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Entrevistas com Jorge Jesus e Carlos Freitas!

Started by Olho Vivo, 05 de December de 2008, 04:03

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Olho Vivo

"Há uns meses que só durmo quatro ou cinco horas"

ALEXANDRA TAVARES-TELES (TEXTO) HERNÂNI PEREIRA (FOTOGRAFIA)

Jorge Jesus. Acredita que os melhores jogos da carreira ainda estão por vir. Diz que gostava de passar pelo Benfica, FC Porto ou Sporting e que tem 15 anos para pensar na selecção. Mas, por agora, a concentração é total no Sp. Braga.

O Sp. Braga conseguiu o apuramento para a próxima fase da UEFA. Que balanço faz?

Merecemos este apuramento pelos grandes jogos que fizemos. Em dez jogos, ganhámos oito, feito que o Sp. Braga nunca tinha conseguido.

Tem sido um calendário muito apertado. Como anda a sua cabeça?

Vivo diariamente com uma enorme adrenalina. Os jogos nacionais e os da Taça UEFA não me deixam tempo para mais nada que não seja pensar em futebol. Basta dizer que há uns meses que durmo apenas quatro ou cinco horas por dia.

Que balanço faz desta fase?

Tem valido a pena. No campeonato, o Sp. Braga está em 7.º lugar e apenas a três pontos do terceiro classificado, e na UEFA estamos a fazer uma prova brilhante. Até quando perdemos, tivemos uma prestação de alto nível, colocando o Sp. Braga muito acima na fasquia europeia. A partir do jogo com o AC Milan, eu próprio tenho recebido vários telefonemas de empresários que querem saber da minha disponibilidade para trabalhar no estrangeiro.

Depois de jogar contra o Real Madrid disse que com aquele plantel dava três golos de avanço ao adversário. O mesmo com o AC Milan?

Esse comentário sobre o Real Madrid foi uma resposta ao treinador Schuster porque este acusou o Belenenses de apenas ter jogado à defesa. Não aceitei porque o Schuster não tinha capacidade para fazer o trabalho que eu fiz no Belenenses.  ;D ;D ;D Com o AC Milan foi diferente. Dividimos o jogo e até fomos melhores do que o AC Milan. Fomos superiores.

É conhecido por não ter medo do auto-elogio. Se tivesse empatado, que discurso tinha preparado?

Não tenho medo do auto-elogio porque humildade a mais é vaidade. Além disso, em Portugal, humilde quer dizer calar a nossa opinião, evitar a frontalidade. Isso não faço. Prefiro que me chamem pretensioso. Quanto ao discurso, se tivéssemos empatado em Milão, éramos a surpresa da Europa. Obter oito vitórias em oito jogos e sem golos sofridos seria um feito único na história do futebol mundial. Era um feito inédito.

Esteve a dez segundos de falar desse feito inédito. Quando Ronaldinho marcou aquele golo, o que lhe passou pela cabeça?

Foi um grande desespero emocional. Fiquei sentado no banco cinco ou dez minutos, já sem os jogadores no campo e nem sei o que pensei. Acho que não pensei em nada. Também isto torna o futebol fascinante, e mais uma vez se prova que o jogo só acaba no último segundo. Faço parte de uma equipa da qual sou o líder, mas onde todos temos uma responsabilidade. Esta prova da UEFA está a proporcionar-me alguma valorização, da mesma forma que está a valorizar o Braga. Os nossos adversários ficaram impressionados e com medo da nossa equipa.

Pediu a camisola de Ronaldinho. Onde a guardou?

Nem a pedi nem a guardei. Dei-a ao meu filho e nunca mais a vi nem me interessa vê-la porque as recordações não são boas. Nunca fui de pedir ou ficar com camisolas. Guardo apenas algumas de ex-jogadores meus, mas foi o Ronaldinho que fez questão de a oferecer. Uma hora antes do jogo procurou-me na cabina para me agradecer o que fiz pelo irmão dele - Roberto Assis - no Estrela da Amadora e foi nessa altura que me disse que gostaria de me oferecer a camisola.

Estiveram a falar quanto tempo?

Cerca de meia hora. E como não sou de falsas modéstias, posso até contar o resto da conversa. Segundo ele, o Assis disse-lhe várias vezes que eu tinha sido o melhor treinador que ele tinha apanhado em toda a sua carreira.

O jogo com o AC Milan foi o jogo da sua vida?

Os jogos da minha vida ainda estão todos por vir.

No Sp. Braga pode fazer melhor do que no Belenenses?

O Belenenses está no meu coração. Vivi ali dois anos desportivos espectaculares. Tínhamos um grupo fantástico, de que todos os dias me lembro, sobretudo do Zé Pedro e do Silas, dois grandes líderes. Ainda estão na equipa sete dos onze jogadores que comigo foram titulares e, por isso, acredito que o Jaime Pacheco vai dar a volta àquela situação. O Sp. Braga tem tido várias participações na Taça UEFA. Este ano, a nossa primeira conquista foi o apuramento para a prova via taça Intertoto, a segunda foi chegar à fase de grupos e a terceira, em termos europeus, é seguir o mais longe possível. Internamente, o objectivo é colocar o Sp. Braga logo a seguir aos três grandes. No fim, estaremos entre os primeiros cinco. Não tenho qualquer dúvida.

