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Art. DM: ainda a questão dos preços

Started by cardoso, 14 de November de 2007, 21:43

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cardoso

desculpem abrir outro tópico sobre este assunto, mas o primeiro desviou-se para outros assuntos (que não deixam de ser válidos) mas eu penso que exponho aqui uma forma diferente de ver o fracasso da iniciativa de domingo passado.
Sei que a minha opinião é muito discutível, por isso gostava de saber a vossa opinião.

Na semana passada fiz aqui referência aos preços demasiado altos fixados para os bilhetes de entrada no jogo Braga-Bayern. Por um lado, compreende-se que um jogo deste nível tenha preços superiores ao normal. Por outro lado, a cidade parece não estar minimamente interessada em pagar esse preço. Ou seja, na prática, isto equivale a dizer que a qualidade do produto que se oferece não compensa o custo. Tendo em conta o nível de vida do cidadão médio, podemos dizer com segurança que os valores propostos não estão ao alcance da maioria das bolsas, o que significa que se augura uma assistência ao jogo pouco mais que miserável. Vamos esperar que uns milhares de alemães venham cá compensar esta situação.
Ao longo da semana passada tomou forma uma ideia de protesto pacífico contra estes preços: por SMS e e-mail circularam mensagens, criou-se uma vaga de divulgação da iniciativa através da Internet, nomeadamente pelo fórum do site superbraga.com. Os jornais, tanto o Diário do Minho como vários jornais nacionais deram notícia do protesto: solicitava-se aos sócios e adeptos que, no jogo Braga-Sporting, só se deslocassem para o seu lugar cinco minutos depois do início do jogo, aguardando na zona por baixo da bancada. A mensagem chegou a vários milhares de pessoas. Pela cidade era voz comum o descontentamento e mesmo alguma revolta perante os referidos preços.
No entanto, na hora da verdade, aderiram pouco mais de 50 sócios da bancada nascente e poucos mais da poente. Um insucesso quase total. Que significado pode ter esta situação? Afinal os bracarenses estão satisfeitos com os preços? De maneira nenhuma e isso é mais que visível. Quais então os motivos do insucesso?
Penso que o habitual comodismo não explica tudo. É claro que muitos pensaram que o protesto não adiantaria nada, pelo que mais valia assistir ao jogo todo porque é para isso que pagam. Outros refugiam-se no habitual argumento que isto estava mal organizado e que se fosse de outra forma até aderiam.
Mas por detrás destes argumentos puramente retóricos, parece-me que há um fenómeno bem mais profundo: o paternalismo que nos caracteriza. António Salvador é um grande presidente. Foi a administração de A. Salvador quem fixou estes preços. Portanto, vociferamos contra a decisão mas, na hora de materializar o protesto vem ao de cima a ideia de que protestar contra um grande presidente é coisa de lesa-majestade.
Concordo com o filósofo José Gil quando afirma que a mentalidade portuguesa contemporânea ficou indelevelmente marcada pela figura paternalista do Chefe de Estado fascista, moldando-se na nossa personalidade uma ideia reforçada Estado- Providência e de quase divinização da autoridade. Para protestar, para falar, estamos sempre prontos, mas para afirmar com actos as nossas posições acabamos por nos encolher com uma espécie de medo que nos tolhe os movimentos. Achamos que o Estado e as autoridades devem cuidar de nós e resolver os nossos problemas. Daí a facilidade com que aceitamos as ideias e decisões vindas de todos aqueles a quem reconhecemos poder. Esta posição perante o poder é mais de temor do que de respeito; daí que não tenhamos qualquer dificuldade em "desabafar" com as palavras mais ásperas que encontramos. Mas afrontar um grande presidente com um acto aparentemente revoltoso é mexer no nosso princípio mental de autoridade. Por isso, ficamos no nosso canto a "torcer" para que os outros "dêem a cara" em nosso nome.
Este fenómeno acaba por abafar alguns princípios fundamentais da vivência democrática como o exercício dos direitos cívicos, o espírito crítico e uma liberdade de expressão efectiva que não se limite ao típico "bota-abaixo".

