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JOÃO PINTO RESCINDE CONTRATO

Started by A.COSTA, 22 de February de 2008, 20:08

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Satmar

Estou algo curioso por ouvir as palavras do JVP, mas parece-me que ele não ficou lá muito satisfeito por ver o seu nome envolvido nos jornais, aquando da sua ida ao Canadá. Enfim, para mim é uma pena ver o JVP abandonar o nosso clube antes do final da época. Estamos numa fase onde todos são precisos e para a posição 10, sinceramente, não vejo ninguém. César Peixota até tem perfil para isso, falta-lhe sim a condição física.
Força Braga!!!

Olho Vivo

#41
Quote from: disco infiltrator on 27 de February de 2008, 21:29
Pedro e outros,


Para terem uma noção do que representou a passagem do JVP pelo SCB, nas transmissões de jogos internacionais no Brasil, o SCB era regularmente referido como o "time onde joga João Pinto".

Ou seja, a imagem do JVP em termos internacionais é  superior à  imagem do prório SCB. O que é normal. O facto do SCB ter tido no seu plantel um jogador como o JVP, ajudou a alargar a sua imagem e a dar-se a conhecer ao mundo de futebol duma outra forma.

Futebolisticamente poderá não ter rendido o que renderia antes mas com certeza que ajudou a que muitos adeptos do futebol começasem a reparar e a fixar o nome "Braga". Podem ter a certeza que isso ajuda a fazer um clube crescer.


Claro que esse investimento não se justificaria se o JVP fosse um "peso morto" no SCB e estivesse no SCB a fazer turismo. Não foi esse o caso. Sempre foi esforçado e revelou ser um grande profissional Não lhe podem é pedir para correr o que corria antes. Além do mais o JVP chegou no momento errado ao SCB. Quem hoje joga bem no SCB? Quem hoje corre no SCB?
Se o JVP estivesse em Braga com o Jesualdo, com os niveis de motivação da equipa altos, com certeza que teria rendido bastante mais.

Continuo a achar que a passagem do JVP pelo SCB só foi positiva. No entanto, concordo que neste momento a decisão dele foi a mais indicada.






Percebo o que dizes e respeito a tua opinião. Mas não concordo com ela exactamente pelas razões que apontaste. Elas tornam claro que JVP e outros, a partir de então, foram contratados por razões que uma gestão desportiva claramente definida não validou. Tenho a certeza de que a sua contratação não foi "aconselhada" por Carvalhal. A responsabilidade pela contratação de JVP terá sido do presidente (só pode, uma vez que João Pinto não tinha à altura empresário), sem ter em conta qualquer critério desportivo, porventura a pensar no marketing.

E como dizes, a imagem de JVP é maior que a imagem do clube. Se isso tem a vantagem que apontaste também cria problemas ao técnico. Optar por não utilizar um jogador com esta projecção dificilmente seria aceite quer pelos responsáveis directivos quer pela massa associativa. Creio que começou aqui o fim de Carvalhal. Um técnico deve ser fiel às suas ideias. Se isso implicar não querer no plantel alguns bons jogadores mas que não caibam nas ideias do técnico, pois seja! Não nos podemos esquecer que o Braga tinha uma rotina de três temporadas jogando num 4-3-3 "clássico". Carvalhal tentou de início compatibilizá-lo com JVP mas isso revelou-se um equívoco. JVP pura e simplesmente não encaixava no puzzle. Quando se vê hoje jogar o V.Setúbal de Carvalhal (embora com exigências inferiores às nossas) percebe-se que não há lugar naquela equipa para um jogador com as características de JVP. A entrada de JVP obrigaria sempre a uma mudança de sistema e modelo de jogo, o que em minha opinião, seria sempre uma estupidez - jogar três épocas de hábitos fora!!!!

Não está em causa o jogador, mas as necessidades da equipa. Bons jogadores há às centenas mas nem todos se ajustam a uma determinada ideia de equipa - e nem sempre é fácil compatibilizar no terreno um grupo de jogadores. Já apontei várias vezes o exemplo do Real Madrid dos galácticos. Do ponto de vista estritamente financeiro, grande golpe de marketing, sucesso absoluto; do ponto de vista desportivo, verdadeiro fracasso (pelo menos, relativamente às expectativas). Mas não eram todos aqueles galácticos bons jogadores!? Eram, verdadeiros fora-de-série. Mas como fazer daquele grupo de jogadores uma equipa? Do ponto de vista desportivo, aqueles nomes eram uma verdadeira necessidade? A resposta para mim é claramente negativa...

