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Pensar alto (1)

Started by Zé, 29 de May de 2014, 22:53

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A época finda ficou muito aquém das expectativas. Tudo aconteceu ao SCB.
Para ser sincero nunca esperei que o SCB demonstrasse uma performance tão pobrezinha como a demonstrada. Quer dizer... quando o SCB contratou Jesualdo Ferreira fiquei tranquilo porque o SCB estava a contratar um treinador experiente e com um dos melhores currículos. Todavia quando o plantel começou a ficar definido comecei a ficar um pouco apreensivo, nomeadamente quando percebi que os jogadores contratados, na minha opinião, não tinham o estatuto de jogadores que entretanto saíram, nomeadamente  Hugo Viana, Mossóro, Salino... para não falar noutros como o Ruben Amorim, Douglão, Paulo César e Helder Barbosa. Na ocasião,  ainda não sabia o valor do Rafa.
As contratações iam paulatinamente sucedendo-se e naturalmente as dispensas... devo dizer que apesar de apreensivo face à construção do plantel, sempre acreditei que JF sabia o que estava a fazer, pois era ele quem trabalhava com os jogadores...
Apesar de uma pré-época em que fomos a ÚNICA equipa que não perdeu um jogo, a realidade é que cedo começou a ficar evidente os desequilíbrios do plantel, assim como a duvidosa qualidade de algumas contratações.
Serve esta introdução para chegar a um conjunto de questões que acho que merecem reflexão e NÃO SE PODEM  REPETIR JAMAIS.

Chega um qualquer treinador ao SCB, põe e dispõe, a seu bel-prazer?  Contrata jogadores que entende ,  estende-se o tapete e ninguém ousa questionar. Mas quem paga depois a contratação e os ordenados? Será que é o treinador? Óbvio que quem paga a factura é o SCB.  Depois vem outro e repete a cena... Quantos jogadores temos?

Na época finda, em Janeiro, vimos algumas situações em que fiquei na dúvida se havia de rir ou chorar... tínhamos 1 plantel desequilibrado nas laterais e inclusive vendemos 1 defesa esquerdo... mas contratamos 2 centrais. Tinhamos problemas nas alas... mas contratamos 2 pontas de lança. Mas quem manda no SCB?
Por falar em quem manda... Não quero acreditar que o SCB está "preso" ao Jorge Mendes. Não quero acreditar, até porque o SCB tem jogadores de muitos empresários no plantel e com alguma preponderância na equipa.
Oxalá seja assim. O SCB não pode de forma alguma criar dependências para com quer que seja, muito menos para com empresários. Ficar dependente de empresários, ficar dependente de uma venda ou de uma qualificação não é salutar nem adequado... o suposto apoio de empresários é válido enquanto a mama não secar. Quando não interessar sabemos que o empresário vai tirar o tapete...  Esse suposto apoio é geralmente benéfico... para o empresário! Coloca jogadores, treinadores, recebe a comissão e cria teias de interesses. Resumindo, os jogadores enriquecem, os intervenientes enriquecem  e os clubes empobrecem!
Apesar de ter dito que não acreditava na dependência do SCB em relação ao Jorge Mendes, tanto quanto sei  -não posso confirmar -  Jorge Mendes era o agente dos  últimos treinadores que passaram por Braga: Jesualdo Ferreira, José Peseiro...  Sérgio Conceição é assessorado pelo Jorge Manuel Mendes(?!). O que significará isso? O tempo dirá! Estou curioso...

Força Gverreiros

Olho Vivo

#1
Ainda pensei abrir um novo tópico mas não vale a pena porque o Zé refere, sobretudo na introdução, alguma coisa do que queria referir.

Para corrigir o que correu mal, é preciso saber diagnosticar bem os problemas. O Zé referiu-se a algumas coisas que contribuíram para que a última época fosse um rotundo fracasso. Mas eu queria recuar um pouquinho mais porque julgo que a posição em que agora estamos é o resultado de mais do que uma época mal preparada.

