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FUTEBOL FEMININO - Época 2023/24

Started by Observador, 21 de June de 2019, 14:00

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D_PAC

#VãoTerDeContarConnosco

joaomf

Se chegarmos à final da Taça de Portugal, iremos previsivelmente disputar, esta época, 3 finais contra o Benfica.
Perdemos a Supertaça, mas era importante conquistar pelo menos umas das Taças (Liga e Portugal).

Lipeste

FPF confirma final de todos os campeonatos seniores que organiza

"A FPF analisará e comunicará com a maior brevidade possível de que forma serão indicados os dois clubes que acedem à II Liga", lê-se no comunicado do organismo.

A Federação Portuguesa de Futebol comunicou esta quarta-feira que todos os campeonatos não-profissionais seniores foram dados como terminados. A proposta para definir os dois clubes que acedem à II Liga de futebol, bem como os representantes de Portugal na Liga dos Campeões de futebol feminino e de futsal masculino, está ainda por definir.

Esta confirmação surge depois de O JOGO ter dado conta de que o Campeonato de Portugal não teria descidas, indicando que a prova não seria concluída esta temporada.

Comunicado da FPF:

"A FPF reuniu-se, esta quarta-feira, por teleconferência, com as associações distritais e regionais para análise do impacto da pandemia COVID-19 no futebol sénior não-profissional.

A FPF entende que continuam a não estar reunidas as condições de saúde pública para que clubes com estruturas amadoras, como é próprio das provas em que participam, possam treinar e competir em segurança.

Por outro lado, vigora em Portugal o Estado de Emergência, pelo menos, até ao dia 17 de abril, sendo possível a sua prorrogação.

Estas circunstâncias impedem o normal decurso das competições, sendo imprevisível antever quando e se tais condições de saúde pública estarão reunidas ainda durante esta época desportiva.

Assim, a Direção da FPF entendeu dar por concluídas, sem vencedores, todas as suas competições seniores que se encontram nesta data suspensas, não sendo atribuídos títulos nem aplicado o regime de subidas e descidas.

A FPF analisará e comunicará com a maior brevidade possível de que forma serão indicados os dois clubes que acedem à II Liga de futebol, bem como os representantes de Portugal na Liga dos Campeões de futebol feminino e de futsal masculino.

A FPF continuará a estudar com as associações distritais e regionais os moldes em que decorrerão as competições nacionais não-profissionais na época 2020/21."


em: https://www.ojogo.pt/futebol/noticias/fpf-confirma-final-de-todos-os-campeonatos-seniores-subidas-a-ii-liga-por-definir-12046811.html

ZT143

Não vai haver campeão este ano. E vamos ver se não somos nós a ir a Champions outra vez...
SCB | ABC | HCB | Braga Warriors | Braga Rugby | CTB

NightHawk

Quote from: ZT143 on 09 de April de 2020, 12:09
Não vai haver campeão este ano. E vamos ver se não somos nós a ir a Champions outra vez...

Porque é que seríamos nós a ir à champions? Em que parâmetros de verdade desportiva e mérito isso entraria?
Estamos em 3º, completamente fora da corrida pelo título. Merecem mais Benfica e Sporting do que nós.

Ainda por cima perdemos o único troféu nacional que foi disputado (Supertaça). Todos os outros não terminaram.

Por essa lógica se a liga masculina também não terminar vai o Benfica direto à Champions (quando agora esta em 2º) e o Sporting diretamente à fase de grupos da LE (quando estão em 4º e estamos nós em 3º). Ou a Lázio que está a lutar pelo título ficar fora das competições europeias no próximo ano. Achas que é justo numa ótica de mérito desportivo?

Guerreiro03

Mais um imbróglio para resolver. Que comecem a pensar em colocar no regulamentos das competições algo que permita resolver este tipo de questões mais facilmente.

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PAF

Quote from: Guerreiro03 on 10 de April de 2020, 17:57
Mais um imbróglio para resolver. Que comecem a pensar em colocar no regulamentos das competições algo que permita resolver este tipo de questões mais facilmente.

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Com bom senso a resolução é fácil. O problema é que alguns querem ganhar na secretaria o que não estavam a conseguir em campo.
Neste caso do futebol feminino o Braga ir à champions era uma anedota, não faz sentido nenhum.

joaomf

O mais provável é nenhum clube português estar interessado em participar na Champions feminina...
O SLB já indicou que só participará em provas europeias, em que tenha probabilidades de êxito desportivo (i.e., ganhar).

rpo.castro

Quote from: joaomf on 10 de April de 2020, 23:36
O mais provável é nenhum clube português estar interessado em participar na Champions feminina...
O SLB já indicou que só participará em provas europeias, em que tenha probabilidades de êxito desportivo (i.e., ganhar).
Então o benfica vai se dedicar só a provas nacionais arbitradas por padres?
sporting e o Braga sempre estiveram interessados. Se o benfica não está interessado, que dê o lugar a outros

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Quem não sente não é filho de boa gente.

Guerreiro03

Quote from: PAF on 10 de April de 2020, 20:49
Quote from: Guerreiro03 on 10 de April de 2020, 17:57
Mais um imbróglio para resolver. Que comecem a pensar em colocar no regulamentos das competições algo que permita resolver este tipo de questões mais facilmente.

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Com bom senso a resolução é fácil. O problema é que alguns querem ganhar na secretaria o que não estavam a conseguir em campo.
Neste caso do futebol feminino o Braga ir à champions era uma anedota, não faz sentido nenhum.
Espero sinceramente que os dirigentes tenham o bom senso de compreender o momento difícil em que vivemos e resolvam este tipo  situações sem as habituais guerrilhas.

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Lipeste

KEANE: AS AVENTURAS DE UMA MÁQUINA DE FAZER GOLOS

Keane é nome de craque irlandês, mas no SC Braga é sinónimo de uma máquina americana preparada para fazer golos. A carreira futebolística de Hannah Keane é passada em três continentes: América, Oceania e Europa.  A camisola 15 da Legião é uma das cinco maiores artilheiras da história do clube arsenalista e revelou em exclusivo ao scbraga.pt momentos e curiosidades que te irão surpreender.

