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NOTÍCIAS DO ENORME DO DIA 22/02

Started by Pé Ligeiro, 22 de February de 2007, 09:45

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Pé Ligeiro

Nas mãos do Bicho
FERNANDO ROLA / PEDRO ROCHA

O Braga vai hoje tentar passar aos oitavos-de-final da Taça UEFA, o que, no formato actual – eliminatórias, fase de grupos e de novo eliminatória – é proeza inédita no historial do clube. Só isto chegaria para tornar este confronto com o Parma apetecível, mas há noutro foco de interesse, que, inclusive, ultrapassa o próprio clube: Jorge Costa, ex-jogador campeão europeu e vencedor da Taça UEFA ao serviço do FC Porto, vai estrear-se como técnico principal, sucedendo a Rogério Gonçalves, de quem era adjunto. Outro nome, obviamente, geraria curiosidade, se mais não fosse por tratar-se de uma estreia num jogo decisivo de uma competição europeia; sendo Jorge Costa, a curiosidade transforma-se em expectativa, por estarmos perante alguém que ganhou quase tudo o que era possível e sempre como líder, reconhecido pelos então companheiros e técnicos. Capitalizando tudo isto, só pode falar-se em expectativa...
Claro que o interesse maior está do lado dos adeptos bracarenses, que esperam ver rentabilizado ao máximo o golo que Zé Carlos marcou no Municipal há oito dias. Como? Jorge Costa o dirá com o esquema táctico que utilizará, pois, a inovar, quase de certeza que será aqui, já que, quanto a jogadores, a margem de manobra é pequena. Poder-se-á falar em dúvida em relação a Andrade, mas apenas porque a sua condição física poderá ressentir-se da paragem a que foi obrigado. Mas se faz parte da comitiva que viajou para Parma é porque o técnico o inclui nos seus planos. Por isso, é mais fácil admitir-se nuances tácticas, que poderão passar por um 4-4-2 que permita um controlo eficaz a meio-campo e uma rápida transição para o contra-ataque, assumindo João Pinto o papel de pivot que tantas vezes desempenhou de forma brilhante ao longo da sua carreira.
Tão ou mais importante que tudo isto, contudo, será a mensagem que Jorge Costa transmitir para o balneário. Se conseguir passar, como será natural, algo do carisma que sempre teve enquanto jogador, então aumentarão as possibilidades dos bracarenses passarem a eliminatória. É que o Bicho, alcunha que ganhou pela forma peculiar como se entregava ao jogo, foi sempre daqueles que poderiam quebrar mas nunca torcer. E vai ser o mesmo como treinador!
 
Equipas prováveis

Estádio Ennio Tardini
19h45 | RTP 1
Vladimir Hrinak [Eslováquia]
Martin Balko + Marian Ruzbarsky
Parma
Treinador Claudio Ranieri
23 | De Lucia GX
26 | Ferronetti LD
24 | Fernando Couto DC
14 | Contini DC
80 | Bochetti LE
19 | Pisanu AD
21 | Cigarini MD
4 | Dessena MO
18 | Gasbarroni AE
9 | Muslimovic AV
11 | Kutuzov AV
-
5 | Bucci GR
16 | Rinaldi DC
7 | Castellini LE
13 | Grella MD
6 | Bolano MD
8 | Rossi MO
35 | Paponi AV
Braga
Treinador Jorge Costa
12 | Paulo Santos GR
20 | Luís Filipe LD
3 | Paulo Jorge DC
28 | Rodriguez DC
13 | Carlos Fernandes LE
17 | Frechaut MD
16 | Andrade MD
21 | Ricardo Chaves MD
10 | João Pinto MO
11 | Cesinha AE
77 | Zé Carlos AV
-
12 | Dani Mallo GR
5 | Nem DC
8 | Paíto LE
14 | Castanheira MO
87 | Bruno Gama AD
15 | Wender AV
18 | Diego AV



TÁCTICA: 4-4-2
Agora sim à inglesa

Quando Cláudio Ranieri assumiu o comando técnico do Parma, depressa anunciou a intenção de colocar a equipa a jogar à inglesa, assim em jeito de reminiscência do que fez no Chelsea. Só que não passou logo à prática, tal como se verificou em Braga no embate da primeira mão, onde apostou num 5-4-1 suficientemente defensivo. Obrigado agora a pressionar os bracarenses para poder marcar golos e, obviamente, tentar vencer, o técnico italiano não tem outra alternativa senão arriscar, com um meio-campo ambicioso e dois avançados na frente (4-4-2).



