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Artur Moraes passa em revista época no Braga

Started by Olho Vivo, 21 de June de 2011, 17:22

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Olho Vivo

Artur: "Quando eliminamos o Liverpool, passamos a acreditar"

A posição de goleiro é uma das mais ingratas no futebol. Ainda assim, os brasileiros têm conseguido ganhar espaço no futebol internacional e se destacado. Na Itália, o sucesso é grande, a ponto da Roma chegar a ter três goleiros brasileiros em seu elenco. Um deles era Artur, paulista de Leme, que depois de passar por Paulista, Cruzeiro e Coritiba, aventurou-se em clubes pequenos do calcio até chegar ao clube da capital.

Em férias no Brasil, o goleiro falou à Trivela sobre sua temporada no Braga, vice-campeão da Liga Europa, o técnico Domingos Paciência, a transferência para o Benfica, a diferença do futebol na Itália e Portugal e a estrutura dos clubes europeus.

O que te motivou a sair da Roma e ir para o Braga?
A minha opção pelo Braga foi muito pela proposta que o clube me ofereceu, de fazer um ano na Champions League. Eles tinham essa ambição, como foram vice-campeões tinham a pré-eliminatória para entrar, e como eu estava sem jogar na Roma e precisava voltar a atuar, o Braga me deu essa alternativa, essa opção, eles me apresentaram tudo que eles tinham para jogar, que era a Champions League, o Campeonato Português. Pelo ano passado, como o Braga foi vice-campeão português, isso me deu uma segurança muito grande de estar escolhendo o Braga.

Teve alguma outra proposta?
Eu tive algumas sondagens da Holanda, da Grécia, mas o Braga, por estar disputando a Champions League, era a melhor opção. E pelo fato de ser um clube sério, estruturado, lá na Europa todo mundo fala bem do Braga. É um clube que tem ambição de crescer, até de começar a incomodar os grandes de Portugal e isso me deu muita segurança e não pensei duas vezes em aceitar o convite deles.

Como foi jogar com tantos brasileiros no elenco?
No início foi um pouco estranho. Eu estava há três anos na Itália e não tinha mais tanto esse convívio com tantos brasileiros, porque o Braga tem um ambiente como se você estivesse jogando no Brasil, só que na Europa. Então no início foi um pouco estranho, mas rapidamente com a ajuda dos brasileiros e dos outros estrangeiros e portugueses que tinham lá, minha adaptação foi a melhor e mais rápida possível.

O Braga se destacou muito pelo conjunto. Quem você destacaria para brilhar em clubes grandes?
Eu acho que só conseguimos chegar à final da Liga Europa porque não tinha só um jogador, mas tinha um grupo de jogadores que pensavam de uma única maneira e não media esforços para chegar ao resultado. Hoje ali você tem ali o Silvio, lateral esquerdo que foi vendido para o Atlético de Madrid por € 8 milhões, você tem o Alan, que passou pelo Porto, você tem o Alberto Rodrígues, que foi para o Sporting, tem o Paulão, que está sendo cotado para jogar nos grandes da Europa, o Hugo Viana, que já jogou o Mundial por Portugal, pela seleção portuguesa, tem o Custódio, que esteve na Rússia por muito tempo, foi capitão do Sporting, então você tem muitos jogadores que já estiveram em grandes clubes e que ali dentro do Braga conseguieam implantar uma mentalidade de clube grande, uma ambição para conseguimos ter o sucesso que conseguimos.

Domingos Paciência ganhou muito destaque mundialmente pelo trabalho que fez no Braga. Como era trabalhar com ele?
Para mim é um grande treinador. Muito se valorizou o André Villas-Boas no Porto, mas uma coisa é levar o Porto com os jogadores que tem até a final, outra coisa é levar o Braga à final. O Domingos tem capacidade de organização tática, de conseguir preparar e motivar o time nos jogos da Liga Europa e mesmo no campeonato. Durante todo o campeonato estivemos em sétimo, oitavo e depois de fevereiro nós conseguimos uma arrancada, e na penúltima rodada nós éramos terceiros. A capacidade do Domingos de organização tática, defensiva no geral, foi de uma importância muito grande para nós.

A campanha na Liga Europa surpreendeu vocês?
No início não era a nossa prioridade. A prioridade era chegar entre terceiro e quarto no campeonato. A partir do momento que nós eliminamos o Liverpool, começamos a acreditar que dava para chegar. Lógico que sem nenhuma responsabilidade, sem nenhum peso e nenhuma obrigação de chegar à final. Quando eliminamos o Liverpool, as coisas foram acontecendo, passamos a ter uma carga muito leve para jogar. É lógico que você tinha um sonho, uma ambição de chegar a uma final de Europa, essas coisas todas, mas acho que foi uma coisa que foi acontecendo e nós fomos acreditando conforme nós fomos eliminando os adversários.

