NOTÍCIAS DO ENORME DO DIA 21/03

[nandes]

NAVAL EMPATOU COM GOLO IRREGULAR, SP. BRAGA GANHOU COM «PENALTY» FANTASMA


Mão que lavou a outra



UMA grande penalidade que só o arbitro viu permitiu ao Sp. Braga somar os três pontos e reconquistar o quarto lugar, numa partida em que acusou bastante o desgaste da jornada europeia de Londres. Os bracarenses foram assobiados durante largos períodos da segunda parte, numa altura em que os visitantes mandavam em campo, mas acabaram por beneficiar de um erro grosseiro do árbitro, que só não pode apelidar-se de anedótico porque os homens da Naval não têm razões para rir. Pelo contrário...
Antes, porém, tinha sido também um lance ilegal a repor a igualdade, já depois de uma primeira parte monótona, em que o único ponto digno de registo foi a fabulosa finalização de João Pinto, a abrir o marcador. Nei apoiou-se em Carlos Fernandes para apontar o golo do empate, de cabeça, numa infracção à qual Hugo Miguel fez vista grossa.
O juiz lisboeta teve uma actuação para esquecer, entrando e saindo mal na fotografia. Começou por deixar rolar o encontro e não teve intervenção firme quando deveria ter. Deixou alguns jogadores sem cartão amarelo e não castigou Paulo Jorge com a expulsão, quando o capitão do Sp. Braga impediu que Carlitos se isolasse. Estava o jogo empatado...
Mas o lance decisivo do jogo estava para vir. Zé Carlos brincava com a bola na área e Mário Sérgio até protegia o braço, mas a bola passou por perto — imperceptível se chega a tocar, mas nunca com intenção do navalista — e o árbitro assinalou penalty. O público da casa aplaudiu, os ânimos agitaram-se e deram a confiança necessária para o homem dos golos de Braga assinar a sentença. Da Naval e... do árbitro.

Hugo Miguel (2) — Pagou caro a inexperiência no seu terceiro jogo na Liga. Teve influência directa no resultado. Infelizmente, não é por acaso que esta crónica se resume a abordagens à triste noite do homem de negro.



JORGE COSTA SATISFEITO COM A VITÓRIA MAS PRETENDE MELHORES EXIBIÇÕES


Meio objectivo alcançado  


O principal objectivo do Sp. Braga foi conseguido, já que a equipa regressou às vitórias no campeonato, mas continuou a faltar uma exibição condizente com os desejos do próprio treinador.
«Pedi aos jogadores os três pontos e, de preferência, uma boa exibição. Como vencemos, o primeiro objectivo foi alcançado, mas falhou o segundo», começou por reconhecer Jorge Costa.
O valor e a forma como o adversário se apresentou, bem como o desgaste provocado pela participação dos bracarenses em três frentes, são factores que justificam o rendimento dos minhotos: «Já estava à espera de dificuldades, porque a Naval é uma formação bem organizada e que nos dificultou imenso.»
De imediato, o técnico avançou com outra justificação: «Só a partir de agora, com afastamento da equipa da Taça UEFA, é que passamos a ter tempo para treinar e recuperar jogadores. É importante que as pessoas tenham noção de que não somos uma equipa habituada a participar em três frentes. Vou recuperar os atletas, fisica e animicamente, porque queremos ganhar com boas exibições.»
Confrontado com a grande penalidade assinalada por alegada mão de Mário Sérgio, lance que acaba por garantir a vitória do Sp. Braga, o treinador remeteu a opinião para mais tarde, já que não viu imagens, e apresentou razões de queixa. «Ainda não vi o lance na televisão, mas no relvado pareceu-me que foi penalty. Mas se o árbitro tivesse assinalado falta no golo da Naval, talvez o resultado fosse 1-0 a favor do Sp. Braga», lembrou.


«Estamos tristes» (Mariano Barreto)


O técnico da Naval evitou ser feroz nas criticas à arbitragem, mas não deixou de tecer imensos reparos: «Fomos penalizados num lance em que só o árbitro parece não ter dúvidas. É tempo da Naval deixar de estar sujeita a estas penalizações. E é por isto que ficamos tristes.»
Mariano lamentou ainda que «os pequenos não tenham o tratamento dos
grandes».



