Hesitei em abrir um tópico de discussão sobre as opções tácticas da equipa uma vez que esta discussão tem estado dispersa por diversos tópicos (nomeadamente os relacionados com as últimas partidas da equipa). Apresento a propósito uma crónica do Carlos Daniel publicada no jornal Record que, abordando o papel do número 10 no futebol de hoje, em termos genéricos, toca naquilo que eu penso que é uma das grandes debilidades da estruturação da nossa equipa. Aqui fica:
http://img91.imageshack.us/my.php?image=10pq4.jpg
Chamo a atenção para uma frase: "O 10 do losango é mais avançado do que médio". Ora, do meu ponto de vista os homens que podem desempenhar o papel de nº 10 no nosso plantel são justamente, do meu ponto de vista, mais avançados do que médios (sobretudo João Pinto e Jorginho, talvez menos Hussaine). E essa é uma das razões pelas quais, a meu ver, o nosso colectivo funciona mal e é desequilibrado porque não existe uma estrutura que suporte devidamente um nº 10 com essas características...
O Braga a jogar em 4-3-3 não precisa de um número 10 típico, se tivermos como o exemplo o fcp, não há um número 10 e o que mais se aproxima disso é o Lucho e acho que esse é o problema do Braga.
A terceira unidade do meio campo tem que ter algumas características de nº10 e algumas de nº8 e no actual plantel não há ninguém assim.
Agora a jogar em 4-4-2 acho que temos jogadores para essa posição (JVP e Jorginho) não sei é se o JC vai mudar para este sistema.
Quote from: Kramer on 14 de October de 2007, 14:07
A terceira unidade do meio campo tem que ter algumas características de nº10 e algumas de nº8 e no actual plantel não há ninguém assim.
O mais parecido para fazer essa posição é o Vandinho...
Há uma 3ª via que poderá contornar esse problema: 4-2-3-1!!
Dois médios mais defensivos, 2 alas e o Jorginho no meio.
Assim, colmata-se a inoperância defensiva do "nº 10" e o jogo ganha mais profundidade e largura no campo.
Quote from: Gambit on 14 de October de 2007, 14:12
Há uma 3ª via que poderá contornar esse problema: 4-2-3-1!!
Dois médios mais defensivos, 2 alas e o Jorginho no meio.
Assim, colmata-se a inoperância defensiva do "nº 10" e o jogo ganha mais profundidade e largura no campo.
ai tá!
Quote from: Kramer on 14 de October de 2007, 14:07
O Braga a jogar em 4-3-3 não precisa de um número 10 típico, se tivermos como o exemplo o fcp, não há um número 10 e o que mais se aproxima disso é o Lucho e acho que esse é o problema do Braga.
A terceira unidade do meio campo tem que ter algumas características de nº10 e algumas de nº8 e no actual plantel não há ninguém assim.
Agora a jogar em 4-4-2 acho que temos jogadores para essa posição (JVP e Jorginho) não sei é se o JC vai mudar para este sistema.
O dilema é esse. o 4-3-3 de Jesualdo apresenta, para além do trinco, dois homens de transição que jogam de perfil, podendo um deles ter capacidade para pautar o jogo, mas sempre com missão de cobertura - cabendo a um deles a meia direita, ao outro a meia esquerda. Esse jogador no Porto é Lucho que não é verdadeiramente um número 10 - no Braga de Jesualdo foi João Alves e, quando em condições, Hugo Leal.
O nosso 4-3-3 actual não se estrutura da mesma forma porque não temos esse tipo de jogador no plantel - ou por outra, apenas temos um, que contudo não tem o estatuto nem (hoje) a capacidade física para impor a sua presença~no onze (Castanheira). Jorge Costa apresenta um nº 10 destacado (seja JVP, seja Jorginho) mas a equipa não tem uma estrutura que suporte essa opção e permita o necessário equilíbrio defensivo. Jorge Costa parece tentado a colmatar essa fragilidade "obrigando" Vandinho a jogar de perfil com Madrid num 4-2-3-1. Não chega porque não temos alas com capacidade para assegurar as necessárias compensações que esse sistema precisa - Wender, Lenny, Zé Manel (que para mim nem é um verdadeiro ala) não têm nem capacidade física, nem vocação ou rotinas para o fazerem.