O Sp. Braga pode chegar quando ao campeonato do FC Porto, Benfica e Sporting?

Para chegar aos três grandes é necessário ter bons jogadores mas também uma cultura de vitória, uma cultura de jogo e uma cultura disciplinar bem enraizadas. E, depois, há um factor importantíssimo: a massa associativa. Os melhores jogadores e o melhor treinador do mundo não chegam se a equipa jogar para mil adeptos no estádio. Com mil adeptos nunca será campeã porque não vai sentir a pressão que obriga a objectivos desportivos elevados. Penso que o Sp. Braga está a crescer em todos estes sentidos. Com o tempo e com o dinamisno deste presidente a equipa pode chegar a um patamar elevadíssimo.

Os adeptos do Sp. Braga não são dos mais entusiastas...   >:( >:( >:(

O Sp. Braga está a crescer também a esse nível e tem uma massa associativa jovem que já tem o Sp. Braga como primeiro clube e não um dos três grandes. Vejo muitos miúdos de oito e nove anos entusiasmados com a equipa.

Quantos anos pensa ficar em Braga?

Somos julgados e apreciados todos os dias e quem não ganha é desvalorizado. Há uma grande diferença entre o futebol falado e o futebol jogado. Do falado todos percebem. O futebol é uma ciência pessoal. Cada treinador tem a sua. Acredito que vou chegar onde quero.

Que é onde?

Fazer do Sp. Braga uma equipa com grande qualidade, juntando técnica à arte. O futebol é arte. Eu já disse uma vez que me sinto a Paula Rego do futebol.  ;D ;D ;D

O Sp. Braga é meio caminho andado para o FC Porto?

Tinha mais dois anos de contrato com o Belenenses e só deixei o clube porque morreu o presidente [Cabral Ferreira]. O Braga não é mais trampolim do que seria o Belenenses. A valorização é possível em qualquer clube.

Pensa, um dia, treinar o FC Porto?

Neste momento gosto de treinar o Sp. Braga. Tenho um presidente que nunca me recusou um pedido para a equipa. Um dia, vamos ver.

Antes de assinar pelo Sp. Braga, chegou a pensar que iria treinar o Benfica?

Não pensei nem deixei de pensar. Ou que eu penso é que vou chegar aos melhores clubes. Gostava que isso acontecesse em Portugal mas se continuar a evoluir pode até acontecer que o meu mercado se alargue e chegue a um grande europeu. Os nossos treinadores são dos melhores do mundo e já estou noutra galáxia, mas só sairei do meu país por um projecto muito especial. Não gostava de deixar Portugal sem antes treinar o FC Porto, o Benfica ou o Sporting.

Chegou a ser contactado pelo Benfica?

Pelo respeito que me merecem Benfica e Quique Flores, esse é um assunto de que não falo. Nem tem neste momento importância alguma. Estou bem no Sp. Braga, e devo dizer que estou neste clube a ganhar bastante menos do que ganhava no Belenenses.  :o :o :o

Foram campeões no FC Porto treinadores que falharam no Benfica e no Sporting...

Em relação ao Benfica e ao Sporting, é mais fácil ser campeão no FC Porto. Mas é mais fácil ser campeão em qualquer dos três grandes do do que nos restantes clubes.

Quanto vale Quique, na sua opinião?

Gosto do discurso dele, mas não sei se tem capacidade para lá chegar, nem é justo fazer já um juízo porque ele está no Benfica há apenas quatro meses.

E a equipa do Benfica?

Nos últimos anos, nunca o Benfica deu tão bons jogadores a um treinador como os que Quique tem agora à disposição. O Suazo, o Aimar, o Reyes, são grandes jogadores. Veremos, no final, o que vai acontecer.

Revê-se no jogo do Benfica?

Não.

Com aquela equipa era campeão nacional?

Agora sim, se lhe dissesse que era campeão, estava a ser pretensioso, porque é impossível responder sem estar dentro do grupo. Não posso nem devo subestimar o treinador do Benfica.

É normal ser goleado pelo Olympiakos?

Não são resultados normais, mas podem acontecer. Esta equipa grega tem um orçamento bastante superior a qualquer um dos grandes clubes portugueses, mas não está ao nível de outras equipas europeias. Não está ao nível do Wolfsburgo, quanto mais de um AC Milan, por exemplo.  ;D ;D ;D

O que falta ao FC Porto desta época?

Não começou com uma equipa tão forte mas ainda faltam muitos jogos.

E o Sporting, tem equipa para o título?

O FC Porto e o Sporting estão mais mecanizados do que o Benfica, já que Quique chegou há apenas quatro meses. Mas as três equipas estão muito fortes. O Sporting e o Benfica valorizaram-se muito em relação à época anterior - mais do que o FC Porto, na minha opinião - e o campeão sairá deste grupo.