Para mim, tudo começa quando António Salvador perde a cabeça, quiçá inebriado pela continuidade do sucesso desportivo (com uma final da Liga Europa seguida de uma Liga a lutar pelo título quase até final da competição), na preparação da época 2012/2013. Achou que o treinador que tinha não era suficientemente ambicioso e resolveu trocá-lo por um outro que fosse tão intrépido quanto ele próprio - é curioso que a história se repete, agora em Alvalade, veremos se com o mesmo fim. E, na expectativa do apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões, resolve apostar em grande, não olhando a meios. Nós já tínhamos custos bastante elevados, em função da nossa limitada capacidade de gerar receitas mas ainda esticamos mais a corda. Peseiro garantiu a fase de grupos da Liga dos Campeões e a aposta parecia ir dar frutos. Pelo menos, praticamente garantia que o tremendo défice operacional que se perspectivava nas contas da SAD pudesse vir a ser anulado e até, com a ajuda de algumas transferências, transformado num lucro. Mas os valores de que estamos a falar eram tão elevados para a nossa realidade que, se não fizéssemos uma carreira razoável na fase de grupos da LC e/ou nos voltássemos a apurar para a LC da época seguinte, certamente que seríamos obrigados a desmantelar parcialmente o rico plantel que reuníramos. Quando (cedo) se percebeu que o Sporting estava a caminho de uma época falhada em toda a linha, pensei que a estratégia de risco estaria em vias de ser bem-sucedida.

Todos sabemos o que se passou depois. O Braga de Peseiro não conseguiu vergar o Paços de Ferreira e, com isso, o futuro imediato do plantel tinha de ser obrigatoriamente o seu parcial desmantelamento. Foi uma época que significaria um bom retrocesso no imediato. E que, por isso, foi, para mim, um falhanço. Porque, independentemente da conquista da Taça da Liga, pelo que atrás referi, o objectivo fulcral da época tinha de ser a qualificação para a LC. A minha opinião é a de que não tivemos treinador à altura; que Peseiro mostrou não saber como jogar para objectivos de elevada exigência e desperdiçou um plantel como, acredito, dificilmente voltaremos a ter. Não vou repetir argumentos, mesmo que saiba que há quem pense que ele não fez assim tão mau trabalho. Deveria António Salvador, no entanto, ter extraído uma lição: por muito que os presidentes e as administrações façam, quem comanda tecnicamente no terreno tem sempre uma grande quota-parte no sucesso desportivo. E não se deve jogar fora quem dá provas de competência, porque não é muito fácil encontrar gente competente e que se adapte às circunstâncias específicas de um clube. O Porto desta última época é, quiçá, o melhor exemplo disto. Sim, o Porto de que se dizia que não precisava de treinador para ganhar, que qualquer palerma lá teria sucesso.

Naquelas circunstâncias, era preciso cabeça para redefinir o plantel, sabendo que, nas circunstâncias económicas difíceis em que vivemos e que todos nós conhecemos e num contexto de restrição ao crédito, seria imprescindível reduzir custos, sob pena de em pouco mais de uma época passarmos de uma situação de desafogo financeiro para outra de problemas de tesouraria. Salvador recorreu àquele que foi o seu primeiro treinador e que lançou as bases para o sucesso desportivo durante os seus mandatos. E, fê-lo, como bem apontou o Zé, dando-lhe carta branca para cortar e riscar. No fundo, parece-me, praticamente acumulando os cargos de técnico com o de director desportivo (à parte a área negocial que as funções deste englobam). Isto dirá algo da nossa organização. Nesta fase do consulado de António Salvador as coisas não deviam passar-se assim. Ainda assim, parecia que Jesualdo seria a pessoa indicada para levar a cabo esta reconstrução. Mas com menos meios, com um plantel semi-desmantelado, sem os jogadores mais talentosos, era preciso ser criterioso nas contratações e inteligente na gestão das expectativas – porque os adeptos, por natureza, não estão preparados para baixar expectativas. Seria necessário injectar um pouco de realismo nos adeptos de modo a não colocar uma pressão excessiva sobre uma equipa que não estaria preparada para ela. (cont.)