Soluções? Do meu ponto de vista, ou o regresso ao 4-3-3 clássico ( o que implica "excluir" JVP e, talvez Jorginho - embora este seja mais versátil e possa jogar noutras posições) ou alterar o sistema e modelo de jogo para um 4-4-2 em losango que permita acomodar um número 10 com as características dos que dispomos. O problema é que não há muito tempo para sistematizar estas alterações e não é crível que o plantel assimile rapidamente estas mudanças. Contudo, parece-me que ponderados os riscos de mantermos a nossa actual forma de jogar, creio que vale a pena optar por outro sistema...
Pedro, na questão dos alas sou da opinião que se o Peixoto avançasse no terreno, entrando o C. Fernandes para titular, o lado esquerdo estaria bem servido.
No lado direito, embora também ache que o Zé Manel não seja um ala puro mas sim um avançado móvel, com liberdade para descair para as linhas, faz muito bem a posição de ala, embora neste momento as coisas não lhe estejam a sair nada bem. Mas isso são fases...
Um dos problemas deste plantel é esse, mas quando ele foi feito já devia ter sido feito a pensar na táctica em que íamos jogar... E é isso que ainda estou para perceber como é que o J.C queria jogar com um 4--3-3 com o vértice defensivo com um dos interiores a ser jogador de rasgos e não um jogador de fazer jogar! Já que não temos um jogador com perfil pra jogar ao lado do Vandinho, temos de mudar de esquema ou pra um 4-4-2 ou pra um 4-2-3-1 com o Jorguinho ou o J. Pinto nas costas do ponta de lança. Nós não temos nenhum Juliano, João Alves ou Lucho por isso não podemos jogar como nas épocas passadas, temos que encaixar os jogadores que temos. Na minha opinião mudava pra um 4-2-3-1 pk estar a ganhar rotinas de 4-4-2 no meio de uma época parece--me muito perigoso... Não estou a dizer que é melhor ou pior, só estou a dizer que é mais difícil de por a maquina a funcionar num 4-4-2. E depois em dezembro podemos ir as compras e trazer o tal 8/10 que tanta falta nos faz... Mas se assim for que vamos fazer ao Jorguinho, encosta-lo na ala, acho que é um desperdício... Já pra não falar do J.Pinto.
Agora com JTomas apto, eu apostava num 4-4-2...mais homens no meio-campo é o que o Braga precisa.
Repara-se:
PSantos
JPereira PJorge Rodriguez CPeixoto
Madrid
Hussaine/Jorginho/JVP Vandinho
JVP/Jorginho
Linz JTomas
Tinhamos coesão no meio-campo, e um ataque de luxo...
Quote from: Pedro-SCB on 14 de October de 2007, 14:55
Agora com JTomas apto, eu apostava num 4-4-2...mais homens no meio-campo é o que o Braga precisa.
Repara-se:
PSantos
JPereira PJorge Rodriguez CPeixoto
Madrid
Hussaine/Jorginho/JVP Vandinho
JVP/Jorginho
Linz JTomas
Tinhamos coesão no meio-campo, e um ataque de luxo...
Nunca poderíamos jogar com o Hussaine/Jorguinho/JVP a interiores, se a 10 já tem pouca capacidade de pressão e de ocupação de espaços... No máximo podíamos jogar com o C.Peixoto ou Castanheira a interior esquerdo e o Vandinho a interior direito.
Quote from: jorgexina on 14 de October de 2007, 15:09
Nunca poderíamos jogar com o Hussaine/Jorguinho/JVP a interiores, se a 10 já tem pouca capacidade de pressão e de ocupação de espaços... No máximo podíamos jogar com o C.Peixoto ou Castanheira a interior esquerdo e o Vandinho a interior direito.
Nós não jogamos com nº10...
Madrid
Jorginho Vandinho
Ze Manel Wender
Linz
É mais ao menos assim que jogamos...
Quote from: Pedro-SCB on 14 de October de 2007, 15:13
Quote from: jorgexina on 14 de October de 2007, 15:09
Nunca poderíamos jogar com o Hussaine/Jorguinho/JVP a interiores, se a 10 já tem pouca capacidade de pressão e de ocupação de espaços... No máximo podíamos jogar com o C.Peixoto ou Castanheira a interior esquerdo e o Vandinho a interior direito.