TÁCTICA: 4-4-2
João Pinto em equação

Jorge Costa disse que tinha pouco para mudar, tendo em conta o tempo de trabalho. É normal, como será o de manter os nomes que todos esperam, mas fazendo uma nuance táctica que transformará o habitual 4-3-3 num 4-4-2, losango. A equação tem a ver com o rendimento de João Pinto: se será mais alto como vértice do losango, servindo os dois avançados, ou na ala direita? Tendo Andrade disponível – confirmou-se no treino no treino de ontem -, o técnico poderá mesmo optar pelo 4-4-2, aproveitando o pulmão de Luís Filipe para ocupar todo o flanco direito.



A figura do Braga: PAULO SANTOS
Garantia de qualidade

Não tem merecido grande destaque, no entanto é um dos principais responsáveis pela chegada do Braga a este estádio de competição. Mais: contribuiu decisivamente para que hoje os bracarenses não tenham para lamentar um golo sofrido em casa, situação que poderá revelar-se decisiva na atribuição da eliminatória. Seguro, sereno, Paulo Santos tem tudo para repetir as boas exibições que tem protagonizado na UEFA e, mais uma vez, decidir, por si só, a passagem à eliminatória seguinte. É que, como diria La Palisse, "bastará" que o Braga não sofra golos e o sucesso está garantido. Uma mãozinha dos companheiros também dará muito jeito, claro.



Jorge Costa
"Temos de fazer um golo"

Chegou com um sorriso, escondendo qualquer foco de tensão. Jorge Costa sentou-se ao lado de Eládio Paramés e deixou que este abrisse as hostilidades, pedindo aos jornalistas que se limitassem as questões ao jogo com o Parma. Obviamente, isso não aconteceu, porque era impossível passar ao lado do facto de Jorge Costa ter sucedido a Rogério Gonçalves, de quem era adjunto. E o novo técnico não fugiu à questão, tão-pouco se mostrou incomodado com as perguntas. A todas respondeu, excepto à que pretendia saber que escolhas faria para o encontro de hoje. Também ninguém se admirou. Afinal, Jorge Costa vai estrear-se frente a uma velha raposa como é Cláudio Ranieri e algum trunfo teria que guardar... No mais, respostas sempre prontas.
Vai mudar alguma coisa já neste jogo?
Em termos de campo, pouco ou nada é possível fazer em tão pouco tempo. Mas há uma outra coisa, que pode chamar-se treino invisível, que tem a ver com o mexer com a cabeça dos jogadores. Isso foi feito e vai continuar a ser feito para que, amanhã (hoje), os jogadores estejam bem e em condições de render o melhor possível, como todos pretendemos.
A mudança técnica vai mexer com os jogadores?
Acho que não vai influenciar os jogadores, mas, se influenciar, que seja de uma forma positiva. Já trabalho com esta equipa há alguns meses e sei que tenho um grupo de jogadores inteligentes. Por o serem, sabem que este é um jogo decisivo, porque se trata da segunda mão de uma eliminatória, o que por si só já é motivante.
Sente isso no grupo?
Esta é uma competição internacional, onde todos querem brilhar e por isso é muito importante para eles. O que eu sei neste momento, e posso garantir, é que os jogadores do Braga estão muito motivados para este jogo.
Quais são, na sua perspectiva, as possibilidades de o Braga passar a eliminatória?
O que sabemos é que se eliminatória acabasse assim, como está, éramos nós que passávamos. Ou seja, temos uma vantagem curta, mas que já é boa porque é vantagem.
A ideia é segurar essa vantagem?
Não vamos para o relvado a pensar segurar a vantagem. Temos consciência de que quem jogar para empatar tem fortes possibilidades de perder. Também sabemos que se fizermos um golo as possibilidades de êxito serão muito maiores.
 
"Ganhei um amigo"

A abrir a conferência de Imprensa, Eládio Paramés, director executivo da SAD, pedira para que as perguntas fossem exclusivamente sobre o jogo de hoje. No entanto, o tema Rogério Gonçalves era inevitável e Jorge Costa dispôs-se a responder, sem rodeios.
Desde logo, fez questão de deixar claro ter ficado "triste" com a saída do anterior treinador, sentimento que estendeu as dirigentes. "Eu e toda a Direcção ficamos tristes", afirmou, explicando que, se mais não fosse, porque "nunca é bom que uma situação destas aconteça" a um grupo de trabalho. Mas também pela consideração que diz ter pelo técnico de quem foi adjunto até ao passado fim-de-semana. "Todos tivemos, durante três, quatro meses, o privilégio de trabalhar com uma pessoa íntegra, honesta. Acima de tudo, o que posso dizer neste momento é que todos ganhamos um amigo", exclamou. E, em jeito de explicação, Jorge Costa chegou mesmo a confessar ter tido contacto telefónico com Rogério Gonçalves, com quem, inclusive, terá trocado impressões sobre o jogo de hoje.
 