Tacticamente, é o melhor treinador Liga?

A táctica é a valorização de todo o modelo de jogo. O treino é a ciência de cada um dos treinadores e os que pensam melhor o jogo são melhores.

"Com o Wolfsburgo fomos atraiçoados porque quisemos vencer", queixou-se. Mas não é sempre esse o seu lema?

O meu lema é sempre "podemos ganhar". Neste caso, fomos atraiçoados porque o empate chegava. Gosto do risco, mas do risco calculado. Não se pode funcionar por impulso.

Como está a arbitragem nesta época?

Não gosto muito de falar de arbitragens. Mas há uma coisa que mexeu comigo. Quando Paulo Bento criticou os árbitros eles responderam corporativamente. Lamento muito que a Associação de Treinadores não tenha saído em defesa de Paulo Bento. Foi uma vergonha.

Esta época tem sido marcada por problemas de disciplina. No seu caso, com Linz; Quique, com Cardozo; Paulo Bento, com Vukcevic.

Há cada vez mais individualismo e os jogadores de futebol também não fogem à regra. São mais egocêntricos. E esses trazem problemas à disciplina de grupo. Quem quebra as regras não tem um problema com o treinador mas sim com todo o grupo. A esses, chuto-os para canto.  :o :o :o

Linz vai sair em Dezembro?

Não sei. Se tiver boas propostas...

Cristiano Ronaldo não é um egocêntrico?

Não. Os craques nunca o são. Esse mal só ataca os jogadores medianos.

http://dn.sapo.pt/2008/12/05/dnsport/ha_meses_so_durmo_quatro_cinco_horas.html

andre_carneiro

Metade da entrevista é a falar dos metralhas e outra metade de assuntos que não são nada favoraveis ao braga! Mas a culpa não é do JJ.
[url="http://forum.bracarae-avgvste.com/index.php"]http://forum.bracarae-avgvste.com/index.php[/url]

Anabela

Quote from: andre_carneiro on 05 de December de 2008, 09:27
Metade da entrevista é a falar dos metralhas e outra metade de assuntos que não são nada favoraveis ao braga! Mas a culpa não é do JJ.

Realmente!
É benfica, porto, sporting,acmilan &ronaldinho.
Que tendenciosa é a nossa CS.

Kramer

Qualquer entrevista a um treinador ou jogador tem apenas 2 ou 3 questões do clube que representa e as restantes dizem respeito aos 3G, é assim em qualquer entrevista. Só quando as pessoas(jogadores e treinadores) começarem a falar unicamente do seu clube e recusarem fazerem declarações sobre outros clubes, talvez algo mude. Ou então não, e vamos ter ainda menos destaque na CS...
\\\\"Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos

andre_carneiro

Não sei se alguem viu ontem a entrevista ao Motinha do Leixões... foi basicamente mais do mm... pensa treinar um grande, quer treinar um grande??  ???... mas menos flagrante que esta do JJ!
[url="http://forum.bracarae-avgvste.com/index.php"]http://forum.bracarae-avgvste.com/index.php[/url]

disco infiltrator

A mentalidade é esta.

"O SCB é  um bom clube, tem um projecto interessante a até começa a ter adeptos que são só do SCB.....Mas gostaria de treinar um grande de Portugal ou um grande da Europa"

Enfim...já satura este discurso...

Obviamente que todos pensam assim e todos querem fazer pela vida mas poderiam mudar o discurso.

Para quando uma resposta tipo: "Não penso em mais nenhum clube, estou muito bem no SCB e quero ganhar tudo o que fôr possível."

Seria bonito....

sergiomaka

Quote from: andre_carneiro on 05 de December de 2008, 09:27
Metade da entrevista é a falar dos metralhas e outra metade de assuntos que não são nada favoraveis ao braga! Mas a culpa não é do JJ.

foi precisamente o que achei  >:(

4338

Isso é lixo jornalistico, eu no lugar do JJ recusava-me a comentar muitas das perguntas que falavam dos metralhas...

Ele que fique por cá por muitos e bons anos!

Vlad

Quote from: Pedro Ribeiro on 05 de December de 2008, 04:03
Estou bem no Sp. Braga, e devo dizer que estou neste clube a ganhar bastante menos do que ganhava no Belenenses.

:o
bastante menos?
:o
BRAGA... um dia ainda te vou ver a campeão!

Nota:desprezo os chamados "grandes"

xpt_nautilus

Quote from: Vlad on 05 de December de 2008, 17:45
Quote from: Pedro Ribeiro on 05 de December de 2008, 04:03
Estou bem no Sp. Braga, e devo dizer que estou neste clube a ganhar bastante menos do que ganhava no Belenenses.

:o
bastante menos?
:o


Nao quer dizer que esteja a ganhar mal, apenas que no Belenenses ganhava muito bem!

jeba

Quote from: disco infiltrator on 05 de December de 2008, 14:14
A mentalidade é esta.

"O SCB é  um bom clube, tem um projecto interessante a até começa a ter adeptos que são só do SCB.....Mas gostaria de treinar um grande de Portugal ou um grande da Europa"

Enfim...já satura este discurso...