Olho Vivo

Surpreendentemente, não sucedeu uma coisa nem outra. Confesso que fiquei atónito quando ouvi Jesualdo a falar em Liga dos Campeões e em título, mediante um plantel muito renovado e sem a mesma qualidade e experiência do anterior. Se juntarmos a isto o surpreendente desaire na Liga Europa logo a abrir, tudo convergiu para que a época fosse uma caminhada difícil. Como foi. Jesualdo não conseguiu colocar a equipa a jogar à altura das ambições que à partida (erradamente) estabelecera e a pressão dos adeptos foi-se adensando e dificultando a tarefa até ela ser praticamente impossível. Ainda se tentou salvar a mobília com a troca de treinador mas a tarefa já era muito complicada e, na verdade, ainda que haja atenuantes para Jorge Paixão, as coisas não mudaram muito e ficámos pela primeira vez sob a presidência de António Salvador (irrevogavelmente) de fora das competições europeias.

Em que pé estamos agora? A forma como eu avalio a situação não é de molde a sentir-me tranquilo. Não temos ainda os números (financeiros) desta época mas com duas temporadas consecutivas fora das competições europeias, com as parcas receitas correntes em quebra (já se notou na época anterior), as coisas não estão fáceis. Arrisco dizer que o Braga, por ter mais olhos que barriga, colocou em risco a sua posição de quarta potência do futebol português, se assim lhe quisermos chamar. Era preferível ter sido mais comedido na ambição, ter moderado o investimento e os gastos, sabendo que, por muito que tenhamos evoluído, só em situações excepcionais poderíamos bater (um de) os metralhas. Estávamos mais perto, não era impossível (como ficou patente) mas não era também o mais provável. Deveríamos sempre ter escolhido correr por fora – e creio que esta é a verdadeira razão da divergência que ditou a saída de Jardim de Braga (e creio também, agora, de Alvalade). Hoje, creio que voltaremos a estar a uma distância muito grande dos metralhas e que, na próxima época, o nosso plantel, a menos que haja contratações-surpresa, não terá grande diferença de qualidade relativamente a outras equipas de média dimensão da Liga (porque creio que alguns dos nossos melhores sairão). Até por isso, julgo que Sérgio Conceição e António Salvador deveriam ter baixado ainda mais a fasquia: o objectivo deveria ser a qualificação para as competições europeias, sem mais, seja de que forma for: via Liga, seja em que posição for, ou via Taça de Portugal. E não penso que seja fasquia demasiado baixa. Estou mesmo convencido de que não teremos plantel para muito mais. E é tempo de reconstruir, com tranquilidade. Honestamente, penso que podemos fazer um paralelismo com a época em que Jorge Jesus chegou. Com uma equipa destroçada, com tudo para fazer, ainda que, nesse caso, com a possibilidade (que se concretizou) de regressar ainda nessa época às competições europeias; e, talvez (e é isso que mais me dói, depois daquilo por que passámos), hoje porventura com menos meios do que naquela altura. E não sei se teremos um treinador com a capacidade que Jorge Jesus teve. Sinceramente, não me parece – mas vi poucos jogos da Académica para ter uma opinião minimamente fundamentada, independentemente dos meus limitados conhecimentos de futebol.

É neste sentido que entra a questão que o Zé refere no final. Hoje, o Braga volta a estar mais dependente dos empresários. Precisa deles para arrumar a sua casa (não será fácil colocar tantos jogadores, sem custos exorbitantes) para além de que, creio, não dispõe de liquidez para investir. Não vai há muito, conseguíamos com facilidade contratar num clube português médio/pequeno. Hoje, a não ser que o jogador esteja em final de contrato ou tenha mesmo pouca projecção, não o conseguimos. E, portanto, se queremos uma equipa com alguma competitividade não nos resta alternativa senão recorrer aos empresários, nomeadamente ao Jorge Mendes que é aquele que dispõe de mais e melhores recursos. É evidente que isto tem o reverso da medalha. Quando se está numa posição negocial de fragilidade, ainda por cima sem a montra das competições europeias (muito importante!) como nós estamos, as coisas são mais difíceis. É muito fácil dizer que não devemos ficar em situação de dependência de ninguém, seja de quem for. Mas isto decorre dos erros passados que nos levaram à posição de fraqueza relativa em que nos encontramos.

Cmcorreia

Olho Vivo (Pedro), basicamente disseste tudo aquilo que eu penso em relação aos últimos 2 anos, já o tentei dizer em algumas ocasiões, ainda que sem a eloquência que os teus textos transmitem.
Em relação ao futebol jogado destaco a tua passagem sobre a competência dos treinadores e a aparente sobranceria de Salvador ao julgar que fosse quem fosse o técnico as coisas estariam garantidas.
Espero que ele emende a mão, e voltemos a passado recente de com pouco fazer muito, apostando sobretudo na competencia e promovendo menos a aparência.
Cláudio Correia

#4
Peço desculpa ao fórum por só agora responder, mas afazeres não me permitiram responder atempadamente...