"A minha carreira tem sido feita de desafios"

O novo treinador bracarense, poucos meses depois de ter colocado um ponto final na carreira de jogador e menos de quatro meses depois de ter aceite integrar uma equipa técnica como adjunto, passou a técnico principal. Será que o esperava tão depressa? "Não!", exclamou, logo admitindo estar perante uma situação de excepção: "Isto é um desafio enorme". Nada que o preocupe em demasia, e explicou porquê: "Toda a minha carreira desportiva, tal como a minha vida privada, tem sido feita de desafios. Estou consciente de que este é mais um complicado, mas acredito sem reservas em mim e nas minhas capacidades, por isso estou motivado".
Significam estas palavras que Jorge Costa tem andado a reboque do futebol? Ele admite que sim: "Fui sendo apanhado pelo futebol ao longo da minha vida e sinto-me muito bem com isso. As coisas têm-me acontecido e as minhas respostas não têm sido más".
 
Cadeirão
"Estou no mesmo sítio onde costumava estar"

Jorge Costa deu ontem a sua primeira conferência de Imprensa enquanto treinador principal. Uma novidade, que, contudo, não o foi tanto assim, por tratar-se de alguém que tem invejável experiência, enquanto jogador, neste tipo de situações. Daí a resposta, compreensível, quando a questão levantada foi o estado de espírito com que chegava à conferência de Imprensa. "Estou no mesmo lugar que era habitual ocupar quando era jogador", respondeu, com um sorriso. E é lógico, porque, enquanto capitão do FC Porto, Jorge Costa terá perdido a conta ao número de conferências de Imprensa que deu em vésperas de um jogo europeu. Ainda assim, a situação era diferente, por isso o treinador também falou como tal: "Neste momento, o meu estado de espírito é óptimo, cheio de esperança e com uma enorme confiança em mim e no grupo que estou a liderar". Simples, directo, tal como quando era o líder... como capitão.



Andrade e Castanheira escondidos no xadrez
Jorge Costa quer dar xeque-mate ao Parma e escondeu duas pedras especiais do meio-campo. O bombardeiro Andrade poderá fazer de rei

Para os mais cépticos, os que caíram na tentação de interpretar as chamadas de Andrade e Castanheira como meros tiros de pólvora, o treino de adaptação ao relvado do Estádio Ennio Tardini foi mais do que esclarecedor. Os dois médios já se encontram recuperados das respectivas lesões e são sérias opções para o embate, partindo em ligeira vantagem na direcção do onze inicial o brasileiro Andrade, já intitulado em Braga de "bombardeiro", depois de se ter estreado a marcar em Paços de Ferreira de forma espectacular, precisamente na cobrança de um livre.
Reintegrados no grupo sem qualquer tipo de recomendação especial da parte do departamento médico, um e o outro voaram para Itália com a firme de intenção de se tornarem úteis e, nesse sentido, em momento algum se resguardaram no último treino da equipa, participando até sem surpresas numa peladinha, de nove contra nove, durante a qual Jorge Costa fez questão de baralhar quem lá estava, de modo a poder lançar esta noite os seus trunfos-surpresa com os efeitos desejáveis. Por outras palavras, Andrade e Castanheira vão mesmo entrar em acção frente ao Parma, fortalecendo assim significativamente a linha média dos arsenalistas. Só falta saber em que circunstâncias tal acontecerá, pois, como se previa, a sessão vespertina não deu para tirar grandes conclusões.
Robusta e bem sintonizada com as balizas também está a linha da frente do Braga. Tal como anunciou na projecção do jogo, Jorge Costa quer assegurar o apuramento com golos, sufocar o Parma, e não lhe faltam especialistas na matéria, como o avançado Zé Carlos ou central Paulo Jorge. Foi essa a outra impressão que ficou do ensaio final, onde se anotaram vários golos, para todos os gostos.


IN O JOGO

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Claudio Ranieri: «Usar mais a cabeça»
CONTINUA A ACREDITAR NA REVIRAVOLTA

O treinador do Parma acredita piamente que é possível dar à volta à eliminatória, embora mantenha um discurso cauteloso e mais virado para a verdadeira preocupação da equipa: o campeonato.