Como começou o gosto pelo futebol: "Os meus dois irmãos mais velhos jogaram futebol e quando eles tinham jogos os meus pais levavam-me com eles para ver, mas eu ficava só a correr com a bola sozinha. Depois, juntei-me a uma equipa quando tinha cinco anos. Eu experimentei outros desportos (ténis, atletismo, pólo aquático, basquetebol e natação), mas não gostei de nenhum como gostava de futebol. Hoje em dia, os meus irmãos já admitem que jogo melhor futebol do que eles, isso é algo que me deixa radiante (risos)".

O apoio dos pais durante a carreira: "Apoiaram-me muito. Sinceramente, não era um sonho que tinha quando era criança. Nunca pensei para mim: 'vou ser jogadora profissional de futebol'. No entanto, na faculdade percebi que gostava mesmo de jogar e que quando a faculdade acabasse não queria parar. Comecei a ter a ambição de jogar a um nível mais alto porque sentia que ainda tinha algo a provar. Jogar na faculdade foi entusiasmante, mas queria ir mais longe. Falei com os meus pais e eles disseram que desde que eu fosse feliz eles iriam apoiar-me. Garantiram-me que se não resultasse podia voltar para a escola e poderia descobrir outra coisa para fazer profissionalmente".

Vegan: "O meu pai tornou-se vegetariano quando estava na faculdade. Ele fazia atletismo e apercebeu-se que quando parava de comer carne, ele corria mais rápido, então simplesmente optou por deixar de comer carne. Anos mais tarde, quando ele conheceu a minha mãe, ajudou-a a parar de comer carne e ela também passou a sentir-se melhor. Eu nunca comi carne, mas comíamos peixe, ovos e queijo. Quando eu tinha 15 anos, numa reunião em família, decidimos que não precisávamos de leite nem de ovos e tornamo-nos todos vegan e sentimo-nos muito melhor".

Aventura na caravana: "Os meus pais venderam a casa onde cresci e compraram uma autocaravana. Estava a viver na faculdade, mas sempre que podia ia visitá-los e viajava pelos Estados Unidos com eles. Nessas viagens tivemos alguns pneus furados, aconteceu que os sítios onde queríamos estacionar a caravana para dormir já não eram autorizados e tivemos de procurar outros locais para ficar durante a noite. Adorei a experiência e vou fazer o mesmo no futuro".

A escolha pela Europa: "Quando não vais diretamente da universidade para a Liga Profissional dos Estados Unidos, tens de sair do país. Os meus pais queriam que lutasse pelo meu sonho e ficaram muito felizes por ir para a Europa. Não queria ficar presa nos Estados Unidos e há muito boas equipas na Europa, foi uma escolha fácil".

A ausência dos pais:  "O período mais longo que já estive sem estar com os meus pais foram 11 meses, porque normalmente eles costumam ir visitar os sítios onde jogo e fazem umas férias. Falo com eles todos os dias por vídeo-chamada para não ter tantas saudades".

Memórias de Newcastle: "Foi a minha primeira experiência semi-profissional depois da faculdade. Não estava na Premier League, não era o topo do topo, mas para mim foi muito importante. Joguei poucos jogos porque cheguei perto do final da temporada, mas foi uma boa experiência. Conheci jogadoras talentosas e fui treinada por bons treinadores. Nunca mais me vou esquecer de Newcastle, apesar do frio (risos)".

Treinadora na Austrália: "Foi muito engraçado porque estava a treinar meninas com menos de 12 anos e eram um pouco 'doidas'. Foi muito interessante porque nunca tinha treinado uma equipa que fosse minha mesmo. Foi muito divertido planear os treinos e tentar ensinar-lhes a parte tática, apesar delas não quererem ouvir ninguém, só queriam falar com os amigos e divertirem-se. Gostei muito, eram boas miúdas e agora vejo-as a crescer e lembro-me de quando eram tão pequeninas. Algumas já não jogam, mas a maior parte ainda joga, fico mesmo feliz por isso".

Um troféu individual inesperado: "Na Austrália fui considerada a Jogadora do Ano dos Media. Todos os jornalistas e repórteres da nossa liga votaram em mim para ser a Jogadora do Ano. Eu estive lesionada durante três meses da competição e não joguei em muitos jogos, ter ganho aquele troféu surpreendeu-me muito. Fiz um grande final de temporada e os jornalistas reconheceram-me por isso".

Os cangurus: "Ganhei uma paixão enorme pelos cangurus. Eles são tão adoráveis... gostei de alimentá-los. Tinham garras grandes o que era um pouco assustador, mas eram simpáticos desde que tivesse comida".

Como surgiu a oportunidade de representar o SC Braga: "Na Alemanha tive o meu primeiro contrato profissional. Depois, voltei para os Estados Unidos, estive lá três semanas sem ter clube e perguntei a algumas amigas que ainda estavam a jogar quem eram os seus agentes. Consegui encontrar um agente que tinha muita gente a jogar na Europa e enviei-lhe um vídeo com os meus melhores momentos. Perguntei-lhe se me queria representar, ele gostou do que viu e aceitou representar-me. Quatro dias depois de começar a trabalhar com ele, ligou-me para ir para o SC Braga e não precisei de muito tempo para decidir".

Maravilhada com o profissionalismo do clube arsenalista: "Comparando com a Inglaterra e com a Austrália onde estive em equipas semi-profissionais, o SC Braga superou todas as expectativas. Mesmo na Alemanha, não estava num clube como o Bayern de Munique ou o Wolfsburg, estava num clube pequeno que jogava na primeira liga alemã. Quando cheguei ao SC Braga fiquei maravilhada com o nível de profissionalismo e com a maneira como nos tratam. Tem sido uma experiência maravilhosa, a melhor da minha carreira".

A atleta mais engraçada do SC Braga: "A Diana Gomes é a mais engraçada, mesmo não percebendo nada do que ela diz,  põe-me sempre a rir. Pode ser o tom da voz dela, mas acho piada a tudo o que ela diz (risos)".

A mais talentosa: "A Denali é muito boa, independente da posição onde joga. Ela pagou-me para dizer isto, posso garantir (risos)".

Viver com Denali Murnan: "Somos boas amigas. Se eu não estiver com disposição para uma festa ou para ser social, ela deixa-me estar tranquila. Ela tem problemas no estômago e não pode comer vegetais e frutas todos os dias como eu como. Se o estômago dela fosse perfeito de certeza que já seria a melhor vegan do mundo. Desculpa, ela acabou de dizer que não poderia ser vegan por causa dos gelados, ela adora gelados (risos)".

