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NOTÍCIAS DO SPORTING CLUBE DE BRAGA

Started by Lipeste, 24 de March de 2020, 18:25

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Lipeste

desporto.sapo.pt

LE: Carvalhal elogia Sheriff, mas frisa ambição do SC Braga em chegar aos 'oitavos'

Carlos Carvalhal considerou que, "independentemente do nome, que não diz nada a ninguém, é uma equipa forte e que já conseguiu surpreender muita gente".

O treinador Carlos Carvalhal elogiou hoje o Sheriff, adversário moldavo que calhou em sorte ao Sporting de Braga nos 'play-off' da Liga Europa de futebol, mas frisou a ambição dos minhotos em chegarem aos oitavos de final.

"[O Sheriff é] Uma equipa que vem da Liga dos Campeões, onde faz sete pontos, colocando o Shakhtar [Donetsk] atrás deles e com uma vitória em casa do Real Madrid por 2-1. Na fase [preliminar] para chegar à 'Champions' eliminou o Estrela Vermelha e o Dínamo de Zagreb", notou o técnico, em declarações aos meios de comunicação do clube bracarense.

Carlos Carvalhal considerou que, "independentemente do nome, que não diz nada a ninguém, é uma equipa forte e que já conseguiu surpreender muita gente".

"Uma equipa que vem da 'Champions', num grupo com Real Madrid, Inter de Milão e Shakhtar Donetsk e faz sete pontos tem que ser uma equipa fortíssima. Estamos à espera de jogar contra uma equipa muito competente, mas nós temos ambição, independentemente do adversário, e vamos tentar tudo para chegar aos oitavos de final", disse.

A primeira mão está agendada para 17 de fevereiro de 2022, em Tiraspol, na Moldávia, e a segunda mão para 24 de fevereiro, em Braga.

O Sporting de Braga ficou em segundo lugar do grupo F da Liga Europa, atrás do Estrela Vermelha, que se apurou diretamente para os oitavos de final.

em: https://desporto.sapo.pt/futebol/liga-europa/artigos/o-treinador-carlos-carvalhal-elogiou-hoje-o-sheriff-adversario-moldavo-que-calhou-em-sorte

Lipeste

zerozero.pt

Francisco Moura seguido pelo Brentford

Francisco Moura, promissor defesa esquerdo do SC Braga e campeão europeu Sub-19 por Portugal, tem pretendentes em terras de Sua Majestade. De acordo com o jornal britânico The Sun, o jovem internacional português está na lista de preferências do Brentford, formação inglesa que esta temporada subiu à Premier League. 

Ao que tudo indica, os dirigentes do 10º classificado do campeonato inglês querem avançar com o negócio já neste mercado de inverno, que principia em janeiro, e estão dispostos a ultrapassar o seu valor recorde de transferências: 16 milhões de euros pagos no verão passado ao Celtic, pelos direitos desportivos de Kristoffer Ajer. 

Recorde-se que Moura está vinculado ao SC Braga até 2026 e blindado com uma cláusula de rescisão de 30 milhões de euros. 

em: https://www.zerozero.pt/news.php?id=345426

Lipeste

amp.tribunaexpresso.pt

Sheriff Tiraspol, o clube moldavo que faz história num território que não quer ser moldavo

A primeira equipa da história da Moldávia a jogar na fase de grupos da Liga dos Campeões é da Transnístria, um estado auto-proclamado que, apesar de não ser internacionalmente reconhecido, tem bandeira, moeda ou governo próprios. O clube foi fundado por antigos membros da KGB e é financiado pela empresa dominante da região. A Tribuna Expresso falou com Gustavo Dulanto, central do Sheriff que garante que a situação política passa ao lado de um grupo que está "a viver um sonho"



Quando o Sheriff Tiraspol entrar em campo frente ao Shakhtar Donetsk esta quarta-feira, 16 de setembro, estará a fazer história para o futebol da Moldávia. Pela primeira vez, uma equipa do país jogará na fase de grupos da Liga dos Campeões. O Sheriff desafiou as probabilidades, ao passar todas as eliminatórias de acesso à máxima competição continental, deixando pelo caminho o Teuta (Albânia), o Alaskhert (Arménia), o Estrela Vermelha (Sérvia) e o Dínamo Zagreb (Croácia) para estar presente no torneio que é o habitat por excelência da realeza do futebol.

