhe", disse o interlocutor de Pinto de Sousa.

Numa posterior conversa, Pinto de Sousa diz a Pinto da Costa ter conseguido que o árbitro Pedro Henriques subisse ao 3.º lugar da tabela. E como os dois primeiros classificados (Pedro Proença e Paulo Costa) estavam impedidos de apitar a final da Taça (um estava no estrangeiro e o outro pertencia à mesma associação distrital que o FC Porto), Pedro Henriques acabou por ser o escolhido para arbitrar o encontro.

Sobre Valentim Loureito, a certidão extraída diz respeito a um alegado crime de tráfico de influências num caso que envolveu a suspensão do treinador do Gondomar SC, Henrique Nunes. Este, apesar de suspenso, terá estado no banco de suplentes num jogo com os Dragões Sandinenses, o que motivou uma queixa por parte deste clube.

Numa conversa telefónica interceptada pela Polícia Judiciária, o presidente do Gondomar SC, José Luís Oliveira (arguido no processo de Gondomar) aconselhou Valentim Lourei a falar com Pedro Paes do Amaral, vogal do Conselho de Disciplina. "Você lembre-me, que eu ligo ao Madaíl para ele ver isso", respondeu o major. Valentim falou ainda com Pedro Paes do Amaral e com o obervador António Garrido, que prometeu declarar no processo não ter visto nada.

IN DN



Força Manuela Morgado! Coloque esses "senhores" no lugar que eles merecem!  

BRAGA SEMPRE MAIS!

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    Estou confiante com a nomeação desta senhora, transmite segurança, penso que é a pessoa certa para
limpar esta porcaria toda.

   Doa a quem doer, Sra. Maria José Morgado limpe de uma vez por todas o futebol português.

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Eu gostava que se fizesse, mas duvido muito....

Pé Ligeiro

Futebol/"Apito Dourado": Lourenço Pinto antecipa-se à opinião pública e pede à Ordem dos Advogados que analise o seu comportamento O advogado Lourenço Pinto, um dos visados no livro da ex-companheira sentimental do presidente do FC Porto, solicitou à Ordem dos Advogados que o comportamento que lhe foi imputado por Carolina Salgado seja avaliado em processo disciplinar. João Perry da Câmara, vice-presidente da Ordem dos Advogados e membro do Conselho Geral, adiantou à agência Lusa que na sequência da publicação do livro "Eu, Carolina", Lourenço Pinto requereu, através do Conselho Distrital do Porto, "que o comportamento que lhe foi imputado pela autora do livro fosse avaliado em processo disciplinar". Lourenço Pinto, que se apresentou em Agosto/Setembro de 2004 no Tribunal de Gondomar como defensor do major Valentim Loureiro e do presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, na fase inicial das investigações do processo "Apito Dourado", pretende com esta iniciativa que a Ordem dos Advogados "averigue se ele praticou ou não os actos que lhe são imputados pela autora do livro e se há matéria disciplinar daí decorrente". Segundo João Perry da Câmara, o caso será avaliado pelo Conselho de Deontologia do Porto, presidido por António Salazar.

IN O JOGO


Nao acham que Salazar vai dizer que Lourenco Pinto e deontologicamente exemplar?


Comeco a ver alguns "ratos" preocupados. Sera que o navio comecou a meter agua?



BRAGA SEMPRE MAIS!

Miguel Portela

Pai natal... Eu este ano até me portei bem.
Por isso quero uma prenda. Cria que todos os corruptos de Portugal fossem Presos, Se isso for pedir muito o menos condena estes senhores todos do apito dourado a 20 anos de prisão...  ::)
Saudações Desportivas,
Miguel Portela
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Pé Ligeiro

Certidões do Apito Dourado andam perdidas entre Gondomar e Lisboa


22.12.2006 - 07h37   António Arnaldo Mesquita, Tânia Laranjo (PÚBLICO)



Onze meses após terem sido extraídas as certidões que o procurador adjunto Carlos Teixeira remeteu para o Departamento de Investigação e de Acção Penal de Lisboa, ainda não tinham começado as investigações.

O magistrado a quem o expediente foi distribuído entendeu que a competência dos inquéritos era de Gondomar, mas Carlos Teixeira também os rejeitou. E ninguém sabe onde as certidões estão actualmente, presumindo-se que em trânsito entre Gondomar e Lisboa.

Carlos Teixeira não se conformara com a posição do DIAP de Lisboa e tinha voltado a remeter as certidões para lá. Como se trata de departamentos do Ministério Público de dois distritos judiciais diferentes, a última palavra cabe à Procuradoria-Geral da República.

Contactada pelo PÚBLICO, a porta-voz da PGR recusou a prestar qualquer esclarecimento, desde que versasse sobre o processo Apito Dourado.

Uma das certidões refere-se à eventual viciação das classificações dos árbitros. Os indícios só motivaram, no entanto, uma investigação autónoma quando a acusação do processo principal foi deduzida, em 2 de Fevereiro.

Segundo o despacho de Carlos Teixeira, terão sido recolhidos indícios da viciação das notas em duas épocas: 2002/2003 e 2003/2004. Cerca de quatro dezenas de árbitros das três categorias terão visto a nota final alterada, nuns casos para serem promovidos e noutros para se manterem ou evitar a despromoção.

Os investigadores terão recolhido indícios de viciação dos dados informáticos e alterações nas notas dadas pelos observadores. Partindo do pressuposto de que os presumíveis ilícitos foram consumados na sede da Federação Portuguesa de Futebol, Carlos Texeira enviou a certidão para o DIAP de Lisboa, cujo magistrado titular não aceitou e se declarou incompetente para iniciar o inquérito.

Além de quase todos os membros do conselho de arbitragem da FPF, de um engenheiro informático deste organismo da cúpula do futebol, a certidão aponta como arguidos Jorge Nuno Pinto da Costa, Valentim Loureiro e José Luís Oliveira, presidentes do FC Porto, da Liga de Clubes e do Gondomar Sport Clube, respectivamente. Mas também inclui no rol de arguidos 35 árbitros e 11 observadores.