Depois de passar pelo Liverpool, vocês tiveram que eliminar o Benfica também...
Eliminamos o Dynamo Kiev também, de [Andriy] Shevchenko, com adversários da seleção ucraniana, do leste europeu, um adversário muito forte. Depois tivemos o Benfica em um jogo duro dentro de Portugal, um pouco particular dentro de uma competição europeia quando você enfrenta um time do próprio país. Tivemos a capacidade e a sorte de chegar até a final.

No duelo especificamente contra o Benfica, o primeiro jogo deixou muita gente surpresa pela postura do Braga, de conseguir inclusive ameaçar o Benfica em casa. Vocês tinham mesmo essa ideia de enfrentar de igual para igual o Benfica na Luz?
Eu acho que foi a grande qualidade, nosso grande adjetivo, enfrentar todos os adversários, mesmo sabendo que eram adversários de história, mais fortes, com a mentalidade e a força mental de encarar de igual para igual, sem medo nenhum. Acredito que isso surpreendeu Liverpool e Dynamo Kiev, porque quando vê um clube como o Braga, com jogadores quase desconhecidos na Europa, você tem uma postura completamente diferente do que era esperado. Isso surpreendeu um pouco e acabou sendo um ponto chave para chegarmos à final.

Isso nem foi uma novidade na semifinal, porque ainda na preliminar da Liga dos Campeões, o Braga passou com uma facilidade até grande pelo Sevilla, não é?
É, tivemos um jogo difícil em casa contra o Sevilla, mas dentro da Champions League nós conseguimos vencer inclusive o Arsenal dentro da nossa casa. Contra o Sevilla nós fizemos acho que 4 a 2 lá, perdemos ou empatamos contra o Celtic, também nas eliminatórias. Para uma equipe que era a primeira vez que jogava uma competição europeia, uma Champions League, o Braga surpreendeu e conseguiu muito. Tanto que devido à campanha do Braga, Portugal passou a ter três vagas na Champions League a partir da próxima temporada, ganhou uma vaga a mais. Isso foi devido à coragem e ambição do nosso presidente, que sempre acreditou, sempre viu que a gente podia incomodar e jogar com os grandes de igual para igual.

Você acha que o Felipe saiu muito cedo do Braga para o Flamengo?
Acredito que o Felipe teve uma situação mais interessante para ele. Não posso dizer em nome dele. Era o Flamengo, ele tinha o desejo de retornar ao Brasil, essa foi uma opção que todo mundo tem que respeitar.

No final da temporada, você foi muito especulado no Sporting e no Benfica. O que te levou a escolher o Benfica?
O fato de o Benfica estar na Champions League, estar disputando eliminatórias e tudo. Pelo que o Benfica representa em Portugal, não desmerecendo o Sporting, o que o clube me ofereceu, um contrato de quatro anos, longo, uma estabilidade maior, você estar jogando uma Champions League, tudo isso para o jogador é muito importante e pesa na escolha. E o Benfica é o maior clube em Portugal, tem o maior número de torcedores.

Nesta temporada a posição de goleiro foi bem crítica no Benfica. Você está pronto para lidar com essa pressão?
Eu já tive experiências no Brasil, joguei no Cruzeiro e no Coritiba, na Itália joguei na Roma, que são clubes de uma exigência muito grande. No Benfica não será diferente, como todo clube grande, tem pressão de resultados. E devido ao que eu apresentei no Braga, lógico que a expectativa é que eu chegue no mesmo nível que eu estava jogando. A pressão ali dentro é em cima de todos e eu tenho certeza que as coisas vão acontecer da melhor maneira possível e tem tudo para ser uma grande temporada novamente.

O Benfica terá condições de disputar todos os títulos com o Porto, que nesta temporada foi superior?
Desde o início do campeonato até três quartos do campeonato o Benfica esteve bem forte. Acredito que se nós tivermos um início de temporada forte, conseguirmos a classificação para a Champions League, tudo isso cria um entusiasmo muito grande e acho que o Benfica tem toda condição de chegar e jogar de igual para igual.

Você jogou no Siena e no Cesena na Itália, que são clubes menores, e muito tem se criticado na Itália a estrutura dos clubes de treinamento. Como era para você, qual sua opinião sobre a estrutura de lá?
Eu acho que se for comparar com os clubes do Brasil, eles deixam muito a desejar. Eles têm muito uma condição financeira de levar jogador, essas coisas todas, de você estar jogando em um grande campeonato, com os melhores jogadores do mundo. Mas em nível de estrutura, comparando com o Brasil, os clubes de lá deixam um pouco a desejar, sem dúvida nenhuma.

E em relação ao Braga?
O Braga está muito à frente. Tanto na mentalidade quanto na estrutura, centro de treinamento. O Braga está muito à frente em relação a esses clubes.

E a Roma, em comparação com os clubes brasileiros, a estrutura é melhor?
Eu não acho que é melhor, mas chega a ser igual. Nos últimos anos eles têm procurado a modernização, têm procurado incrementar algumas coisas. E agora que eles foram comprados por americanos, não tenho dúvida que daqui a pouco estarão entre os grandes da Europa.