Mesmo assim, cair da Taça UEFA em casa é algo que desagrada a Claudio Ranieri. "Não quero sair sem lutar. Não vai ser fácil e o Sp. Braga tem mais possibilidades de seguir em frente na competição", comentou, lembrando-se daquilo que sucedera no jogo da 1.ª mão.

"Em Braga, jogámos suficientemente bem, mas deixámos o golo para o nosso adversário. Mas gostei do trabalho da minha equipa", confessou, esclarecendo que jogar mais ao ataque para dar a volta ao resultado não será propriamente a sua ordem para a equipa: "Vamos correr mais riscos? Não. Usamos mais a cabeça."

Com uma boa disposição incrível e disposto a responder a tudo, Ranieri não disse que iria jogar em 4x4x2, como revelou de manhã na conferência para os jornalistas italianos, mas confirmou que Couto "vai jogar". E nada mais acrescentou. "Só digo que joga o Fernando. Faltam 10? Esses não...", brincou.

Mas, mesmo assim, estão previstas mudanças. A baliza, por exemplo, será entregue a De Lucia, por troca com Bucci, que jogou em Braga.

Bicho de qualidade

O técnico do Parma falou ainda de Jorge Costa: "Foi um grande futebolista e um campeão. Os campeões têm sempre algo a acrescentar."



Jorge Costa: «As coisas não estavam bem»
JUSTIFICA CENÁRIO QUE DITOU A SUA PROMOÇÃO

Jorge Costa não foi minucioso nas explicações para a troca de líder na equipa técnica dos bracarenses. Nem tinha de o fazer, por não ser da sua responsabilidade.

Ao antigo central, em função da decisão de António Salvador, resta-lhe remendar no imediato aquilo que a administração da SAD pensa estar mal e garantir a continuidade na Taça UEFA. E, no futuro, formatar o grupo à sua imagem.

"Daqui a um mês a equipa estará a jogar à imagem daquilo que é o futebol. É evidente que as coisas não estavam bem, porque se estivessem este cenário não aconteceria, mas sabemos que temos um jogo amanhã. Não vamos jogar na perfeição, se calhar daqui a um mês também não, e o mais provável é nunca conseguirmos jogar na perfeição. Mas há coisas que temos de melhorar e não temos tempo. Mas amanhã [hoje] iremos, certamente, ser mais fortes", prometeu o substituto de Rogério Gonçalves.

Trabalho invisível

Sem margem para impor qualquer tipo de cultura táctica ou conceito futebolístico, Jorge Costa sabe perfeitamente que o caminho a seguir para sair vencedor da eliminatória com o Parma passa por fortalecer animicamente o grupo de trabalho.

"Em termos de campo pouco ou nada se fez, mas há o chamado treino invisível que, essencialmente, passa por mexer com a cabeça dos jogadores. Isso foi feito e continuará a ser realizado até à hora do jogo para que mentalmente os jogadores estejam no seu melhor", destacou, feliz por constatar que os atletas têm capacidade de leitura: "Felizmente temos uma equipa formada por jogadores inteligentes. E, por saberem que o jogo é decisivo, isso só por si já é motivador. É uma competição internacional e na qual eles querem brilhar."

Quanto aos primeiros dias de uma nova experiência, só maravilhas para contar: "O meu estado de espírito, em termos pessoais, é óptimo e de grande confiança. Espero que a troca de treinador não tenha influência na eliminatória, mas se tiver que seja positiva."

IN RECORD


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Exame europeuna hora da mudança


Nuno Amaral, em Parma

Exame europeu

na hora da mudança

OBraga joga hoje, em Parma, o acesso aos oitavos-de-final da Taça UEFA, apenas três dias depois de Jorge Costa ter assumido o comando técnico da equipa minhota, em substituição de Rogério Gonçalves. A estreia do jovem treinador é um dos pontos de interesse de uma partida que está a ser aguardada com grande expectativa. A mudança foi brusca e inesperada - o próprio Jorge Costa admitiu-o ontem, na primeira conferência de Imprensa que deu nas novas funções. "Não estava à espera desta alteração repentina. Pode dizer-se que, a exemplo do que aconteceu em toda a minha carreira, fui apanhado pelo futebol. Estou consciente do desafio que me espera, mas sinceramente sinto-me muito bem", afirmou o ex-internacional português, antes do treino realizado ontem à tarde no estádio Ennio Tardini.

O novo técnico arsenalista reconheceu que não teve tempo para mudar nada no trabalho feito por Rogério Gonçalves, a quem se referiu como "um homem íntegro, honesto e um amigo", mas revelou que, nos últimos dias, procurou fazer o chamado "treino invisível" com a equipa. " Tentámos mexer com a cabeça dos jogadores. Felizmente, este plantel é composto por atletas inteligentes, que sabem que este jogo é decisivo. Só esse factor já chega para lhes dar motivação porque eles querem brilhar nesta prova", referiu o antigo capitão do F. C. Porto.