Quote from: Olho Vivo on 06 de June de 2014, 19:31
Para mim, tudo começa quando António Salvador perde a cabeça, quiçá inebriado pela continuidade do sucesso desportivo (com uma final da Liga Europa seguida de uma Liga a lutar pelo título quase até final da competição), na preparação da época 2012/2013(...)Nós já tínhamos custos bastante elevados, em função da nossa limitada capacidade de gerar receitas mas ainda esticamos mais a corda.
O SCB conseguiu chegar ao nível actual porque tivemos um presidente que arriscou e foi ambicioso. Se António Salvador optasse por uma gestão conservadora NUNCA conseguiríamos morder os calcanhares aos 3"G" como o fazemos. O SCB ainda não gera receitas correntes suficientes para almejar encostar ao pelotão da frente. Nunca gerou. António Salvador arriscou( de forma controlada- devo dizer) e venceu. Doutra forma era IMPOSSÍVEL  alcançar o nível actual.


Quote from: Olho Vivo on 06 de June de 2014, 19:31
Todos sabemos o que se passou depois. O Braga de Peseiro não conseguiu vergar o Paços de Ferreira e, com isso, o futuro imediato do plantel tinha de ser obrigatoriamente o seu parcial desmantelamento.
Não concordo. O SCB não precisa(va) de desmantelar o seu plantel. Os custos com o pessoal não são exorbitantes, são elevados... mas não exorbitantes. A questão é que AS confiou num treinador(JF) a quem deu poderes de "manager", que nunca o foi. Na realidade, a questão de "desmantelar" plantéis é uma falsa questão porque o SCB sempre desmantelou sucessivos planteis. Não só o SCB mas outras equipas em Portugal também o fizeram...e fazem. São necessárias receitas extraordinárias.
Acho que o SCB precisa é sim de redefinir uma estrutura. O SCB deve ter alguém na estrutura que, juntamente com o treinador, planeie o plantel. Acho erróneo dar plenos poderes a um treinador


Quote from: Olho Vivo on 06 de June de 2014, 19:31
E, fê-lo, como bem apontou o Zé, dando-lhe carta branca para cortar e riscar. No fundo, parece-me, praticamente acumulando os cargos de técnico com o de director desportivo (à parte a área negocial que as funções deste englobam). Isto dirá algo da nossa organização. Nesta fase do consulado de António Salvador as coisas não deviam passar-se assim.
Concordo em absoluto. António Salvador, com larga experiência no comando do SCB já deveria ter uma estrutura directiva com poder de decisão. Dar plenos poderes de manager a JFl foi o primeiro e o maior erro de AS. As acções ou as omissões tem consequências. Até porque agora o SCB não transacciona  "trocados"... o SCB na actual fase movimenta milhões.

Quote from: Olho Vivo on 06 de June de 2014, 19:31
Confesso que fiquei atónito quando ouvi Jesualdo a falar em Liga dos Campeões e em título
Eu quero que os nossos dirigentes falem em títulos. Eu quero que os nossos dirigentes sejam ambiciosos... e passem essa mensagem. Se me perguntarem se acredito... responderei que não. A questão é demagógica... mas o povo gosta é disso e o SCB precisa do povo, porque como já demonstrei num outro tópico, a massa adepta é o garante do sucesso do SCB.
http://www.superbraga.com/forum/index.php?topic=24378.0
O que mobiliza as pessoas não é a luta pela permanência ou a europa. O que mobiliza as massas são os títulos. AS e o treinador que sejam demagogos... não me interessa! Se isso ajudar a mobilizar e fazer crescer a massa humana isso irá implicar maiores receitas correntes que por sua vez irá ajudar a proporcionar melhores plantéis. Como acredito que há uma relação directa entre os orçamentos e a classificação... não é preciso dizer mais nada!