Nós não jogamos com nº10...
Madrid
Jorginho Vandinho
Ze Manel Wender
Linz
É mais ao menos assim que jogamos...
Sim.. queria-me referir ao 8/10. Ao interior que tem a função de apoiar mais o ponta de lança.
Ora aí está uma questão pertinente que me faz ter vontade em comentar!
Retornemos ao tempo de Jesualdo...o nosso ENORME jogava num típico sistema 4-3-3, como já foi dito com dois "8" e nenhum 10 (primeiro Vandinho e João Alves depois Vandinho e Hugo Leal). Note-se que Jesualdo ainda tentou jogar com um jogador mais criativo na zona central do terreno (leia-se Jaime), um pouco ao jeito dos dois últimos anos, com os resultados a não serem os melhores. Apartir daí Jesualdo fez derivar o nosso médio criativo para uma ala, sendo muito criticado na altura (por mim inclusivé), com os resultados que todos conhecemos.
Quando Jesualdo saiu e com a chegada de Carvalhal e João Pinto, passámos a tentar jogar novamente com um número 10 na zona nevrálgica do terreno. Nunca conseguimos ser a equipa que fomos em anos anteriores, na minha opinião porque nunca conseguimos controlar o meio campo. Sejamos realistas...o João Pinto foi um grande jogador, e ainda é um bom jogador, mas não nos benificia a jogar num meio campo a 4-3-3 porque simplesmente não defende. Mas a culpa não é dele...o João dá o que pode e contra isso nada podemos dizer. A questão que se coloca é a do tão em voga 4-4-2 em losango. No entanto, e no meu entender, o plantel não está construído para jogar neste sistema. Não temos ninguém para jogar nos vértices laterais do losango para além do Vandinho e, possivelmente do Castanheira.
A minha questão é que fizemos muitas e boas contratações para este ano e descuramos dois aspectos, para mim, essenciais: falta um médio de transição (para não falar na questão do defesa central).
Quote from: Pedro-SCB on 14 de October de 2007, 15:13
Nós não jogamos com nº10...
Madrid
Jorginho Vandinho
Ze Manel Wender
Linz
É mais ao menos assim que jogamos...
Não. O nosso actual sistema táctico fica a meio caminho entre o 4-3-3 "clássico" que apresentas e o 4-2-3-1:
Madrid
Vandinho
JVP/Jorginho
Zé Manel/Hussaine Wender
Linz/JT
dependendo da dinâmica de jogo, Vandinho ora se junta a Madrid em funções defensivas, ora avança para uma posição (quiase) de perfil com JVP ou Jorginho. Mas nenhum destes, quando joga é um interior direito!!!! Não têm de resto vocação para o serem, sobretudo JVP - Jorginho fê-lo por vezes com Jesualdo no Porto mas não estou seguro que garanta essa posição com competência. E é nesta nuance táctica (ditada pelas características do actual plantel) que reside a nossa menor coesão defensiva face ao 4-3-3 de Jesualdo...
Não estou a dizer evidentemente que um sistema é melhor que o outro. Mas um e outro têm exigências diferentes do ponto de vista táctico. O 4-3-3 "clássico" é bem menos exigente para os alas do que o actual sistema (e bem assim o 4-2-3-1) porque há uma ocupação dos espaços (a toda a largura do campo) mais racional. Com o actual sistema, precisaríamos de alas do estilo de um Cristian Rodriguez (Benfica) ou de um Sérgio Conceição (dos velhos tempos) com pulmão, disponibilidade defensiva e capazes de ocuparem posições mais interiores quando necessário fazer a compensação a meio-campo. Não os temos...
Quote from: pparaiso on 14 de October de 2007, 15:20
Quando Jesualdo saiu e com a chegada de Carvalhal e João Pinto, passámos a tentar jogar novamente com um número 10 na zona nevrálgica do terreno. Nunca conseguimos ser a equipa que fomos em anos anteriores, na minha opinião porque nunca conseguimos controlar o meio campo. Sejamos realistas...o João Pinto foi um grande jogador, e ainda é um bom jogador, mas não nos benificia a jogar num meio campo a 4-3-3 porque simplesmente não defende. Mas a culpa não é dele...o João dá o que pode e contra isso nada podemos dizer. A questão que se coloca é a do tão em voga 4-4-2 em losango. No entanto, e no meu entender, o plantel não está construído para jogar neste sistema. Não temos ninguém para jogar nos vértices laterais do losango para além do Vandinho e, possivelmente do Castanheira.