João-Braga

Cardoso ainda não tive tempo para ler mas está excelente como sempre!

Gambit

Quote from: João-Braga on 14 de November de 2007, 22:03
Cardoso ainda não tive tempo para ler mas está excelente como sempre!

Vou dizer-te uma coisa: dás uma música do ca...tano!! Sim senhor...  8)

Olho Vivo

Quote from: João-Braga on 14 de November de 2007, 22:03
Cardoso ainda não tive tempo para ler mas está excelente como sempre!

Se era para ter piada, enfim...

Passem à frente, para não ter que moderar...

Somos Braga!

Provavelmente o Cardoso é capaz de ter descoberto uma das razões que (inconscientemente) me levaram a não aderir ao protesto: Como globalmente AS tem sido um grande presidente... custa protestar contra alguém que fez muito pelo clube!

Muito bom texto como sempre...
O verdadeiro adepto vê-se nas derrotas!

Olho Vivo

Quote from: cardoso on 14 de November de 2007, 21:43
Mas por detrás destes argumentos puramente retóricos, parece-me que há um fenómeno bem mais profundo: o paternalismo que nos caracteriza. António Salvador é um grande presidente. Foi a administração de A. Salvador quem fixou estes preços. Portanto, vociferamos contra a decisão mas, na hora de materializar o protesto vem ao de cima a ideia de que protestar contra um grande presidente é coisa de lesa-majestade.
Concordo com o filósofo José Gil quando afirma que a mentalidade portuguesa contemporânea ficou indelevelmente marcada pela figura paternalista do Chefe de Estado fascista, moldando-se na nossa personalidade uma ideia reforçada Estado- Providência e de quase divinização da autoridade. Para protestar, para falar, estamos sempre prontos, mas para afirmar com actos as nossas posições acabamos por nos encolher com uma espécie de medo que nos tolhe os movimentos. Achamos que o Estado e as autoridades devem cuidar de nós e resolver os nossos problemas. Daí a facilidade com que aceitamos as ideias e decisões vindas de todos aqueles a quem reconhecemos poder. Esta posição perante o poder é mais de temor do que de respeito; daí que não tenhamos qualquer dificuldade em "desabafar" com as palavras mais ásperas que encontramos. Mas afrontar um grande presidente com um acto aparentemente revoltoso é mexer no nosso princípio mental de autoridade. Por isso, ficamos no nosso canto a "torcer" para que os outros "dêem a cara" em nosso nome.
Este fenómeno acaba por abafar alguns princípios fundamentais da vivência democrática como o exercício dos direitos cívicos, o espírito crítico e uma liberdade de expressão efectiva que não se limite ao típico "bota-abaixo".


Creio que tens razão nessa tua observação. E ela é tão mais verdadeira quando a verdade é que esse tipo de atitude é muito comum numa certa faixa etária - a que viveu esses tempos. Evidentemente, não quero com isto dizer que não haja pessoas interventivas e com capacidade para se indignar nessa faixa etária - afinal foram alguns deles que derrubaram o fascismo. Mas concordo, ficou um certo hábito de aceitar a autoridade como um dado, sem questionar.
No caso das gerações mais novas, para além de ser natural que esse tipo de comportamento que está enraizado nos hábitos sociais não se apague de um momento para o outro e passe de alguma forma para as gerações seguintes, creio que há sobretudo uma atitude de comodismo em resultado de a tudo terem acedido sem grande esforço (em termos genéricos).

Neste caso concreto, penso que o que há é uma atitude de subserviência, entendendo a maioria das pessoas que não havendo alternativa a Salvador não faz sentido protestar. Ora, eu rejeito esta atitude. Isso não me obriga a estar calado. Aliás, um verdadeiro democrata seria sempre incapaz de usar uma chantagem dessas para fazer valer a sua vontade e calar os críticos. A crítica é necessária. Que quem esteja no poder saiba ouvir também é essencial para que não se feche no seu mundo, afastado do que se passa à sua volta.

