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SPORTING CLUBE DE BRAGA: 4X3X3, 4X2X1X3;4X1X2X3; 4X4X2?

Started by Mais Norte, 26 de September de 2014, 16:38

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Mais Norte



Procurando contribuir para a diversidade de temas no Superbraga, atrevo-me a lançar para a discussão pensamentos dispersos sobre a forma como a nossa equipa se tem apresentado em campo e "divagar" um pouco sobre o que tem sido a nossa prestação em campo.

Já era para o apresentar este tópico há um ou dois dias mas não tive oportunidade de o fazer.

Ficou um pouco longo mas não consegui sintetizar mais.

Trata-se de um exercício que nos permita falar sobre o futebol do Braga, fora do enquadramento dos jogos, para sabermos as ideias que ocorrem neste universo sobre este assunto.

Saliento os melhores momentos dos jogos oficiais em que participámos até agora: entradas em jogo com a "lenha toda" contra o Boavista (inícios do primeiro e do segundo tempo), mexidas de SC para dar a volta ao jogo com o Estoril e a forma como geriu a equipa no segundo tempo com o Nacional.

Estou ciente de que não há sistemas puros e de que no campo tudo se transforma. Há, no entanto, alguns princípios que a opção por um ou por outro modelo determinam.

Sérgio Conceição poderá estar, pelas indicações do último jogo, a pensar recolocar as peças de que dispõe de uma forma completamente diferente, alterando a forma de jogar da nossa equipa. Como disse noutro post, preocupam-me tantas alterações. Já utilizámos 21 jogadores (só não jogaram Golas, Matheus e Boly).

Isso não é, necessariamente, mau sinal, o que não se criam é rotinas de jogo.

Deixando Custódio de fora, não utilizando um Médio Defensivo clássico, optando por Tiba e por Danilo à frente da defesa, com este ligeiramente mais adiantado, como contra o Nacional, sendo Tiba, definitiva e decisivamente, o iniciador e organizador das nossas jogadas de ataque, pode significar uma mini-revolução, para não dizer uma revolução, com o objectivo de adoptar o tipo de jogo que melhor se adequará aos nossos jogadores. Danilo mais atrás e Tiba um pouco mais à frente poderá ser a mesma versão com posicionamentos diferentes dos jogadores.

Vejamos a equipa que foi apresentada no primeiro jogo do Campeonato (alterando os jogadores, com uma ou outra nuance, foi esta a nossa equipa equipa-tipo):

                                                               Kritciuk
Goiano                                 Santos                         A. Pinto                                    Tiago Gomes 
                                                             Custódio
                                          R. Micael                            Tiba
   Alan                                                       Éder                                                                 Rafa

Para além das alterações para as várias posições, vejamos o que terá falhado, pelo menos até agora, e em minha opinião, nos vários planos tentados por SC que, diga-se em abono da verdade, tudo tem experimentado, mas a que os jogadores e a equipa não têm correspondido da melhor forma:

- Custódio não tem estado ao seu melhor nível e não resiste fisicamente, como parece óbvio, a um jogo de pressão alta da nossa parte. Serão Luís Carlos e Mauro alternativa para este tipo de exigência? Por outro lado, Danilo parece ser um 8;

- R. Micael não é um organizador de jogo e o seu futebol rectilíneo, algo precipitado, aliado à falta de capacidade para pressionar os adversários também o terão retirado da equipa;

- Alan como "médio", ou a jogar no apoio ao ponta de lança, também não deu grandes resultados e, como ala, no último jogo, também não esteve nada bem;

- Rafa  no lado esquerdo do ataque não resultou bem como aconteceu no ano passado, seja porque os adversários lhe apanharam o jeito, seja porque, e penso que é esta a principal razão, está determinado a jogar no meio como o fez na Madeira, não como organizador de jogo, que ele de facto não é (ou ainda não é), mas como Joker para produzir desequilíbrios, seja em iniciativas individuais para entrar na área, seja a combinar com o ponta de lança ou com um dos médios de transição. Penso que esta ideia é comum a muitos treinadores de bancada como eu;

- Os nossos centrais não conseguem sair a jogar e, das duas uma, ou é "chutão" para a frente ou têm que ter um referência a quem endossar a bola (tem sido Tiba). Vejamos como vai jogar Sasso. Cumpre dizer que A. Pinto tem estado acima das expectativas e fez um bom jogo com o Nacional (salvou mesmo um golo em cima da linha de baliza);

