NOTICIAS DO ENORME DO DIA 01/08

[jaimec]

Jorge Costa aguarda complemento especial para João Tomás
Futuro avançado jogará em 4x4x2
Sector ofensivo será reforçado com um "rompedor" de defesas, tão bom a finalizar como a assistir o ponta-de-lança de serviço
Pedro Rocha

Se o Braga conseguir recrutar no mercado mais um avançado, a equipa deixará de ter um desenho táctico rígido. O "tradicional" 4x3x3, o mais utilizado na época passada, já foi repetido em sete jogos da pré-época, resultando dessa experiência seis vitórias e apenas uma derrota (1-0), frente ao Gil Vicente, mas muito em breve será possível assistir ao redimensionamento do "onze" arsenalista para um 4x4x2 em losango, onde haverá lugar a dois avançados em vez de um único, como se tem verificado até ao momento, com João Tomás a ser a opção número um para "atirar a matar", apoiado nas alas por Wender na esquerda e por Zé Manel ou Lenny na direita. Mas tal não significará que o ex-artilheiro do Al-Rayyan perderá protagonismo no tal plano B dos minhotos. Mais enquadrado do que nunca com as balizas, o ponta-de-lança será nuclear em qualquer estratégia montada por Jorge Costa e a grande referência do ataque, pelo que o futuro avançado dos minhotos terá um perfil bem diferente: hábil com a bola, corajoso a abordar as defensivas contrárias e mestre no último passe para a unidade mais avançada. Tudo isto exige grande mobilidade e, por esse motivo, o Braga tem sido cauteloso na selecção das opções disponíveis nos mercados sul-americano e europeu.
 

Destaque

Braga procura reforço para o ataque em duas frentes: América do Sul e Europa


Davide ainda à espera

Presa por detalhes burocráticos, a transferência de Davide para a Naval deverá concretizar-se somente hoje. Como se previa, o extremo apresentou-se ontem ao serviço e acabou por participar nos dois treinos da equipa, que se distribuíram pela manhã e pela tarde nos relvados de apoio do Estádio Municipal, mas já focalizado no clube da Figueira da Foz, onde deverá aparecer até ao fim da semana. Para tal, apenas falta rescindir o seu actual contrato, válido por um ano.


Deslocação a Londres em voo económico

Será num avião da Ryan Air, uma das companhias aéreas "low-coast" mais conhecidas, que voará o Braga na próxima sexta-feira para Londres, um dia antes do jogo de carácter particular com os ingleses do Charlton, onde chegou a jogar um ano Jorge Costa, o actual técnico dos bracarenses. Não se sabe se esta opção por um voo económico foi motivada por questões financeiras ou por uma questão de adequação de horários, mas não deixa de ser uma curiosa ruptura com o passado. A equipa portuguesa pousará ao fim da manhã de sexta-feira na capital britânica, estando previsto para a tarde (17h00) um treino que se realizará no centro de treinos do Charlton. No dia seguinte (sábado), o Braga medirá forças com o conjunto inglês, a partir das 13h00, no Estádio The Valley, arrancando no final em direcção ao aeroporto para apanhar mais um voo económico, agendado para as 18h30.


AXA gera riqueza e polémica
PEDRO ROCHA

Para variar, os ventos da modernidade no futebol sopram actualmente no Minho. Há muito que os três grandes tentavam importar o conceito de cedência dos "naming rights" dos respectivos recintos, mas o clube pioneiro em Portugal nesta matéria acabou por ser o Braga, que anunciou no começo de Julho, de forma surpreendente, a venda do nome do seu estádio à seguradora AXA, por uma verba próxima dos 4,5 milhões de euros. Por outras palavras, mais um golpe de mestre da SAD arsenalista em termos de gestão. O contrato com o novo patrocinador é válido por três anos e encerra como grande novidade o rebaptismo do Estádio Municipal de Braga para Estádio AXA, sendo certo que a imagem da referida multinacional marcará ainda presença nas camisolas de jogo, nos equipamentos, nos campos de treino e nas salas de conferência de Imprensa do clube. Como o Braga detém os direitos de exploração do recinto, ao abrigo de um protocolo celebrado com a Câmara Municipal (a entidade proprietária da "Pedreira"), não houve qualquer atropelo da lei.

O acordo foi cristalino e apresentado publicamente com pompa, quase como se tratasse de um importante trunfo para o plantel, mas não chegou para convencer alguns círculos da cidade. "Não gostamos de negócios pouco transparentes e entendemos que essa venda deveria ter sido discutida nas instâncias públicas devidas, na Assembleia Municipal ou em sede da Comissão de Toponímia (comissão que propõe nomes de ruas, praças e imóveis), dado que o novo estádio de Braga é municipal e já foi classificado como imóvel de interesse público. Isso é que nos chocou", testemunha Miguel Bandeira, o presidente da Associação para a Defesa, Estudo e Divulgação do Património Cultural e Natural de Braga (ASPA), que assegura nada ter contra o futebol e os clubes. "Até jogo futebol umas duas vezes por semana", revela. O que mais causou impressão à ASPA foi então assistir à pura venda de um património geneticamente público. "Tenho a certeza de que a polémica seria maior se a FPF resolvesse vender o nome do Estádio do Jamor a uma empresa concreta. Já o FC Porto, por exemplo, tem toda a legitimidade para vender o nome do seu estádio, pois é o verdadeiro proprietário do Dragão", argumenta Miguel Bandeira.