Apenas discordo de ti num ponto. Hoje, não acredito que Salvador seja o homem de que o clube precisa. Foi a pessoa certa a determinado momento, quando foi preciso sanear as finanças do clube e recolocar o clube num mais elevado patamar desportivo. Essa tarefa cumpriu-a até com algum brilhantismo e eu pessoalmente estou-lhe grato. Mas hoje estou plenamente convencido de que ele não é homem para dar o passo seguinte, para conseguir que o que foi conseguido a nível desportivo se reflicta a nível da adesão da cidade ao clube - só isso poderá sustentar o que foi alcançado nos últimos anos. Mas isso exige uma sensibilidade e um desprendimento (provavelmente os louros de uma tal actuação, seria outro a colhê-los) que António Salvador não tem. Creio que ele próprio não percebe sequer a necessidade de dar prioridade a este objectivo. E esperando que o rendimento desportivo (sempre contingente) cumpra por si só esse desiderato, vai paradoxalmente afastando o clube das pessoas.

Até há algum tempo, pensei que pela crítica, fosse possível modificar o comportamento de Salvador quanto a este aspecto. Hoje não tenho ilusões. Para mim, Salvador atingiu o seu limite no clube. Este tem outras exigências hoje que ele não pode cumprir, por formação, pela sua personalidade. Esta exige sucesso imediato e neste terreno o trabalho é lento e moroso. Mas é preciso começar já e sempre...

Somos Braga!

Quote from: Pedro Ribeiro on 14 de November de 2007, 22:51
Hoje, não acredito que Salvador seja o homem de que o clube precisa. Foi a pessoa certa a determinado momento, quando foi preciso sanear as finanças do clube e recolocar o clube num mais elevado patamar desportivo. Essa tarefa cumpriu-a até com algum brilhantismo e eu pessoalmente estou-lhe grato. Mas hoje estou plenamente convencido de que ele não é homem para dar o passo seguinte, para conseguir que o que foi conseguido a nível desportivo se reflicta a nível da adesão da cidade ao clube - só isso poderá sustentar o que foi alcançado nos últimos anos. Mas isso exige uma sensibilidade e um desprendimento (provavelmente os louros de uma tal actuação, seria outro a colhê-los) que António Salvador não tem. Creio que ele próprio não percebe sequer a necessidade de dar prioridade a este objectivo. E esperando que o rendimento desportivo (sempre contingente) cumpra por si só esse desiderato, vai paradoxalmente afastando o clube das pessoas.


Pois... aqui é que está o problema... Eu até estou de acordo contigo...

MAS... (existe sempre um mas!)...

Essa frase foi também usada por AS para justificar a saída de Jesualdo Ferreira...

Resultado: trocamos o certo pelo incerto...

Estaremos preparados para correr esse risco na presidencia do clube? Estaremos preparados para errar 2 ou 3 vezes até encontrar a pessoa certa? será que nesses erros não deitámos ao lixo tudo que de bom foi feito por AS a nivel financeiro?

E temos um problema adicional: Além de ter capacidade para o cargo temos que arranjar alguém que esteja disponivel para pegar no clube... e que não seja da familia do Mesquita porque senão é um problema para metade dos sócios... e que não seja empreiteiro porque é um problema para a outra metade... e que tenha dinheiro... e ...e...e....

Não é fácil!!!
O verdadeiro adepto vê-se nas derrotas!

Nuno À-Braga

#7
Quote from: Pedro Ribeiro on 14 de November de 2007, 22:51
Apenas discordo de ti num ponto. Hoje, não acredito que Salvador seja o homem de que o clube precisa. Foi a pessoa certa a determinado momento, quando foi preciso sanear as finanças do clube e recolocar o clube num mais elevado patamar desportivo. Essa tarefa cumpriu-a até com algum brilhantismo e eu pessoalmente estou-lhe grato. Mas hoje estou plenamente convencido de que ele não é homem para dar o passo seguinte, para conseguir que o que foi conseguido a nível desportivo se reflicta a nível da adesão da cidade ao clube - só isso poderá sustentar o que foi alcançado nos últimos anos. Mas isso exige uma sensibilidade e um desprendimento (provavelmente os louros de uma tal actuação, seria outro a colhê-los) que António Salvador não tem. Creio que ele próprio não percebe sequer a necessidade de dar prioridade a este objectivo. E esperando que o rendimento desportivo (sempre contingente) cumpra por si só esse desiderato, vai paradoxalmente afastando o clube das pessoas.