O golo marcado por Zé Carlos na semana passada, em Braga, permite encarar a partida de hoje com optimismo, mas Jorge Costa não parece nada interessado em defender a magra vantagem. "Sabemos que, se a eliminatória acabasse agora, seríamos nós a passar. A vantagem é curta, mas boa. Não vamos jogar para segurá-la, pois sabemos que se fizermos mais um golo, o apuramento ficará ainda mais virado para o nosso lado", frisou, esperando que a mudança de treinador não tenha efeitos no desfecho da eliminatória "Se tiver, que seja uma influência positiva..."

Jorge Costa não fugiu à estratégia habitual antes deste tipo de jogos, e não revelou qual o onze que o Braga irá apresentar frente ao Parma, mas devem registar-se algumas alterações relativamente ao jogo de domingo em Leiria. Andrade deverá ser titular, formando o trio do meio-campo com Ricardo Chaves e Frechaut, enquanto João Pinto jogará um pouco mais adiantado, no apoio a Zé Carlos e Wender. No sector defensivo, e apesar de Nem já estar recuperado dos problemas físicos, Paulo Jorge e Rodriguez continuarão a ser os centrais, com a missão de travar o ataque parmesão, que se espera mais acutilante do que na primeira mão.


Fernando Couto



de regresso

Ausente em Braga, devido a lesão, Fernando Couto volta hoje ao onze do Parma. Ranieri confirmou-o sem rodeios, pelo que desta vez acontecerá mesmo o reencontro com os amigos Jorge Costa e João Pinto.



RTP1 transmite



em directo (19.45 horas)

Ao contrário do previsto, a partida entre o Parma e o Braga terá transmissão televisiva para Portugal, através da RTP1 (19.45 horas). Em Itália, a Sky avançou para o directo, abrindo o sinal para o território luso.



Tradutora amiga



de Paulo Futre

A tradutora presente na conferência de Imprensa de Ranieri é brasileira e conhece bem Paulo Futre. Helena Fiorentina, natural de São Paulo, foi intérprete de Futre na Reggiana, em 1994, e ficou amiga da família.

IN JN

BRAGA SEMPRE MAIS!

Olho Vivo

JORGE COSTA PROMETE UM ONZE SOLTO E AMBICIOSO PARA ASSINAR ESTREIA EM GRANDE NO COMANDO TÉCNICO

«Pensar no empate dá derrota»

PARMA — Jorge Costa volta a pisar o palco principal, onde se sente feliz e realizado, porque nunca foi homem de se remeter à sombra. Agarra o desafio com a naturalidade dos predestinados, sempre foi líder de balneário e saltar para treinador principal é como responder a um chamamento do destino. Estava escrito que chegaria lá. Foi tudo muito rápido? Foi no tempo certo para dizer ao Parma que hoje o Sp. Braga não vai jogar à defesa!

Vibrante e cativante a primeira conferência de imprensa de Jorge Costa na qualidade de treinador principal do Sp. Braga. Frontal nas respostas, objectivo nas ideias, conciso na projecção das ambições imediatas. O Bicho olhou de frente para o Parma e disse que nada temia.

— A estreia de Jorge Costa como treinador principal acontece nas competições europeias, num jogo decisivo, frente a uma equipa da dimensão do Parma. Qual é o seu estado de espírito?

— Estou no lugar que era normal ocupar há uns tempos atrás. O meu estado de espírito é óptimo, de grande esperança e confiança.

— Teve pouco tempo para preparar este jogo. Que tipo de trabalho pôde desenvolver com o grupo?

— Nós jogamos no domingo e em termos de trabalho de campo pouco ou nada se pôde fazer, mas há o chamado treino invisível que tem a ver essencialmente com a parte mental dos jogadores. É um trabalho que vai continuar a ser desenvolvido até à hora do jogo para que os jogadores estejam no seu melhor.

— Como está o pulsar da equipa?

— Temos uma equipa formada por jogadores inteligentes. Por saberem que o jogo tem carácter decisivo eles já estão automaticamente motivados. Eles querem brilhar nesta competição europeia.

«As coisas não estavam bem»

— O Sp. Braga vai jogar de forma a segurar a vantagem que trouxe do Minho ou investir na vitória?