Resultados dependentes da validade das escutas

Aquela certidão inclui ainda mais de uma dezena de apensos com a transcrição de escutas de conversas entre os arguidos. E o resultado das investigações poderá estar condicionado pela validade deste meio de prova, uma questão que deve gerar polémica, já que a defesa de alguns arguidos sustenta a nulidade das intercepções.

Neste momento e embora ainda não esteja sanado o conflito de competências entre Gondomar e Lisboa, o impasse poderá ser ultrapassado. Maria José Morgado, por iniciativa do procurador-geral da República, poderá avocar os referidos inquéritos.

IN O PUBLICO
BRAGA SEMPRE MAIS!

Miguel Portela

http://youtube.com/watch?v=sqQ7w7yOdfs

MJM Aqui tem mais uma prova de um crime.
Veja o Primeiro golo do Bovista foi um golo comprado...
Saudações Desportivas,
Miguel Portela
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Pé Ligeiro

Futebol/Justiça: Conselho de Justiça da FPF instaurou processo a Fernando Costa

O Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) instaurou hoje um processo disciplinar a Fernando Costa, candidato à reeleição para o Conselho de Arbitragem, no âmbito do processo "Apito Dourado". O CJ decidiu ainda converter em processo disciplinar contra Valentim Loureiro, enquanto presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, o processo de inquérito sobre declarações reproduzidas pela comunicação social relativas aos membros da Comissão Disciplinar da Liga, os juízes Pedro Mourão e Frederico Cebola. O processo contra Francisco Costa fica na história como o primeiro instaurado pelo órgão jurisdicional da FPF no seguimento do "Apito Dourado", que desde Abril de 2004 investiga alegados actos de corrupção no futebol português. Uma nota do CJ refere a instauração do processo de inquérito para "averiguações tendentes ao apuramento de eventual responsabilidade disciplinar por parte de Francisco Costa e outros, na sequência de certidão emitida e enviada pelos serviços do Ministério Público de Matosinhos, no âmbito do denominado processo "Apito Dourado". Francisco Costa está a ser investigado devido a uma conversa telefónica com o árbitro Pedro Sanhudo, em que lhe sugeria o benefício do Boavista num encontro do campeonato nacional de juniores com o Leixões. O Ministério Público terá arquivado as certidões oriundas de Gondomar, depois do procurador ter considerado que "não havia suspeitas de crime, mas que o comportamento de Francisco Costa era passível de responsabilidade disciplinar". Apesar das acusações contra si, Francisco Costa é candidato à reeleição para o Conselho de Arbitragem da FPF, na lista única liderada por Gilberto Madail.

IN O JOGO

BRAGA SEMPRE MAIS!

Freitas

Justiça
Os nomes envolvidos no "Apito Dourado"

São 27 dirigentes de clubes, 110 árbitros, 28 dirigentes da Liga e da Federação Portuguesa de Futebol, dois autarcas e quatro empresários.



Dirigentes de Clubes
- Pinto da Costa, presidente do FC Porto
- João Loureiro, presidente do Boavista
- José Luís Oliveira, presidente do Gondomar do Gondomar
- João Bartolomeu, presidente da União de Leiria
- Fernando Melo, dirigente do Penafiel
- Hernâni Moreira, presidente do Paços de Ferreira
- Rui Alves, presidente do Nacional da Madeira
- Agostinho Silva, director do Sousense
- Américo Neves, dirigente do Sousense
- António Pinto, dirigente do Anadia
- António Candelária, dirigente da União Desportiva Santana
- Benjamim Castro, dirigente do Vizela
- David Rodrigues, dirigente do Vilaverdense
- Artur Azevedo, dirigente do Amarante
- Artur Mesquita, dirigente do Lixa
- Aprígio santos, presidente da Naval 1º de Maio
- Francisco Borges, dirigente do Lusitânia
- Joaquim Castro Neves, dirigente do Gondomar
- Manuel Ribeiro, dirigente do Penafiel
- Pedro Ferreira, dirigente da Naval 1º de Maio
- Paulo Rodrigues, dirigente do Valenciano
- Joaquim Barbosa, dirigente do Rebordosa
- Silva Reis, dirigente do FC Marco
- António Veiga, dirigente do Estoril Praia
- José Melo, dirigente do Machico
- António Almeida, dirigente do Progresso
- Jorge Ferreira, dirigente do Cinfães
Autarcas
- Isabel Damasceno, presidente da Câmara Municipal de Leiria
- Avelino Ferreira Torres, ex-presidente da Câmara do Marco de Canaveses
Empresários
- Alberto Couto Alves, empresário suspeito de envolvimento em empreitadas pouca claras com a Metro do Porto
- Sousa Cintra, empresário que se tornou conhecido como presidente do Sporting
- Joaquim Camilo da Silva, empresário envolvido em negócios suspeitos com o Boavista
- António Araújo, empreiteiro, agente de jogadores e organizador de festas para árbitros amigos, animadas por prostitutas, designadas nas escutas pelos códigos «fruta e café com leite»
Dirigentes da Liga de Clubes e da Federação Portuguesa de Futebol
- Valentim Loureiro, presidente da Câmara de Gondomar e então presidente da Liga e da Metro do Porto
- António Azevedo Duarte, então vogal do Conselho de Arbitragem e hoje vice-presidente em exercício da arbitragem da FPF. É pai do árbitro Augusto Duarte  e  visita de casa de Pinto da Costa, segundo Carolina Salgado
- António Henriques, António Henriques, na altura vice-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF e compadre de Pinto da Costa
- Carlos Esteves, então vogal do Conselho de Arbitragem da FPF, passou à presidência deste organismo, que dirige até hoje, após o afastamento de Pinto de Sousa
- José António Pinto de Sousa, presidente do Conselho de Arbitragem, pediu de imediato a demissão do cargo quando detonou o caso Apito Dourado
- Francisco Costa, vogal do Conselho de Arbitragem da FPF
- Ezequiel Feijão, colaborador da FPF
- Carlos Olegário, colaborador da FPF
- Carlos Silva, vogal do Conselho de Arbitragem da FPF
- Carlos Pinto, secretário da Comissão de Arbitragem da Liga
- Francisco Ferreira, colaborador da FPF
- João Penicho, colaborador da FPF
- José Mendonça, colaborador FPF
- João Mesquita, assessor do Conselho de Arbitragem da FPF
- Luís Nunes, vogal do Conselho de Arbitragem, irmão de Henrique Nunes, na altura treinador do Gondomar
- Manuel Nabais, colaborador da FPF
- Paulo Silva, colaborador da FPF
- Manuel Cunha, colaborador da FPF
- Paulo Torrão, director de informática da FPF
- Teresa Faria, colaborado da FPF
- António Silva, colaborador da Liga de Clubes
- Fernando Mateus, colaborador da Liga
- João Pinto Correia, observador de árbitros
- Júlio Mouco, vogal da Comissão de Arbitragem da Liga de Clubes e responsável pela nomeação dos observadores de árbitros
- Mário Graça, vogal da Comissão de Arbitragem da Liga e responsável pela nomeação dos árbitros-assistente
- Carlos Carvalho, presidente do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol do Porto