Até há algum tempo, pensei que pela crítica, fosse possível modificar o comportamento de Salvador quanto a este aspecto. Hoje não tenho ilusões. Para mim, Salvador atingiu o seu limite no clube. Este tem outras exigências hoje que ele não pode cumprir, por formação, pela sua personalidade. Esta exige sucesso imediato e neste terreno o trabalho é lento e moroso. Mas é preciso começar já e sempre...

Ora bem! Jesualdo, embora nos tenha solidificado como 4º classificado, nao era o homem indicado para fazer o Braga subir ao patamar seguinte. Analogamente, o Sr.Salvador está a demonstrar que não é, nem pensar, o homem que presidirá à evolução do SCB para os patamares seguintes.
Parte da sua acção foi deveras importante, e surpreendentemente positiva. Mas agora demonstra estar cada vez mais longe do que se lhe exige. Eu lanço o debate: será que o melhor cargo para ele não é a presidente, mas no antigo cargo de "chefe do departamento de futebol" (afinal, no que o Sr.Salvador dá cartas, embora tenha acabado com a equipa B, o que não acho minimamente inteligente)?
Saindo o sócio da "Rodrigues e Névoa", sobra o senhor da ABB, não é? Como seria ele a presidente? Mais: como seria ele a presidente, com Salvador a vice, com Salvador a tratar só e apenas do futebol profissional e com responsabilidades financeiras também (de modo a tratar da compra e venda de jogadores, mantendo o incentivo do rigor e da obtenção de bons resultados financeiros)?
É que parece-me que o Sr.Salvador é muito bom em negócios de jogadores e devíamos continuar a aproveitar esse seu grande valor, para construirmos boas equipas e para termos bons resultados financeiros, mas precisamos simultaneamente de um presidente com maior capacidade de noção do Todo e das suas especificidades.

Olho Vivo

Quote from: merelim on 14 de November de 2007, 23:04
Essa frase foi também usada por AS para justificar a saída de Jesualdo Ferreira...

Resultado: trocamos o certo pelo incerto...

Estaremos preparados para correr esse risco na presidencia do clube? Estaremos preparados para errar 2 ou 3 vezes até encontrar a pessoa certa? será que nesses erros não deitámos ao lixo tudo que de bom foi feito por AS a nivel financeiro?

E temos um problema adicional: Além de ter capacidade para o cargo temos que arranjar alguém que esteja disponivel para pegar no clube... e que não seja da familia do Mesquita porque senão é um problema para metade dos sócios... e que não seja empreiteiro porque é um problema para a outra metade... e que tenha dinheiro... e ...e...e....

Não é fácil!!!



Certo, Merelim! Mas isso não me impede de criticar o que está errado. É apenas esse o ponto. Já sei que enquanto as coisas não mudarem ao nível do poder local, dificilmente existirão alternativas. Não acredito que não existam pessoas válidas para pegar no clube... mas não nestas circunstâncias...

A questão de Jesualdo não é comparável. Porque quem veio a seguir foi escolha nossa de uma plêiade de alternativas possíveis - e atenção não estou a criticar a competência de Carvalhal, apenas penso que o plantel que recebeu e o presidente que temos exigia, mais que competência técnica, atributos de liderança que eu creio que Carvalhal não possui.

De resto (voltando ao assunto), também estás a dar de barato que a acção de Salvador vai permitir manter a estabilidade (pelo menos do ponto de vista económico-financeiro) que se vem vivendo. Não estou seguro disso. Tenho receio de que, face a alguma incapacidade de, no plano desportivo, atingir os objectivos (intimamente) propostos (e não os publicamente assumidos), Salvador enverede por uma estratégia do tudo ou nada que aliás condiz com a sua personalidade. E sem a necessária rede de segurança - que é uma massa adepta consolidada fruto de uma grande identificação com a cidade - coisa que manifestamente não está nas prioridades de António Salvador.

As minhas palavras servem apenas de alerta... Cabe-nos a nós, sócios e adeptos, estar atentos...