Só que o Sheriff, crónico campeão da liga da Moldávia... pertence a uma região que não se considera parte da Moldávia, tendo a sua própria bandeira, moeda, governo ou polícia.

Estranho? Vamos por partes.

Tiraspol, a cidade do Sheriff, é a capital da Transnístria, um estado auto-proclamado que fica na faixa de terra entre o rio Dniestre e a fronteira da Moldávia com a Ucrânia. Para a comunidade internacional, essa zona faz parte da República da Moldávia, que a chama "Unidade territorial autónoma com estatuto legal especial da Transnístria".

Após o desmembramento da União Soviética, a Moldávia declarou a sua independência, algo que a Transnístria também desejava. Entre março e julho de 1992, deu-se a chamada guerra da Transnístria, no qual morreram cerca de 1.500 pessoas. A 21 de julho de 1992, foi assinado um cessar-fogo, que se mantém até hoje.

Desde então, o governo da Moldávia não tem exercido influência determinante sobre a Transnístria, que se mantém separada do Estado do qual a comunidade internacional entende que faz parte, tendo não só bandeira, moeda, governo, serviço postal ou polícia próprios, como usando ainda símbolos soviéticos, como foices e martelos, na sua iconografia. Toni Padilla, historiador, jornalista e autor de vários livros sobre a ligação do desporto com a história e a geopolítica, descreve a Transnístria como sendo "uma ferida aberta que nos recorda que, quando vivemos um momento histórico" como o da desintegração soviética, "ficam sempre cicatrizes, fraturas e zonas cinzentas".

Brasão de armas da Transnístria

SERGEI GAPON

Em Tiraspol vive Gustavo Dulanto.

Central peruano de 26 anos, o jogador chegou ao Sheriff no começo de 2021 após realizar 11 partidas e marcar dois golos pelo Boavista em 2019/20. Dulanto, peça importante da manobra da equipa (titular em seis dos oito jogos das eliminatórias), conta à Tribuna Expresso que "para ir de Tiraspol para a capital da Moldávia, Chisinau, é preciso passar um controlo de fronteira", no qual "te pedem o passaporte e colocam no sistema que passaste", isto apesar de, em termos teóricos, estarmos sempre dentro do território da Moldávia. Ainda assim, o peruano assegura que "não sabe de problemas para passar esse controlo, é tudo tranquilo".

Perante o escasso reconhecimento jurídico que possui o passaporte da Transnístria, onde vivem cerca de 500 mil pessoas, muitos dos seus cidadãos pedem o passaporte moldavo ou russo. De acordo com a "Euronews", cerca de metade das pessoas que vivem na Transnístria, cujo governo tem sido pró-Kremlin, têm cidadania russa.

Ora, foi em Tiraspol que, em 1993 (um ano após o cessar-fogo), foi criado o Sheriff, um grupo empresarial. Fundado por Viktor Gushan e Ilya Kazmaly, dois antigos membros do KGB, o Sheriff aproveitou-se das suas excelentes relações com o poder político (um dos principais dirigentes do grupo foi Oleg Smirnov, filho de Igor Smirnov, presidente da Transnístria de 1991 a 2011) e da confusão do período a seguir à guerra e ao fim da URSS para tornar-se omnipresente na região.

O Sheriff detém uma cadeia de gasolineiras, outra de supermercados, um canal de televisão, uma empresa de construção civil, hotéis, um distribuidor da Mercedes, uma agência de publicidade, duas fábricas de pão, uma rede de comunicações móveis, uma fábrica de bebidas alcóolicas — e um clube de futebol, o Sheriff Tiraspol.

Sabine Von Löwis, membro do Centro para o Leste Europeu e Estudos Internacionais de Berlim e académico que esteve no terreno a estudar a Transnístria, diz à "Deutsche Welle" que "o Sheriff é a instituição central do território", não se "limitando a financiar o clube de futebol", mas "controlando de maneira efetiva a economia e política da Transnístria".

E, com o apoio do dinheiro e influência do Sheriff (e da região da Transnístria em si, tendo em conta as estreitas relações entre o grupo e o poder político), o conjunto rapidamente se tornou hegemónico na liga da Moldávia, na qual se viu obrigado a jogar porque a UEFA não reconhece qualquer federação da Transnístria. Fundado em 1997, os "Osy" ("as vespas") venceram pela primeira vez o título de campeão do país do qual dizem não pertencer em 2000/01. Desde aí, o Sheriff venceu 19 das últimas 21 ligas da Moldávia, sendo, neste momento, hexacampeão nacional.