Nomes que figuram entre os 110 árbitros suspeitos da 1ª categoria profissional

- Lucílio Baptista, internacional
- Paulo Paraty internacional
- Bruno Paixão, internacional
- Artur Soares Dias
- Augusto Duarte
- Carlos Xistra
- Cosme Machado
- João Vilas-Boas
- Nuno Almeida
- Paulo Ferreira
- Paulo Baptista 
- Rui Silva
E ainda

- Jacinto Paixão, ex-árbitro de 1ª categoria. Suspenso durante um ano, pediu entretanto o afastamento da arbitragem
- Manuel Quadrada, árbitro-assistente, da equipa de Jacinto Paixão
José Chilrito, árbitro-assistente da equipa de Jacinto Paixão
27 arguidos foram  acusados em finais de Janeiro, entre os quais 13 árbitros, um observador de árbitros e um assessor de arbitragem da FPF
- José Luís Oliveira, presidente do Gondomar, vice-presidente da Câmara local e braço direito de Valentim na autarquia. 26 crimes de corrupção activa e 21 de corrupção desportiva
- Valentim Loureiro, presidente da Câmara de Gondomar, ex-líder da Liga e da Metro do Porto. 26 crimes de corrupção na forma de cumplicidade, dois crimes de prevaricação
- Castro Neves, director do Gondomar. 19 crimes de corrupção desportiva
- Pinto de Sousa, ex-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF. 26 crimes de corrupção passiva
- Francisco Costa, membro do Conselho de Arbitragem da FPF. 26 crimes de corrupção passiva na forma de cumplicidade
- Luís Nunes, membro do CA da FPF. Um crime de corrupção activa, na forma de cumplicidade e quatro crimes de corrupção desportiva
- Carlos carvalho, presidente do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol do Porto. Dois crimes de corrupção desportiva activa, na forma de cumplicidade
- Sérgio Pereira, árbitro da 2ª categoria. Um crime de corrupção desportiva passiva
- Licínio Santos, árbitro da 2ª categoria. Dois crimes de corrupção desportiva passiva
- Hugo Silva, árbitro de 2ª categoria. Dois crimes de corrupção desportiva
- João Macedo, árbitro de 2ª categoria. Quatro crimes de corrupção desportiva passiva
- Fernando Valente, árbitro de 2ª categoria. Três crimes de corrupção desportiva passiva
- Ricardo Pinto, árbitro-assistente. Três crimes de corrupção desportiva passiva
- António Eustáquio, árbitro de 2ª categoria. Dois  crimes de corrupção desportiva passiva
- Jorge Saramago, árbitro de 2ª categoria. Dois crimes de corrupção desportiva passiva
- José Rodrigues, árbitro de 2ª categoria. Um crime de corrupção desportiva passiva
- Aníbal Gonçalves, árbitro de 2ª categoria. Um crime de corrupção desportiva passiva
- Sérgio Sedas, árbitro de 2ª categoria. Um crime de corrupção desportiva
- Joio Macedo, árbitro, 3ª categoria. Quatro crimes de corrupção desportiva passiva
- Pedro sanhudo, árbitro de 2ª categoria e responsável pelo Núcleo de Árbitros do Baixo Tâmega. Cinco crimes de corrupção desportiva activa e passiva
- Manuel da Cunha, observador. Um crime de corrupção desportiva passiva
- João Mesquita, assessor da arbitragem da FPF. Um crime de corrupção activa
- Américo Neves, comerciante. Um crime de corrupção desportiva activa
- Leonel Viana, vereador da Câmara de Gondomar. Um crime de prevaricação
- Agostinho Silva, comerciante. Um crime de corrupção desportiva activa
ORGULHOSAMENTE  BRACARENSE

Pé Ligeiro

#130
Maioria espera bom desempenho


A expectativa em torno do desempenho de Maria José Morgado e da sua equipa na investigação do processo 'Apito Dourado' é grande: a maioria dos portugueses (55 por cento) inquiridos na sondagem CM/Aximage acredita que o processo vai andar melhor com a nomeação da magistrada pelo procurador-geral da República, Pinto Monteiro. Apenas 2,5 por cento considera que o processo vai andar pior; 26,3 por cento acha que a centralização de toda a investigação não vai alterar o andamento das diligências e 16,2 por cento diz não ter opinião formada.spera bom desempenho
Os adeptos do Sporting são os mais optimistas – 64,4 por cento diz que a investigação vai acelerar – e os benfiquistas são os que mais consideram que a centralização do processo vai atrasar o seu desenvolvimento: 3,9 por cento respondeu que vai ficar pior.

Dos inquiridos que disseram ser adeptos do FC Porto, 49,9 por cento considera que com Maria José Morgado o 'Apito Dourado' vai andar melhor, mas mais de um terço (35,6 por cento) receia que a nomeação não altere em nada o desenrolar da investigação.

Num tema que tem sido tão mediático nas últimas semanas, a percentagem de inquiridos que afirmou não ter opinião rondou os 16,2 por cento (14,4 por cento entre os adeptos do Benfica, 12,5 por cento entre os portistas e 10,3 por cento entre os sportinguistas).