Obviamente que todos pensam assim e todos querem fazer pela vida mas poderiam mudar o discurso.

Para quando uma resposta tipo: "Não penso em mais nenhum clube, estou muito bem no SCB e quero ganhar tudo o que fôr possível."

Seria bonito....

Subscrevo!!!

barinho

#11
Ele respondeu que está bem no Braga e quer levar o clube a um patamar de grande qualidade,por isso acho que esteve bem.E ao seu nível claro  ;).Não me parece que se estivesse a fazer a nenhum clube mas gostava de chegar a um deles um dia,o que é perfeitamente normal.Mas daqui se percebe que está cá bem e que quer ficar cá por bastante tempo,é o que espero que aconteça.

david

Jorge Jesus é mesmo assim, genuíno é um profissional que trabalha com paixão e o enorme já era um amor antigo que ele queria treinar 

Sérgio_Gonçalves

Para mim talvez o melhor treinador que o Braga teve até hoje, mas isto é a minha opinião

http://wwwbragablog.blogspot.com

Zeus

Quote from: sagg on 05 de December de 2008, 21:00
Para mim talvez o melhor treinador que o Braga teve até hoje, mas isto é a minha opinião

http://wwwbragablog.blogspot.com

Acho isso uma opinião um pouco prematura, dado que ainda não obteve nenhum feito de grande relevância, é claro que a carreira na intertoto e na fase de grupos foram boas, mas ainda não conseguiu nada que nunca tivessemos conseguido.
Para mim apesar de neste momento não o gramar, ainda é o  M. Cajuda que com equipas muito limitadas conseguiu coisas incriveis, acho que não é o caso das equipas do Braga nos ultimos anos, temos tido grandes planteis nos ultimos 4 anos  ;) ;) ;), e não se fez mais que no tempo do Cajuda........
Sob a direção de um forte general, não haverá jamais soldados fracos.

Olho Vivo

«Treinadores portugueses fazem muitos milagres...»

Técnico recusa a ideia de mediocridade no futebol português Posição é justificada com apuramento de FC Porto, Sporting e Sp. Braga na Europa * Sonha chegar à meia-final da UEFA

Por José Manuel Freitas

— Para muita gente, adeptos e críticos, a qualidade do nosso futebol é medíocre, do fim da tabela europeia. Concorda?

— Com base em comparações, por aquilo que vejo na televisão e pelo que fizemos na Taça UEFA, não concordo. Para mim, excepção para Inglaterra, Itália, Alemanha e Espanha, Portugal está ao nível dos outros campeonatos, seja França, Grécia, Holanda ou Bélgica. Mantenho para mim que essa maior qualidade passa muitas vezes pelos media. Se o Bolton-Stoke City fosse jogado em Portugal, com 1500 adeptos... a maioria adormecia.

— O nível português não é assim tão mau...?

— E está justificado com o apuramento de FC Porto, Sporting e Sp. Braga nas competições europeias. Essa situação resume-se numa ideia: os treinadores portugueses fazem muitos milagres. Queriam que o Sporting fosse mais competitivo nos jogos com o Barcelona, quando a diferença de orçamentos é de 150 para 25 milhões de euros? Estamos a brincar... E nós com o Milan? Eram 120 contra 12 milhões... Mas jogamos com eles taco a taco. Isto é mérito de quem? Dos treinadores portugueses, dos jogadores e das suas estruturas.

— O Sp. Braga pode continuar na Taça UEFA?

— Temos muitas possibilidades de eliminar o Standard Liège. Face à brilhante época europeia que temos feito (10 jogos e 8 vitórias), pois na Intertoto jogámos com uma equipa que neste momento lidera o campeonato turco, o Sivasspor, tenho a garantia e confiança de que podemos seguir em frente. Acontecendo isso é mais uma barreira que ultrapasso no clube, que nunca conseguiu chegar tão longe. E a partir daí tudo pode acontecer.

— Quer dizer o quê?

— Se eliminarmos o Standard Liège sonho chegar, pelo menos, à meia-final.


Perfil

Palavra de treinador

Define-se como um estudioso da táctica, com arte e engenho para implementar nas equipas que orienta uma cultura futebolística com a sua marca, assente em disciplina individual e de grupo, em que jogador que não as saiba compreender fica com a vida muito dificultada. O seu discurso não é muito rebuscado, nem composto de palavras caras, mas o modo directo como aborda as situações, com enorme simplicidade, especialmente com aqueles que o rodeiam, também lhe facilita a tarefa... mas não evita, vá lá, alguns choques. Em traços largos é assim Jorge Jesus, o homem para quem a Europa do futebol olha cada vez mais com atenção (Redknapp espalhou-se ao menosprezá-lo...) ou não seja de elevada qualidade a carreira do Sp. Braga na Taça UEFA, prova onde o treinador sonha chegar, pelo menos, à meia-final.