Um domínio possível graças à enorme discrepância financeira entre a equipa de Tiraspol — capaz de contratar bons jogadores no estrangeiro e de ter excelentes infra-estruturas graças ao apoio do grupo Sheriff — e as restantes formações da Moldávia, um dos mais pobres da Europa e cuja liga ocupa a 34.ª posição do ranking UEFA . Com o passar dos anos e os prémios monetários arrecadados pela equipa pelas presenças europeias (esteve quatro vezes na fase de grupos da Liga Europa), o cenário só piorou.

Exemplos da qualidade das instalações são o estádio do Sheriff, que, segundo o "New York Times", custou 169 milhões de euros, ou o centro de treinos existente. De acordo com Gustavo Dulanto, "a academia é gigante, com 12 campos de futebol", tratando-se de um complexo "de fazer inveja a qualquer equipa de qualquer parte do mundo". No estádio da equipa de Tiraspol já chegou a jogar a seleção da Moldávia que, portanto, atuou como equipa da casa num território que não se considera parte da Moldávia.

Dulanto aterrou na Moldávia depois de atuar na Argentina, no Peru e em Portugal, ganhando rapidamente lugar de destaque na equipa. Apesar de só ter assinado em 2021, foi, por exemplo, capitão na 1.ª mão do play-off de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, quando o Sheriff surpreendeu a Europa ao bater por claros 3-0 um Dínamo Zagreb que tinha, no onze inicial, cinco jogadores que marcaram presença no último Europeu.

O peruano rapidamente percebeu a força da aposta feita pelo clube, referindo que "o Sheriff vem investindo há muito tempo para chegar à fase de grupos da Liga dos Campeões" e que "dá todas as comodidades aos jogadores e restantes trabalhadores para que trabalhem tranquilos". Dulanto salienta que "este feito é o culminar de um processo de vários anos" e não surge "por acaso", o que se vê também pela "crença" existente no clube na possibilidade de chegar à Champions.

Sobre a situação política, o central diz que "passa ao lado dos jogadores", e que "nunca acontece nada de anormal" na cidade. Dulanto prefere vincar o "entusiasmo e felicidade" do plantel que está "a viver um sonho" e "concretizou uma grande ambição de todos".

Durante os próximos meses, Shakhtar Donetsk, Inter de Milão e Real Madrid desfilarão por Tiraspol.

Dulanto vinca o "grande entusiasmo" que há na cidade, porque vão "passar por aqui equipas de uma magnitude que nunca se tinha visto". Mas o peruano rejeita por completo que só estar na fase de grupos já seja um êxito para o Sheriff, visto que o plantel "não se conforma" e "quer mais". "Queremos passar aos 'oitavos'. Sabemos que é um grupo muito difícil, mas temos muita ambição", diz à Tribuna Expresso, apesar de reconhecer que os "três adversários estão muito habituados a jogar Liga dos Campeões".

Em Tiraspol, uma cidade que, diz Gustavo, "não é tão bonita como o Porto", até porque "não tem um rio como o Douro", faz muito frio — "quando cheguei estavam 17 graus negativos, não sabia que era possível haver temperaturas tão baixas". Mas a convivência num plantel com jogadores da Moldávia, Grécia, Sérvia, Peru, Colômbia, Bósnia, Brasil, Macedónia, Mali, Gana, Luxemburgo, Costa do Marfim, Uzbequistão ou Eslovénia é "calorosa", descreve o central, "tentando-se falar inglês, o que é algo engraçado".

Para um grupo a viver algo que ficará "na história de todos" há outra ideia clara, "além da continuidade do sucesso coletivo". É a valorização individual. "Todos sabemos que vamos estar numa grande montra. Estamos no foco do mundo, ainda para mais com este grupo", reconhece o peruano, que gostaria "muito de jogar em Inglaterra, em Espanha ou em Itália".

Para os jogadores do Sheriff, disputar a fase de grupos da Liga dos Campeões e defrontar Lautaro Martínez, Karim Benzema, Nicolò Barella ou Luka Modric e pisar San Siro ou o Santiago Bernabéu será um culminar de carreira, ao mesmo tempo que poderá abrir novas portas. Para o clube, é um marco determinante num projeto que tem tanto de hegemónico como de motivo de críticas.