ADJUNTO DO VARZIM

Miranda observou  


Miranda, treinador adjunto do Varzim, esteve no Estádio Municipal de Braga, tirando todas as notas possíveis sobre a equipa bracarense, adversária dos poveiros no próximo domingo, num encontro em atraso relativo aos quartos-de-final da Taça.
Os jogadores do Sp. Braga começam esta manhã a preparar esse desafio, treinando-se às 10.30 horas, após uma suada vitória que recoloca a equipa no quarto lugar. Ao resultado positivo assistiram atletas das camadas jovens do Sp. Braga, que desfilaram no relvado ao intervalo.



AINDA MAIS FORTES  

JOÃO PINTO

Não conseguimos a exibição que todos desejavam, mas foi concretizado o essencial, a vitória, que em qualquer caso ou em qualquer circunstância é sempre o principal objectivo. Não foi nada fácil ganhar, porque a Naval é uma equipa bem organizada, combativa e apta a um jogo de pressão, e esteve muito bem ao longo de todo o encontro, mas isso só valoriza o nosso triunfo, embora a ideia e o que o treinador pediu fosse tentar juntar o útil ao agradável. No entanto, e olhando ao que o Sp. Braga fez, creio que temos razões para estar tranquilos quanto ao futuro: já não ganhávamos para o campeonato há algum tempo e são as vitórias que potenciam a ilusão e o entusiasmo. Este triunfo e o tempo que teremos agora para preparar a terrível série que aí vem coincidem no essencial: motivação total para o Sp. Braga ganhar e agradar. Se entendermos o jogo com a Naval como um teste às capacidades do Sp. Braga após um ciclo prolongado em que jogámos em média o dobro dos encontros que normalmente uma equipa faz, a resposta é positiva: ganhámos, ultrapasssámos momentos de alguma pressão, somámos mais três pontos, voltando ao nosso quarto lugar. Em resumo, só há motivos para celebrar, e esperar um Sp. Braga ainda mais forte.



Destaque do jogo Gerador de ouro


Levar o jogo muito a sério é apenas uma faceta de João Pinto. Há muitas outras que fazem dele um atleta excepcional, alguém que nunca se encolhe ao correr dos anos. Vai fazer 36. Já deveria estar em casa a cuidar dos filhos ou da relva... do jardim. Mas prefere cuidar do Sp. Braga. Fez o quarto golo da época, mas esse é apenas um pormenor, já que a função de vida é andar com os outros ao colo. O golo-fábula de ontem faz-nos viajar até ao Euro-96, onde voou para apressar a incrível reviravolta frente aos ingleses, de 0-2 para 3-2. Golos como estes são pedras preciosas em carreira refulgente. Mas de alguém que nunca deixa espalhar sinais de impotência, retenha-se o fundamental: esta época, só para a Liga, foi o criador de nove ensaios que acabaram em golo. É a paixão possessiva que embala o Sp. Braga, o estímulo permanente. Selvagem e indomável até à retirada. Mas tem tempo.



«COMIGO NÃO JOGA MAIS», GARANTE JORGE COSTA

Jorge Luiz vai embora


Jorge Luiz está de saída do Sp. Braga, deixando os minhotos para concretizar o desejo de voltar ao Brasil para jogar num clube cujo nome ainda não divulgou. O divórcio não foi pacífico, como referiu ontem Jorge Costa, e de forma muito clara.
O defesa-esquerdo tinha sido convocado para o jogo com a Naval, mas não figurou na ficha oficial. O Sp. Braga ficou com 17 jogadores disponíveis, numa situação justificada pelo técnico de forma firme: «Jorge Luiz estava emprestado ao Sp. Braga e demonstrou vontade de voltar para o Brasil. Comigo, seja Jorge Luiz ou qualquer outro jogador do plantel, quem não demonstrar vontade de ficar aqui tem as portas abertas», atirou o técnico, com toda a frontalidade, acusando o atleta de «colocar os interesses pessoais acima dos do colectivo».
Jorge Costa deixou claro que Jorge Luiz «vai embora por vontade dele», concluindo o assunto de forma taxativa: «Enquanto eu estiver aqui, ele não joga mais no Braga.»
O assunto é quente e actual, mas não mereceu qualquer esclarecimento da SAD. António Salvador, o presidente, recusou-se a comentar o assunto, não deixando de mostrar irritação quando foi abordado pelos jornalistas.