Os eleitores do CDS-PP são os menos optimistas do universo de inquiridos na sondagem CM/Aximage, que revelaram ter votado nas Legislativas de 2005 (52,5 por cento): 11,5 por cento dos que votaram no partido então liderado por Paulo Portas acha que o processo vai andar pior a partir de agora e 47,5 por cento considera que vai andar melhor.

Os mais optimistas são os que votaram mais à esquerda (BE e CDU, com 86,4 e 69,6 por cento de opiniões de que agora é que o 'Apito Dourado' vai avançar com mais rapidez).

Os votantes do PS dão total confiança a Maria José Morgado (55 por cento acredita que a magistrada vai acelerar o 'Apito'), tal como os que votaram no PSD: 57,3 por cento só encontra vantagens na nomeação.

BENFIQUISTAS ACREDITAM MAIS EM CAROLINA SALGADO

A maioria dos adeptos do Benfica inquiridos nesta sondagem (41,4%) não têm dúvidas: as acusações de Carolina Salgado no seu livro recentemente publicado são verdadeiras.

Uma opinião que não é partilhada pelos adeptos portistas. De acordo com a sondagem, 32,5% não tem opinião formada sobre o livro com o nome 'Eu Carolina', enquanto 27,5% dos inquiridos consideram que as acusações feitas a Pinto da Costa são falsas. Curiosamente, apenas uma pequena franja dos adeptos do Sporting (4,7%) e do Benfica (5%) inquiridos nesta consulta consideram que as revelações feitas no livro não são verdadeiras.

Em relação ao conjunto dos portugueses, as opiniões estão mais divididas: 40,4% não tem opinião, 32,7% considera que são verdadeiras, 16,1% acha que as acusações de Carolina Salgado, umas são falsas e outras verdadeiras, enquanto 10,8% acredita que não têm qualquer fundamento.

Guilherme Aguiar, ex-dirigente da Liga e confesso simpatizante portista, salientou que os dados da sondagem sobre este tema estão muito condicionados "pelo clubismo". "O futebol como actividade desportiva altera por completo as nossas posturas e os nossos deveres como adeptos. Neste caso concreto dá jeito aos adeptos do FC Porto desvalorizarem as acusações do livro, mas dá ainda maior força aos clubes adversários que querem que Pinto da Costa seja culpado e não pretendem que seja feita justiça. Tudo o que se inscreve sobre ele é observado pela clubite", afirmou o advogado ao CM.

Confrontada com os resultados da sondagem, a ex-companheira de Pinto da Costa escusou-se a fazer qualquer tipo de comentário

PINTO DA COSTA E VALENTIM SUSPEITOS

Pinto da Costa, Valentim Loureiro, Pinto de Sousa, João Loureiro e Isabel Damasceno fazem parte dos arguidos do megaprocesso das falsificações de classificações dos árbitros de futebol.

Estão ainda incluídos no processo Paulo Paraty, Lucílio Baptista, Augusto Duarte, Carlos Xistra, Nuno Almeida, Martins dos Santos, Mário Mendes, João Vilas Boas, Paulo Pereira, António Resende e Artur Soares Dias, num total 73 suspeitos, 30 dos quais são árbitros.

Segundo a 55.ª certidão do 'Apito Dourado', agora nas mãos de Maria José Morgado, "a prova recolhida no inquérito [a cargo da PJ e do Ministério Público de Gondomar] indicia que aquelas classificações [as dos árbitros] são viciadas".

O documento concluiu que "Pinto de Sousa, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação, teria dialogado com os presidentes dos conselhos de arbitragem, antes de tomar uma decisão sobre quem descia ou subia de categoria" em 2002 e 2004.

EQUIPA FORMADA EM 30 HORAS

A equipa de Maria José Morgado ficou definida em 30 horas, havendo ainda um longo caminho a percorrer para "potenciar o caminho que está a ser feito" e que passa pela leitura das milhares de páginas do processo 'Apito Dourado'. A equipa envolve trabalho diferenciado.

PROCURADORES ADJUNTOS

- Glória Alves

Nasceu em 26 de Dezembro de 1957, em Lisboa. Exerce funções nas varas criminais de Lisboa, desde Setembro, depois de ter estado nas varas cíveis durante 18 anos.

- Luís Ribeiro

Natural da Lousã, conta com 38 anos. Está desde 1993 no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa.

- Ricardo Bragança

Nasceu na Maia em Fevereiro de 1974. Trabalhou nas comarcas de Ponte da Barca e em 2000 foi para o Porto. Está destacado no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa.

- Maria João Almeida Costa

Nasceu em Angola em Setembro de 1965 e está há 16 anos no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa.

POLÍCIA JUDICIÁRIA

- Carlos Farinha

Segundo o 'Expresso' o antigo número dois de Morgado na Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) integra a equipa.

- Sacramento Monteiro

Polícia há mais de 20 anos. Esteve com a magistrada na investigação dos ex-presidentes do Benfica, Vale e Azevedo; e do V. Guimarães, Pimenta Machado.

- Sérgio Bagulho

Especialista na recolha de informação de contas e relatórios, este inspector já trabalhou com Maria José Morgado na DCICCEF, revela também o 'Expresso'.

- Abel Monteiro

Inspector, igualmente especialista na recolha de informação de contas, relatórios e outros documentos. Uma tarefa essencial na investigação do crime económico.

- Micaela Branco

Inspectora da directoria de Lisboa da PJ, terá sido escolhida por sugestão de Carlos Farinha. Está na Polícia há cinco anos, trabalhou na falsificação de documentos.

SEGURANÇA

- Pedro Albuquerque

O semanário 'Expresso' fala ainda do homem de confiança pessoal da magistrada que foi colocado na portaria da Rua Gomes Freire quando Morgado deixou a DCICCEF.

COMENTÁRIOS AOS RESULTADOS DA SONDAGEM CM / AXIMAGE

"CONFIANÇA NA EXPERIÊNCIA" António Martins, Pres. Assoc. Sindical Juízes Port.

"A sondagem é elucidativa de uma coisa: a expectativa com que as pessoas encaram a nomeação e a esperança de que haja resultados. É revelador da confiança na nomeação e da experiência que Maria José Morgado demonstra ter."