Sabine Von Löwis, estudioso que conhece bem a Transnístria, reconheceu à "Deutsche Welle" que "teme" que a Champions seja "uma oportunidade para que o grupo Sheriff se apresente como uma organização filantrópica que promove o desporto, encobrindo o seu monopólio na política e economia, e as falhas da democracia da região". Por várias vezes o conglomerado empresarial que sustenta o clube já foi alvo de suspeitas de atividades ilícitas ou imorais, isto numa zona que é descrita pelo "New York Times como um "paraíso para todo o tipo de atividades ilegais, como o tráfico de droga, de armas ou a contrafacção de tabaco".

As críticas ao Sheriff estendem-se ainda ao facto de, apesar da luxuosa academia, o clube apostar pouco ou nada na promoção e evolução do jogador local. Nas oito partidas da qualificação para a fase de grupos, a equipa só utilizou um moldavo, fosse como titular ou suplente utilizado (Henrique Luvannor, um brasileiro naturalizado que entretanto rumou à Arábia Saudita).

Gustavo Dulanto é alheio a todas estas questões, manifestando repetidamente o "orgulho" por ter contribuído para "um feito histórico para os jogadores, para o clube e para o país".

Mas, para que país?

As pessoas da Transnístria que Dulanto conhece dizem que é qual? "A verdade é que falam russo e é difícil falar com eles. Nunca lhes perguntei isso, sou sincero".

em: https://amp.tribunaexpresso.pt/liga-dos-campeoes/2021-09-15-Sheriff-Tiraspol-o-clube-moldavo-que-faz-historia-num-territorio-que-nao-quer-ser-moldavo-24f7c505

Lipeste




História

As Vespas provém de uma região separatista do país denominada
Transnístria. A região da Transnístria busca uma influência similar com o da antiga União Soviética, na qual grande parte de sua população identifica-se com os traços culturais e geopolíticos preservados.

O clube de Tiraspol tem o seu nome por conta da Sheriff, um conglomerado empresarial da região separatista da Moldávia que comanda diversos serviços e segmentos na Transnístria. O crescimento da empresa fez com que o clube surgisse no ano de 1997 e se tornasse o primeiro clube moldavo a participar de uma competição europeia.

Em sua primeira tentativa de classificar-se para a Liga dos Campeões da UEFA, na temporada 2009/2010 o Sheriff não classificou. Em decorrência da derrota para o Olympiacos da Grécia; no primeiro jogo em Tiraspol o time grego venceu o confronto por 2 a 0, e na volta em Atenas, o Sheriff fez uma excelente partida, jogando de forma consistente com o adversário, tendo muitas oportunidades de gol, porém novamente perdeu, desta vez por 1 a 0 - o gol saiu aos 87 minutos em uma jogada muito duvidosa, encerrando o sonho das Vespas de participar da tão sonhada Liga dos Campeões.

Entretanto o Sheriff conseguiu tal feito na temporada 21/22, chegando a fase de grupos da Liga dos Campeões da UEFA após eliminar o Dínamo Zagreb por 3 a 0 no placar agregado.

Na primeira partida do clube moldavo na fase de grupos da Liga dos Campeões da UEFA, surpreendera vencendo o Shakhtar Donetsk por 2 a 0 e o Real Madrid por 2 a 1.  Entretanto, o clube de Tiraspol conquistou uma vaga na fase final da Liga Europa da UEFA de 2021–22, graças à 3ª colocação em sua chave.

Estádio

Sheriff Stadium (ou Glavnaya Arena de Complexul Sheriif) é a casa do Sheriff Tiraspol, um time de futebol sediado em Tiraspol, capital da Transnístria, Moldávia . É propriedade da Sheriff Corporation local. Tem capacidade para 12.746 espectadores.  A seleção nacional de futebol da Moldávia jogou algumas de suas partidas internacionais em casa no estádio.

Ocupa um território de mais de 40 hectares e consiste no campo principal mais cinco outros campos, campos de treinamento, uma arena coberta coberta para uso no inverno, bem como uma escola de futebol para crianças e residências in loco para os jogadores do FC Sheriff . Um luxuoso hotel cinco estrelas está em construção.


A equipe joga as suas partidas no Sheriff Stadium, em Tiraspol, agora com capacidade para 22.360 torcedores.