Posição onde mais gosta de jogar: "Eu adoro ser ponta de lança, mas na minha formação até cheguei a ser defesa, detestei. Fazia o meu trabalho e até cumpria, mas não gostava. Depois só joguei no meio campo ou a avançada. Aqui jogo a 10 também, não odeio, mas se tivesse que escolher seria sempre a posição 9".

A referência: "Sam Kerr, a avançada australiana, é a minha referência. Pela sua velocidade e pela sua capacidade de finalização, é um exemplo a seguir para qualquer avançada".

Melhor momento da carreira: "O melhor momento foi ganhar a Liga BPI no ano passado. Já tinha ganho outras ligas, mas jogar a este nível e ganhar tem um sentimento especial".

Melhor golo: "Foi no meu segundo ano na universidade. Foi uma bola longa, eu corri, uma defesa estava em cima de mim e eu fiz carga de ombro, cortei a bola, fintei uma jogadora e rematei com o pé esquerdo mesmo ao ângulo da baliza. Ainda me consigo lembrar de todos os sentimentos que tive naquele momento".

Derrota que mais lhe custou: "O nosso primeiro jogo contra o PSG partiu-me o coração porque sei que podíamos ter feito muito melhor. Custou-me muito ser goleada, ainda por cima na Liga dos Campeões, mas aprendemos muito e mostrámos o que conseguimos fazer em Paris".

Vitória da carreira: "O primeiro jogo contra o Sporting para o campeonato na época passada, em Lisboa, quando eu e a Machia marcámos. Como nós nunca tínhamos ganho ao Sporting nos 90 minutos, foi muito especial. Fiquei feliz por ter jogado e por ter sido decisiva nesse jogo".

Jogar na Liga dos Campeões: "Depois de ter visto tantos jogos ao longo da minha vida, ouvir aquela música e jogar contra as melhores jogadoras é inesquecível. A Liga dos Campeões foi uma experiência incrível".

Telefonema para os pais depois de ter sido campeã nacional: "Liguei aos meus pais mal fui para o balneário e eles estavam muito felizes. Eles estavam a ver o jogo no Facebook, viram a levantarmos o troféu, os confetis, tudo. Eles disseram-me que estavam muito orgulhosos de mim".

A exigência de fazer golos: "Gostava de dizer que não me incomoda, mas quando não marco fico realmente frustrada. Sinto que o meu trabalho é marcar golos, por isso se não marco um golo fico desiludida e prometo a mim própria que no próximo jogo vou compensar e marcar dois ou três".

Tarefas domésticas: "Adoro cozinhar, para mim é muito divertido. Lavar a louça depois de cozinhar é que não me agrada muito. Gosto de ter as minhas coisas muito organizadas".

Especialidades na cozinha: "Agora inventei um bom molho para massas. Faço massa com vegetais e depois um molho feito de tremoços e cebola. Misturo tudo, fica muito cremoso, é mesmo muito bom. Também faço panquecas muito boas. Eu devo à Ágata algumas bolachas e à Farida brownies de batata-doce. Vou ter de cozinhar para elas (risos)".

O dom para a arte: "Começou como um hobby. Desde muito nova que gosto de arte, adoro pintar e desenhar. Eu era boa, mas não era excelente, por isso nunca achei que poderia ser uma profissão. Até que estes desenhos que faço hoje em dia, consigo fazê-los muito bem. Definitivamente, gostaria que fosse mais do que um hobby, mas ainda estou a perceber como posso fazer disto a minha profissão".

Série preferida: "Eu tenho uma lista porque nunca me lembro (risos). Eu gostei muito de Game of Thrones. Já é um pouco velho, mas adorei Stargate, era uma série de ficção-científica. Detesto reality shows ou coisas do género. Também gosto de séries com médicos como a Anatomia de Grey".

Género de música: "Indie ou música folk, mas sinceramente depende muito de como me estou a sentir. Se for correr ouço músicas com berros, se for para desenhar músicas mais calmas. Gosto de Beatles e música rock também.

Livros: "Gosto de livros históricos, com ficção mas com uma história minimamente real. Li "Beneath the Scarlet Sky", é baseado numa história real sobre a II Guerra Mundial, adorei".

Os portugueses: "Os rapazes portugueses que conheci são simpáticos, mas baixinhos para mim (risos). Até sou romântica mas posso garantir que estou focada no futebol e na minha própria vida neste momento".

Viagem preferida: "Yosemite na Califórnia, é um parque nacional, é extraordinário. Fiz 'backpacking' lá alguns dias e é muito bonito. Quero muito voltar lá no futuro".

Quais são os objetivos para o futuro: "Quero jogar futebol até sentir que já não consigo mais, é algo que me faz feliz".

Como gostava de deixar a sua marca: "Quero que se lembrem de mim como uma máquina de fazer golos, que era alta e tinha cabelo ruivo. Quero deixar a minha marca no futebol dessa maneira".

em: www.scbraga.pt

PAF

Quote from: joaomf on 10 de April de 2020, 23:36
O mais provável é nenhum clube português estar interessado em participar na Champions feminina...
O SLB já indicou que só participará em provas europeias, em que tenha probabilidades de êxito desportivo (i.e., ganhar).
Se o Slb disse isso, enfim, é anedótico. Como querem crescer como clubes sem jogar com os melhores e sob pressão?
Mas é um bom prenúncio, se calhar assim vai ser mais fácil decidir a 1ªliga masculina, visto que as possibilidades do Slb ganhar a champions são zero, mais nos últimos anos só têm lá ido fazer cenas tristes.
Até na entrevista acima a jogadora refere a derrota em casa com o Psg, serve de aprendizagem os erros.

Somos Braga!

A CL feminina dá lucro ou prejuízo aos clubes?

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O verdadeiro adepto vê-se nas derrotas!

rpo.castro

Quote from: Somos Braga! on 13 de April de 2020, 10:47
A CL feminina dá lucro ou prejuízo aos clubes?

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Qualquer competição que não o futebol masculino dá prejuízo. Mesmo uma Velux EHF Champions League não cobre (nem por sombras) orçamentos de 12 a 16 Milhões das equipas de topo. E TCE/Liga dos campeões até meados de 90 certamente não cobria as despesas, no entanto os clubes sempre participaram com orgulho e com vontade de lá estar. Vitórias celebradas, derrotas angustiantes. Porque é o prestígio e o crescimento  dos jogadores e do clube obviamente.