"TEM OBRIGAÇÃO DE CORRER MELHOR" António Cluny, Pres. Sind. Magistrados Min. Público

"O que é positivo não é o caso específico da nomeação de Maria José Morgado, mas a constituição de uma equipa com todos os meios. As pessoas percebem que, com ou sem Maria José Morgado, agora há meios, e tem obrigação de correr melhor."

"PESSOAS QUEREM É RESULTADOS" Rogério Alves, Bastonário da Ordem dos Advogados

"A maior parte das pessoas tem esperança que a nomeação contribua para que o processo chegue mais rapidamente a uma conclusão, que permita mais rapidamente saber quem é que deve ser acusado e de quê. As pessoas querem é resultados."

NOMEAÇÃO DE MARIA JOSÉ MORGADO PARA O PROCESSO 'APITO DORADO'

O PROCESSO 'APITO DOURADO' QUE GIRA À VOLTA DA CORRUPÇÃO NO FUTEBOL, TEM VINDO A CORRER EM VÁRIAS COMARCAS SEM UM COMANDO ÚNICO, MAS, NA SEMANA PASSADA, A MAGISTRADA MARIA JOSÉ MORGADO FOI NOMEADA PARA COMANDAR E CENTRALIZAR TODA A INVESTIGAÇÃO DO 'APITO DOURADO'. NA SUA OPINIÃO, COM ESTA NOMEAÇÃO, O PROCESSO:

- Vai andar melhor: 55%

- Vai andar pior: 2,5%

- Vai ficar na mesma: 26,3 %

- Sem opinião: 16,2%

BENFICA:

- Vai andar melhor: 55%

- Vai andar pior: 3,9%

- Vai ficar na mesma: 25,2%

- Sem opinião: 14,4%

SPORTING

- Vai andar melhor: 64,4%

- Vai andar pior: 1,4%

- Vai ficar na mesma: 23,9%

- Sem opinião: 10,3%

FC PORTO

- Vai andar melhor: 64,4%

- Vai andar pior: 1,4%

- Vai ficar na mesma: 23,9%

- Sem opinião: 10,3%

Ficha Técnica: Objectivo: Nomeação de Maria José Morgado para o processo 'Apito Dourado' Universo: Indivíduos inscritos nos cadernos eleitorais em Portugal com lares com telefone fixo. Amostra: Aleatória estratificada (região, habitat, sexo, idade, instrução e voto legislativo), polietápica e representativa do universo, com 502 entrevistas efectivas (279 a mulheres) Composição: Proporcional pela variável estratificação, obtida com reequilibragem amostral Respostas: Taxa de resposta de 74,5 por cento. Desvio padrão máximo de 0,022. Realização:18 a 20 de Dezembro, para o Correio da Manhã, pela Aximage, com a direcção técnica de Jorge de Sá e João Queiroz.

LANÇAMENTO DO LIVRO DE CAROLINA SALGADO

CAROLINA SALGADO, QUE VIVEU COM O PRESIDENTE DO FC PORTO, PINTO DA COSTA, LANÇOU RECENTEMENTE UM LIVRO NO QUAL LHE FAZ VÁRIAS ACUSAÇÕES, ESTAS ACUSAÇÕES DO LIVRO DE CAROLINA SALGADO SÃO:

- Verdadeiras: 32,7%

- Falsas: 10,8%

- Umas verdadeiras, outras falsas: 16,1%

- Sem opinião: 40,4%

BENFICA

- Verdadeiras: 41,4%

- Falsas: 5%

- Umas verdadeiras, outras falsas: 17%

- Sem opinião: 36,6%

SPORTING

- Verdadeiras: 29,3%

- Falsas: 4,7%

- Umas verdadeiras, outras falsas: 16,9%

- Sem opinião: 49,1%

FC PORTO

- Verdadeiras: 20,9%

- Falsas: 27,5%

- Umas verdadeiras, outras falsas: 19,1%

- Sem opinião: 32,5%

Ficha Técnica: Objectivo Livro de Carolina Salgado Universo: Indivíduos inscritos nos cadernos eleitorais em Portugal em lares com telefone fixo. Amostra: Aleatória e estratificada (região, habitat, sexo, idade, instrução e voto legislativo) polietápica e representativa do universo com 502 entrevistas efectivas (279 a mulheres) Técnica: Entrevista telefónica CATI. Taxa de desposta: 74,5%. Desvio padrão máximo de 0,022 Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direcção técnica de Jorge de Sá e João Queiroz.

RELATÓRIOS FALSIFICADOS

O procurador Carlos Teixeira escreveu no processo que há relatórios dos observadores dos árbitros falsificados

PEQUENOS AJUSTES

Numa das conversas entre Pinto de Sousa e Pinto da Costa, terá sido dito em relação à arbitragem que "é uma questão de pequenos ajustes"

SUBIDAS COMBINADAS

Carlos Teixeira disse que "Pinto de Sousa terá falado com Carlos Carvalho para combinarem os árbitros que iriam subir e descer de categoria"

'PAPA' DOS 'CONCÍLIOS'

Pinto de Sousa surge à cabeça do suposto conluio como o "papa" de todos os "concílios" anuais da arbitragem, na linguagem da PJ do Porto
IN CM




Força Maria José Morgado!

Sou daqueles que, apesar de tudo, ainda acredita na justiça em Portugal!

BRAGA SEMPRE MAIS!

Pé Ligeiro

Simão Ribeiro ouvido no processo de corrupção
Secretário da Assembleia Geral da Liga também é arguido no Apito Dourado

27.12.2006 - 11h04   Lusa



O segundo secretário da mesa da Assembleia Geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Simão Ribeiro, é também arguido no processo de corrupção Apito Dourado.

O ex-presidente da Liga Valentim Loureiro (que passou a liderar a assembleia-geral) era até ontem o único arguido do processo Apito Dourado que se sabia integrar a lista do antigo secretário de Estado do Desporto Hermínio Loureiro.

Segundo o "Correio da Manhã" de ontem, Antonino Silva, vogal da Comissão de Arbitragem da Liga, também figura entre os arguidos do Apito Dourado, concretamente "no megaprocesso da falsificação das notas dos árbitros", tal como Simão Ribeiro.