João Pinto 7

Para ele a bola já não guarda segredos. O verdadeiro artista não perde as qualidades e o passar dos anos refina as belas artes. Marcou mais um golo para a galeria dos notáveis e assinou outras raridades em nova noite de gala.




In A Bola



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SP. BRAGA-NAVAL, 2-1 (João Pinto 28', Zé Carlos 87' gp; Nei 67' )


MINUTO A MINUTO, JOGADA A JOGADA


O empate seria o resultado ideal para este jogo, mas tal não existe em futebol, e uma grande penalidade que deixa dúvidas acabou por restabelecer a vantagem que um grande golo de João Pinto tinha trazido na primeira parte. Isto porque uma cabeçada de Nei trouxe o empate (embora o salto para o golo possa ter sido apoiado num defesa) no decorrer de uma boa reacção navalista. Deste modo, o Sp. Braga reapodera-se do 4.º lugar da Liga.

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22:24 - FIM DA PARTIDA.
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90'+1' - SUBSTITUIÇÃO no SP. Braga. DAVIDE rende Zé Carlos.

89' - SUBSTITUIÇÃO na NAVAL. Delfim sai e entra Pimenta.

87' - GOLO DO SP. BRAGA POR ZÉ CARLOS. O árbitro marca grande penalidade pela jogada de Mário Sérgio e Zé Carlos atira sem hipóteses para Taborda.

86' - CARTÃO AMARELO para Mário Sérgio por mão dentro da área, que parece casual.

80' - CARTÃO AMARELO para Fernando por falta sobre Zé Carlos.

76' - SUBSTITUIÇÃO na NAVAL. Lito dá o lugar ELIVELTON.

75' - SUBSTITUIÇÃO no SP. Braga. CHMIEST entra e sai João Pinto.

74' - Mário Sérgio aponta um livre directo com força mas por cima da barra.

72' - CARTÃO AMARELO para Paulo Jorge por falta sobre Carlitos.

67' - GOLO DA NAVAL POR NEI. Livre de Mário Sérgio da direita, com a bola a sobrevoar a área para chegar à cabeça de Nei que, elevando-se entre um cacho de jogadores, atirou a contar

60' - SUBSTITUIÇÃO no SP. Braga. MACIEL rende Wender.

57' - SUBSTITUIÇÃO na NAVAL. CARLITOS rende Saulo.

54' - Lito gira e isola-se entre 2 defesas e dispara... muito ao lado da baliza de Paulo Santos.

Toada movimentada de parte a parte: o Sp. Braga sabe que o resultado é escasso para garantir o 4.º lugar, e a Naval está ciente de que vai a tempo de recuperar.

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21:35 - REINÍCIO DA PARTIDA.
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21:20 - FIM DA PRIMEIRA PARTE.
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45'+2' - Andrade cobra de longe e com força um livre directo, mas a bola chega sem perigo às mãos de Taborda.

45' - Vão jogar-se mais 22 minutos em Braga.

39' - Saulo tenta a meia-distância de pé esquerdo, mas o remate sai enrolado: a Naval tem de se tornar mais atacante, e pode abrir espaços aos minhotos...

38' - Paulão sobe em rapidez pela direita e executa um centro-remate que sobrevoa a área bracarense, mas sem perigo.

O jogo morreu um pouco com o golo: os bracarenses chegaram ao objectivo e obrigaram Jorge Costa a travar possíveis alterações no imediato; os figueirenses têm de mudar de atitude e perseguir o prejuízo...

28' - GOLO DO SP. BRAGA POR JOÃO PINTO. Jogada de Luís Filipe pelo seu flanco direito, centro tenso a que não consegue acorrer Wender, enganando o central Paulão, para aparecer fulgurante em salto de peixe João Pinto a cabecear, no coração da área, para as redes, fora do alcance de Taborda.