Em paralelo com a competição europeia há a Liga, onde Jorge Jesus já passou os 250 jogos (num total global de quase 550), e na qual o clube tem por objectivo evidenciar provas de crescimento de modo a colar-se em definitivo aos habituais grandes... para mais tarde (em breve...) poder dar o salto. Como António Salvador, o presidente que tanto elogia, o treinador também quer participar na luta pelo título, mas para isso necessita de mais apoio minhoto. Sendo ele homem de palavra...


«Se jogássemos sempre como em Milão seríamos campeões!»

O Sp. Braga regressa à competição na noite de segunda-feira, frente ao Belenenses, e Jorge Jesus deseja que a equipa confirme o processo de crescimento. Acreditando que no final da época estará no lugar que lhe pediram, o 4.º, também acha que no futuro o clube pode ser campeão. Desde que tenha mais adeptos.

Entrevista de José Manuel Freitas

— Sente-se frustrado com a actual classificação do Sp. Braga, apenas 6.º da tabela classificativa ao fim de 12 jornadas?

— Estamos no início do segundo terço da Liga e, por norma, é nesta fase que as equipas começam a projectar-se para a fase final da prova. Objectivos? Aquilo que me pediram foi classificar a equipa numa posição que dê acesso a uma prova europeia. Logo, temos de ficar entre os cinco primeiros, embora o que todos desejam naquela casa é que fiquemos logo a seguir aos crónicos três grandes.

— O Sp. Braga é nesta altura o quarto grande de Portugal?

— Já me colocaram essa questão quando estive noutros clubes que tinham essa aspiração e respondi sempre da mesma maneira: para mim o clube que ostenta esse título nesta altura é aquele que ficou em quarto na época passada... Foi o Benfica que ficou em quarto?... Então é o Benfica o quarto... Agora, o Sp. Braga é um clube que não tem apenas a pretensão de ser o quarto melhor: quer ir além disso! E tem condições para o ser.

— Baseia essa opinião em quê?

— Temos um presidente que antecipa as situações, que joga no risco. Nos últimos anos, o clube tem sido aquele que mais vezes tem obtido esse lugar e, assim, tem tudo para ser melhor e crescer.

— V. Guimarães e Belenenses, clubes por onde passou, são da mesma igualha do Sp. Braga?

— São todos diferentes. Em paixão e potencial económico, mas Sp. Braga e V. Guimarães são aqueles que mais próximos estão dos três grandes em termos desportivos e grandiosidade, por força das massas associativas. É utópico falar-se em clubes grandes sem uma grande massa adepta por trás.

— Quanto a isso, o Sp. Braga...

— A massa adepta é vibrante, esta época já nos ajudou a ganhar pontos, mas tem crescer em número. O clube precisa de mais adeptos para fazer o balanço do que tem sido esta equipa no que diz respeito a crescimento.


«Era meu objectivo regressar ao jamor»

— Nos 12 encontros já realizados pelo Sp. Braga na Liga, qual foi aquele que lhe deixou mais amargo de boca?

— Se não tivéssemos tido o desgaste provocado pela Taça UEFA, positivo de qualquer maneira, seguramente teríamos mais quatro pontos. Quanto ao jogo que me deixou mais pena, por sentir que não podíamos perder aqueles pontos, foi em casa com a Naval. Perdemos dois pontos a 10 minutos do fim, por força de uma grande penalidade que não é normal os jogadores cometerem.

— Independentemente do desgaste na UEFA e dos jogos na Liga, é de acreditar que esperava mais na Taça de Portugal e na Liga...

— Principalmente na Taça de Portugal. Em conversas com a estrutura que lidera o futebol do clube (presidente, Carlos Freitas e eu) já tinha feito sentir que era impossível estarmos nas quatro frentes. Daí haver um certo abdicar da Taça da Liga, independentemente de ser muito boa em termos financeiros para os clubes, mas acabamos por ser bem eliminados pelo Rio Ave, embora deva referir que isso também ficou a dever-se ao facto de não termos tido o tempo de recuperação necessário. Porém, uma das situações que mais me custou nestes meses que levo em Braga foi a eliminação da Taça de Portugal, pois no plano pessoal tinha como grande objectivo regressar ao Jamor.

— Agora que só tem de preocupar-se com a Liga e a UEFA, onde é que pode parar o Sp. Braga?

— Nunca quis falar disto, mas como passaram quatro meses devo referir: o clube contratou uma equipa técnica nova e mais 15 futebolistas, realidades que obrigam a adaptações desportivas e de carácter social. Mesmo assim, a ideia de equipa que tenho, assente em princípios e culturas de que não abdico, tem sido feita. E apesar das dificuldades acho que os jogadores perceberam o que se pretende.

— A equipa já joga o futebol que deseja ou está a caminhar para lá?

— Já teve jogos em que jogou o que pretendo, mas não tem tido a regularidade desejada devido ao desgaste físico e mental provocados pelos jogos da Taça UEFA, pois tivemos sempre problemas após esta competição. Daí alguma penalização e ainda não estarmos nos quatro primeiros lugares. Mesmo assim, a recuperação tem sido espectacular, pois à 5.ª jornada estávamos em 13.º e hoje já só estamos a um ponto do 5.º classificado.