Concordo plenamente. O plantel é demasiado "curto" para o 4-4-2 losango. Mas também não foi bem estruturado para qualquer das alternativas tácticas que estamos a discutir!!!!
Não há muitas opções para os vértices laterais do losango. As mais óbvias seriam Vandinho e Castanheira. Teríamos também Bruno Tiago caso não se tivesse lesionado com gravidade. Tudo o mais seriam adaptações - embora por vezes estas sejam felizes: recordo a adaptação de Nani ao vértice esquerdo do losango do Sporting na temporada passada; ou de Katsouranis ao vértice direito do losango do Benfica de Fernando Santos...
O que creio que esta discussão mostra é aquilo que implicitamente dizes na tua análise: não basta contratar bons jogadores (e ninguém duvida que os temos) - é preciso saber se com eles poderemos formar um bom colectivo e de que forma o queremos fazer. Já o disse bastas vezes, este plantel não é equilibrado, desse ponto de vista...
Quote from: Pedro Ribeiro on 14 de October de 2007, 15:29
dependendo da dinâmica de jogo, Vandinho ora se junta a Madrid em funções defensivas, ora avança para uma posição (quiase) de perfil com JVP ou Jorginho. Mas nenhum destes, quando joga é um interior direito!!!!
Pois o problema é mesmo esse! E que nem é interior nem 10 pois é muito mais preso que os alas por ex, acho que não ganhamos nada em jogar assim. E a equipa fica descompensada por isso... O Vandinho pressiona sozinho e depois a pressão não resulta...
Com 10 ou sem 10 é preciso é vencer jogos. O resto é conversa. ;) ;) ;) ;) ;) ;) ;) ;) ;) ;)
nota: o nº 10 está atribuído a JVP tal como o 1 é PAULO SANTOS ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D
Quote from: A.COSTA on 14 de October de 2007, 17:25
Com 10 ou sem 10 é preciso é vencer jogos. O resto é conversa. ;) ;) ;) ;) ;) ;) ;) ;) ;) ;)
nota: o nº 10 está atribuído a JVP tal como o 1 é PAULO SANTOS ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D ;D
Ora agora tá tudo dito!
Mas a equipa tem pouco controlo de bola quando ataca, perdendo-a sistematicamente, quer face à pressão do adversário quer em resultado de um mau passe (demasiado frequente...) no ultimo terço do campo, permitindo que o adversário cavalgue o contra-ataque rápido, onde depois Madrid não chega para as encomendas, nomeadamente porque anda limitado fisicamente...
Mas a equipa tem muitas deficiências nas alas...Wender já não é o mesmo e o Leny, que parecia bom não aparece.Valha-nos o Hussein para alguns desiquilibrios...
Finalmente, César Peixoto deveria ser experimentado na ala esquerda e João Pinto, com Jorginho no plantel, só pode jogar meia hora...
O futebol é do caraças...
Vejamos com um n.º 10
- o trinco adversário não sobe, logo teremos menos 1 contrário a atacar!
- teremos mais espaço de manobra no ataque, logo o adversário terá que ter mais cautelas defensivas...
- temos mais possibilidades de mudar a tactica durante o jogo...
- Temos um possivel jogo e jogadas pelo meio/centro...
Se não tivermos o n.º 10:
- Temos de ter mais cautelas defensivas, porque o adversário pode colocar mais 1 homem a subir!
- não existe grande possibilidade de se jogar pelo meio...
- a maior parte dos ataques serão pelos extremos;
- há mais consistencia defensiva por haver mais um elemento no meio campo.
E agora?
E o essencial não é a dinâmica dos sistemas ?...
O "3-5-2" pode ser fabuloso com os jogadores certos, escolhidos para o sistema em concreto, pois podem ganhar sempre no meio campo e levar o ataque até longe, evitando contra-ataques rápidos...
Mas tudo com bons jogadores para o sistema
...
Quote from: Gambit on 14 de October de 2007, 14:12
Há uma 3ª via que poderá contornar esse problema: 4-2-3-1!!