"Simão Ribeiro era dirigente do FC Penafiel à data da sua constituição como arguido do Apito Dourado. O seu envolvimento resulta de favores que teria solicitado para o clube. Simão Ribeiro é arguido numa das certidões extraídas pelo Ministério Público de Gondomar, entretanto avocadas por Maria José Morgado", a magistrada que passou a dirigir as investigações de todo o processo, avança o CM de hoje.

Este megaprocesso envolve ao todo 73 suspeitos nos dois processos que o Departamento de Investigação e Acção Penal do Ministério Público de Lisboa já remeteu para a equipa de Maria José Morgado na Procuradoria-Geral da República.

Segundo o mesmo jornal, o Conselho de Arbitragem da lista única que Gilberto Madaíl apresentou para assumir novo mandato na nirecção da FPF é constituído, "na sua maioria", por arguidos do Apito Dourado: o presidente Carlos Esteves, o vice-presidente Francisco Costa e os vogais Carlos Carvalho e Blanco Miranda.

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Pé Ligeiro

Correio Sport 



2006-12-23 - 00:00:00

Entrevista a Jorge Coroado
Os árbitros temiam Pinto da Costa e Valentim Loureiro



Jorge Coroado colaborou como perito no processo 'Apito Dourado'. Nesta entrevista fala das pressões, dos recados e das ameaças que recebeu ao longo da carreira. Lamenta "a subserviência dos árbitros ao poder" e diz que esteve uma vez em casa de Valentim Loureiro e não gostou. Defende que árbitros e dirigentes envolvidos no 'Apito Dourado' deveriam cessar funções e aconselha Maria José Morgado a estar atenta.
Correio Sport – Depois de mais de 25 anos na arbitragem, o que soube pelo 'Apito Dourado' que não conhecesse já?

Jorge Coroado – De tudo o que saiu até agora, nada foi novidade. São coisas antigas e práticas velhas. A única matéria menos conhecida era a existência de uma relação tão directa entre autarquias e futebol.

– Árbitros arguidos devem continuar a arbitrar?

– Nem árbitros suspeitos devem continuar a arbitrar nem dirigentes suspeitos devem continuar a dirigir. Mas nós em Portugal damos muito valor aos vigaristas.

– Que conselho dá a Maria José Morgado?

– Que esteja atenta, que evite chamuscar-se neste processo.


– Ao longo destes dois anos colaborou no processo...

– Como outros, fui nomeado perito pelo Ministério Público.

– Conheceu casos concretos de corrupção na arbitragem?

– Directamente não. O que sempre notei foi uma enorme subserviência dos árbitros perante pessoas a quem reconheciam autoridade, para progredirem na carreira.

– Esse medo está relacionado com as classificações...

– Exactamente. A postura subserviente partia do próprio árbitro que na hora de decidir um lance encolhia--se. Vou dar-lhe um exemplo: há uns anos, num FC Porto-Benfica, aos 20 minutos de jogo, perante uma falta gravíssima do João Pinto, o árbitro fez de conta que nada viu. Pouco depois, encontro-o: "Olha lá porque é que não mostraste o vermelho?" Diz-me ele: "Expulsar o capitão do FC Porto, aos 20 minutos, nas Antas?! Deves estar maluco". Este medo sempre me incomodou.

Medo de Pinto da Costa e de Valentim Loureiro...

– Sem dúvida. Esses eram as principais figuras, aquelas a quem se reconhecia maior poder pelos cargos que ocupavam e os árbitros temiam-nos. O Benfica e o Sporting também tinham o seu peso, mas não como os outros dois casos.

– Tentaram comprá-lo?

– Não. Mas quando discordei publicamente da integração da arbitragem na Liga de Clubes, o director executivo, José Guilherme Aguiar, teve uma conversa comigo, muito curiosa, no seu gabinete, a 2 de Dezembro de 1996, em que contou o seguinte: quando era vice-presidente do FC Porto disse um dia ao Paulo Futre que ou cumpria as regras ou não podia jogar naquele clube. "E olhe que o Futre era a estrela da companhia", rematou. Percebi o recado: ou me calava ou me punham à margem.

– Foi posto à margem?

– Não. Calei-me. E no ano seguinte até fui o primeiro.

– E pressões em jogos?

– Citei numa pessoa do FC Porto, conto agora um caso com alguém ligado ao Benfica. Em 87 ou 88, Porfírio Alves, do Conselho de Arbitragem, disse-me que na parte final dos campeonatos certos clubes não me queriam a arbitrar nos jogos em casa. Foi claro que se tratou de uma tentativa de me explicar que se fosse mais flexível poderia apitar mais jogos.

– Voltou a ceder?

Durante uns tempos procurei rectificar um ou outro comportamento mas não consegui. Não estava a ser eu e voltei ao meu caminho.

– Algum dia um colega lhe confessou um suborno?

– Não. Os meus colegas não morriam de amores por mim e eu não morria de amores por eles. Um dia disseram- -me que um dos meus fiscais-de-linha tinha recebido uns bens. Não sei se foi verdade ou não. Mas comecei a notar-lhe um comportamento estranho.

– O que lhe fez?

– Corri com ele da minha equipa.

– Viu árbitros a enriquecer?

– O que sempre vi foi uma enorme vontade de agradar ao poder. Nos anos 80 contava-se a história de um árbitro que se afastou da arbitragem após o pagamento de uma verba do conselho de arbitragem.

– Ficou surpreendido com o envolvimento de Pinto de Sousa no 'Apito Dourado'?

– Pinto de Sousa é um homem afável, pouco disponível para confrontos, dado a consensos. Tendo em conta este perfil, acredito que é muito capaz de se ter deixado envolver em situações pelas quais está indiciado. Mas não o vejo a fazê-lo para tirar proveitos pessoais, mas sim para não se aborrecer.

– Conhece árbitros que vivam acima das suas possibilidades?

– Há situações que sempre estranhei, mas há quem faça milagres com o dinheiro. Vi quem ganhasse menos do que eu ter carros muito melhores do que o meu, viajar muito mais do que eu, frequentar restaurantes acima da média. Mas não vou fazer juízos.