26' - João Pinto nota o adiantamento de Taborda e tenta com rapidez o chapéu, que sai pouco ao lado.

Os anfitriões não logram ultrapassar a muralha defensiva navalista, e prevê-se alterações na equipa por Jorge Andrade... talvez antes do intervalo, se atendermos aos assobios dos adeptos

14' - Wender remata para fora a recarga a um livre directo perigoso de Andrade.

As equipas já acertaram as respectivas marcações, com prejuízo para os arsenalistas, pois os visitantes estão mais afoitos.

7' - Nei falha a emenda a um centro de China em remate acrobático: estava sozinho na área bracarense, um aviso de peso...

6' - Wender interna-se na área, toca bola e cai perante o corte de Márgio Sérgio; o árbitro manda seguir.

O Sp. Braga lança-se intencionalmente ao ataque, aumentando o ritmo de jogo, mas já se viu que a Naval está muito atenta ao contra-ataque.

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20:33 - INÍCIO DA PARTIDA. SAI O SP. BRAGA.
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BWin Liga, 22.ª jornada

SP. BRAGA-BEIRA-MAR

Estádio Municipal de Braga
Hora: 20:30
Árbitro: Hugo Miguel (Lisboa)

SP. BRAGA
Paulo Santos; Luís Filipe, Nem, Paulo Jorge e Carlos Fernandes; Frechaut, Madrid e Andrade; João Pinto, Zé Carlos e Wender.

Suplentes: Dani, Ricardo Chaves, Davide, Maciel, Gama e Chmiest.

Treinador: Jorge Costa.

NAVAL
Taborda; Mário Sérgio, Paulão, Fernando e China; Orestes, Gilmar e Delfim; Saulo, Nei e Lito.

Suplentes: Wilson Júnior, Carlitos, Fajardo, Pedro Santos, Tony, EIivelton e Pimenta.

Treinador: Mariano Barreto.



João Pinto: «Principal objectivo foi conquistado»

INAUGUROU O MARCADOR FRENTE À NAVAL


João Pinto, autor do primeiro golo do Sp. Braga frente à Naval, estava obviamente satisfeito com a vitória obtida (2-1) pela sua equipa, no fecho da 22.ª ronda de Liga.

"O principal objectivo foi conquistado, que era a vitória. Era muito importante vencermos este jogo para regressarmos ao quarto lugar. Queríamos juntar uma boa exibição à vitória mas não foi possível porque também encontrámos uma boa equipa pela frente. No fundo o que interssa são os três pontos, até porque não ganhávamos para o campeonato há já algum tempo", começou por analisar ao "flash-interview" da Sport TV o veterano avançado dos bracarenses.

"As vitórias trazem mais entusiasmo, os jogadores ficam mais moralizados, que é aquilo que nós precisamos para esta fase complicada de jogos que vamos ter. Vamos à Madeira, recebemos o Sporting e vamos à Luz. Três jogos muito difíceis, numa altura em que saímos das competições europeias. Estávamos a jogar praticamente de 3 em 3 dias e isso no fundo ressente-se um pouco no estado físico dos jogadores. Mas, felizmente, hoje conseguimos ultrapassar algum cansaço e ganhámos o jogo, que era o principal objectivo", disse ainda João Pinto.




Jorge Costa revela saída de Jorge Luiz

TÉCNICO DIZ QUE LATERAL VAI VOLTAR AO BRASIL  


O brasileiro Jorge Luiz não vai jogar mais pelo Sporting de Braga, garantiu o treinador do clube minhoto, Jorge Costa, após o triunfo (2-1) desta noite sobre a Naval, jogo no qual o lateral-esquerdo já não esteve presente, sendo excluído da convocatória.

"O Jorge Luiz é um jogador que veio emprestado da Rússia e demonstrou vontade de voltar ao Brasil. No caso dele, como de qualquer outro, quem não se sentir bem no Sp. Braga tem as portas abertas para sair. Não sei se vai voltar para o Brasil ou não, sei que no Braga não joga mais", referiu o técnico dos bracarenses em declarações à Sport TV.