Dois médios mais defensivos, 2 alas e o Jorginho no meio.
Assim, colmata-se a inoperância defensiva do "nº 10" e o jogo ganha mais profundidade e largura no campo.
Invertendo o triângulo do meio-campo.
Quote from: Reis on 14 de October de 2007, 21:58
O futebol é do caraças...
Vejamos com um n.º 10
- o trinco adversário não sobe, logo teremos menos 1 contrário a atacar!
- teremos mais espaço de manobra no ataque, logo o adversário terá que ter mais cautelas defensivas...
- temos mais possibilidades de mudar a tactica durante o jogo...
- Temos um possivel jogo e jogadas pelo meio/centro...
Se não tivermos o n.º 10:
- Temos de ter mais cautelas defensivas, porque o adversário pode colocar mais 1 homem a subir!
- não existe grande possibilidade de se jogar pelo meio...
- a maior parte dos ataques serão pelos extremos;
- há mais consistencia defensiva por haver mais um elemento no meio campo.
E agora?
Ninguém nesta discussão, penso eu, ignora o que dizes. Todos os sistemas têm vantagens e desvantagens, pontos fortes e fraquezas, como bem apontas. Então, como se decide entre eles? Simples: avalia-se o plantel e de acordo com as suas características faz-se uma escolha em consciência, colocando acima de tudo o colectivo. Ora, olhando para o nosso plantel, considero que o actual sistema de jogo não é adequado aos jogadores de que dispomos, ponderadas as suas características.
Creio contudo que Jorge Costa não irá fazer grandes ajustamentos. Talvez reconfigurando o meio-campo como afirmam alguns foristas, jogando em 4-2-3-1. Por razões que já explicitei, não acredito que seja suficiente para equilibrar as coisas - precisaria de ir ao mercado e recrutar (pelo menos) um verdadeiro
médio ala (esquerdo?) que permita que a equipa acomode um número 10 menos disponível e capaz para o trabalho defensivo. Não acredito que César Peixoto possa ser esse homem. Tem qualidade técnica, cruza muitíssimo bem mas, como já disse antes, creio que as fragilidades físicas que apresenta (de forma tão flagrante durante os jogos) não se compadecem com jogar futebol ao mais alto nível (e lamento sinceramente dizê-lo). Como nem o mercado está nesta altura aberto nem os nossos cofres são inesgotáveis, será com estes que Jorge Costa terá que se amanhar. Espero sinceramente que arrepie caminho.
Gostaria ainda de sublinhar a este propósito as palavras do Augusto Gomes:
Quote from: Augusto Gomes on 14 de October de 2007, 22:57
E o essencial não é a dinâmica dos sistemas ?...
O "3-5-2" pode ser fabuloso com os jogadores certos, escolhidos para o sistema em concreto, pois podem ganhar sempre no meio campo e levar o ataque até longe, evitando contra-ataques rápidos...
Mas tudo com bons jogadores para o sistema
...
Uma nota final para dizer que nesta discussão temos concentrado argumentos no sistema mas ela poderia ir mais além: que modelo de jogo é possível implementar? Pressão a todo o campo? Jogo mais trabalhado ou de transições rápidas? E por aí fora...
Na minha opinião tem-se falado muito em sistemas tacticos, de 4x3x3, 4x4x2, 4x2x3x1, mas tudo isto não corresponde á realidade do nosso clube. Na minha opinião o verdadeiro numero 10 pode jogar em qualquer sistema, pois desde que seja um jogador com qualidade e força joga sempre. Temos nº 10 que correm e fazem jogar a equipa toda e ainda defendem, e temos nº 10 que apenas fazem jogar e correm muito, mas tambem existem nº 10 que apenas fazem jogar, e é estes ultimos que a meu ver temos no SC BRAGA.
O JVP Já não corre, apenas faz jogar quando esta inspirado.
O jorginho corre muito de um lado para outro, mas não sabe jogar a nº 10.