Títulos


Campeonato Nacional: 19

2000–01, 2001–02, 2002–03, 2003–04, 2004–05, 2005–06, 2006–07, 2007–08, 2008–09, 2009–10, 2011–12, 2012–13, 2013–14, 2015–16, 2016–17, 2017, 2018, 2019, 2020–21

Copa da Moldávia: 10

1998–99, 2000–01, 2001–02, 2005–06, 2007–08, 2008–09, 2009–10, 2014–15, 2016–17, 2018–19

Super Copa Nacional: 7

2003, 2004, 2005, 2007, 2013, 2015, 2016, 2017

[B[Copa CIS: 2[/b]

2003 e 2009

Uniformes

Uniformes atuais


1º - Camisa amarela, calção e meias amarelas;

2º - Camisa preta, calção e meias pretas.


Elenco
Atualizado em 20 de agosto de 2021.





em:
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Futbolniy_Klub_Sheriff

Lipeste

maisfutebol.iol.pt

Sheriff, um clube a fazer história... num país em que ninguém quer saber

A Europa abre a boca de espanto com o que está a acontecer em Tiraspol, numa região que se autoproclamou independente em 1990 e desde então tem a Moldávia de costas voltadas para ela. José Coelho guia-nos nesta viagem por uma cidade que parou nos anos 80 e onde as coisas mais improváveis ainda acontecem

Sérgio Pereira

artigo atualizado inicialmente publicado a 29 de setembro, após o triunfo no Santiago Bernabéu, frente ao Real Madrid. O Sheriff vai agora defrontar o SC Braga no play-off de acesso aos oitavos de final da Liga Europa.

O Jurnal dedicou-lhe apenas uma notícia de um parágrafo. Gastou mais espaço, aliás, numa outra história sobre o luxemburguês que fez o golo da vitória: «O herói do Sheriff já foi apanhado em coma alcoólico ao volante! Os polícias ficaram sem palavras», pode ler-se em título.

A agência de notícia IPN trazia uma notícia de três parágrafos, o jornal Timpul era o único que lhe dava honras de primeiro ecrã, embora não gastasse também mais do que três parágrafos a falar do feito histórico, o Expresul nada que se visse: preferiu destacar uma história de futebol feminino.

A vitória do Sheriff no Santiago Bernabéu foi só o último, e sem dúvida mais improvável, feito de um clube que desconhece a fronteira dos limites: antes disso já tinha eliminado o Estrela Vermelha e o Dínamo Zagreb, e já tinha batido o Shakhtar Donetsk na primeira jornada.

A equipa vai por isso desafiando a lógica, jogo após jogo, numa daquelas narrativas que alimentam a crença de que tudo é possível. No futebol, no mundo, na vida. Não há impossíveis.

Ora esta história teria tudo para ser um conto de fadas, se houvesse alguém disponível para escrevê-la. A verdade é que na Moldávia natal, pelo menos, parece não haver.

«Mais depressa se dá destaque ao Sheriff na imprensa russa do que na imprensa moldava», conta José Coelho, jogador do Aliados de Lordelo, ao Maisfutebol, lembrando os anos que jogou no clube de Tiraspol.

O que é, de facto, verdade. A imprensa moldava dá um destaque mínimo à epopeia do Sheriff.

Porquê? Porque o Sheriff é tudo o que a Moldávia não quer que ele seja: um clube muito rico, no país mais pobre da Europa, que se alimenta com dinheiro que ninguém duvida ser sujo. Um clube ainda de uma região que se autoproclamou independente em 1990 e que vive à margem do país.

Para início de conversa, é preciso dizer que o Sheriff é de Tiraspol, a capital da Transnístria, uma região encravada na fronteira da Moldávia com a Ucrânia. Historicamente a Transnístria sempre foi próxima da União Soviética, enquanto o resto da Moldávia era próximo da Roménia.

Tanto assim que na Moldávia fala-se uma espécie de romeno e na Transnístria fala-se russo.

Em 1940, porém, os dois territórios foram anexados por Estaline, como República Soviética da Moldávia. O domínio soviético durou cinquenta anos, até à queda do regime em 1990. Nessa altura a Moldávia declarou a independência, a Transnístria abriu uma guerra que durou alguns meses e que acabou com a declaração de independência, não reconhecida por nenhum país da ONU.