Quote from: Olho Vivo on 06 de June de 2014, 19:31
Arrisco dizer que o Braga, por ter mais olhos que barriga, colocou em risco a sua posição de quarta potência do futebol português, se assim lhe quisermos chamar
Como disse inicialmente, o SCB nunca gerou receitas correntes para ter os sucessivos planteis,dos últimos anos, seja com JF; DP. LJ, JP ou JF... AS geriu a equipa imparavelmente e conseguiu colocar  o SCB  ao actual nível. Importa fazer crescer as receitas correntes para não ficar na dependência total de algo. Há uma quesito que muita gente ainda não percebeu... o SCB encostou aos 3"G". O SCB ainda não tem o poder financeiro de um FCP ou SLB mas está próximo do SCP porque este tem um passivo, nomeadamente bancário ( o SCB não tem- residual) que o irá condicionar no futuro, a não ser que haja habilidades como foi abordado num outro tópico. Se algum destes escorregar... o SCB pode aproveitar.

Quote from: Olho Vivo on 06 de June de 2014, 19:31
Era preferível ter sido mais comedido na ambição, ter moderado o investimento e os gastos, sabendo que, por muito que tenhamos evoluído, só em situações excepcionais poderíamos bater (um de) os metralhas. Estávamos mais perto, não era impossível (como ficou patente) mas não era também o mais provável. Deveríamos sempre ter escolhido correr por fora – e creio que esta é a verdadeira razão da divergência que ditou a saída de Jardim de Braga (e creio também, agora, de Alvalade). Hoje, creio que voltaremos a estar a uma distância muito grande dos metralhas e que, na próxima época, o nosso plantel, a menos que haja contratações-surpresa, não terá grande diferença de qualidade relativamente a outras equipas de média dimensão da Liga (porque creio que alguns dos nossos melhores sairão)
Não concordo pelas razões anteriormente expostas. Penso que AS- inteligente que é – irá estar atento ao próximo plantel porque a próxima época é fundamental para não regredir em termos de massa adepta. Se fracassar a recuperação será perfeitamente possível mas naturalmente haverá maior dificuldade em agregar novamente os adeptos.


Quote from: Olho Vivo on 06 de June de 2014, 19:31
não dispõe de liquidez para investir
Não concordo. O SCB nunca teve liquidez,. na acepção da palavra. Sempre precisou de receitas extraordinárias. O SCB nunca teve liquidez mas como tinha activos conseguiu com alguma facilidade a liquidez necessária, para não falar no dinheiro da UEFA. O SCB com certeza irá vender jogadores e irá ter liquidez.


Quote from: Olho Vivo on 06 de June de 2014, 19:31
Não vai há muito, conseguíamos com facilidade contratar num clube português médio/pequeno. Hoje, a não ser que o jogador esteja em final de contrato ou tenha mesmo pouca projecção, não o conseguimos.
A questão é exactamente ao contrário... Ao SCB agora interessa os mesmos jogadores que os 3"G". O SCB não pretende jogadores que são alvo do Guimarães, gil, Belenenses, Marítimo, Paços, Rio Ave, Académica... caso o SCB pretendesse um jogador que fosse igualmente alvo de interesse dos clubes atrás mencionados, não tenho a menor dúvida que viria para o SCB. O SCB empresta a essas equipas...não disputa jogadores com elas. O SCB está num outro patamar.



Quote from: Olho Vivo on 06 de June de 2014, 19:31
não nos resta alternativa senão recorrer aos empresários, nomeadamente ao Jorge Mendes que é aquele que dispõe de mais e melhores recursos. É evidente que isto tem o reverso da medalha
Concordo totalmente... mas como disse anteriormente não acredito que AS esteja manietado. O plantel do SCB tem muitos jogadores ( e preponderantes) de outros empresários
Força Gverreiros

Olho Vivo

#5
Olá, Zé!

Desculpa não responder logo mas as tuas mensagens dão muito trabalho e é preciso reunir  tempo e vontade para lhes responder.  ;D Não vou ter a veleidade de te tentar convencer, nem a ti nem a quem pensa de igual modo, mas quero apenas sustentar melhor os meus argumentos.