O Hussain corre muito, mas não tem caracteristicas de 10.É evidente que se a equipa tiver dois médios defensivos sem grandes liberdades para atacar, podemos jogar com um jogador destes, senão tivermos acontece o que tem acontecido na realidade, o SC BRAGA joga claramente num sistema muito confuso de 5 defesas( 4 + Madrid) 1 médio (Vandinho) e 4 avançados (3+JVP ou Jorginho), ou nisto ou num 4x2x4 (4 defesas, Madrid+Vandinho e 4 avançados).
na minha opinião o plantel do SC BRAGA rendia mais a jogar num 4x2x1x3, conforme desenho:
X
A B C D
E F
G
H I J EQUIPA EM SISTEMA OFENSIVO
X
A B C D
E F
H J
G I EQUIPA EM SISTEMA DEFENSIVO
É claro que neste sistema, principalmente os alas e os avançados teriam de correr muito, mas eles treinam para isso.
Viva o SC BRAGA!!!
Quote from: Augusto Gomes on 14 de October de 2007, 22:57
E o essencial não é a dinâmica dos sistemas ?...
O "3-5-2" pode ser fabuloso com os jogadores certos, escolhidos para o sistema em concreto, pois podem ganhar sempre no meio campo e levar o ataque até longe, evitando contra-ataques rápidos...
Mas tudo com bons jogadores para o sistema
...
Tenho que admitir que este é o sistema de jogo que mais me fascina, até pelo caudal ofensivo que poderá desenvolver, no entanto julgo que não temos plantel para jogar nesse sistema,a não ser que tivessemos mais dois Rodriguez que é um jogador extremamente rápido
Penso que nos falta alguém que pense o jogo, alguém que distribua a Bola, falta-nos um Maestro, um nº10, o que lhe quiserem chamar, para mim é notório que nos falta alguém com vivacidade, boa técnica, alguma rapidez e que consiga distribuir bem o jogo e criar alguns desiquilíbrios!
É visível que na ausência duma noite inspirada/presença do JVP a equipa perde algum brilho e torna-se uma unidade menos ameaçadora!
Se analizarmos o nosso meio campo penso que o Madrid desempenha na perfeição as tarefas mais defensivas, o Vandinho é algo importante na distribuição de bola e são mais dois pulmões atacantes mas lá está, na ausência duma terceira unidade inspirada (JVP neste caso) a táctica não funciona, o meio campo deixa de trabalhar ofensivamente, não havendo transições de bola defesa-ataque o que leva a entrarmos em aperto e a jogar à defesa!
Dentro do Plantel temos alguns jogadores que poderiam ser experimentados numa posição central mais avançada do meio campo!
Jogavamos por isso com o habitual 4x3x3 com um triângulo a meio campo, sendo por exemplo Madrid, Vandinho e o tal 3º elemento mais à frente..
Eu 'inventava' e punha o Lenny, o Hussain, o Jorginho ou até mesmo o Castanheira a fazerem uns treinos nesta posição!
É só o meu ponto de vista, pode não ser o mais acertado nem o que traz mais garantia mas é uma ideia!
Já agora só para complicar:
E será que qualquer treinador é igualmente competente em qualquer sistema tático?
Quando um treinador tem preferência por um dado sistema tático não está ele também a dizer que é o que melhor consegue implantar, independentemente, das caracteristicas dos jogadores?
Confesso que tenho dúvidas...
O ultimo numero 10 que tivemos foi o Tiago. Um jogador completo, tanto defendia como distribuia a bola bem, como finalizava...
Quote from: lionelpower on 15 de October de 2007, 13:48
O ultimo numero 10 que tivemos foi o Tiago. Um jogador completo, tanto defendia como distribuia a bola bem, como finalizava...
errado
o tiago jogava na actual posição do vandinho
Quote from: Edite Estrela on 15 de October de 2007, 14:02
Quote from: lionelpower on 15 de October de 2007, 13:48
O ultimo numero 10 que tivemos foi o Tiago. Um jogador completo, tanto defendia como distribuia a bola bem, como finalizava...
errado
o tiago jogava na actual posição do vandinho
Jogava. Mas era um numero 10 moderno. Tanto distribuia jogo, como defendai
Quote from: Pedro Ribeiro on 15 de October de 2007, 01:12
Uma nota final para dizer que nesta discussão temos concentrado argumentos no sistema mas ela poderia ir mais além: que modelo de jogo é possível implementar? Pressão a todo o campo? Jogo mais trabalhado ou de transições rápidas? E por aí fora...
De facto, mais importante do que o sistema em si, o modelo de jogo pode (e deve) ser tido em consideração.