A Transnístria é, portanto, um país que não existe. Mas é de facto um país: tem uma bandeira, com a foice e o martelo, um governo, uma assembleia, um exército, uma língua e uma moeda próprias.

«Dizer que a Transnístria vive nos anos 80 se calhar até é muito simpático», conta José Coelho.

«É um regime comunista puro, com ligações claras à Rússia, a arquitetura é da União Soviética, existem vários outdoors do Putin, estátuas do Lenine por todo o lado, várias bandeiras da Rússia. A Moldávia fala uma língua parecida com o romeno, na Transnístria fala-se o russo. Na Moldávia há uma moeda e na Transnístria é o rublo. Há soldados russos por todo o lado a garantir a ordem.»

No país mais pobre da Europa, onde o salário médio é pouco superior a 200 euros, a Transnístria é um caso particular: ainda mais pobre, mais atrasada, mais oprimida.

«Tiraspol é uma daquelas entradas da Rússia na União Europeia e vive num regime que eu não conheço em mais lado nenhum, e já vivi em muitos países. Para entrarmos em Tiraspol temos de passar dois postos de controlo», acrescenta José Coelho.

«Aterrámos em Chisinau, por exemplo. Depois para entrar na Transnístria temos de passar o primeiro posto de controlo da República da Moldávia e depois temos de passar um segundo posto de controlo da própria Transnístria, que é controlado por soldados russos. E são postos de controlo a sério, onde tem de se mostrar o passaporte, é revistado, o carro é revistado. Todos os carros param. Até os táxis.»

Ora foi nesta realidade, de um país dentro de um país, que nasceu o Sheriff.

Um clube singular, fundado em 1997 por dois antigos comandantes do KGB e que desde então ganhou 19 títulos de campeão da Moldávia em 21 possíveis. Um desses fundadores, Viktor Gusan, ainda é o dono do clube. Mas é muito mais do que isso.

Anatoly Dirun, diretor da Escola de Estudos Políticos de Tiraspol, disse à France Press que «Viktor Gushan é a pessoa mais influente da Transnístria», adiantando que ele controla os principais cargos de liderança na região, do parlamento aos lugares do primeiro-ministro e da presidência.

«A cidade é controlada por ele», resume José Coelho.

«Há dez anos, por exemplo, não havia Coca-cola, só havia Pepsi. Porque a Coca-cola não conseguiu a autorização dele para comercializar na região.»

Viktor Gusan aproveitou a proximidade dos regimes russos, que a função de comandante do KGB lhe tinha dado, para na onda de privatizações que se seguiu à queda da União Soviética ficar dono de várias empresas importantes. Dizem que o fez afastando a concorrência de outros interessados.

«Viktor Gusan tem um histórico criminal muito sombrio, mas se for aos nossos cemitérios verá que eles estão cheios de criminosos. Na altura não rastreámos quem matou quem e sim, não foi muito bonito, mas esta é a realidade da vida económica», disse, também à France Press, Valery Litskay, ex-ministro das Relações Exteriores da Transnístria.

Depois de fundar a empresa que viria a dar nome ao clube, Sheriff, com uma estrela dos antigos xerifes como símbolo, Viktor Gusan fez-se proprietário de várias empresas e foi enriquecendo. Hoje exporta caviar para os Estados Unidos e Japão, têxteis e materiais de construção para toda a Europa, para além de ser dono de todos os postos de combustível da região, da única rede móvel, da única rede de supermercados, de órgãos de comunicação, enfim.

Este monopólio nunca esteve isento de controvérsia, porém. A Foreign Policy diz que grande parte da fortuna de Gusan se deve ao contrabando de cigarros, álcool e armas no porto de Odessa.

«O dono do Sheriff não sai do Tiraspol para lado nenhum. Ou melhor, em 2012 só saía para ir às Maldivas, não sei porquê. Mas não ia a mais lado nenhum, andava sempre coberto de guarda-costas e a casa dele tinha mais pontos de vigia do que um forte.»

Certo, certo é que, em 1997, fundou o clube, que rapidamente se tornou um caso de sucesso no futebol moldavo. Uma equipa sem rival no campeonato local.

«O Sheriff é o único clube realmente rico da Moldávia. Tiraspol é uma cidade apagada, triste, que vive nos anos 80. O Centro de Treinos de Tiraspol é algo que só visto. O do Sporting ou do FC Porto, por exemplo, não são melhores. Em Portugal só o do Benfica se equipara», refere Coelho.