Evidentemente, o que está aqui em causa são as prioridades da SAD e o caminho escolhido para crescer: marketing ou futebol? A SAD escolheu atalhar caminho, trazendo "glamour" para a equipa (estando obviamente convencida que o aspecto desportivo viria de mãos dadas). Erro crasso, em minha opinião. Normalmente os atalhos dão asneira, sobretudo quando quem toma as decisões não tem em consideração aquilo que é o fundamento da SAD e do clube: a actividade desportiva propriamente dita. Tanto é assim que, hoje se percebe perfeitamente, que desta aposta vais sobrar pouquíssimo: não creio que tenhamos ganho por isso grande coisa em termos de base de apoio (embora admita que do ponto de vista financeiro pode ter tido algum retorno); mas temos uma equipa desconjuntada, com um comportamento desportivo abaixo das expectativas, a necessitar de uma considerável renovação (o que também tem custos a vários níveis).

Eu preferiria que tivéssemos escolhido outro caminho, mais criterioso no plano desportivo, apostando paralelamente em acções que promovessem o crescimento do clube - como parece que se começa a entender agora(?) - sem alimentar expectativas irrealistas. É um caminho mais longo mas porventura mais seguro. Está ainda por apurar o custo (actual e futuro) da opção tomada pela SAD de há duas épocas a esta parte...

Dito isto, para que não fiquem dúvidas, nada desta minha crítica belisca o João Pinto. Independentemente de ter cá chegado numa fase claramente descendente da sua carreira, a crítica deve ser dirigida a quem tomou a opção de o contratar, iniciando aí uma política desportiva desastrosa. A entrada de JVP, pelo seu mediatismo, marca apenas o início de uma fase em que o critério desportivo foi subalternizado face a outros objectivos - quando paradoxalmente se exigia mais à equipa em termos de rendimento desportivo. Creio que neste momento o erro desta opção já é por todos perceptível, mesmo por quem escolheu este caminho...

Agora, também não posso cair no erro contrário. Para mim, JVP foi apenas mais um jogador que por cá passou, tão respeitável como outros. Não creio contudo que mereça do clube ou dos adeptos um tratamento especial na hora da despedida tal como deveriam merecer (ou ter merecido) algumas figuras que ficarão na história do clube. Independentemente do seu rendimento presente (e de falhas que possam ter cometido), figuras como Paulo Santos, Vandinho e João Tomás (para falar entre outros  nos que são hoje mais criticados) fazem parte da história de sucesso dos últimos anos. E se isso não os iliba da crítica, exige-se que tenhamos memória...


NOTAS:

1. Tenho praticamente a certeza de que Jesualdo Ferreira não aceitaria João Pinto no seu plantel. Não faz sentido, olhando para aquele que tem sido sempre o seu modelo e sistema de jogo preferencial por onde tem passado. Aliás, se bem te recordas, JVP saiu do Boavista numa altura em que era Jesualdo o seu timoneiro. Questão financeira? Certamente, mas não só, estou convencido. Jesualdo tem alguns defeitos de que não gosto mas se há qualidade que tem é a de ser fiel a uma ideia de colectivo. Creio que não pactuaria com a entrada de um jogador apenas pelo facto de ser... bom jogador caso, no seu entender, não se enquadrasse nas necessidades da sua equipa... Admito até que possa ter sido esta uma das razões para a sua saída...

2. Creio que JVP, nesta época, já não contava para a SAD (e por maioria de razão para o técnico) de há uns meses a esta parte. Tenho por isso alguma expectativa relativamente às suas palavras no programa "Pontapé de Saída" da RTPn (hoje às 22h30 e não às 21h30). Mas de qualquer forma lamento ler algumas palavras nos jornais que zurzem no nosso clube porque "JVP merecia ter saído do futebol português por outra porta". Ora, JVP está em Braga há cerca de um ano e meio, onde teve um rendimento discreto e irregular. E ao nosso clube caberia proporcionar-lhe a saída pela porta grande, depois de ter sido "corrido" de Benfica, Sporting, Boavista e... selecção nacional!? Tenham paciência...