Voltando à época de Jesualdo, a nossa equipa era caracterizada e elogiada pelas rápidas transições ofensivas que fazia. Na realidade, era um modelo adequado devido às caracteristícas dos jogadores que possuíamos. Veja-se: Laterais ofensivos (Abel e Jorge Luís) explosivos e com grande capacidade de recuperação, sendo devidamente compensados aquando das suas subidas por Vandinho (à esquerda) e Madrid (à direita); triângulos laterais que funcionavam na perfeição em termos de entendimento: Abel, João Alves/Hugo Leal e Jaime (à direita); Jorge Luís, Vandinho e Wender (à esquerda); médios com características defensivas que faziam um importante trabalho em termos de recuperação (Madrid e Vandinho), para que pudessemos fazer as ditas transições.
Diferenças em relação à equipa de Jorge Costa - Defesas laterais com diferentes características, mais gritantes no caso de César Peixoto que faz um jogo mais pausado, resguardando as suas deficiências físicas, enquanto que no caso de João Pereira ficámos a perder em termos defensivos, pelas dificuldades em definir os tempos de saida para o ataque que ainda demonstra. Outra questão que deve ser considerada é a de ainda (nesta e na anterior épocas) não termos visto os verdadeiros Vandinho e Madrid, incapazes de realizar na plenitude o trabalho que estão incumbidos (associado à falta de capacidade defensiva do nosso 10).
Por isto, não estejamos à espera de um modelo de jogo equiparado ao anterior, nem creio que seja esse o intuíto de Jorge Costa. O nosso modelo, no meu entender e baseado nas características dos jogadores que dispomos, deveria apontar no sentido de um jogo mais trabalhado, apostando claro está numa pressão no campo adversário...resumindo, para que possamos ganhar os jogos temos de mandar neles e ter muita posse de bola. Associado a isto, não podemos perder as bolas que perdemos, que têm possibilitado ao adversário ataques rápidos que exploram as nossas debilidades físicas.
Coisas que me parecem que têm falhado a nível dos treinos estão na capacidade física da equipa, na displicência de passe (sobretudo em zonas proibitivas) e capacidade explosiva a nível dos alas (apenas Hussain tem conseguido fazer algo a este nível).
Temos muito a melhorar!!
Quote from: pparaiso on 15 de October de 2007, 17:56
O nosso modelo, no meu entender e baseado nas características dos jogadores que dispomos, deveria apontar no sentido de um jogo mais trabalhado, apostando claro está numa pressão no campo adversário...
Não creio que este plantel tenha andamento para isso, pelo menos a tempo inteiro. Poderia eventualmente jogar com as linhas muito juntas e mais subidas, mas com a falta de velocidade da nossa linha defensiva (sobretudo quando não joga Rodriguez) o risco de sermos surpreendidos por lançamentos nas costas da nossa defesa é grande...
Quote from: Pedro Ribeiro on 15 de October de 2007, 18:07
Quote from: pparaiso on 15 de October de 2007, 17:56
O nosso modelo, no meu entender e baseado nas características dos jogadores que dispomos, deveria apontar no sentido de um jogo mais trabalhado, apostando claro está numa pressão no campo adversário...
Não creio que este plantel tenha andamento para isso, pelo menos a tempo inteiro. Poderia eventualmente jogar com as linhas muito juntas e mais subidas, mas com a falta de velocidade da nossa linha defensiva (sobretudo quando não joga Rodriguez) o risco de sermos surpreendidos por lançamentos nas costas da nossa defesa é grande...
Concordo plenamente! Por isso considero que o trabalho a nível físico está longe de ser o melhor. Gostava de saber qual é a ideia de Jorge Costa, no que ao modelo concerne. De momento somos uma equipa vulnerável: não temos posse de bola, quando a temos perdemo-la muito rapidamente, não somos expeditos no ataque, somos previsíveis e somos lentos. Penso que o trabalho principal de momento deverá apontar para a reabilitação física da equipa
Quote from: pparaiso on 15 de October de 2007, 18:21
Quote from: Pedro Ribeiro on 15 de October de 2007, 18:07
Quote from: pparaiso on 15 de October de 2007, 17:56
O nosso modelo, no meu entender e baseado nas características dos jogadores que dispomos, deveria apontar no sentido de um jogo mais trabalhado, apostando claro está numa pressão no campo adversário...