«Quando estive no clube, em 2012, só o Centro de Treinos do Tottenham, que era recente, tinha uma área equiparável à do Sheriff. É algo de verdadeiramente assustador.»

O clube tem, de resto, três estádios. Um todo coberto para jogar no inverno. Um outro em que disputa os jogos domésticos. E um terceiro, mais recente, ao estilo inglês, só para jogar as competições europeias. Para além disso tem um hotel, restaurantes, uma clínica, doze campos relvados, vários campos sintéticos, ginásios, piscinas, enfim.

«Depois saímos do complexo e a cidade é uma pobreza extrema. É preciso algum estômago para aguentar aquilo. Ou vivíamos naquela bolha que é o Centro de Estágio, ou se pensássemos que a nossa vida não era só o futebol já se tornava difícil acordar de manhã.»

Há histórias que José Coelho não esquece, aliás.

«Um dia vinha a sair do Centro de Treinos e encontrei uns miúdos que tinham saído da escola. Pediram-me dinheiro. Não eram pedintes, eram crianças que estudavam e estavam a pedir dinheiro. Eu meti a mão à carteira e dei-lhes uma nota que valia um ou dois euros. Disse ao miúdo que era para dividir por todos. O miúdo viu a nota... e começou a fugir com ela. Os outros começaram a correr atrás dele, eu a gritar que era para todos e a pensar o que tinha feito, que se o apanhavam os outros iam desfazê-lo. Por causa de um ou dois euros. Isto mexeu muito comigo», conta.

«Outra coisa, quando lá chegávamos davam-nos um dossier para escolhermos carro. Podíamos escolher um Mercedes topo de gama, o que quiséssemos. Havia tudo. Mas só podíamos andar com o carro em Tiraspol. Porquê? Eram carros roubados. Em Tiraspol não havia problema, o dono do clube é que mandava, mas se saíssemos com ele para outras cidades podia ser confiscado.»

José Coelho adianta que as condições dos jogadores eram muito boas, mas sublinha que a exigência também era militar. Cada jogador tinha, por exemplo, um peso determinado pelo clube.

«Diziam-te que o teu peso ideal era, vamos imaginar, 70 quilos. Todos os dias te controlavam, se um dia pesasses 70,1 quilos, multavam-te em 50 dólares. Se no dia seguinte estivesses outra vez acima do peso, multavam-te em 100 dólares, e assim sucessivamente. O João Pereira, que esteve lá comigo, era central, era fisicamente forte e teve de levar uma carta da Federação a dizer que o peso ideal dele era 80 ou 85 quilos.»

Além disso, em dia de jogo, a pressão arterial de todos os jogadores era medida logo de manhã. Se estivesse alta, o atleta era obrigado a fazer o teste do balão para despistar presença de álcool.

Ora bem vistas as coisas, trata-se um clube com uma história muito singular, num país ainda mais invulgar. O que tem feito na Liga dos Campeões é verdadeiramente extraordinário, ultrapassa toda a lógica e é um poema ao encanto do futebol.

É verdade que na Moldávia ninguém quer saber, um leitor, num comentário à notícia de três parágrafos no jornal Timpul, dizia que «são só estrangeiros comprados com dinheiro sujo», mas a Europa não consegue parar de abrir a boca de espanto perante tão grandes feitos.

O Sheriff está a dar-nos uma lição de geografia, geopolítica... e futebol. Lição que o SC Braga vai colocar à prova, agora  no play-off de acesso aos oitavos de final da Liga Europa.

em: https://maisfutebol.iol.pt/amp/reportagem/sheriff-tiraspol/sheriff-um-clube-a-fazer-historia-num-pais-em-que-ninguem-quer-saber


Lipeste

O Jogo





Off-topic








Lipeste

16/12/2021








Lipeste

academiadasapostas.com

Boavista e Braga enfrentam‑se no Estádio do Bessa Século XXI, num jogo para esta fase da Taça da Liga (Fase de grupos). O historial de confrontos diretos disputados neste estádio favorece a equipa visitante, que nos últimos 6 jogos ganhou 3, empatou 1 e perdeu 2. De facto, no último confronto neste estádio, num jogo para a Liga Portugal Bwin, a 28‑12‑2020, o Sporting Braga conseguiu vencer, por (1‑4). Os golos do jogo foram marcados por C. Castro (66' ) para o Boavista e por R. Horta (26' e 69' ), Paulinho (4' ) e I. Medeiros (15' ) para o Braga. É necessária atenção especial para a condição casa/fora, já que ambas as equipas apresentam resultados significativamente diferentes nos seus jogos em casa e fora.