A taça de Portugal dá lucro ou prejuízo? E uma taça da liga? E já agora a Liga para os clubes mais pequenos? Se calhar também dá prejuízo. Vistas bem as coisas, fechando portas e ficar quietinho é melhor solução para não ter dívidas.
Quem não sente não é filho de boa gente.

Lipeste

DOLORES: DA "PRACETA" AOS GRANDES PALCOS

Dolores é uma referência do SC Braga e do futebol feminino nacional. A camisola 14 do clube arsenalista já vestiu por mais de 100 vezes a camisola da Equipa das Quinas, contabilizou mais de 100 jogos na Alemanha e conquistou a Liga Espanhola ao serviço do Atlético de Madrid. Dolores levou bem alto o nome de Portugal e, como podem imaginar, a sua história cativa qualquer pessoa que goste do mundo desportivo.

Dolores é uma referência do SC Braga e do futebol feminino nacional. A camisola 14 do clube arsenalista já vestiu por mais de 100 vezes a camisola da Equipa das Quinas, contabilizou mais de 100 jogos na Alemanha e conquistou a Liga Espanhola ao serviço do Atlético de Madrid. Dolores levou bem alto o nome de Portugal e, como podem imaginar, a sua história cativa qualquer pessoa que goste do mundo desportivo.

A paixão pelo futebol:

"Desde muito pequenina que só queria ter a bola nos pés. Como os meus pais tinham uma mercearia em Queluz, eu ficava até muito tarde a jogar futebol na 'praceta' com os meus amigos. Chegámos a partir as janelas das casas, valia tudo. Lembro-me de chegar a casa sempre toda pisada porque jogava no alcatrão".

O início da carreira com os rapazes:

"Comecei a jogar no Real Massamá. Joguei com o Abel Camará, foi o único que se tornou jogador profissional. Tenho muitas saudades dessa altura, os rapazes tratavam-me com muito respeito. Cheguei a ser capitã da equipa deles e tratavam-me super bem. Eram os primeiros a proteger-me dentro do campo".

Pai acompanhou toda a carreira até emigrar:

"O meu pai sempre me acompanhou desde pequenina, ia a todos os treinos e a todos os jogos. Quando tinha 15 anos, o meu pai emigrou para Inglaterra para trabalhar. Custou-me muito porque perdeu uma altura importante da minha carreira. Estava a cumprir um sonho ao entrar na equipa das campeãs nacionais (1.º de Dezembro). Não viu os títulos que conquistei e isso custou-me muito".

Agradecimento ao pai em forma de prémio:

"Eu queria mesmo muito que o meu pai me fosse ver no Europeu. Ajudei-o com a despesa dos voos, em tudo mesmo para lá estar. Era um sonho para mim ele estar lá, era a minha primeira vez num Europeu. Depois, foi a cereja no topo do bolo porque ganhámos à Escócia e eu fui eleita a melhor jogadora em campo. Mal vi o meu pai, dei-lhe logo o prémio e disse-lhe: 'isto é teu por tudo o que fizeste por mim'. Foi um momento muito especial".

A primeira oportunidade nas competições europeias:

"O 1.º de Dezembro começou a preparar a época cedo por causa da Taça UEFA e chamou algumas juniores às seniores.  A professora Helena Costa gostou de mim e deu-me oportunidade de entrar na equipa. Tinha 15 anos, lembro-me que fui à Taça UEFA porque fazia anos no dia em que viajava porque se não fizesse, não podia ir... não tinha idade para jogar. Foi uma surpresa e um privilégio enorme ter a oportunidade de ir com aquela equipa à Croácia".

Jogar na equipa das estrelas portuguesas:

"Lembro-me de uma final da Taça de Portugal frente ao Boavista que ganhamos 5-0 e marquei dois golos. No segundo golo, lembro-me que veio toda a equipa abraçar-me. Eu só pensava: que maravilha poder partilhar estas emoções com estas jogadoras. Tinha a Carla Cristina que foi a melhor capitã que tive na vida. Ter jogadoras ao meu lado como a Carla Couto, como a Sónia Matias e como a Edite Fernandes que eram referências do futebol feminino nacional. Eu admirava-as tanto, mas tanto".

A oportunidade de ir para Alemanha:

"Fui desviada dos Estados Unidos para a Alemanha. Estava a preparar há alguns meses a minha ida para os Estados Unidos, ia jogar para uma universidade com a Laura Luís e com a Mónica Mendes. Entretanto, tive a oportunidade de ir fazer testes ao FC Duisburg, uma equipa de topo na Alemanha, que tinha ganho a Liga dos Campeões. Tentei a minha sorte, as coisas correram bem e fiquei. Pedi desculpa aos responsáveis pela Universidade dos Estados Unidos (Brownsville), mas era impossível rejeitar a oportunidade de jogar naquela equipa".

Faltou a um treino por não perceber a língua:

"Na pré-época, eu e uma colega minha italiana (Laura Neboli) não percebemos que o treinador disse que tínhamos treino bidiário no dia seguinte. Foi muito engraçado porque chegámos ao treino à tarde com a maior das naturalidades e ficámos surpreendidas quando nos disseram que já tinham treinado de manhã. Perdoaram-nos a multa, mas ficámos um bocado envergonhadas (risos)".


A lesão no início da carreira na Alemanha:

"Tudo estava a correr bem no clube, já tinha conquistado o lugar na equipa e de repente tive uma lesão mesmo muito grave. Não tive visitas de nenhum familiar nessa altura, foi muito duro, até pensei em desistir. Durante essa lesão aproveitei para estudar alemão e para dominar a língua. Felizmente regressei bem e fiz praticamente todos os jogos até à minha despedida da Alemanha".

Uma camisola especial:

"O meu jogo número 100 foi contra o FC Duisburg, curiosamente. A direção do USV Jena ofereceu-me uma camisola com o número 100, foi muito especial para mim. Consegui fazer 100 jogos numa das melhores ligas do mundo. No momento, pensei que toda a minha dedicação nos treinos e nos jogos valeu a pena. Pensei ainda em todas as pessoas que me ajudaram na Alemanha, que nunca me pediram nada em troca e que ficarão para sempre no meu coração. Na Alemanha fiquei conhecida como 'Dori', foi um nome querido que me deram quando lá cheguei".

As primeiras impressões do SC Braga:

"A maneira como o SC Braga me acolheu foi muito especial. Fiquei impressionada com a forma como apostavam no futebol feminino. Já disse em muitas entrevistas, mas volto a sublinhar, no SC Braga qualquer atleta se sente em casa".