Antes de mais, reconhecendo o mérito de António Salvador no crescimento do clube/SAD – fruto de uma gestão de algum risco, é verdade, tenho duas observações:

- a base de partida, quando ele chegou ao clube era relativamente reduzida, havia espaço para crescer com mais facilidade (e repito, não quero retirar mérito à sua obra, que é meritória);

- o contexto económico que se vivia em 2003 e nos anos subsequentes era substancialmente diferente do que se vive agora (e desde pelo menos, se não antes, 2011).

Nas épocas 2009/10 e 2010/11, o clube/SAD terá atingido o seu zénite, sagrando-se em uma delas vice-campeão nacional (lutando pelo título até final) e chegando noutra a uma inimaginável final europeia. Isto significa, do meu ponto de vista que estas épocas serão um bom indicador dos nossos limites a curto prazo. Quero com isto dizer que dificilmente, acurto prazo, repito, será possível que sejamos capazes de gerar mais receitas do que em épocas de tão grande sucesso desportivo.

Reuni alguma informação financeira sumária (com números muito arredondados, em milhões) em relação aos últimos exercícios da nossa SAD (excluindo operações com transferências):



Que conclusões retiro eu daqui?

•   Que, a curto prazo (repito e sublinho), dificilmente a SAD irá além dos 10 milhões de euros de "facturação" (excluindo transferências e verbas europeias), valores que atingiu quando chegou ao seu zénite desportivo dos últimos anos. O mais provável, aliás, e que já é visível é que essas verbas se reduzam, fruto de alguma quebra desportiva mas sobretudo do clima económico que vivemos, pouco propício à actividade económica (vide as receitas de publicidade).

•   Que os custos operacionais da SAD têm tido genericamente um comportamento divergente em relação aos rendimentos (mesmo descontando a subida de custos decorrente da presença nas competições europeias). Na última temporada, o que a SAD "facturou" (sem contar com prémios das competições europeias) não chegou para pagar 75% dos salários - sem contar com os prémios!

Se pensarmos que a estes valores temos de acrescer o que tivermos de investir no plantel, acredito que não andaremos longe de um "défice" operacional de 10 milhões de euros por época (e na actual e na próxima épocas sem possibilidade de rendimentos adicionais de competições europeias). Sabendo que o acesso ao crédito está imensamente dificultado (em termos genéricos e aos clubes em particular), sem outras fontes alternativas de rendimento, é possível ano após ano facturar 10 milhões no mercado de transferências? Pontualmente, admito-o mas...

Volto a repetir, não tenho a veleidade de convencer ninguém, mas para mim esta gestão, no actual clima económico, é de alto risco. Creio que só não tivemos até agora problemas sérios porque de facto recebemos mesmo muito dinheiro na época passada, decorrente das competições europeias (e algum de transferências). Mas não o teremos agora, e creio que é mesmo preciso reduzir os nossos custos – mesmo mantendo uma boa performance no que respeita a transferências. E isso passa também, como é óbvio, pela redução da massa salarial do plantel. Creio que isso até já começou a ser feito na época passada (Viana, Mossoro, Amorim, Douglão, Salino) mas haverá certamente mais a fazer.

Olho Vivo

Quanto a desmantelar o plantel, tens razão quando dizes que todos os anos fazemos o mesmo (grosso modo). E isso, aliás, passa-se um pouco com todos os maiores clubes portugueses. Eu é que me expliquei mal. A questão não é apenas a saída de um conjunto importante de jogadores; é sobretudo a forma como essas saídas são colmatadas. E, na época passada, penso que é consensual, quem entrou (com uma ou outra excepção) não tinha a qualidade nem a experiência de quem saiu. De há quatro épocas a esta parte – talvez desde a chegada de Jorge Jesus – os plantéis vinham sofrendo melhorias (talvez com excepção da temporada de Jardim, pelo menos no seu início). A época que agora acabou foi a primeira em que a qualidade decresceu de forma notória. E não é crível que seja possível melhorá-la muito agora. Pelo menos será mais difícil, obrigará a outro trabalho de prospecção porque o clube é menos atractivo a vários níveis (ausência da Europa, nível salarial mais baixo) e tem certamente menos capacidade para investir. Neste aspecto, concordo contigo, é preciso que a SAD funcione de outra maneira, tem de ser muito mais certeira na prospecção, baseando-se na sua estrutura, eventualmente procurar noutros mercados em que esteja mais "à vontade" (o que é difícil com a proeminência que os empresários hoje têm). É que os três grandes finalmente perceberam o filão que é o futebol nacional – em que há alguns jogadores de qualidade e já com o teste ao futebol português feito. É em parte por este facto que temos tido dificuldades no mercado. Mas é também porque, como temos menos capacidade para investir (porque liquidez é também, quando não há disponibilidade no momento, poder recorrer à banca para suprir necessidades pontuais, facilidade que não me parece que tenhamos), os clubes mais pequenos estão mais renitentes em libertar os seus jogadores. Não é uma questão de competir com eles pelos mesmos jogadores, é uma questão de os convencer a libertar aqueles sobre quem o nosso interesse recaia. E é natural, do mesmo modo que nós não estamos dispostos a abrir mão de alguns dos nossos jogadores por valores que nos pareçam demasiado baixos.