- O nosso futebol de ataque não se tem adaptado à forma de jogar de Éder (que também não está em boa forma);

- Têm sido tentadas várias alternativas para as alas mas, até ver, ainda não acertámos e os jogadores tanto fazem um bom jogo como têm prestações modestas e quase desaparecem no seguinte. Saliento, aliás, que Sérgio Conceição, ele que foi um extremo, parece não acreditar na possibilidade de dar mais largura e profundidade ao nosso futebol como uma opção possível para abrir as defesas contrárias. Contra o Nacional, só Éder teve uma investida digna desse nome pelo flanco esquerdo. Que saudades dos raides de Alan, Salino, João Luís e de Sílvio, para não falar de outros, ao longo de todo o corredor, entrando na área em combinações perigosas, contornando o lateral por fora ou entrando entre este e o central e, em última análise, porque não (?), cruzando para a zona central para o PL ou atrasado para as entradas e os remates dos médios-ofensivos. De resto, o jogo interior, parece ser a filosofia dominante do futebol moderno. Tenho que me conformar com os novos tempos e ideias...

Ainda assim, repito, apostando só, como o temos feito, por essa alternativa, não vamos a lado nenhum, ainda que a colocação de Rafa ao meio venha aumentar as potencialidades de termos êxito nesse tipo de jogo.

- Cantos e livres: palavras para quê? Continuamos num deserto.

Será que vamos manter a ideia inicial do jogo com o Nacional (eventualmente, e necessariamente, com outros intérpretes)?

                                                                 Kritciuk
Baiano                          Santos                                   A. Pinto                           Djavan
                                             Danilo                                Tiba
                                                                Rafa
Alan                                                          Éder                                                    Sami

Essa nova ideia, testada nesse jogo, sem êxito na primeira parte, passará, face às opções do início do Campeonato, pela inversão do posicionamento a meio-campo, passando de  um 1X2 para um 2X1, com Danilo e Tiba atrás e Rafa, à frente, aproximando-se mais de um 4X4X2 (com os alas mais próximos dos defesas). Esperemos, sendo essa a opção que não se torne num suicida 4X2X4. Se Rafa jogar naquela posição temos que jogar com dois médios atrás dele.

É um sistema muito mais difícil de trabalhar. Teremos que compensar o meio-campo. Os alas deverão ter que defender mais, jogando talvez mais próximos dos laterais, por passarmos a dispor de dois médios com apetência atacante e ainda de Rafa que será mais um segundo avançado do que um médio.
Tiba e Danilo têm que coordenar esforços, garantindo que, se um sobe, o outro tem que ficar a compensar. Têm ambos bastante pulmão e disponibilidade para o jogo. Tal como Tiba, Danilo parece gostar de ter bola. Também não se inibe de ir à frente, de rematar e até de entrar na área. A construção do nosso jogo poderá passar por ambos, seja pelo centro, conduzindo  e combinando com Rafa, seja recebendo e tentando colocar nos alas, ambos participando na condução do jogo como apoio, seja a Rafa, seja ao corredor Defesa Lateral/Ala.

Mas é arriscado, lá isso é.  Com os jogadores que temos não tenho muita fé neste sistema de jogo.

Gosto de ver sempre um Médio Defensivo. Só mesmo equipas de outra dimensão o podem dispensar e tenho alguma dificuldade em ver o Braga a jogar assim.

Contra o Rio Ave, Custódio até pode regressar à equipa com um posicionamento mais recuado no campo, com Tiba e Danilo à sua frente para dar músculo e fazer pressão alta. Rafa novamente à esquerda, Pardo ou Pedro Santos à direita. Claro que é mais conservador mas o Rio Ave tem jogadores perigosos.

Se tivesse o Hugo Viana a história era outra. Mas temos que olhar em frente com determinação e de forma positiva.

Que sistema afinal se adequa melhor aos nossos jogadores e às nossas ambições?

Isto de ser treinador de bancada tem as suas vantagens. É tudo muito fácil e não tem responsabilidades.

Junte-se a pressão alta do início das duas partes com o Boavista à criatividade individual da segunda parte com o Nacional, misture-se com os contra-golpes do jogo com o Estoril e temos um Braga pronto a servir. 

Mas eu acredito.

Força Sérgio Conceição. Força Braga.