— Temos uma vantagem que é curta, mas boa. Não vamos de forma alguma jogar para segurar essa vantagem. Pela experiência que tenho sei que se jogarmos para o empate temos fortes probabilidades de perder. Se fizermos um golo, a eliminatória pende mais para o nosso lado e as possibilidades de passar são superiores.

— Que influência poderá ter na equipa a mudança de comando técnico?

— Espero que não tenha influência. Se tiver, que seja positiva.

— Como é que os jogadores reagiram à saída de Rogério Gonçalves?

— Eu e todos os que trabalham no Sp. Braga ficaram tristes porque tivemos o prazer de, durante três meses, lidar com homem íntegro e honesto. Pela parte que me toca ganhei um bom amigo.

— Que alterações de fundo se podem esperar no onze do Sp. Braga?

— Serão os jogadores a saber primeiro.

— Mesmo com pouco tempo de contacto com a nova realidade com que se deparou, será possível dar o seu cunho pessoal à equipa no jogo com o Parma?

— Não houve muito tempo para trabalhar. Gostaria de dizer que daqui a um mês estaremos a jogar à imagem daquilo que para mim é futebol. É evidente que as coisas não estavam bem, caso contrário esse cenário não aconteceria. Mas o jogo é já amanhã [hoje], não vou dizer que vamos jogar na perfeição. Se calhar nem daqui a um mês. Se calhar nunca vamos jogar na perfeição, há coisas a melhorar e não temos tempo. Seremos, no mínimo, mais fortes frente ao Parma.


«Sinto-me muito bem!»


PARMA — Jorge Costa foi igual a si próprio, frontal, sincero, coerente, não se escondendo no protocolo de uma conferência de imprensa em que foi pedido aos jornalistas para não mexer muito no passado. Nada feito. O treinador do Sp. Braga não é homem para virar costas às perguntas e insistiu em saciar a curiosidade da plateia: — Falou com Rogério Gonçalves? — Falei apenas como amigo. — Esperava, ao cabo de apenas três meses de trabalho como adjunto, subir à condição de técnico principal? — Não estava à espera, é um desafio. Em toda a minha carreira sempre fui pessoa de desafios, estou consciente do que me espera e tenho confiança em mim e sobretudo no meu grupo de trabalho. — Pode dizer-se que foi apanhado de surpresa pelo futebol, pois sempre manifestou desejo de ser dirigente depois de deixar de jogar? — O que disse é que queria continuar ligado ao futebol. Sinceramente, nesta altura sinto-me muito bem!


Tardini na lei

— O Ennio Tardini, casa do Parma, já obedece integralmente aos requisitos da Federação italiana em matéria de segurança. Os torniquetes digitais já foram instalados e ontem funcionários do clube pintavam de amarelo os acessos ao recinto, que também possui zona de filtragem de adeptos como é exigido pelo governo italiano na sequência dos incidentes no Catania-Palermo.


NOVO TÉCNICO e NOVA ESTRATÉGIA PARA seguir em frente

Chamem o Zé do Golo!

PARMA — Parece provocação. No jogo da primeira mão, na pedreira, Ranieri estreou-se no comando do Parma; hoje, no Estádio Ennio Tardini, é Jorge Costa quem confunde os italianos ao substituir Rogério Gonçalves. Esta dança de treinadores ocupa a parte lúdica da batalha, porque os passos decisivos correm por conta de uma partida em que o Sp. Braga não pode nem quer desperdiçar oportunidade de ouro para chegar aos oitavos-de-final da Taça UEFA.

Ranieri é uma velha raposa e passeia um ar sereno pelos corredores incertos da estratégia bracarense. Mas o italiano, que de um dia para o outro se viu metido numa grande alhada, sabe que pouco sabe sobre o Sp. Braga. Provavelmente menos do que na primeira mão, quando estudou à pressa o arsenal minhoto, não sendo capaz de devolver ao Parma a alegria de uma vitória que lhe escapa há tanto tempo.

Hoje, no Ennio Tardini, as armas bracarenses serão as mesmas, a abordagem é que será seguramente diferente, por força da mudança de técnico, mas também porque o Sp. Braga está seguro de quais são as suas hipóteses de atingir os oitavos da prova em que investiu tanto suor. São muitas, em função daquilo que fizer hoje. E o que vai fazer? É aqui que começa um silêncio perturbante, é neste ponto que começa a reflexão, que acabam as certezas e se adensa o mistério. Só há uma garantia, que as palavras de Jorge Costa deixaram no ar: será um Sp. Braga diferente. Mas nunca uma equipa encolhida e muito menos orientada pela necessidade de preservar a todo o custo o 1-0 da primeira-mão. Seria fatal frente a um conjunto italiano em crise, sim, mas astuto. Como o seu treinador.