— Não respondeu à questão...

— O Sp. Braga é uma equipa competitiva, mas não ao ponto de poder comparar-se a Benfica, FC Porto e Sporting, de poder pensar-se em ganhar campeonatos. Mas o Sp. Braga do futuro pode ser campeão. Só que isso não passa por ter um bom presidente e uma excelente estrutura no futebol, treinador e jogadores. Passa pela integração da cidade de Braga e da região num projecto desportivo. Se isso acontecer, acredito que o clube pode estar ao mais alto nível. Sem massa associativa ninguém consegue ser grande no futebol.

— Mas se jogasse sempre como o fez em Milão...

— Sem dúvida. Se jogássemos sempre como fizemos em Milão, seguramente seríamos campeões de Portugal. Não tenho dúvidas nenhumas.

— Enquanto o Sp. Braga não pode ser campeão, quem vai chegar ao título?

— Ainda é cedo para se falar desse assunto. O meu favorito no início era o FC Porto, porque possui uma estrutura muito forte, onde não há necessidade de serem sempre as mesmas pessoas a desgastarem-se, mas reconheço que Benfica e Sporting fizeram determinadas aquisições para se aproximarem. Portanto, acho que o campeonato só vai ser decidido no último terço. Os três candidatos vão estar muito perto uns dos outros até muito perto do final e qualquer um pode ser campeão.


«Frechaut tem sido mais-valia na defesa»

— O Sp. Braga vai fazer mais contratações depois de já ter apostado em Yazalde?

— Temos um sector fragilizado, a zona central da defesa, pois temos o Moisés lesionado há mais de um mês, o Rodriguez na mesma situação, e o Paulo Jorge que foi operado no início da época. Portanto há a possibilidade de haver uma contratação de um central, pois só temos o Leonne disponível. Mas a grande defesa da equipa foi a adaptação do Frechaut, pois tem sido ele a mais-valia.

— Pode dar dar-se como certa a contratação de um central?

— Eu, o presidente e o Carlos Freitas já conversamos sobre o assunto e se encontrarmos um jogador que se adapte aquilo que a equipa precisa é possível que isso possa suceder.

— Yazalde foi contratado para um sector que tem Meyong, Renteria, Paulo César, Linz e Orlando Sá...

— Este jovem foi contratado dentro de um princípio traçado por nós no início de época. Estruturamos um plantel formado por 25 jogadores, com mais três futebolistas com idades compreendidas entre os 19 e os 21 anos, com o objectivo de serem projectados para o futuro, ainda que trabalhando com o plantel. Nesse lote estão incluídos Palmeira, Orlando Sá e agora Yazalde, que tem grande potencial. Não seria melhor ter continuado no Varzim? Acho que não. Se corre riscos de não jogar? Esse problema não é meu, mas desde que os jogadores respondam todos os dias aquilo que é pretendido...

— Orlando Sá vai sair ou não para o Chelsea?

— No início de época esteve para ser emprestado, depois da pré-época achei que tinha potencialidades para integrar o plantel e não o deixei sair. Se vai sair ou não para o Chelsea não lhe posso responder, pois esse é um assunto que diz respeito aos responsáveis pela SAD. Se trouxer disponibilidade financeira... Mas isso já não é com o treinador. A mim compete-me valorizar e potencializar jogadores para económica e desportivamente o Sp. Braga poder crescer. Foi isso que fiz no Belenenses em dois anos: o clube negociou jogadores que lhe renderam 13 milhões de euros. Se o Orlando Sá for um activo capaz de ser negociado por uma quantia que o presidente do clube entenda ser boa...

— E Linz? Continua a entrar nas suas contas?

— Continua, continua... Não é um jogador que responda de forma mais eficaz no sistema 4x3x3, pois é mais posicional e não para funcionar com dois avançados com muita mobilidade como nós jogamos, mas é um elemento que nos faz falta pelas características diferentes que tem de todos os outros avançados que tenho à minha disposição.

— Mas parece que o problema dele tem mais a ver com o feitio...

— Tratando-se de um internacional austríaco, que jogou sempre pelos outros clubes por onde passou, mas que comigo não tem sido tantas vezes primeira opção, apesar de ter feito já muitos jogos a titular, inclusivamente na Taça UEFA... De qualquer forma, para que não fiquem quaisquer dúvidas, trata-se de um jogador com quem conto.

— Confirma ou não que tem uma relação profissional difícil com César Peixoto?

— Desde que estou em Braga, o César não tem jogado assim tantos jogos, mas isso fica a dever-se a várias lesões que o apoquentaram. Não se trata de um jogador que me desestabilize a mim ou à equipa, e até devo referir que me dá uma grande segurança em termos tácticos. Faz várias posições, é muito inteligente tacticamente e nunca tive qualquer problema com ele. Os jogadores do Sp. Braga sabem como sou, pois não finjo que sou cego ou surdo, e quando tenho de enfrentar algum deles não mando dizer por ninguém... pois não tenho medo de nenhum. Sou uma pessoa de convicções, tenho as ideias bem definidas para equipa e quem não perceber que o colectivo está acima do individual terá sempre problemas comigo. Não é o caso do César Peixoto.