JORGEXINA

Quote from: Pedro Ribeiro on 14 de November de 2007, 22:51
Apenas discordo de ti num ponto. Hoje, não acredito que Salvador seja o homem de que o clube precisa. Foi a pessoa certa a determinado momento, quando foi preciso sanear as finanças do clube e recolocar o clube num mais elevado patamar desportivo. Essa tarefa cumpriu-a até com algum brilhantismo e eu pessoalmente estou-lhe grato. Mas hoje estou plenamente convencido de que ele não é homem para dar o passo seguinte, para conseguir que o que foi conseguido a nível desportivo se reflicta a nível da adesão da cidade ao clube - só isso poderá sustentar o que foi alcançado nos últimos anos. Mas isso exige uma sensibilidade e um desprendimento (provavelmente os louros de uma tal actuação, seria outro a colhê-los) que António Salvador não tem. Creio que ele próprio não percebe sequer a necessidade de dar prioridade a este objectivo. E esperando que o rendimento desportivo (sempre contingente) cumpra por si só esse desiderato, vai paradoxalmente afastando o clube das pessoas.

Até há algum tempo, pensei que pela crítica, fosse possível modificar o comportamento de Salvador quanto a este aspecto. Hoje não tenho ilusões. Para mim, Salvador atingiu o seu limite no clube. Este tem outras exigências hoje que ele não pode cumprir, por formação, pela sua personalidade. Esta exige sucesso imediato e neste terreno o trabalho é lento e moroso. Mas é preciso começar já e sempre...

Concordo em parte com o que dizes, pois acho que o Salvador ainda pode dar muito ao Braga, acho que ele tem visão estratégica, em termos empresariais para fazer crescer ainda mais o Braga! Eu acho é que é urgente ele arranjar um Braço direito que ele confie, com a tal sensibilidade  para unir o clube a cidade, coisa que ele gere muito mal, pois pra ele a unica coisa que conta para os sócios são os resultados todo o resto é conversa, e ai ele é bastante limitado, e se as coisa não mudarem corre sim o risco de não alcançar o crescimento que todos pretendemos!
Mas acho tb q o dep. Mkt, que não é só merchandising,tem muitas responsabilidades pois a promoção do clube, os preços dos bilhetes em principio(não sei se no SCB funciona assim, mas devia)  é da responsabilidade dos dep. Mkt. 
E não é com o show-off dos cartões de sócio que vamos lá!!
   
[url="http://scb1921.blogspot.com/"]http://scb1921.blogspot.com/[/url]

cardoso

Quote from: Pedro Ribeiro on 14 de November de 2007, 22:51
Apenas discordo de ti num ponto. Hoje, não acredito que Salvador seja o homem de que o clube precisa.
Tu discordas de mim mas eu concordo contigo ;D
Passo a explicar: Salvador fez (quase) tudo muito bem. Isso criou uma onda de entusiasmo. E do entusiasmo ao seguidismo acritico vai um passo muito pequeno. Nos ultimos tempos tenho verificado coisas que, vistas isoladamente, são más decisões mas o sócio comum desculpa-as porque a ideia de grande lider está cimentada. Ora o que talvez não tenha ficado suficientemente claro no meu texto é isto: eu sou radicalmente contra esta ausência de espírito crítico justificada pelo trabalho feito. Criticar é ajudar ao progresso, não é mexer nas vacas sagradas.
Digo que concordo com a tua discordância por isto: reconheço todo o valor ao "home" mas está, neste momento a seguir caminhos com os quais eu não concordo. É nessa medida que sublinho a tua afirmação: de momento, não é o homem certo, ou, pelo menos, não segue aquele que é, a meu ver, o caminho certo.

ric

para mim, caro cardoso, a questão do protesto tem a ver com o que afirmas mas a ser assim entras por questões maiores que nos levam a caracteristicas "genéticas" e de cultura do nosso povo.Eu não iria tanto por aí nesta justificação apesar de reconhecer todo o mérito na "dissertação".