Final da Taça de Portugal frente ao Sporting CP:

"Foi o jogo que mais me custou perder na minha carreira. Sabia que ia ser o meu último jogo pelo SC Braga naquela época. Queria muito ganhar um título pelo SC Braga e entrar na história do clube. A Taça de Portugal é uma competição muito especial e aquela final vai ficar para sempre marcada na minha história. Fizemos um grande jogo e merecíamos muito mais. Ver os adeptos do SC Braga que foram incansáveis connosco ao longo do ano a chorar partiu-me o coração".

Lágrimas em Madrid com a conquista da Supertaça das Gverreiras:

"Quando fui para o Atlético de Madrid, disse para mim mesmo que se algum dia voltasse a Portugal ia regressar para o SC Braga. Continuei a acompanhar o clube, lembro-me que na final da Supertaça que o SC Braga venceu, pedir a uns amigos para me irem informando do resultado do jogo. Eu não consegui ver porque fico mesmo muito nervosa. De repente, recebo uma mensagem dos meus amigos a dizer que o jogo ia para pénaltis. O meu coração quase não aguentava, mas liguei a televisão. Quando ganhamos comecei logo a chorar ao ver a alegria dos adeptos e de toda a equipa. O presidente António Salvador mandou-me uma mensagem no final do jogo e disse que aquela Taça também era minha. Fiquei muito emocionada e nunca mais me vou esquecer".

No meio de estrelas mundiais no Atlético de Madrid:

"Já tinha jogado com atletas de topo no FC Duisburg, joguei com a Lieke Martens que já foi considerada a melhor jogadora do Mundo. Mas no Atlético de Madrid praticamente todas as jogadoras já tinham estatuto a nível internacional. Lembro-me que só eu e uma colega minha australiana é que não éramos patrocinadas. Sentia-me noutro mundo, numa realidade completamente diferente". 

Participou no jogo com mais assistência entre clubes de futebol feminino:

"Esse jogo bateu o recorde mundial a nível de clubes de futebol feminino. Lembro-me que estava a ir a pé para o Estádio e já via imensas pessoas, fiquei impressionada parecia um jogo da equipa principal masculina. Às 11 da manhã já estavam a vender cachecóis na rua, carros a passarem com bandeiras do Atlético de Madrid, simplesmente impressionante. Quando entrámos para o aquecimento vimos tanta gente, tínhamos uma claque a puxar por nós, fiquei boquiaberta. Depois, ter o privilégio de nos equipar no balneário da equipa principal do Atlético de Madrid, ver todas aquelas regalias, sentias-te uma atleta de topo. Tinha uma coluna incorporada no balneário, tudo personalizado, tinha uma fotografia minha no meu lugar com o meu nome, até me arrepiei. Quando fui para o jogo e ouvi todos a cantarem o hino do Atlético de Madrid fiquei muito emocionada. Entrei aos 60 minutos e ainda consegui desfrutar do jogo. Correu-me muito bem, o treinador deu-me os parabéns. Foi um momento muito especial na minha carreira, nunca mais me vou esquecer".

Gverreiras marcaram presença no Wanda Metropolitano:

"Não estava à espera. Fiquei muito feliz de as ver na bancada, foi uma demonstração de amizade muito grande. Fizeram muitas horas de viagem para me verem jogar. Para além de minhas colegas são minhas amigas e vão ficar para sempre no meu coração".

Jennifer Hermoso:

"É a melhor jogadora do mundo atualmente. A nível técnico é uma jogadora incrível, é muito inteligente, não tem defeitos em campo. Foi um privilégio ter jogado com ela e como pessoa é maravilhosa. Vou-te contar uma história: a Jenni reparou que eu estava a fazer uma encomenda de umas chuteiras e disse-me: 'Tu és parva? Não voltas a encomendar chuteiras!'. Levantou-se foi ao cacifo dela e ofereceu-me umas chuteiras novas da Adidas que lhe tinham oferecido no mesmo dia. Fiquei sem palavras. Quando estava a ver as chuteiras que me ofereceu ela ainda me disse: 'a partir de hoje não compras mais chuteiras, sempre que precisares eu ofereço-te'. Nunca mais me vou esquecer daquele gesto e ainda hoje tenho vários pares de chuteiras da Jenni".

O sentimento de ser campeã espanhola:

"Quando fui para o Atlético de Madrid, fui em busca de títulos. Ser campeã da Liga Espanhola foi o concretizar de um sonho. Sinto que ajudei para aquilo acontecer e é algo que irá ficar sempre gravado na minha memória.".

O regresso ao clube arsenalista: 

"Era um desejo do clube e do presidente o meu regresso. Não podia ter regressado melhor, pois mal cheguei conseguimos o apuramento para a fase final da Liga dos Campeões. Este já é o meu clube do coração e regressar ao SC Braga foi a melhor coisa que me aconteceu, tenho a certeza".

O susto com uma abelha:

"Estava num estágio com a Seleção Nacional de Sub-19 e quando entrei no autocarro fui picada por uma abelha. Foi assustador, depois levei com um balde de gelo nas costas e tive de levar uma injeção de voltaren. Fiquei bastante assustada, mas felizmente ficou tudo bem".

O significado de ouvir "A Portuguesa":

"Quando ouvi o hino a tocar pela primeira vez vieram-me as lágrimas aos olhos. Hoje já ouvi mais de uma centena de vezes 'A Portuguesa' e é sempre especial. Representar o nosso país a nível internacional é o que qualquer atleta sonha e eu não sou diferente".

O penálti na Bélgica aos 96′:

"O golo que mais me marcou foi contra a Bélgica de penálti. Estavam mais de 7 mi pessoas no Estádio, estávamos a perder 1-0 e aos 96 minutos foi assinalado um penálti a nosso favor. Se marcasse, Portugal ficava com mais esperança de ir ao Mundial. Quando ia bater o penálti, lembro-me que pensei: esta guarda-redes conhece-me melhor que ninguém porque jogou comigo no USV Jena, por isso tenho de a enganar. A baliza ficou pequenina, mas correu bem. Foi golo!"


Treinadoras que mais deixaram marca na sua carreira:

"Helena Costa porque foi quem apostou muito em mim e a Inka Grings que foi minha treinador no FC Duisburg".