4x4x2 e fé em Zé Carlos?

Deu para perceber pelo treino de adaptação ao relvado que o Sp. Braga está animado, confiante, consciente da empreitada que tem pela frente, ciente das suas forças e fragilidades. Isso é importante porque revela que a mensagem de Jorge Costa passou para o balneário e que a página de uma chicotada surpreendente pode ser virada com êxito. A fraqueza mais óbvia deste Sp. Braga são as alas, onde moram dois esquerdinos irrequietos (Wender e Cesinha) mas onde na direita se sente a falta de Maciel. Esqueça-se a ala direita, aconselhariam os pragmáticos. Não é capaz de ser má ideia. Talvez a novidade mais aliciante dos minhotos resida na transformação para um 4x4x2 que devolveria João Pinto às missões de distribuição, cabendo a Zé Carlos, o herói do primeiro jogo, e a Wender, que compreende bem a linguagem do golo, a tarefa de colocar Couto e C.ª sob pressão. Faz sentido. Marcar um golo será meio caminho andado para o Braga garantir o apuramento. Fará isto sentido na cabeça de Jorge Costa? No mínimo é um Bicho-de-sete-cabeças...


FERNANDO COUTO EXALTA CORAGEM DO AMIGO «BICHO»

TÉCNICO DO PARMA MAIS PREOCUPADO COM O CAMPEONATO

«Está preparado para vencer»

Ranieri bate na mesma tecla


PARMA — Ranieri confirmou Fernando Couto no onze do Parma que hoje defronta o Sp. Braga. Ontem, A BOLA foi ao centro de treinos do emblema italiano, em Collecchio, na periferia de Parma, sentir o pulsar do antigo internacional português a poucas horas de reencontrar-se com o treinador principal do Sp. Braga... Jorge Costa «Fui apanhado de surpresa! Tinha falado com o Jorge e sabia que ele estava entusiasmado e satisfeito com a nova experiência no campo técnico. A vida é feita de oportunidades e estou seguro de que o Jorge a vai agarrar com toda a força», antecipou, feliz por ver o amigo ganhar projecção em tão pouco tempo: «Toda a sua vida foi um líder, um homem com carisma. A experiência acumulada ao mais alto nível, designadamente no FC Porto, vai ser muito útil para vencer esta aposta.»

Couto acompanhou à distância o processo de sucessão técnica no Sp. Braga, enaltecendo a coragem do amigo em abraçar desafio tão arrojado: «Não é fácil, de repente, ter este tipo de responsabilidades, mas ele está preparado para vencer, apesar de todo o ser humano ter o direito a errar. Sou amigo dele e temos falado regularmente e sei que ele está fortemente motivado.»

Incontornável é antecipar a sensação que vai invadir Couto no momento de voltar a cumprimentar Jorge Costa: «Será estranho vê-lo do outro lado, a dirigir uma equipa... Aliás, este jogo reúne ingredientes que me fazem pensar, porque do outro lado está outro bom amigo, o João Pinto.» «Estou contente pelo Jorge e desejo que tenha todo o sucesso do Mundo e sei que ele tem tudo para se tornar um grande treinador», reforça o central, com um sorriso do tamanho do Mundo.
PARMA — Ranieri é um senhor, nunca perde a oportunidade para soltar uma piada, abrir um sorriso, por mais negro que seja o quadro do Parma. Desprezando as críticas que já emergem sobre o seu desempenho, o técnico reforçou a ideia de que a sobrevivência do Parma na Série A «se sobrepõe» amplamente ao compromisso de hoje, embora reconheça não estar disposto «a abdicar da UEFA sem dar luta.» «O Sp. Braga continua a ser favorito porque ganhou o primeiro desafio», mas desta vez o «Parma actua em casa e quer dar uma alegria aos nossos adeptos», resumiu, confirmando, na projecção do jogo feita à imprensa italiana, que vai lançar um modelo mais ofensivo, «um 4x4x2 elástico», como o definiu, com o claro propósito de empatar cedo a eliminatória.

Aos jornalistas portugueses retraiu-se na exposição das suas ideias tácticas, mas, com a boa disposição que lhe é característica, desejou uma carreira feliz a Jorge Costa... «mas só depois do jogo.» «O Jorge é um campeão, vai transmitir coisas boas à equipa porque tem muita experiência. Mas que seja feliz lá mais para a frente...»