O cenário mais provável para este desafio será o Braga vencer. É certo que o Boavista costuma conquistar bons resultados nos seus jogos caseiros, todavia, nesta partida recebe um oponente com um plantel muito superior. De salientar que os bracarenses atravessam um momento mais positiva da temporada. Deste modo, não será de estranhar que a turma forasteira entre bastante motivada e acabe por conquistar a vitória.

Análise Boavista

Depois de 1 vitória, a equipa da casa chega a esta 3ª jornada na 1ª posição do Grupo C, com 3 pontos conquistados. Na jornada anterior, ganhou fora contra o Paços de Ferreira por (1‑2), depois de no primeiro jogo desta fase de grupos ter ganho por (2‑0) em casa contra o Portimonense. Esta é uma equipa afetada pelo fator casa, mais forte quando joga com o apoio dos seus adeptos, já que nos últimos 30 jogos regista 4 vitórias, 3 empates e 8 derrotas como visitante, com 17 golos marcados e 29 sofridos; contra 6 vitórias, 6 empates e 3 derrotas no seu estádio, com 22 golos marcados e 14 sofridos. No último jogo que disputou, para a Liga Portugal Bwin, perdeu com o Sporting CP fora por (2‑0). Nos últimos 10 jogos em casa o Boavista regista 4 vitórias, 5 empates e 1 derrota. A solidez defensiva não tem sido o seu ponto forte, já que sofreu golos em 9 dos últimos 10 jogos, mas o seu ataque tem marcado com regularidade, já que marcou golos em 7 dos últimos 10 jogos. Nos 15 jogos que disputou, apenas conseguiu 1 reviravolta nos 8 jogos em que sofreu o primeiro golo.

O Boavista entra nesta partida com uma derrota, por 2-0, na viagem ao terreno do Sporting, a contar para o campeonato português. De salientar que os axadrezados necessitam somente de um empate para avançar na Taça da Liga. Normalmente a turma da casa opta por atuar num tradicional 3-4-3, onde os três intervenientes mais avançados são Kenji Gorré, Gustavo Sauer e Yusupha Njie. Por jogar frente a um oponente superior, adivinha-se que o Boavista adote uma postura mais cautelosa, com o objetivo de não se desequilibrar. O técnico Petit não pode contar com Fran Pereira, Miguel Reisinho e João Gonçalves, todos com problemas físicos.

Análise Braga

A equipa visitante disputa o seu segundo jogo do Grupo C, depois de ter empatado por (0‑0) no seu primeiro jogo nesta fase de grupos, contra o Paços de Ferreira. Esta é uma equipa afetada pelo fator casa, mais forte quando joga com o apoio dos seus adeptos, já que nos últimos 30 jogos regista 5 vitórias, 5 empates e 5 derrotas como visitante, com um total de 19 golos marcados e 18 sofridos; contra 9 vitórias, 5 empates e 1 derrota no seu estádio, com um total de 35 golos marcados e 14 sofridos. A equipa chega a este encontro depois de uma derrota fora com o Porto por (1‑0). Nos últimos 10 jogos disputados fora para todas as competições, o Braga ganhou 4, empatou 2 e perdeu 4. O seu ataque tem marcado com regularidade, já que conseguiu concretizar em 8 dos últimos 10 jogos. Em 15 jogos, sofreu o primeiro golo 5 vezes e apenas conseguiu 1 reviravolta.

A turma do Braga entra nesta partida com uma derrota, por 1-0, na viagem ao terreno do FC Porto, a contar para o campeonato português. De salientar que os bracarenses necessitam de vencer para avançar na Taça da Liga. O mister Carlos Carvalhal costuma atuar num 3-4-3, privilegiando um estilo de jogo mais pausado, atacando através do corredor central. As três setas apontadas à baliza do "inimigo" serão Ricardo Horta, Abel Ruiz e Lucas Piazon, sendo que o interveniente responsável por definir e conduzir as investidas da sua equipa é o médio André Horta. De fora deste jogo estão Galeno, André Castro, Leonardo Buta, David Carmo e Nuno Sequeira, todos com problemas físicos.

Estatísticas:
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