Para mim, tem a ver com a realidade que é o clube e a sua ligação com a cidade e as suas gentes.
No fundo a adesão á vivência intrinseca do clube resume-se ao ritualç de ir ao estadio, ver a equipa, sair de lá contente ou triste e...pouco mais.
No fundo, no fundo, acontece com este tipo de adesões que pedem "mais alguma coisa do que o habitual carreirismo"  o mesmo que sucede, ano após anos, com os putativos candidatos a presidente. na hora de assumir, de dizer presente tudo se fecha em copas...

para mim, esta é a realidade e cada vez mais o fosso se cava neste distanciamento. Apesar de crescer desportivamente, O Braga não ganhou dimensão humana. Não ganhou sinergias nem cativou paixões. cativou sim alguns adeptos que gostam de ganhar e apenas gostam de ganhar...Qdo se começar a perder viram as costas...


è por isso que incluí nos "7 trabalhos de Salvador" (ver outro tópico, o incremento da relação clube /sócio. Que seja feiro de uma forma masis humana e sobretudo mais cientifica pois hoje tudo se estudo e tudo é alvo de um modelo e de uma orientação.

para mim, a (falta) de adesão dos associados apenas representa aquilo que é o clube...  uma agremiação com historicas raízes mas sem profundidade nem intimamente ligadas á terra. E se a "comunhão" não existe, não temos espaço para "protestos" e muito menos para "candidatos".

penso ser importante parar, reflectir e pensar o clube. Mas acho que os mesmos que podem e devem pensar o clube serão aqueles que mais lhes viram as costas, satisfeeitos pelo imediatismo das suas propostas mas insensíveis ao futuro de um clube quase centenário como o nosso Enorme!!!!!!

lembro-me que há cerca de 4 anos, ermelando Sequeira, na altura vice do Braga, pretendeu criar um forum de discussão do clube. penso ter realizado uma sessão que falhei por compromissos assumidos que foi algo profícua mas pouco participada. na altura, disseram-me que quem estava eram os que criaram esta situação no clube. Os prsentes eram "os pais da criança" e os seus "educadores". Se o fizeram rescer assim, como o poderiam mudar? E seriam capazes de dar soluções públicas contra o "establichement" mesmo que que o façam em demasia no circulo de amigos?

Enquanto houverem "ses" e "no entanto", este clube não cresce.

Outra nota, preocupa-me que o Conselho geral e mesmo a AG , enquanto orgão máximo do clube nunca tenham efectuado uma reflexão conjunta e profunda sobre a aus~encia sucessiva de candidatos a presidente. Uma associação desportiva que não cativa associados para o seu cargo mais importante não mostra coesão nem união e muito menos participação activa de quem deve participar.
Esta situação deveria preocupar os responsáveis. Até para evitar as situações de impasse que vivemos ciclicamente até acabar ..nos mesmos de sempre.

Que diabo, será que os responsáveis não se sentem"CULPADOS" de terem um clube não apetecido? Será que a culpa é da sociedade ou da sua própia politica?
pensem nisto...

jodobraga

Caro ric concordo na quase totalidade com o que dizes, mas no ponto de aproximação da cidade ao clube penso que o Salvador "só" está a descurar este jogo por ser o cartaz que é, já não nos lembramos de que ele já deu provas de querer captar a cidade,vejamos a meia final de Belem em que o transporte foi pago pelo clube,temos tambem o jogo Braga-Belenenses que foi grátis e um sucesso, o Braga-Maritimo que foi outro jogo com preços bem baratinhos e com muita gente, lembro-me tambem do Braga-Nacional em saldo e mesmo com a concorrência dos 3G na tv, para mim esteve muito bem preenchido (13000) sendo impensável á quatro anos atrás. Mas de facto este jogo poderia ser uma enorme alavanca de captação de massas, e infelismente não foi por esse caminho, mas se dá na tv ,muita gente vai ver e vibrar, e da mesma maneira (grande parte pelos jogos televisionados) que os grandes chamaram os adeptos a si , o nosso Braga pode tambem lançar as sementes.
Claro que a imagem das bancadas cheias de adeptos do clube é fulcral ,faz passar a ideia que se muita gente gosta dele é porque tem de facto valor, é porque pode fazer aquilo que leva as pessoas em massa ao futebol ( espectáculo e consequencia disso: VITÓRIAS)

ric

eu considero que a maior motivação para  se gostar do futebol éassistir a um jogo grande, recheado de movimentações, vibrante no campo e caloroso nas bancadas.