Não creio que este plantel tenha andamento para isso, pelo menos a tempo inteiro. Poderia eventualmente jogar com as linhas muito juntas e mais subidas, mas com a falta de velocidade da nossa linha defensiva (sobretudo quando não joga Rodriguez) o risco de sermos surpreendidos por lançamentos nas costas da nossa defesa é grande...
Concordo plenamente! Por isso considero que o trabalho a nível físico está longe de ser o melhor. Gostava de saber qual é a ideia de Jorge Costa, no que ao modelo concerne. De momento somos uma equipa vulnerável: não temos posse de bola, quando a temos perdemo-la muito rapidamente, não somos expeditos no ataque, somos previsíveis e somos lentos. Penso que o trabalho principal de momento deverá apontar para a reabilitação física da equipa
Admito que possas ter alguma razão. Mas, em termos gerais, creio que a "fragilidade" física da equipa decorre das próprias características dos jogadores que compõem o plantel - entre as quais a idade. Por muito bem preparados que estejam, não se pode pedir a jogadores como César Peixoto, João Pinto, Wender (só para citar alguns exemplos) que sejam capazes de participar com o resto da equipa num esforço de pressão a campo inteiro, a tempo inteiro. Não é possível...
Julgo que esta é uma falsa questão, quantas equipas de TOP jogam com um o nº10?
Eu acho que o nº10 morreu e não tem lugar no futebol actual, nenhuma equipa se pode dar ao luxo de ter jogadores para atacar e jogadores para defender....
Mais uma vez digo que não são as tacticas que ganham jogos, mas sim os jogadores.
E não é a tactica que faz os os jogadores, mas sim o contrario. Eu acho que temos uma grande equipa, se de uma vez por todas o JC parar para pensar nos jogadores que tem, com as qualidades e defeitos que têm, verá que o 4-3-3 ou 4-2-3-1 não é o sistema atctico ideal para estes jogadores....
Abraço
Quote from: Pedro Ribeiro on 15 de October de 2007, 18:27
Quote from: pparaiso on 15 de October de 2007, 18:21
Quote from: Pedro Ribeiro on 15 de October de 2007, 18:07
Quote from: pparaiso on 15 de October de 2007, 17:56
O nosso modelo, no meu entender e baseado nas características dos jogadores que dispomos, deveria apontar no sentido de um jogo mais trabalhado, apostando claro está numa pressão no campo adversário...
Não creio que este plantel tenha andamento para isso, pelo menos a tempo inteiro. Poderia eventualmente jogar com as linhas muito juntas e mais subidas, mas com a falta de velocidade da nossa linha defensiva (sobretudo quando não joga Rodriguez) o risco de sermos surpreendidos por lançamentos nas costas da nossa defesa é grande...
Concordo plenamente! Por isso considero que o trabalho a nível físico está longe de ser o melhor. Gostava de saber qual é a ideia de Jorge Costa, no que ao modelo concerne. De momento somos uma equipa vulnerável: não temos posse de bola, quando a temos perdemo-la muito rapidamente, não somos expeditos no ataque, somos previsíveis e somos lentos. Penso que o trabalho principal de momento deverá apontar para a reabilitação física da equipa
Admito que possas ter alguma razão. Mas, em termos gerais, creio que a "fragilidade" física da equipa decorre das próprias características dos jogadores que compõem o plantel - entre as quais a idade. Por muito bem preparados que estejam, não se pode pedir a jogadores como César Peixoto, João Pinto, Wender (só para citar alguns exemplos) que sejam capazes de participar com o resto da equipa num esforço de pressão a campo inteiro, a tempo inteiro. Não é possível...
De facto. A minha ideia não seria uma pressão a campo inteiro durante todo o tempo (até porque não temos jogadores como Essien, Lampard e Makelele ;D), mas antes procurar recuperar mais bolas, se possível no meio-campo adversário, com o intuíto de ter mais bola e fazer o nosso jogo. Daí a importância de jogadores como Madrid e Vandinho estarem a 100%, para o trabalho de recuperação (embora não seja suficiente). A concentração a nível do passe parece-me também essencial...
Na minha opinião o melhor numero 10 é o Jorginho, jogador com mais classe do plantel é o indicado.