2378

Quote from: Pedro Ribeiro on 28 de February de 2008, 15:30

2. Creio que JVP, nesta época, já não contava para a SAD (e por maioria de razão para o técnico) de há uns meses a esta parte. Tenho por isso alguma expectativa relativamente às suas palavras no programa "Pontapé de Saída" da RTPn (hoje às 22h30 e não às 21h30).

o Pedro tem razão, é ás 22:30, vi mal  :P

já mudei no meu post

Pedro_RBA

Eu vi ontem a entrevista e sineramente gostei.. Deu pa recordar os bons golos que o artista marcou ao longo da sua carreira e saber que este jogador que foi bi-campião de sub-20, e que fez mais de 700 jogos na nossa Liga principal acabou a sua carreira em Portugal no nosso ENORME

Saudações Ultras

JotaCC



"Seria mentira dizer que o dinheiro não conta"


Entrevista com João Vieira Pinto, futebolista


Já sabe para onde vai jogar?

Ainda é muito cedo. Rescindi com o Sporting de Braga há uma semana, tenho estado em contacto com alguns clubes e aguardo, neste momento, propostas definitivas.

Qual é a hipótese mais forte: Toronto ou Arábia?

Há várias hipóteses. Irei para onde me derem melhores condições. A mim e à minha família.

Continua a dizer que só quer jogar mais um ano?

Sim, um ano.

Começou a jogar futebol profissional muito jovem. Ao fim de tantos anos de carreira ainda gosta realmente de jogar?

Ainda gosto, mas se tiver de terminar agora mesmo, tudo bem. Estou preparado para jogar mais um ano como estou preparado para acabar já.

Parar já também é uma possibilidade?

Claro. Neste momento está tudo em aberto.

No início da carreira foi para Espanha e deu-se mal. Depois nunca quis sair de Portugal e agora, no final, dispõe-se a fazê-lo. Não receia que volte a correr mal?

Os tempos mudam e a forma como olhamos para a vida também. Já não sou a pessoa que era há uns anos. Por outro lado, a globalização tornou mais fácil trabalhar lá fora.

Que leva um jogador da sua idade e com o seu currículo a escolher o Médio Oriente ou Toronto? É o dinheiro?

É o desejo de jogar mais algum tempo e é também, obviamente, a parte financeira. Estava a mentir se dissesse que isso não conta.

Para onde for vai levar a família?

Sim, não concebo a minha vida sem a minha família.

Não teve convites de clubes nacionais?

Nem me preocupei com isso porque já tinha decidido que esta seria a última época em Portugal e assim será. Não volto a jogar em Portugal.

É um dos futebolistas com mais jogos nos campeonatos portugueses. Ficou muito perto (a dez jogos) de bater o recorde de Manuel Fernandes e de António Sousa... Custa?

Tenho pena, sobretudo por ser uma margem tão curta, mas não me preocupa.

O que lhe apetece dizer no momento em que deixa o futebol português?

Que tentei sempre ser um profissional sério e que dei sempre tudo ao futebol e às camisolas que vesti.

Ficou alguma coisa por dizer na conferência de imprensa em que explicou a razão da rescisão com o Braga?

Não. Depois da minha viagem aos Estados Unidos e depois de ter estado parado por causa da lesão, entendi que deveria rescindir e não jogar mais em Portugal. É uma boa altura para reorganizar a minha vida pessoal e profissional. Até porque não sou capaz de estar num clube a meio tempo.

Foi uma boa experiência este tempo que passou no Braga?

Valeu a pena. Aprendi muito e no meu primeiro ano de clube conseguimos atingir uma fase final da Taça UEFA, facto histórico no Braga.

Chegou ou não a ser castigado por ter estado até mais tarde numa festa?

Não há nada a dizer sobre isso.

Foi colega de selecção de Jorge Costa e foi treinado por ele no Braga. Sempre tiveram um bom relacionamento no Braga?

Sempre muito bom. É assim desde miúdos.

Continuam a ver-se e a falar?

Falamos de vez em quando.

Apercebeu-se de que ele iria ser despedido?

Sabia mais ou menos como é que as coisas estavam a correr.