No europeu de portugal levei a minha filha mais velha ver os jogos de Braga.
Ficou deliciada com o espectáculo!
na e´poca seguinte foi ver cmg cerca de 50% dos jogos em casa e não tive alternativa que não adquirir cadeira.

Muitas vezes me falava de não mais assistir a uma festa da do género do europeu. Teve , no entanto, alguns momentos vibrantes com o SCB de casa (quase) cheia. Foi com esse animo sobretudo da bancada, pois o jogo ainda lhe passa algo ao lado para aidade, que a cativei. Hoje gosta de ir ao futebol e para já vibra com o ambiente, com as pessoas a cantarem, com a festa ao redor do campo... Do jogo, guarda os momentos mais quentes e sobretudo os golos. Não tenho duvidas que se está a fazer braguista...

é pois com esta experiencia de "experiencia feita" que digo que maior do que uma campanha de socios é criar apetecencia para um grande jogo e com bancadas cheias... daqui para a paixão e conquista do adepto irá uma curta distancia.

é por isso que digo que o jogo com o bayern seria o cartaz ideal para a cativação e sedução. A pensar no futuro. Não a pensar no imediato...
é por isso que digo que é (mais) uma oportunidade perdida.

Nota: como diz o jodobraga no post anterior, o facto de existirem alguns eventos pontuais que podem atestar alguma politica de "abertura" devo dizer que são escassas e não têm seguimento noutros canais. é uma tentativa mas nãoe stá inserida numa poltica concreta, assente em premissas e objectivos.Alguém me sabe garantir qual o feed-back em termos de associados que beneficiamos com essas aberturas? e nas visitas às escolas alguém sabe se esse evento teve reacção imediata concretizada em algo palpável de futuro e não de mero evento pontual?

Eu acho que faltam estas aferições. O rigor cientifico que falo para escolher publico alvo, eventos e sobretudo aferir os resultados para determinados objectivos.

Querer conquistar a cidade compreços de 35 euros não é ...sensato.
Quer ter os socios e fazer pagar o bilhete com os preços que sabemos é ...explorar os socios e exigir-lhes tudo aquilo a que uma comunidade podia dar e não dá. è querer um clube para sócios e sem a tal abertura.


Augusto Gomes

Continuamos a perorar esquecendo o essencial...

Não se trata de cultura de obediência e veneração a quem manda.

Trata-se, antes, de mera conformação à realidade dos nossos dias e que só mudará lenta e progressivamente.

É a resistência ao futuro breve que(só) poderemos ter.

Uma grande camada da população ainda cultiva a ideia de que o futebol é uma industria que carece de rentabililidade, a qual ainda passa predominantemente pela receita de bilheteira, além das verbas da TV.Daí não se estranhar a estratégia economicista da SAD.As alternativas ainda não estão suficientemente versatilizadas.

No futuro, claro, o futebol tem que ser gratuito ou quase...Quando?

Mas primeiro não se tem de baixar o preço dos bilhetes para os jogos do campeonato?E isso não vem custando a fazer?

Creio que em Leiria já está em estudo uma plataforma  que leve pessoas ao Estádio, pura e simplesmente.

Conclusão: As pessoas interiorizam que o futebol a baixo preço ainda não é para esta década e limitam-se a submeter-se à evidência...
FORÇA BRAGA, RUMO À LIGA DOS CAMPEÕES!!!

Gambit

Quote from: merelim on 14 de November de 2007, 22:40
Provavelmente o Cardoso é capaz de ter descoberto uma das razões que (inconscientemente) me levaram a não aderir ao protesto: Como globalmente AS tem sido um grande presidente... custa protestar contra alguém que fez muito pelo clube!

Muito bom texto como sempre...

Custa é não ir ao jogo...
Só porque (dizes) tem sido um grande presidente, já não se pode contestar as decisões que toma?! Então passou a ser uma ditadura e nós comemos e calamos!!!