Sobre o encontro com a formação da Figueira da Foz, Jorge Costa admitiu que não gostou do desempenho da equipa, mas destacou a importância da vitória. "O objectivo mais importante foi conseguido, mas numa exibição muito pobre, só compreensível porque a equipa vem de uma série enorme de jogos, e precisa de vitórias e tranquilidade. Agora, com esta paragem, vamos ter mais tempo para trabalhar melhor", afirmou.

"Os jogadores foram avisados ao intervalo de que a Naval iria entrar forte. É uma equipa organizada, que pratica um excelente futebol, e eu sabia que se não entrássemos fortes e concentrados iríamos sofrer. Não me enganei, mas felizmente ainda tivemos forças para reagir e chegar à vitória. Não sei se o resultado será ou não justo, mas o que fica são os três pontos", concluiu.


In Record



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[nandes]

Pecado que fez sangrar



O Braga parece ter desaprendido de jogar em casa. Depois do mau jogo frente ao Beira-Mar, ontem a Naval voltou a revelar-se um osso demasiado duro de roer, colocando mesmo em perigo a estabilidade emocional de uma equipa que nas últimas horas vivera um caso de abandono, com a saída de Jorge Luiz para o campeonato brasileiro, razão pela qual apenas seis jogadores se apresentaram no banco dos suplentes.

Jogando de forma lenta e previsível – o onze, com a excepção de Nem, foi o mesmo que jogou em Londres, mas sem a mesma qualidade futebolística –, o Braga não conseguia penetrar na boa estrutura defensiva dos visitantes, só chegando ao golo quando uma jogada paralela à área navalista abriu o buraco por onde mergulhou João Pinto para a primeira festa da noite.

O golo "apenas" trouxe uma Naval mais esticada no terreno e a cada minuto mais audaz, ainda que sem pontaria. E tanto assim foi que só aos 67' acertou com um remate na baliza de Paulo Santos, numa cabeçada de Nei que fez... o empate. Punia-se a demasiada passividade dos minhotos, à espera que algo acontecesse para somar novo tento, pois até então não mais acertaram com a baliza de Taborda. Aliás, provavelmente assim sucederia até final, não fosse o erro clamoroso do jovem árbitro que, no seu terceiro jogo na Liga, interpretou mal um lance na área navalista e transformou em penálti uma bola na mão de Mário Sérgio. É que quando Zé Carlos tenta passar a bola sobre o defesa, esta toca - tocou mesmo?... - no braço que Mário Sérgio procurava... encolher. Na cobrança do penálti, Zé Carlos enganou Taborda e fixou o resultado final de um jogo em que os minhotos pouco fizeram para justificar o triunfo. Que valeu a confirmação do quarto lugar.
 

Braga 2 - Naval 1

Estádio Municipal de Braga
relvado em bom estado
8.070 espectadores
Hugo Miguel [AF Lisboa]
Carlos Carmo + Ricardo Santos
Bruno Paixão 4º árbitro

Braga
treinador Jorge Costa

1| Paulo Santos GR
28| Luís Filipe LD
3| Paulo Jorge DC
5| Nem DC
13| Carlos Fernandes LE
23| Madrid MD
16| Andrade MO
17| Frechaut MO
10| João Pinto MO 75'
15| Wender AE 60'
77| Zé Carlos AV 90'
-
12| Dani Mallo GR
21| Ricardo Chaves MD
7| Davide MO 90'
87| Bruno Gama AD
19| Maciel AD 60'
79| Chmiest AV 75'

Amarelos 72' Paulo Jorge
vermelhos nada a assinalar

GOLOS: 1-0|27' João Pinto; 2-1|86' g.p. Zé Carlos
 

Naval
treinador Mariano Barreto

1| Taborda GR
28| Mário Sérgio LD
3| Paulão DC
5| Fernando DC
6| China LE
4| Orestes MD
8| Gilmar MD
16| Delfim MD 88'
27| Saulo AD 57'
11| Lito AE 76'
9| Nei AV
-
25| Wilson Júnior GR
19| Pedro Santos MD
22| Tony MD
18| Fajardo MO
7| Carlitos AD 57'
77| Pimenta AE 88'
29| Elivelton AV 76'

Amarelos 79' Fernando |85' Mário Sérgio
vermelhos nada a assinalar

GOLOS: 1-1|67' Nei



ÁRBITRO
Dez minutos de desatino

Exemplar até aos 81', não puniu então com um amarelo um puxão de China a Maciel, para borrar depois e de vez a pintura ao assinalar o penálti que ditou a vitória do Braga, quando existiu bola na mão de Mário Sérgio... se é que este lhe tocou. Foram dez minutos de desatino total.