Quanto à questão das expectativas, a minha opinião é a de que a época actual se começou a perder quando se colocou a fasquia num plano excessivamente elevado para a realidade do plantel. O discurso que ouvi a Sérgio Conceição e a António Salvador na apresentação daquele era o que deveríamos ter tido na época transacta. Se os títulos movem multidões? Verdade mas as falsas ilusões desmobilizam muito mais. Esta época é, nesse sentido, paradigmática. A ambição, para mim, deve andar de braço dado com o realismo. É um claro exagero dizer que o Braga encostou aos grandes. Crescemos muito, é um facto, mas ainda assim, e tomando como termo de comparação o Sporting, a diferença anda ainda num rácio de 1/3 a 1/4. Basta referir, por exemplo, que a SAD do Sporting "facturou" na época passada (sem competições europeias e não contando com transferências) 32 milhões de euros. É claro que tem problemas decorrentes do seu passivo mas quando comparamos Braga e Sporting estamos a falar de realidades distintas. O Braga com um passivo relativamente diminuto (veremos como estaremos no final desta temporada) não terá grande capacidade de recorrer à banca, nem qualquer outra fonte de financiamento alternativa. O Sporting, para além de gerar muito mais receitas, "obriga" a banca a ser sua parceira (se esta não quiser perder dinheiro), para além de que tem ainda capacidade para recorrer ao mercado de capitais, por exemplo. Isto evidentemente não impede que as coisas dentro do campo não se exprimam de outra forma. Mas já me parece pouco inteligente estabelecer como objectivo declarado bater o Sporting (ou por maioria de razão, Benfica ou Porto). É que o mais certo é as expectativas saírem frustradas. E estabelecer um objectivo mais realista não impede absolutamente nada. Não impede que a equipa tenha internamente objectivos mais ambiciosos, nem que os adeptos ajustem as suas ilusões à medida do que a equipa for capaz de fazer. As nossas melhores épocas fizeram-se assim.

Legião

Boa discussão, vou só acrescentar uns pontos, como foi referido temos de ser humildes perceber que demos uns passos atrás e que os nossos recursos financeiros nos "obrigam", se queremos ter uma equipa competitiva para os primeiros 5, 6 lugares da tabela, a ter uma boa ligação com bons empresários que nos possibilitam apetrechar o plantel sem cometer loucuras, daí não achar que teria sido descabido ter vindo o NES para treinar o Braga, a sua ligação ao Jorge Mendes poderia ser benéfica para nós, mas já é passado temos de olhar para a frente.

Fora das competições europeias, não há muitas formas de conseguir recursos financeiros, não temos a base social dos 3 estarolas nem o poder destes clubes enquanto marcas, só vejo três caminhos que poderão nos dar algum encaixe financeiro a curto/médio prazo: Vender jogadores (não são muitos mas ainda temos alguns com bom mercado), conseguir alguns patrocinadores/investidores para o clube e aproveitar a formação para projetar e depois vender.

Se é verdade que não esta nas competições europeias limita a capacidade de atrair jogadores, acho que a nível interno ainda somos dos clubes mais apetecidos em Portugal, podemos aproveitar isso, há bons jogadores no nosso campeonato com margem de progressão e que certamente viam a chegada ao Braga como um progresso na carreira.

Sérgio Conceição terá uma tarefa árdua pela frente, penso que sua mais-valia poderá ser a sua capacidade para envolver e motivar o plantel num objectivo coletivo transformando a equipa no global mais forte que a soma dos talentos individuais.