Laura Luís como um braço direito no seu percurso:

"Tem sido uma chata, estou a brincar (risos). Ajudou-me muito na minha carreira e na minha vida. É sempre bom teres na tua vida uma pessoa em quem podes sempre confiar e que está sempre pronta para te ajudar".

Metas para o resto da carreira:

"Faltam-me títulos pelo SC Braga e quero voltar a estar numa fase final de um Campeonato da Europa por Portugal. São os meus principais objetivos".

em: www.scbraga.pt

Lipeste

Será o futebol feminino capaz de ultrapassar o vírus e sair a jogar?

A pandemia atingiu o futebol feminino português no melhor momento de sempre, mas quais serão as consequências desta situação?


«A situação atual é passível de constituir uma ameaça quase existencial para o futebol feminino, se nenhuma medida for tomada para proteger a sua economia».

Os dados são claros: a Covid-19 mata mais homens do que mulheres. Em Portugal a diferença não é muito grande, é certo, mas um pouco por todo o mundo essa é a realidade que se verifica.

E são vários os estudos que apontam a maior fragilidade masculina para lidar com problemas de saúde, desde de sempre. Nesta pandemia não é diferente e essa tem sido a razão mais vezes repetida quando a questão surge.

Contudo, existe um mundo em que essa tendência parece reverter-se: a do desporto. E do futebol, em particular.

Foi isso que o Maisfutebol foi tentar perceber, tendo como ponto de partida, não só o alerta do sindicato de jogadores profissionais (FIFPro) que abre estas linhas, mas também o facto de, em Portugal, a pandemia ter obrigado a cancelar a época de maior investimento de sempre no feminino, com três equipas profissionais a disputarem a Liga.

Nesse sentido, tentámos obter respostas da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), dos clubes que estavam no topo da Liga aquando da interrupção – Benfica, Sporting e Sp. Braga -, mas também de quem vive realidades bem distintas da das três equipas profissionais da liga feminina.

Entre o reforço da formação... e o da ambição

Das solicitações do nosso jornal, o Sporting preferiu não responder sobre cenários hipotéticos, justificando a opção com incerteza que ainda se vive quanto às decisões relativas à época que foi interrompida, enquanto a FPF se limitou a reforçar ainda estar «a estudar internamente, ponderando todos os fatores.»

Da parte do Sp. Braga, atual campeão nacional, o Maisfutebol falou com Sofia Teles, diretora para o futebol feminino da equipa que seguia no terceiro lugar, a oito pontos de águias e leões.

A responsável arsenalista admite que «esta é uma situação que requer uma adaptação quase diária», mas aponta a formação como o caminho mais seguro para ultrapassar as incertezas que a pandemia deixou no ar.

«Estamos a analisar a situação tendo como primeira preocupação a intenção de ter uma equipa competitiva, mantendo o objetivo de sempre de apostar na nossa formação. Ano após ano temos reforçado essa aposta na formação e será por aí que vamos continuar a caminhar», garante Sofia Teles.

«Esta situação, nova para todos, pode ser uma boa oportunidade para se apostar ainda mais na qualidade da formação, dando espaço a jogadoras mais jovens para crescer, competindo num nível mais elevado», reforça ainda a responsável da equipa campeã nacional.

Por outro lado, depois de ter vencido a Supertaça, no início da época, o Benfica liderava agora a Liga – em igualdade pontual com o Sporting – naquela que foi a época de estreia das águias na primeira divisão do futebol feminino.

Numa resposta por escrito, o clube encarnado sublinhou que o objetivo traçado para a época em curso passava pela «conquista de todas as provas nacionais», algo que ainda era possível, uma vez que o Benfica tinha assegurado a passagem à final da Taça da Liga e às meias-finais da Taça de Portugal.

Porém, olhando para aquilo que será o futuro depois do vendaval provocado por esta pandemia, o clube reconhece a necessidade de encontrar a melhor forma de lidar com «algo que é, antes de mais, uma ameaça à humanidade.»

Por isso mesmo, a expectativa das águias não difere no futebol feminino, daquilo que está previsto fazer em todas as frentes, ainda que considere prematuro comentar uma possível descida do orçamento da equipa profissional de futebol feminino.

«É cedo para concluir algo sobre essa matéria. O clube está a analisar, com cuidado e detalhe, se será necessário algum tipo de alteração de orçamento relativamente às equipas que mantém em atividade», refere o clube, antes sublinhar que esse é, de resto, um exercício habitual.

«Ainda que, obviamente sem estar associada a uma questão tão impactante como uma pandemia, esta reflexão é normal e acontece todos os anos no Benfica.»

Em conclusão, as águias deixam uma certeza: a pandemia não vai afetar a ambição encarnada no futebol feminino.

«O objetivo das equipas em que o Benfica investe é e será sempre lutar por conquistas desportivas.»

Quanto vale participar na Liga feminina?

A aposta feita esta época no futebol feminino é facilmente compreensível se atentarmos nos números.

Segundo o Maisfutebol conseguiu apurar, foram 70 as jogadoras profissionais inscritas no principal campeonato da FPF, às quais se juntam cerca de 250 atletas amadoras.

Obviamente que é fácil perceber que a grande maioria das atletas profissionais representam Benfica, Sporting e Sp. Braga, mas foram cinco as equipas que inscreveram pelo menos uma jogadora com contrato profissional.

Tendo este dado em atenção, podemos concluir que o maior investimento registado pela entrada das equipas profissionais 'obrigou' as restantes a reagir, também com maiores investimentos, de forma a poderem continuar a ser competitivas.

E isso mesmo é-nos confirmado por Paula Pinho, treinadora do Clube Albergaria, que este ano teve duas jogadoras profissionais, algo que aconteceu pela primeira vez na história do clube... e acabou por durar pouco, uma vez que as atletas tinham sido inscritas em janeiro.

«A evolução natural que o futebol feminino tem tido nos últimos anos obriga os clubes a mexerem-se. Se queremos manter-nos na elite do futebol nacional, temos de apostar mais forte. Temos de nos reinventar porque a realidade competitiva mudou», reconhece, ainda que reforce que o foco do clube continua a ser a aposta em formar jogadoras.

«A nossa aposta sempre foi a formação, mas temos de perceber que talvez não seja suficiente para aquilo que a Liga nos exige neste momento. A realidade atual em Portugal obriga os clubes a aumentarem os orçamentos», continua.

É importante referir que política seguida pelo clube do distrito de Aveiro – e também por muitas outras equipas – é recompensada pela FPF através de prémios de jogo.