O MOMENTO (85'): 2-1
O penálti  que não era

Zé Carlos tenta passar a bola por Mário Sérgio e esta embate no braço do defesa. O árbitro apita e assinala penálti, punindo a equipa visitante num lance sem ponta de pecado. Zé Carlos bate o pontapé e faz o golo.


Lances-chave

13'

Livre cobrado por Andrade na zona frontal da área navalista, com a bola a ficar à mercê de Wender que, à meia volta, atira sobre a barra.

26'

Taborda executa mal um alívio com o pé, o que é (mal) aproveitado por João Pinto, que atira de pronto mas ao lado.

27'

1-0

Numa jogada que começa na esquerda em Wender e cruza todo o campo até chegar a Luís Filipe na direita, que cruza tenso para a pequena área, o voo de João Pinto faz funcionar o marcador pela primeira vez.

41'

Da direita, Mário Sérgio cruza largo para a entrada de cabeça de Nei, que faz a bola passar sobre a barra, colocando a defesa minhota em sobressalto.

53'

Lito aproveita nova atrapalhação na defesa minhota para um remate surpresa que apanhou Paulo Santos adiantado, mas o remate não leva a direcção da baliza.

62'

Da esquerda, China cruza largo para a área, Carlitos atrapalha-se no remate e acerta em Nei, com a bola, caprichosamente, a sair pela linha de fundo.

67'

1-1

Novo livre da direita cobrado por Mário Sérgio, surgindo na molhada Nei a cabecear sem oposição para o fundo das redes.

73'

Na zona frontal da área minhota, Mário Sérgio cobra um livre que faz a bola passar sobre a barra da baliza arsenalista.


A figura

ZÉ CARLOS (6)

Foi o melhor dos bracarenses, não tanto por ter conseguido mais um golo, mas pela forma aplicada como lutou durante todo o jogo. Não se limitou a esperar pela bola no ataque. Procurou-a em terrenos mais recuados, mostrando sempre grande ardor ao disputá-la com os adversários. Na marcação da grande penalidade, quando o Braga já não teria tempo para recuperar de um eventual falhanço, partiu para a bola com serenidade e colocou-a fora do alcance de Taborda, conseguindo mais três importantes pontos para o seu clube.

5

golos marcados

13

jogos a titular

3

cartões amarelos


   


O Braga um a um



5 Paulo Santos

Volume de trabalho quase nulo. Cumpriu sempre que foi chamado a intervir, o que se resumiu a uma meia dúzia de saídas a cruzamentos.

4 Luís Filipe

As investidas de Lito prenderam-no em zonas recuadas, notando-se na produção da equipa a falta de apoio que concedeu aos companheiros do ataque. Numa das poucas ocasiões em que subiu fez o cruzamento que resultou no primeiro golo. Aos 52' entregou a bola a um adversário em zona perigosa, num dos vários erros defensivos que cometeu.

4 Paulo Jorge

Também não primou pelo acerto, mostrando-se permeável em diversas ocasiões. Um par de deslizes que não se coadunam com recentes exibições bem mais conseguidas.

5 Nem

Do quarteto defensivo foi o mais esclarecido, mesmo não fazendo uma grande exibição.

4 Carlos Fernandes

Deixou-se bater por Nei no lance do golo figueirense. Foi o erro que mais sobressaiu, até pelas consequências, mas não se ficou por aqui. Aos 62' cometeu outro deslize, perdendo a bola para Carlitos na sua área.

4 Madrid

Muita entrega, mas pouca capacidade para ajudar a travar as iniciativas ofensivas adversárias.

5 Andrade

Foi um dos mais dinâmicos no meio-campo, tentando partir com a bola para o ataque.

6 Frechaut

Arrancou aplausos nas bancadas com algumas jogadas individuais. Ajudou a empurrar a equipa e tentou dar consistência ao meio-campo.