— Passados vários meses ainda tem desses problemas?

— Esse problema existe em todas as equipas, mas o Sp. Braga está a criar uma cultura de equipa à minha imagem, assente na disciplina. Quem não souber conviver com as minhas ideias dificilmente poderá jogar comigo. No presente e no futuro.



Salários em atraso, E. Amadora, amizade...

Entre amigos, no Franguia, em Barcarena, local de culto de muita gente do futebol, ou não fosse Vítor Araújo (na imagem com o treinador), ex-dirigente do E. Amadora, um dos proprietários. Foi aí que teve lugar a entrevista com Jorge Jesus, depois do Natal, a escassas horas da entrada em 2009. Do Estrela, clube que marca a sua carreira, e dos amigos que lá tem, muito se falou informalmente, mas também do grave problema que o assola: os salários em atraso. Quanto a isso o treinador é pragmático quando salienta que «os problemas económicos no futebol são o espelho do que se passa na economia a nível global», diz que em Braga não há esse problema «pois os seus profissionais até recebem antes do tempo», que há muito discurso mas as acções são poucas e que a «redução dos planteis, por exemplo, só ia agravar o desemprego».



3 ideias de Jorge Jesus

Rescisão

Tenho cláusula de rescisão, que me possibilita sair para onde quiser, mesmo no final da época, mas o meu projecto é o Sp. Braga, clube onde vou trabalhar como se estivesse... no Real Madrid.


Paixão

Quando há público, o jogo é mais apaixonado, os jogadores ficam motivados, o colorido é diferente. Há jogos da I Divisão inglesa que se fossem jogados entre nós seriam iguais aos da nossa III...


Futuro

Os médios jogadores portugueses preferem jogar na Roménia ou Chipre, sinal de vai baixar a qualidade pois os nossos clubes portugueses não têm capacidade financeira para repor essas saídas.

in A BOLA

Carvalhinha

Quote from: Pedro Ribeiro on 02 de January de 2009, 03:33— Tratando-se de um internacional austríaco, que jogou sempre pelos outros clubes por onde passou, mas que comigo não tem sido tantas vezes primeira opção, apesar de ter feito já muitos jogos a titular, inclusivamente na Taça UEFA... De qualquer forma, para que não fiquem quaisquer dúvidas, trata-se de um jogador com quem conto.

Yuppie! Era isto que eu queria ler! Bem, este ano já começa em grande! :D

Legião

 "Quanto a isso, o Sp. Braga...

— A massa adepta é vibrante, esta época já nos ajudou a ganhar pontos, mas tem crescer em número. O clube precisa de mais adeptos para fazer o balanço do que tem sido esta equipa no que diz respeito a crescimento."

Pois é malta o JJ tem razão não podemos criticar se não aompanharmos o clube. Falta a nossa parte acompanhar o clube.

Vai ao AXA! Faz-te sócio!
Bracara Avgvsta - Fidelis et antiqva

Olho Vivo

#18
Curiosamente, no mesmo dia em que A BOLA publica uma extensa entrevista com Jorge Jesus, O JOGO apresenta uma grande entrevista com Carlos Freitas. Tirei algumas notas do que me pareceu mais relevante na sua entrevista:


(...) quando se fala em plantéis a custo zero, a expressão aplica-se normalmente às transferências entre clubes, porque nunca são a custo zero, há sempre um prémio de assinatura ou um agenciamento a pagar a este ou àquele empresário. [Por isso, torna-se difícil a um sócio avaliar correctamente a real situação económico-financeira de SAD/clube, sobretudo quando a transparência relativamente estes negócios é quase nula]

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(...) hoje os jogadores dos seis/sete principais clubes brasileiros ganham mais do que se paga que em Portugal. O nível de salários de um jogador de top do São Paulo ou do Grémio é praticamente incomportável até para os grandes clubes portugueses.

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(...) a curto prazo, [a contratação de jogadores por empréstimo] muitas vezes é a solução, que é uma solução de risco, independentemente de um estudo prévio sobre o carácter do jogador. Mas quando vemos clubes como o Milan com jogadores emprestados [Beckham]... Quando clubes com esta dimensão podem recorrer a esse tipo de expediente, torna-se óbvio que essa é uma via a ser explorada. [Preparando a hipótese de mais uma contratação por empréstimo para o posto de defesa-central?]

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[O JOGO] - Mas depois aparece Orlando Sá, que, quando está prestes a despontar, já está vendido...

[Freitas] - É a lei do mercado que se impõe. Não há nenhum clube português, penso eu, que, a partir de determinado valor, tenha capacidade para dizer não. [Freitas aparentemente assume a transferência de Orlando. Mas um pouco mais adiante não a confirma:]

[O JOGO] - Diz que o Braga está sempre vendedor, dependendo das propostas. Quem vai sair?

[Freitas] - Além do interesse conhecido de clubes ingleses no Orlando, não temos nenhuma proposta na mesa.