Alguma vez entrou em casa de um dirigente?

– Duas vezes. Na de Adriano Pinto, onde almocei e onde não se falou por um segundo de futebol. E, a convite do sr. Pinto de Sousa, acompanhado por mais dois árbitros, na de Valentim Loureiro
. Foi após um Boavista-Benfica, no final da década de oitenta, um jogo arbitrado por Carlos Valente, que o Boavista perdeu. Foi muito constrangedor. Não gostei do comportamento de Valentim Loureiro e muito menos da maneira como ele tratou as pessoas que estavam ao seu serviço, os empregados da casa.

– Nunca esteve em casa de Pinto da Costa?

– Nunca. Nem faço ideia onde mora.

– Como eram as vossas relações?

– Em 1993, no dia 28 de Dezembro, num Boavista-FC Porto, expulsei 3 jogadores do FC Porto e dois do Boavista e ainda ficou por marcar um penálti contra o FC Porto que, por estar de costas, não vi. No final, o Pinto da Costa entra na cabine dos árbitros de forma muito agreste que não me agradou. Tive que lhe lembrar que aquela era a minha cabine e, portanto, o melhor que ele tinha a fazer era sair.

– Como é que ele reagiu?

– Pinto da Costa reconhece quem o enfrenta.

– Leu o livro de Carolina?

– Não conheço a senhora nem privei com ela. Se se tratasse de um homem diria que estava ali um corno atraiçoado. Como é uma mulher, trata-se do testemunho de um coração traído.

Ofereceram-lhe serviços de prostitutas?

– Na Roménia, foi-me oferecida a companhia de uma senhora, lindíssima, que não era prostituta mas que estava obrigada a fazê-lo sob pena de despedirem o marido
. Foi uma situação terrível e degradante. Mas em Portugal também não era nem é uma novidade.

Foi ameaçado?

– Fui, no Estádio da Luz, em 1991, no final de um Benfica-Torreense, pelo sr. Gaspar Ramos
. Em 1995 o mesmo dirigente disse aos berros que iria fazer de tudo para acabar com a minha carreira.

De que clube recebeu mais pressões?

– Do Benfica e dos seus dirigentes. Inquestionavelmente
. Estou convicto de que se mais carreira não tive foi por influência de gente do Benfica. De Gaspar Ramos a Luís Filipe Vieira, que vetou o meu nome, em 2002, para vice-presidente do Conselho de Arbitragem.

– Mas fez uma carreira longa.

– Só por duas vezes fui o melhor árbitro. Quando confrontei Pinto de Sousa, ele disse que a Associação do Porto dava cabo dele se, em dois anos consecutivos, o primeiro da lista fosse um árbitro de Lisboa.

– Algum dia duvidou das suas classificações?

– No ano em que fiquei em 22.º lugar achei estranho.

Vítor Pereira, como presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, pode melhorar o sector?

– Se não fizer o que sempre fez, ou seja, a permanente procura de distinções pessoais
.

– Sempre foram rivais. Falam-se?

– Institucionalmente cumprimento toda a gente. Como também faço festas aos animais.

– Qual foi o presente mais caro que já recebeu de um dirigente?

Um serviço de porcelana da Vista Alegre, que o então presidente do Beira-Mar, Silva Vieira, mandou entregar em casa de minha mãe. Pedi-lhe que fosse levantar o embrulho porque não o queria e comuniquei o caso ao Conselho de Arbitragem. A notícia saiu num jornal, Silva Vieira resolveu insultar-me e foi responder a Tribunal. Ao fim de dez anos foi condenado e indemnizou-me. Com esse dinheiro e um bocadinho mais comprei um carro, um Citroën C 3.

Tem apitos dourados?

Seis. Um que recebi do Sporting, no tempo de Sousa Cintra, e os outros foram-me dados por jornais.

E relógios?

– Cerca de 50 relógios que me foram oferecidos pelos clubes, dos mais variados valores
. A minha regra para aceitar estes presentes foi sempre simples: apenas aceitava ofertas que eu pudesse comprar e só as recebia depois dos jogos. Porque muitos dirigentes apareciam antes dos jogos e no final, se a equipa perdia, esqueciam-se.

Havia quem aceitasse ou oferecesse carros?

– Havia quem os comprasse com muitas facilidades de pagamento
.

UM ÁRBITRO GARRIDO (OPINIÃO DE ANTÓNIO TADEIA, JORNALISTA)

Para o último jogo da sua carreira, a final da Taça de Portugal de 2001, entre o FC Porto e o Marítimo, Jorge Coroado apareceu de preto. Numa altura em que aos árbitros estava aberta a hipótese de escolherem toda uma panóplia de cores berrantes – vermelho, amarelo – o mais garrido juiz de campo da história do futebol português voltou ao negro. Uma forma de lembrar a tradição ou mais uma tentativa de ser diferente, de se constituir como protagonista de um jogo onde, por norma e se tudo correr bem, são os futebolistas quem monopoliza as luzes da ribalta?

Coroado nunca teve medo de ser a notícia. Pelo contrário: enfrentou sempre as câmaras com um misto de dever e satisfação – e talvez por isso consiga hoje ser comentador de arbitragem com presença regular numa estação de rádio, duas de televisão e um jornal desportivo e tenha colocado o nome nos tops de vendas de livros em Portugal, através da edição pela Prime Books de 'O Último Cartão', escrito a meias com o jornalista Jorge Baptista.

Nesta obra, o bancário de Carnaxide denuncia a podridão que encontrou nos 26 anos em que andou pela arbitragem activa (de 1975 a 2001), chama "chico-esperto" a Valentim Loureiro, diz que Pinto da Costa é "intratável", regressa ao caso da polémica expulsão de Caniggia num Benfica-Sporting, que lhe valeu até hoje a má vontade do Benfica, ao episódio da "azia" que disse sentir depois de se ter apercebido dos erros cometidos num Chaves-Sporting, em prejuízo claro dos 'leões', ou à recusa de um valioso serviço de louça oferecido pelo então presidente do Beira-Mar, Silva Vieira.