5 João Pinto

Alvo de marcação muito dura e apertada. Mesmo assim marcou um grande golo.

4 Wender

Dificuldades na recepção da bola e uma exibição muito apagada.

4 Maciel

Apenas acrescentou um pouco mais de velocidade ao ataque.

3 Chmiest

O ataque precisava de mais poder de fogo, mas o polaco de pouco serviu ao pouco inspirado sector bracarense.

- Davide

Lançado para proporcionar a ovação da noite a Zé Carlos.




Jorge Costa reconheceu

"Se calhar vencemos com sorte"



"Antes do jogo tinha pedido aos meus jogadores os três pontos, de preferência com uma boa exibição, e conseguimos os três pontos. Se calhar vencemos com sorte, mas isso faz parte do futebol", comentou o treinador do Braga. "A mim pareceu-me penálti", afirmou Jorge Costa sobre o lance que deu o golo da vitória à sua equipa, adiantando que terá havido falta no golo da Naval, quando um jogador dos figueirenses "se apoiou" num dos bracarenses.



Jorge Luiz abandonou plantel bracarense


O lateral-esquerdo Jorge Luiz já não faz parte do plantel do Braga, encontrando-se no Brasil a definir o seu futuro com um clube local. O defesa fazia parte da lista de convocados para o jogo com a Naval, mas a verdade é que foi excluído e o seu nome não constou da ficha de jogo, pelo que o Braga apresentou apenas seis atletas suplentes.

Jorge Luiz encontrava-se no Braga emprestado pelos russos do Dínamo de Moscovo, clube a que está ligado contratualmente até Novembro de 2009, e já estava na lista de reforços pretendidos pelo Internacional de Porto Alegre, o último emblema a sagrar-se campeão do Mundo de clubes. Esta transacção, que terá de ficar resolvida até à próxima sexta-feira, devido ao encerramento do mercado brasileiro, não trará quaisquer proventos ao Braga, pois Jorge Luiz estava emprestado pelos russos até Maio.

Na conferência de Imprensa após o jogo, Jorge Costa confirmou que o defesa já não faz parte do plantel e explicou que foi Jorge Luiz quem "demonstrou a vontade, e expressou-a verbalmente", de ir para o Brasil. "O Jorge Luiz ou qualquer outro jogador que não demonstre vontade de representar o Braga tem as portas abertas para ir embora. Enquanto eu estiver no Braga ele não será mais nosso jogador", sublinhou o treinador.


Melhor em campo passa a dar borla


A exemplo do que sucede em alguns estádios, os adeptos do Braga foram ontem convidados pela primeira vez a participar na votação do melhor jogador da equipa em campo. Para aderir a esta iniciativa, criada pelo sítio do clube e a repetir nos próximos jogos do Braga, basta efectuar uma chamada de telemóvel para o número referente ao jogador eleito, de acordo com uma listagem divulgada no sítio, habilitando-se, depois, a um bilhete gratuito para o encontro seguinte em casa. No caso de ontem, para o jogo frente ao Sporting.
 


Miúdos na relva durante o intervalo


Os responsáveis do Braga aproveitaram o intervalo para homenagear os jovens dos seus escalões de formação. Largas dezenas de crianças equipadas com as cores do clube pisaram o relvado no intervalo do Braga-Naval e receberam uma enorme ovação dos adeptos, que não se cansaram de saltar e cantar em sintonia com os futuros "craques". Pela amostra, os "arsenalistas" continuam a apostar forte na formação.



Mariano Barreto e o penálti
"Só o árbitro não teve dúvidas"

Para Mariano Barreto, o resultado final não espelha o que se passou no jogo, principalmente durante a segunda parte. "Na primeira parte não estivemos tão bem, mas na segunda colocamos em sentido o Braga e merecíamos sair daqui com outro resultado", disse. O técnico da Naval considerou que a sua equipa foi prejudicada pela arbitragem, "e pelo segundo jogo consecutivo". "O defesa do Braga que derrubou Carlitos deveria ter sido expulso e no lance da grande penalidade só o árbitro não teve dúvidas".



In O JOGO


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