Somos Braga!

Quote from: Gambit on 15 de November de 2007, 14:23
Quote from: merelim on 14 de November de 2007, 22:40
Provavelmente o Cardoso é capaz de ter descoberto uma das razões que (inconscientemente) me levaram a não aderir ao protesto: Como globalmente AS tem sido um grande presidente... custa protestar contra alguém que fez muito pelo clube!

Muito bom texto como sempre...

Custa é não ir ao jogo...
Só porque (dizes) tem sido um grande presidente, já não se pode contestar as decisões que toma?! Então passou a ser uma ditadura e nós comemos e calamos!!!

Olha que eu não disse isso... podes e deves protestar se achares que é o mais correcto!

Naquele momento não achei que fosse o mais correcto e não protestei. Estou no meu direito assim como tu estás no teu...
O verdadeiro adepto vê-se nas derrotas!

cardoso

#17
Quote from: ric on 15 de November de 2007, 10:22
(...)
Para mim, tem a ver com a realidade que é o clube e a sua ligação com a cidade e as suas gentes.
(...)
o mesmo que sucede, ano após anos, com os putativos candidatos a presidente. na hora de assumir, de dizer presente tudo se fecha em copas...
(...)
O Braga não ganhou dimensão humana. Não ganhou sinergias nem cativou paixões. cativou sim alguns adeptos que gostam de ganhar e apenas gostam de ganhar...Qdo se começar a perder viram as costas...
(...)
a (falta) de adesão dos associados apenas representa aquilo que é o clube...  uma agremiação com historicas raízes mas sem profundidade nem intimamente ligadas á terra.
(...)
Mas acho que os mesmos que podem e devem pensar o clube serão aqueles que mais lhes viram as costas, satisfeeitos pelo imediatismo das suas propostas mas insensíveis ao futuro de um clube quase centenário como o nosso Enorme!!!!!!
(...)
Que diabo, será que os responsáveis não se sentem"CULPADOS" de terem um clube não apetecido? Será que a culpa é da sociedade ou da sua própia politica?

Caro ric, as situações que apontas e que eu cito têm um denominador comum: a falta de espírito de militância (já não digo de missão). Os dirigentes sentem o clube mas até onde? Conseguimos imaginar os administradores da SAD a sofrer, a roer as unhas durante um jogo. Mas conseguimos imaginá-los nessas poses se não fossem eles os dirigentes actuais?
Também aos candidatos a presidentes falta esse espírito. Espirito que existiu (talvez) em Salvador, talvez em Fernando Oliveira mas que existiu sem dúvida nenhuma em J. G. Oliveira. O que falta a tanta gente bem colocada de Braga para se candidatar, a não ser a tal militância?
O mesmo posso dizer de muitos adeptos; adeptos, como dizes, das vitórias. Quando as coisas correm mal a assistência na pedreirfa desce para metade. Podem dizer que nos outros clubes é igual. Mas com o mal dos outros podemos nós bem.
O que precisa então do Braga? De uma Administração capaz de despertar a militância braguista nos adeptos e nas tais "forças vivas" que de vivas pouco têm. Eu chamar-lhe-ia antes "forças moribundas". Mas isto dava outro tópico...

cardoso

Quote from: jodobraga on 15 de November de 2007, 11:18
este jogo poderia ser uma enorme alavanca de captação de massas, e infelismente não foi por esse caminho,
aqui é que "bate o ponto".
Podemos ganhar muito dinheiro com outras receitas. Mas sem grandes assistencias estamos a hipotecar o futuro.

FIDELIS

"No fundo a adesão á vivência intrinseca do clube resume-se ao ritual de ir ao estadio, ver a equipa, sair de lá contente ou triste e...pouco mais."

esta frase resume tudo o que se passou no protesto


também concordo que Salvador terá que olhar os sócios e a cidade de uma forma pró-activa, só assim o futuro do Braga passará por tornar-se uma potência do nosso futebol, porque se não se fomenta a paixão, ao primeiro fracasso os desertores serão mais que muitos

Fidelis Bracara
Braga e Basta