Se tivermos em conta que o prémio por participação na Liga é de 9.000 euros, existe uma compensação que pode chegar no máximo aos 4.900 euros anuais para as equipas que preencham determinados requisitos relativamente aos escalões de formação.

Acresce a isto, um outro valor atribuído às equipas que iniciam cada jogo com pelo menos oito jogadoras portuguesas e ainda nova compensação para quem apresentar 14 jogadoras lusas na ficha. Como exemplo, segundo foi possível apurar, houve equipas a terminar a primeira volta com compensações de 1750 euros por cada um destes dois parâmetros.

Contudo, estes valores que podem ser alcançados pelas equipas que apostam mais nas jogadoras portuguesas, acabam por ficar bastante aquém dos que são amealhados pelas equipas que andam na frente do campeonato. Isto, porque o prémio por vitória é de 500 euros, o que fez com que Benfica e Sporting tenham 7.000 euros só em prémios por vitória até à 15.ª jornada.

De resto, no que diz respeito a prémios, no final da primeira volta, a equipa que recebeu menos ficou-se por pouco mais de 10.700 euros, enquanto que a que mais amealhou ultrapassou os 24.500 euros, tendo havido seis equipas com prémios superiores a 20 mil euros e apenas duas abaixo de 15 mil.

Efeitos proporcionais à realidade de cada clube

Quando pensamos numa pessoa que conheça bem a realidade do futebol feminino em Portugal, é impossível não nos ocorrer o nome de Domingos Estanislau, há mais de três décadas presidente do Clube Futebol Benfica, o histórico Fófó, que é aquele que há mais tempo anda pela primeira divisão.

E na opinião do líder do clube que venceu os dois últimos campeonatos antes da entrada em cena das equipas profissionais, o maior problema provocado pela pandemia é a incerteza.

«Esta pandemia prejudica toda a gente. Não é só o futebol nem só o futebol feminino. O grande problema no futebol é que se vive um momento confuso. As pessoas querem tomar decisões relativamente ao futuro e não sabem o que vai acontecer», começa por dizer Estanislau, olhando para o caso específico do Fófó.

«Não fosse isto e nesta fase se calhar estaríamos a preparar a próxima época. Só que devido a toda a incerteza, não o conseguimos fazer como devíamos», lamenta, ele que acredita, ainda assim, que quem mais sofrerá serão as equipas profissionais.

«Será sempre mais complicado para as equipas que investem mais. Esta situação pode provocar alguma perda de investimento e para quem tem orçamentos maiores, isto complica um bocado», nota, olhando também para as equipas que aspiravam a subir à primeira divisão.

«Sei que há equipas que investiram bastante para subir e agora ficaram sem essa possibilidade. Mas a verdade é que ninguém tem culpa que isto tenha acontecido. A meu ver, a decisão tomada pela FPF é a melhor justiça... dentro da injustiça que isto significa para alguns clubes», conclui.

Paula Pinho, também ela com uma vasta experiência no futebol feminino nacional, tanto como jogadora como, há mais de década e meia, treinadora do Clube de Albergaria, acredita que, apesar de tudo, esta situação irá afetar mais as equipas profissionais.

«As consequências serão proporcionais à realidade que cada clube vivia. Em Portugal temos três clubes profissionais e dois ou três a caminho do profissionalismo. Os restantes trabalham conforme era habitual no país antes do profissionalismo. E acho que para esses a incerteza não é tanta. Mas claro que os clubes que contam os tostões vão ter de se redefinir e fazer opções mais conscientes», começa por dizer.

«Para o Clube Albergaria, é como se já estivéssemos em julho. A época acabou. Resta-nos olhar para esta temporada, analisá-la e começar a preparar a próxima, com a diferença de as jogadoras irem ter uma paragem muito mais longa do que é habitual», realça.

Que futuro para o futebol feminino, então?

Neste momento, e ainda sem decisões definitivas por parte da FPF, existem mais dúvidas do que certezas relativamente ao futuro do futebol feminino português.

Desde logo, pela incerteza das equipas que lideravam a luta pela subida à primeira Liga – Torreense, Amora, Famalicão e Fiães -, que ainda tentam demover a FPF da decisão de não contemplar subidas esta época.

Segundo noticiou há dias o jornal A Bola, Torreense, Amora e Fiães apresentaram um documento aos responsáveis federativos – que o Famalicão também subscreve - com uma proposta que inclui duas opções: o alargamento de 12 para 16 equipas, com a subida dos dois primeiros classificados das séries norte e sul; ou um play-off entre as quatro equipas para definir duas a subir, o que implicaria o alargamento para 14 equipas.

Mas se as dúvidas ainda são muitas em termos competitivos, quem falou ao Maisfutebol é quase unânime numa opinião: a evolução do futebol feminino em Portugal não será colocada em causa.

«Quero acreditar que esta situação não vai prejudicar o crescimento que se tem verificado nos últimos anos. Têm vindo a aparecer cada vez mais raparigas a querer jogar futebol e acredito que isto não vai fazer com que isso deixe de acontecer», acredita Sofia Teles.

A mesma ideia é defendida por Domingos Estanislau que adianta que o Fófó vai ter mais um escalão na formação, passando a ter seis equipas femininas.

«Isto não vai parar o crescimento do futebol feminino em Portugal. Pelo contrário: na próxima época já haverá uma terceira divisão, por exemplo. E nós vamos passar a ter também equipa de sub-13», refere.

Já Paula Pinho, que também acredita que a vertente o futebol feminino vai continuar a crescer, faz uma reflexão mais alargada sobre as consequências desta situação e da quebra económica que considera provável acontecer no setor.

«Por um lado, acho que isto veio colocar as coisas no devido lugar. Nos últimos anos temos assistido ao crescimento de um vedetismo que, na minha opinião, não se justifica. Parece que se anda a viver acima das possibilidades para a nossa realidade», começa por dizer a treinador do Clube Albergaria, lamentando aquilo que chama de «uma espécie de novo-riquismo».

«Houve um crescimento e um desenvolvimento grande no futebol feminino nacional, mas talvez a jogadora portuguesa não estivesse preparada para esta onda. Muitas delas, parece que entraram numa espécie de novo-riquismo que não se entende muito bem», aponta.