No livro, pode ver-se Coroado como ele é: egocêntrico ao ponto de quase parecer desequilibrado, mas ao mesmo tempo desassombrado e honesto, sem qualquer sentimento corporativo de defesa de classe ou instinto político virado para o tráfico de influências.

A maior prova encontra-se logo no ano em que subiu a internacional (1990), quando recusou participar numa homenagem a Lourenço Pinto, então presidente da Comissão de Arbitragem, por nela encontrar resquícios de um condenável "beija-mão". "De cardeais Richelieu já tenho a minha conta", disse então o homem que, já depois de abandonar os relvados, reagiu com um "Não sei quem é" à notícia de um processo que lhe tinha sido movido pelo ex-colega Vítor Pereira ou que provocou o seu próprio veto para dirigente dos árbitros com mais uma provocação aos poderes instituídos: "No futebol português há majores, mas há muitos com vontade de serem promovidos a coronéis sem jagunços".

Por estas e por outras mostras de radicalismo – como as cenas de pancadaria protagonizadas em Julho com o árbitro Paulo Costa, no funeral do ex-árbitro Vítor Correia –, este confesso adepto do Belenenses, onde chegou a praticar atletismo, ainda hoje divide os adeptos de futebol em Portugal. E não admira que assim seja. Findo o seu último jogo, perguntaram-lhe o que ia fazer a seguir. Coroado disse que talvez tentasse tirar um curso de Direito. "Assim, da próxima vez que me chamarem aldrabão, serei um aldrabão licenciado". Mas nunca consensual.

IN CM





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  Muito curiosa esta entrevista.

  Terá sido o Coroado o único anjinho da arbitragem??
  Não acredito ;)

disco infiltrator

Não vejo a hora de voltarem a prender esse majorzeco traficante de batatas. O herdeiro parece estar à altura e vai no mesmo caminho. Triste ver que as gerações mudam mas a mentalidade é a mesma...

São os 3 do costume e o boavista que simplesmente é o clube com os dirigentes mais detestáveis que podem existir...

Miguel Portela

O problema e que este caso vai se arrastar durante anos e quando finalmente forem condenados já não vão ser presos porque vão ser velhinhos e terem problemas de Saúde logo inimputáveis. É pena mas vai ser assim...
Saudações Desportivas,
Miguel Portela
[url="https://mipmed.com/"]https://mipmed.com/[/url]

disco infiltrator

Serem presos, já se sabe que vai demorar e vamos ver se serão mesmo condenados. Da forma que a Justiça funciona no nosso país, as sentenças vão sair quando o Marcel for o melhor marcador do campeonato (ou seja nunca).

O que eu não entendo é  como essa gente, que anda a ser investigada e que alguns já foram constituidos arguidos, continua a desempenhar as funções que vinham a desempenhar. Afastem essa corja toda! Enquanto não provarem que estão inocentes (toda a gente sabe que não o são) não podem continuar ligados ao futebol. É isso que não se entende....

Pé Ligeiro

Apito Dourado: Paulo Baptista acusado
PROCESSO CHEGA À 1.ª CATEGORIA


Paulo Baptista é o primeiro árbitro da 1.ª categoria a ser acusado no âmbito do processo Apito Dourado. O árbitro de Portalegre está acusado de corrupção desportiva passiva, enquanto Valentim Loureiro foi acusado de corrupção desportiva activa pelo Ministério Público.

O caso reporta-se a Novembro de 2003 quando foi interceptado um telefonema de Valentim para Aprígio Santos, presidente da Naval, com o último a revelar o seu temor em relação à arbitragem do jogo seguinte da sua equipa, com o Chaves. Valentim telefonou depois para Paulo Baptista, o árbitro nomeado, pedindo-lhe para não prejudicar a Naval, com o árbitro a ceder uma lista de observadores. A Naval ganhou por 1-0 "com erros em seu benefício", segundo a peritagem realizada.



IN RECORD
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Pé Ligeiro

Paulo Baptista nomeado para a Taça de Portugal

Constituído arguido no âmbito do processo Apito Dourado, Paulo Baptista, da AF Portalegre, foi nomeado pelo Conselho de Arbitragem da FPF para dirigir o encontro entre Boavista e Macedo de Cavaleiros, agendado para este domingo, a contar para a IV eliminatória da Taça de Portugal.

As nomeações já tinham sido efectuadas antes de ter sido tornada pública a acusação a Paulo Baptista, pelo que a presença de Paulo Baptista é entendida como normal.

Eis a lista completa das nomeações:

Sábado:
Benfica (L) - Oliveira do Bairro (II), Nuno Almeida (Algarve)

Domingo:
Entre equipas da Liga:
Académica (L) - Vitória de Setúbal (L), Jorge Sousa (Porto)
Paços Ferreira (L) - União Leiria (L), João Ferreira (Setúbal)

Entre equipas da Liga e Liga de Honra:
Sp. Braga (L) - Portimonense (LH), Pedro Henriques (Lisboa)
Estrela Amadora (L) - Feirense (LH), Rui Costa (Porto)
Nacional (L) - Vizela (LH), Paulo Paraty (Porto)
Penafiel (LH) - Marítimo (L), Duarte Gomes (Lisboa)

Entre equipas da Liga e da II Divisão:
FC Porto (L) - Atlético (II), Paulo Pereira (Viana do Castelo)
Paredes (II) - Belenenses (L), Augusto Duarte (Braga)
Desp. Aves (L) - Oliveirense (II), Hugo Miguel (Lisboa)

(...)

IN A BOLA



Não suspendam a nomeação de Paulo Baptista que não é preciso...
É tudo gente séria! A FPF vai de mal a pior!

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Jazzdevill

#139
"...Paulo Batista constituído arguido de corrupção passiva e Valentim Loureiro de corrupção activa..." Paulo Batista nomeado para apitar o Boavista... Tudo normal... E assim vai o mundo meus caros. Já não é preciso mais para perceber porque é que o outro ***** nos roubou forte e feio no jogo com o Boavista, pois não? Eles ainda andam aí, acusados de tudo e mais alguma coisa, e as coisas fazem-se ás claras. Enquanto estes PÔDRES não forem todos pró xadrez ou pelos menos irradiados do futebol podem tirar o cavalinho da chuva, não passamos do 4º lugar.