Foi uma injustiça?

São assuntos que me ultrapassam, mas fiquei triste, quer como amigo dele quer por achar que ele tem muitas capacidades.

Conhece bem os dérbis de Lisboa. Paulo Bento ou Camacho?

Os dérbis são jogos diferentes até porque são mais mediatizados e isso tem efeitos nas equipas. Há até uma tendência para ganhar a equipa que está numa pior fase.

O Sporting?

Em termos de fases, penso que as duas estão muito equilibradas.

Qual foi a melhor equipa do Benfica que integrou?

Nos meus dois ou três primeiros anos, o Benfica era uma superequipa. A de 1995, quando conquistámos a Taça, também.

E a do Sporting?

Aquela em que fui campeão, na época 2001/02.

O dérbi mais marcante foi o dos 6-3 (vitória do Benfica, com hat trick de João Pinto)?

Foi. Não esqueço esse jogo.

Como jogador do Benfica qual era o jogador do Sporting que melhor o marcava e vice-versa?

Costumava ser o Peixe a marcar-me. Ao contrário, não me lembro de ter grande marcação.

O que é que nunca vai esquecer de uma carreira tão longa?

Os títulos, a começar pelos dois campeonatos do Mundo de sub-20 e as lesões.

Já disse que não gostaria de ser treinador. Gostaria de continuar ligado ao futebol a fazer o quê?

Não sei. Depende do que surgir. E não faço questão que apareça alguma coisa relacionada com o futebol.

Vê-se como um homem de negócios?

Vejo e muito provavelmente até será isso que vou ser a tempo inteiro. Penso que já tenho um bocadinho de experiência e é uma coisa que gosto de fazer.

Gostava de ser presidente de um clube?

Não.

Nem do Boavista?

Não.

Gostou de estar no Braga. E gostou de regressar ao Boavista ou arrependeu-se?

Não me arrependi, mas foi diferente porque as circunstâncias foram diferentes.

Não foi tão bem tratado como no Sporting de Braga?

Não, não fui tão bem tratado.

Carlos Queiroz diz que os jogadores da geração de ouro têm a obrigação de tentar mudar o futebol português para além dos relvados. Concorda?

Concordo que tem de se mudar as mentalidades no futebol português e gostaria muito que colegas meus ajudassem porque o podem fazer muito bem. Quer em clubes quer na federação ou na Liga.

Paulo Sousa já disse que se vê como presidente da FPF...

Por exemplo, assim como Rui Costa no Benfica. Há que ir por aí.

Qual é a maior desilusão que leva do futebol português?

Nenhuma.

E perdeu algum amigo no futebol?

Não. Se tivesse perdido, é porque não era grande amigo.

Qual foi o jogador com quem mais gostou de jogar?

Joguei com tantos e tão bons que seria injusto especificar.

Qual o conselho mais importante que deu ao seu filho, também futebolista?

Que se divirta com esta profissão e aproveite todas as oportunidades que surgirem.

Perdoa com facilidade?

Não sou de rancores.

Cumprimenta Vale e Azevedo, o responsável pela sua saída do Benfica?

Um dia cruzei-me com ele num posto de gasolina. Bateu-me nas costas e cumprimentei-o.

E cumprimentaria Scolari, o homem que o afastou da selecção?

Nem o conheço.

Gostaria de lhe dizer alguma coisa?

Não o conheço e o silêncio também quer dizer muita coisa.

E à selecção?

Que lhes desejo o melhor.

No próximo Europeu é possível ficar no pódio?

A fasquia está muito elevada e o País já não se contenta com menos.

Vai ser o Europeu de Cristiano Ronaldo?

Cristiano é um grande jogador que teve, também, a sorte de ter ido para um clube que o está a educar da melhor forma.

Como gostava de ser lembrado pelas gerações seguintes?

Como um bom profissional, que sempre teve um prazer enorme a jogar futebol e que sempre fez aquilo que melhor sabia também para dar prazer aos outros.

Depois de si, já apareceu outro jogador a quem reconheça semelhanças?

Sinceramente, acho que não. Não estou a querer dizer que sou ou fosse o melhor até porque temos grandes jogadores. Estou apenas a dizer que não vejo jogadores com as minhas características ou como eu era há uns anos.