«Antes, quando falávamos com uma jogadora, a primeira coisa que ela queria saber tinha a ver com as condições de trabalho e a possibilidade que o clube lhe oferecia para crescer. Agora, a primeira coisa que perguntam é quanto o clube lhe vai pagar. E é claro que nós queremos melhorar e oferecer sempre melhores condições às jogadoras, mas dentro das possibilidades e da realidade que vivemos», alerta, sem deixar de elogiar as gerações de jogadoras que estão a aparecer.

«Acredito que esta situação poderá significar uma maior aposta na formação e no aparecimento de mais espaço para jogadoras de 16 ou 17 anos jogarem ao mais alto nível. E, honestamente, acho que poderemos todos ser agradavelmente surpreendidos com a qualidade que existe», remata.

Ou seja, apesar de toda a incerteza que se vive ainda, e de ser provável que a pandemia provoque alguns danos também no futebol feminino, em Portugal, existe a convicção de que as defesas construídas nos últimos anos sejam um reforço suficiente para assegurar o futuro.

Desde que, claro, haja vontade para isso. Porque força para voltar a derrotar um vírus melhor do que os homens, parece existir

em: https://maisfutebol.iol.pt/reportagem/benfica/sera-o-futebol-feminino-capaz-de-ultrapassar-o-virus-e-sair-a-jogar

Luís Duarte

A Federação Portuguesa de Futebol confirmou, esta quarta-feira, o alargamento da Liga BPI de 12 para 20 equipas em 2020/21. Segundo o documento publicado pelo órgão máximo do futebol nacional, manter-se-ão as 12 equipas que esta época disputaram a Liga BPI, bem como as oito equipas vencedoras das oito séries da II Divisão Nacional. São elas: Gil Vicente, FC Famalicão, Boavista, Fiães SC, Condeixa, Torreense, Atlético CP e Amora FC.  Porém, além do alargamento, há outra alteração a registar. Na próxima época, a principal competição de futebol feminino nacional voltará a ser dividida em duas séries: dez equipas na zona norte e dez equipas na zona sul. Concluída a fase regular do campeonato, oito das 20 equipas irão disputar a fase de apuramento de campeão e 12 a fase de manutenção. Sendo que, de modo a reequilibrar as contas, seis equipas serão despromovidas à II Divisão.



https://www.fpf.pt/News/Todas-as-not%C3%ADcias/Not%C3%ADcia/news/26799

NightHawk

Quote from: Luís Duarte on 06 de May de 2020, 13:51
A Federação Portuguesa de Futebol confirmou, esta quarta-feira, o alargamento da Liga BPI de 12 para 20 equipas em 2020/21. Segundo o documento publicado pelo órgão máximo do futebol nacional, manter-se-ão as 12 equipas que esta época disputaram a Liga BPI, bem como as oito equipas vencedoras das oito séries da II Divisão Nacional. São elas: Gil Vicente, FC Famalicão, Boavista, Fiães SC, Condeixa, Torreense, Atlético CP e Amora FC.  Porém, além do alargamento, há outra alteração a registar. Na próxima época, a principal competição de futebol feminino nacional voltará a ser dividida em duas séries: dez equipas na zona norte e dez equipas na zona sul. Concluída a fase regular do campeonato, oito das 20 equipas irão disputar a fase de apuramento de campeão e 12 a fase de manutenção. Sendo que, de modo a reequilibrar as contas, seis equipas serão despromovidas à II Divisão.



https://www.fpf.pt/News/Todas-as-not%C3%ADcias/Not%C3%ADcia/news/26799

Parece-me um exagero. Ainda por cima se tivermos em conta que o campeonato já é completamente desnivelado, agora ainda mais vai ser. Para nós vai ser ainda pior. Estando na zona norte não vamos ter qualquer oposição digna de registo, enquanto que Sporting e Benfica vão jogar entre si e vão ter Estoril e Fut. Benfica que são as 2 melhores equipas depois dos 3 grandes. isto significa que quando chegarmos à 2ª fase estaremos sem qualquer ritmo competitivo relevante nem teremos qualquer ponto de comparação com Benfica ou Sporting.

Não digo que isto tenha sido feito para nos prejudicar ou para favorecer Benfica e Sporting, mas no fim é isso que vai acontecer na prática.

Em termos de evolução do desporto não me parece que se ganhe algo em colocar 20 equipas na primeira liga onde 12 são muitíssimo inferiores às outras 8 e dessas 8 5 são muito inferiores a outras 3. É nivelar por baixo.


rpo.castro

Quote from: NightHawk on 06 de May de 2020, 14:05
Parece-me um exagero. Ainda por cima se tivermos em conta que o campeonato já é completamente desnivelado, agora ainda mais vai ser. Para nós vai ser ainda pior. Estando na zona norte não vamos ter qualquer oposição digna de registo, enquanto que Sporting e Benfica vão jogar entre si e vão ter Estoril e Fut. Benfica que são as 2 melhores equipas depois dos 3 grandes. isto significa que quando chegarmos à 2ª fase estaremos sem qualquer ritmo competitivo relevante nem teremos qualquer ponto de comparação com Benfica ou Sporting.

Não digo que isto tenha sido feito para nos prejudicar ou para favorecer Benfica e Sporting, mas no fim é isso que vai acontecer na prática.

Em termos de evolução do desporto não me parece que se ganhe algo em colocar 20 equipas na primeira liga onde 12 são muitíssimo inferiores às outras 8 e dessas 8 5 são muito inferiores a outras 3. É nivelar por baixo.
Mas na 2ª fase da II Divisão só foram disputados 2 jornadas, ficarias com um imbrógilo. Acho que aqui a FPF esteve bem (considerando que não haveria retoma da comeptição) e subiu todos os líderes da 1a fase (deixando de fora os segundos classificados).

Estou curioso para saber como fica a II Divisão.
Antes do covid, iria ser criada uma III divisão, com todas as equipas que ficaram abaixo do 2º lugar de cada série, sendo que a II Divisão contaria com as 16 equipas desta 2ª fase que não conseguissem a promoção, mais as duas despromovidas. Cheira-me que a II Divisão se irá manter assim e não irá existir a III Divisão (o que vai lixar um pouco o Vilaverdense e ser vantajoso para os manolos e o Brito
Quem não sente não é filho de boa gente.

Carvalhux

Não dá para jogar na serie sul? ;D Vai ser muito desnivelada a nossa serie.
Que se apurem os dois primeiros da cada serie no fim da 1º volta para uma fase final da taça da liga para ver se temos alguma competitividade.