Animação na bilheteira


— Estádio aberto, público em festa, prevêem-se bancadas bem compostas no anfiteatro do Parma, que tem capacidade para 27.600 pessoas. Mas a corrida aos bilhetes só ontem se notou porque o clube colocou à venda ingressos a cinco euros... para qualquer sector do estádio! Ao contrário do que se verifica noutras latitudes, em Parma privilegia-se o espectáculo e não tanto os interesses da tesouraria. E este Parma não nada em dinheiro..

in A  BOLA


Sporting de Braga apostado em marcar um golo em Parma para resolver a eliminatória

Apesar de um nulo ser suficiente para o apuramento, Jorge Costa garante que os minhotos
não vão jogar para o empate


"Tanto eu como os jogadores sabemos que quem joga para empatar tem fortes probabilidades de perder"

O golo que o brasileiro Zé Carlos apontou no primeiro braço-de-ferro com o Parma confere vantagem ao Braga para o duelo desta noite, mas Jorge Costa já garantiu que a sua equipa não jogará à defesa. Ambicioso na primeira aventura como treinador principal, o antigo central do FC Porto prometeu ter uma equipa a jogar para os golos. E deu asas ao sonho de passar aos oitavos-de-final da Taça UEFA, num estádio "tradicionalmente muito complicado" e "cheio de adeptos do Parma".
"A nossa vantagem é curta e boa, mas não vamos jogar para segurá-la. Tanto eu como os jogadores sabemos que quem joga para empatar tem fortes probabilidades de perder", afirmou Jorge Costa, na conferência de imprensa que antecedeu o treino de adaptação do Braga ao Estádio Ennio Tardini. Para o sucessor de Rogério Gonçalves no comando técnico do Braga, fazer um golo é incomensuravelmente mais importante do que defender o 1-0 do primeiro jogo, até porque os italianos, defendeu, "vão apresentar-se mais pressionantes e agressivos em casa".
"Temos que marcar, não podemos pensar numa estratégia defensiva. Se fizermos um golo, a eliminatória ficará muito mais virada para o nosso lado e as possibilidades de passarmos serão bem superiores", realçou, ciente de que as bancadas vão torcer em maioria esmagadora pelo Parma, até porque a direcção do clube emitiu bilhetes a cinco euros para os adeptos locais e o Braga só terá cerca de 250 apoiantes.
Sem tempo para incutir o seu "cunho pessoal" ao plantel minhoto - deixou de ser adjunto há apenas três dias -, Jorge Costa aplicou aquilo a que chama "treino invisível", um trabalho essencialmente voltado para o plano mental. "Tentei trabalhar o aspecto psicológico, fazer com que os jogadores estejam no seu melhor nível mental", contou.
No treino em solo italiano, a boa disposição foi a nota dominante e Jorge Costa mostrou-se interventivo, não se coibindo de incentivar os jogadores e, em particular, o médio Andrade. Recém-recuperado de uma lesão que o levou a parar nos últimos dois jogos, Andrade treinou sem limitações e poderá ser a grande arma da equipa, prevendo-se que assuma a titularidade. Além de Andrade, é previsível o regresso de João Pinto ao onze, por conta da lesão de Vandinho. Quem também poderá voltar é Bruno Gama, o que relegará Diego Costa para a condição de suplente.
Equipa provável: Paulo Santos; Luís Filipe, Paulo Jorge, Rodriguez, Carlos Fernandes; Andrade, Ricardo Chaves, João Pinto; Bruno Gama, Cesinha, Zé Carlos.


Ranieri conta com Fernando Couto


Também a dar os primeiros passos ao comando do Parma, Claudio Ranieri conta alcançar hoje a sua primeira vitória - perdeu em Braga e na última jornada da Série A. Mas o treinador sacudiu a pressão toda para o lado do adversário português, dizendo que "é o Braga que tem o favoritismo e as maiores responsabilidades neste jogo". "Gostávamos muito de passar a eliminatória e temos argumentos para o fazer, mas o nosso objectivo principal é a manutenção no campeonato", esclareceu.
A estreia de Jorge Costa como treinador principal arrancou do técnico do Parma grandes elogios. "É um grande campeão, vai levar coisas boas à equipa", anotou. A derrota da última jornada na liga italiana não só acentuou as aflições da formação de Ranieri como também o privou do contributo de Domenico Morfeo, o estratega do Parma. Mais sorte teve Fernando Couto, que recuperou da lesão que o levou a falhar o primeiro jogo com o Braga. "Conto com o Fernando neste jogo", disse Ranieri, revelando que montará um esquema de 4x4x2.
Equipa provável: Luca Bucci, Ferronetti, Fernando Couto, Contini, Bochetti, Dessena, Gasbarroni, Pisanu, Cigarini; Kutusov, Muslimovic.

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