Para a autarquia, não houve qualquer irregularidade ou escândalo neste caso. "A Câmara Municipal continua a ter dois estádios: o 1º de Maio e o Estádio Municipal. E o Estádio Municipal é a real designação do seu estádio mais recente. Quando à cedência dos "naming rights" por parte do Braga a essa instituição privada, não colide de forma alguma forma com o que está contratualizado entre a Câmara e o clube", expõe João Paulo Mesquita, o assessor do edil Mesquita Machado, lançando ao mesmo tempo um argumento curioso: "A Câmara também não processou ninguém por chamarem Pedreira ao mesmo estádio". E esta?


Apenas meio milhão abaixo do Arsenal

Basta comparar os ganhos do Arsenal (cinco milhões de euros) resultantes da cedência do nome do seu estádio à companhia aérea Fly Emirates com os do Braga (quatro milhões e meio de euros) para se perceber a dimensão do negócio estabelecido entre o clube minhoto e o Grupo AXA, uma multinacional de protecção financeira que tem nada mais, nada menos do que 51,5 milhões de clientes em todo o Mundo. Atendendo a que o clube inglês se insere numa realidade bem diferente, onde dinheiro atrai dinheiro e não faltam investidores, é quase uma dádiva divina a verba conseguida pelo Braga através de um contrato de patrocínio inédito em Portugal com uma empresa de renome internacional, que procurava um "clube inovador" para ter uma presença forte no fenómeno desportivo. É caso para dizer: melhor seria impossível.


IN OJOGO

Colocação para Philco com goleador na mira
OFICIALIZAÇÃO DO EMPRÉSTIMO DE DAVIDE ESTÁ POR HORAS

A saída de Philco passou de rumor não assumido a facto confirmado. A estrutura desportiva da SAD já está a trabalhar no sentido de encontrar colocação para o jovem brasileiro que chegou a meio da época passada, para treinar-se à experiência, tendo convencido os responsáveis dos minhotos e assinado um contrato por 5 temporadas.

Apesar de lhe serem reconhecidas qualidades, aos 18 anos ainda precisa de adquirir experiência competitiva no futebol europeu, pelo que uma cedência por empréstimo será a melhor saída. Nesse processo, a Gestifute, que descobriu Philco no Atlético Paranaense, também deverá ter uma palavra a dizer.

Por outro lado, a oficialização do ingresso de Davide na Naval está por horas. A reunião da administração da SAD bracarense, prevista para a noite de ontem, deve ter encerrado o processo, finalizando a cedência de um atleta com contrato até 2009.

Os restantes ajustes no plantel vão depender das características do ponta-de-lança que está a ser procurado no mercado. Com Bruno Tiago lesionado até ao final do ano, Kazeem pode ser útil a meio-campo. O empréstimo de algum dos Sub-19 (Vítor Hugo, Stélvio e Orlando) vai depender das garantias a dar pelos eventuais emblemas interessados.

Transferência de Davide para a Naval fechada hoje
JORGE AGUIAR/o jogo

Davide vai trocar a Cidade dos Arcebispos pela Figueira da Foz


O extremo Davide está prestes a transferir-se do Braga para a Naval. Depois de ter sido, na passada semana, dado como certa na formação da Figueira da Foz, o processo conheceu inesperados entraves, que, ontem à noite, foram ultrapassados.

Descartado por Jorge Costa, Davide vai reforçar a Naval de Francisco Chaló, rubricando um acordo válido para as próximas três épocas. Ontem, o jogador ainda trabalhou com o plantel arsenalista, mas tem os termos da mudança para a Figueira da Foz acertados e deverá, hoje, rumar ao novo clube.

A SAD bracarense aceitou libertar Davide, mas o contrato com a Naval prevê uma cláusula que coloca nas mãos dos minhotos elevada percentagem numa futura venda. Sem poder contar com o guarda-redes Paulo Santos, que continua a recuperar de uma contusão, ontem, Jorge Costa chamou o júnior Diogo aos trabalhos da formação principal.

O grupo arsenalista volta, hoje, a evoluir em regime bi-diário. Depois de amanhã, a equipa viaja para Londres, onde, no sábado, mede forças com o Charlton, clube que o técnico dos minhotos representou, enquanto jogador. Paulo Santos e Bruno Tiago são os únicos elementos indisponíveis para a visita a Inglaterra. Vítor Santos

[Coiso]