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(...) acho que esta crise vai ajudar a ditar uma nova ordem em termos daquilo que é a competitividade. Penso que a melhor forma de nos prepararmos para uma nova realidade, onde os investimentos vão ser menores e a capacidade de se formar bem vai ser imperiosa, é a capacidade de ter uma equipa relativamente consolidada. E o Braga teve esse cuidado, de assegurar um esqueleto que lhe dá algumas garantias desportivas a curto/médio prazo, pois temos os jogadores todos com contrato, e estamos preparados em termos de prospecção em caso de uma venda extraordinária. [Penso que esta avaliação é correcta. Não sei se estamos perfeitamente preparados para esta nova fase que aí vem... mas melhor do que na temporada passada, estamos certamente! Este plantel é bem mais equilibrado, sobretudo no que diz respeito às idades dos jogadores que o compõem.]

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[O JOGO] - Fala-se na saída de um guarda-redes, aventando-se, inclusive, a transferência de Eduardo.

Para que fique claro, não há nenhuma possibilidade de o Eduardo sair. Nesta altura, a meio da época, não existe a menor hipótese dele sair.  [Mas há hipótese de algum dos restantes sair?]

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(...) o facto de termos passado de um sistema de 4x3x3 para outro sistema de jogo não o [Linz] favoreceu. (...) Não é um jogador que o Braga esteja interessado em dispensar, mas, se houver uma proposta que o satisfaça, e a nós, encararemos a possibilidade de uma transferência.

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[Freitas] - Há um esforço que tem vindo a fazer-se no clube, designadamente através de visitas a escolas, jogos em que a administração entendeu abrir as portas para que as pessoas viessem ao estádio - e, nesses jogos, curiosamente, estiveram sempre mais de 20 mil pessoas, o que nos leva a poder discutir o preço dos bilhetes. Mas é óbvio que a carreira desportiva merecia outro tipo de adesão. Um facto encorajador é notar-se, a cada semana que passa, que existem mais crianças adeptas e sócias do Braga.

[O JOGO] - É um caso claro em que a equipa tenta puxar os adeptos e não o contrário.

[Freitas] - Tem sido esse o processo e temos de ser capazes de o incentivar para que depois se possa verificar o inverso. [Completamente de acordo. Há que fazer um esforço para chamar as pessoas e não ficarmos a lamentar por elas aderirem em pequeno número. O clube e a SAD têm-no feito mas só muito recentemente, há cerca de um ano, é que o assumem como prioridade. É curto para se verem resultados. Não há que desanimar. Pelo contrário, há que reforçar a aposta.]

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Se entendermos a que a dependência do Jorge Mendes é nas vendas, eu pergunto que outro empresário tem o fluxo de vendas do Jorge Mendes. Agora, na constituição do plantel o Braga negociou este ano o Moisés com o empresário Jorge Baidek, o Mossoró com o Fernando César, o Luis Aguiar com o Isidoro Giménez, o Rentería com o Jorge Machado, o Paulo César com o António Teixeira, etc. Não há aqui uma dependência, há uma relação.(...) O Jorge Mendes tem sido, para os clubes portugueses, quase uma porta para algum saneamento financeiro, porque ele representa cerca de 90 por cento das vendas de jogadores portugueses ou de jogadores estrangeiros a jogar em Portugal. E o Braga tem sido um dos clubes que têm beneficiado com isso.

Catarina

Quote from: Pedro Ribeiro on 02 de January de 2009, 03:33

— Confirma ou não que tem uma relação profissional difícil com César Peixoto?

— Desde que estou em Braga, o César não tem jogado assim tantos jogos, mas isso fica a dever-se a várias lesões que o apoquentaram. Não se trata de um jogador que me desestabilize a mim ou à equipa, e até devo referir que me dá uma grande segurança em termos tácticos. Faz várias posições, é muito inteligente tacticamente e nunca tive qualquer problema com ele. Os jogadores do Sp. Braga sabem como sou, pois não finjo que sou cego ou surdo, e quando tenho de enfrentar algum deles não mando dizer por ninguém... pois não tenho medo de nenhum. Sou uma pessoa de convicções, tenho as ideias bem definidas para equipa e quem não perceber que o colectivo está acima do individual terá sempre problemas comigo. Não é o caso do César Peixoto.

— Passados vários meses ainda tem desses problemas?

— Esse problema existe em todas as equipas, mas o Sp. Braga está a criar uma cultura de equipa à minha imagem, assente na disciplina. Quem não souber conviver com as minhas ideias dificilmente poderá jogar comigo. No presente e no futuro.



in A BOLA

Esta é a minha parte preferida da entrevista... mostra o seu caractér e mostra um perfil seguro e determinado... muito bem JJ...
Quanto ao resto da entrevista gostei mais do que da 1ª que aparece neste tópico, na segunda entrevista fala mais do Braga, no entanto acho que o JJ "gosta" demasiado dos porto, benfica ou sporting.
Na primeira entrevista quase nem fala do Braga, o jornalista esqueceu-se que ele era, ainda, o nosso treinador...