Relativamente à gestão de expectativas, concordo com o que foi dito, é sempre melhor fazer uma corrida de trás para a frente do que colocar a fasquia demasiado alta sem necessidade e depois a gestão da desilusão é bem mais complicada, basta olhar para as bancadas para o perceber.
Bracara Avgvsta - Fidelis et antiqva

Não acredito que tenhamos que dar passos atrás para garantir o futuro do SCB!!!

Há algo que tem escapado aos foristas: O SCB nos últimos anos tem apresentado resultados correntes negativos.
Apesar dos resultados correntes negativos o SCB tem apresentado "lucro" no fim do exercício.
Os áreas que originam os tais resultados positivos ("lucro") são: a venda de jogadores e as receitas da UEFA. Portanto, a gestão de AS precisa de anular resultados correntes negativos na ordem dos ~10M. Se eventualmente o SCB apresentou "lucro", foi devido a excepcionais mais valias com jogadores ou à participação nas provas da UEFA. A chave está na realização de receitas extraordinárias que permitam colmatar o défice crónico. É evidente que não gosto desta dependência! Infelizmente esta dependência é necessária para garantir a exequibilidade do orçamento e resulta ano após ano.

O SCB tem vendido sistematicamente jogadores e realizado mais valias excepcionais. Alterou o paradigma dos anos iniciais da gestão de AS(contratações "custo zero") e começou a comprar jogadores com alguma frequência. Não estou dizer que nos anos inicais de AS nunca gastou verbas avultadas a comprar jogadores. Comprou... lembro por exemplo a compra de Kim Don hiun por 1 M em 2005. Agora o SCB compra jogadores com regularidade.

É evidente que na época finda o SCB não vai ter receitas da participação nas provas da UEFA. Nem tão pouco precisa delas para garantir um resultado positivo ou próximo. Precisa sim é de vender jogadores. Todos sabemos que há muitos jogadores com mercado: Rafa, Éder, Santos, Pardo... a venda de um/dois destes jogadores facilmente inverteria a balança para o lado positivo, apesar do SCB não ter a totalidade dos seus passes.

Na minha opinião, apesar da CS mencionar com muita insistência a redução de custos - como que se o SCB reduzisse significativamente o orçamento para a próxima época-  não acho que isso vá acontecer. Apesar de não ter nenhuma informação, não acredito.
Não acredito porque:
1)- AS é inteligente e sabe que precisa de adeptos para fazer aumentar as receitas correntes. Sabe que é necessário equipas competitivas para alcançar o desiderato.
Coloco um trecho de um post que coloquei no fórum. http://www.superbraga.com/forum/index.php?topic=24378.0
"A próxima época será fundamental. Uma época de sucesso irá motivar as hostes braguistas e impulsionar o SCB para o trilho que estava traçando. Uma época de insucesso irá fazer as delícias dos velhos do restelo  e confirmar a teoria dos agoirentos que a carreira do SCB não passa de fogo de vista. Um novo insucesso terá consequências a  nível de crescimento da massa humana que é um dos mais importantes factores para alavancar o SCB para o topo.  O capital de simpatia e prestígio granjeado com épocas sucessivas de sucesso irá diminuir consideravelmente se a próxima época ficar novamente aquém das expectativas."
Mais adeptos, significa maiores receitas de: Bilheteira; sócios; TV; merchandising; publicidade; sponsorização...

2)- pelas razões inicialmente expostas. A saúde financeira/económica do SCB não é precária como muitas vezes se apregoa e o passivo bancário é residual.

3) - As receitas nas provas europeias, como foi demonstrado no passado, não são utópicas. Se houver a qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões, ou uma boa prova na Liga Europa, metade do orçamento está pago. AS sabe que somente precisa que um grande escorregue...

Há todavia um factor que pode inverter este panorama: a Academia. Se AS decidir avançar com o projecto e necessite de verbas para garantir o financiamento do projecto( o tal modelo de financiamento que RR exigiu)  isso pode significar um desinvestimento na equipa. A ver vamos... oxalá AS se convença que primeiro é necessário criar uma massa humana que permita ao SCB realizar verbas correntes significativas. o SCB ainda não tem adeptos suficientes. É necessário esperar mais... é uma questão geracional! e manter a bitola!


Força Gverreiros