Você é de Leme, como você chegou ao Cruzeiro?
Eu comecei no Paulista, em 1996, quando a Parmalat ainda estava lá, era Etti Jundiaí, e ali joguei infantil, juvenil, júnior, fiz dois anos de profissional, quando conseguimos o título da Série A2 em 2001 e a Série C do Brasileiro, acabei fazendo o último Rio-São Paulo que teve, em 2002, depois uma Série B, e em 2003 me transferi para o Cruzeiro. Primeiro ano de empréstimo, no segundo ano o Cruzeiro efetuou a compra. Fiquei até 2005 e fui ao Coritiba depois.

E como surgiu a proposta da Itália?
Eu tive um problema com o Coritiba de falta de pagamento. O clube ficou devendo três meses do meu contrato e eu pedi minha rescisão, entrei na Justiça cobrando esse valor, tanto que até hoje não me pagaram. Como eu estaria livre depois disso, da rescisão do contrato, o Siena se interessou e acertei minha transferência para lá.

E você teve alguma dificuldade de adaptação na Itália?
No início não é fácil, mais pela diferença de futebol. Lá o futebol é mais físico, mais rápido, até você aprender a língua e tudo leva um pouco de tempo, mas depois de quatro, cinco meses, fica tranquilo.

Você sentiu diferença no futebol praticado em Portugal em relação ao que se pratica na Itália?
Sim, o futebol italiano tem jogadores muito mais fortes fisicamente, é um futebol mais vertical, mais de profundidade. Já em Portugal, a velocidade do jogo é igual à Itália, mas a característica do jogo não é tanto parecida com o futebol italiano, é mais parecido com o futebol brasileiro, até pelo número de brasileiros que tem lá.

Agora você vai para Lisboa, mas morou em outras cidades na Itália. Quais dessas você mais gostou?
Siena é fantástica, mas Roma, para a qualidade de vida, é muito boa. Cada uma com a sua particularidade, mas Roma sem dúvida nenhuma é a melhor de todas.


Nome: Artur Guilherme Moraes Gusmão

Nascimento: 25/jan/1981, em Leme (SP)

Clubes: Cruzeiro (2003 a 2007), Coritiba (2006 a 2007), Siena (2008), Cesena (2009), Roma (2008-2010), Braga (2010 a 2011) e Benfica (a partir de 2011)

Títulos: Campeonato Brasileiro (2003), Copa do Brasil (2003), Campeonato Mineiro (2003, 2004), Campeonato Brasileiro da Série B (2007) e Campeonato Paulista da Série A2 (2001).


http://trivela.uol.com.br/Conteudo.aspx?secao=44&id=23256

Grilo 21

Nota-se que ele nao se lembra muito bem dos resultados contra o Celtic e contra o Sevilha pois estava a suplente!! Contra o Celtic ainda nem sequer tinha sido contratado. Contra o Sevilha foi contratado junto com o Filipe, e era o Filipe o titular normal nao se lembrar bem do resultado fora. Mas de resto as palavras em relação ao braga foram muito boas!! Com estas palavras não consigo ficar com magoa em relação ao Artur, e apenas dizer Obrigado :)

Zusco

QuoteEu estava há três anos na Itália e não tinha mais tanto esse convívio com tantos brasileiros, porque o Braga tem um ambiente como se você estivesse jogando no Brasil, só que na Europa.

Isto é alguma indirecta  :D


Falou bem acerca dos jogos, respeitando o braga ;)

Legião

#3
Se por vezes alguns jogadores são criticados por serem ingratos quando saem do Braga acho que também devem ser lembrados os que não se esquecem.

Hoje nas declarações do Artur Morais quando o jornalista lhe perguntou se a chegada ao Benfica era o grande momento da sua carreira ele disse que era importante mas que até agora os grandes momentos foi a chegada ao Roma e o jogar uma final europeia com a camisola do Braga.
Bracara Avgvsta - Fidelis et antiqva

lipe

Quote from: zicler on 21 de June de 2011, 18:45
Nota-se que ele nao se lembra muito bem dos resultados contra o Celtic e contra o Sevilha pois estava a suplente!! Contra o Celtic ainda nem sequer tinha sido contratado. Contra o Sevilha foi contratado junto com o Filipe, e era o Filipe o titular normal nao se lembrar bem do resultado fora. Mas de resto as palavras em relação ao braga foram muito boas!! Com estas palavras não consigo ficar com magoa em relação ao Artur, e apenas dizer Obrigado :)

Contra o Celtic o Artur esteve no banco. Foi apresentado aos sócios com o restante plantel no jogo contra o Bilbau.
Em Braga, só baixamos a cabeça para beijar o símbolo.

Carvalhinha

Quote from: lipe on 07 de July de 2011, 11:28
Quote from: zicler on 21 de June de 2011, 18:45
Nota-se que ele nao se lembra muito bem dos resultados contra o Celtic e contra o Sevilha pois estava a suplente!! Contra o Celtic ainda nem sequer tinha sido contratado. Contra o Sevilha foi contratado junto com o Filipe, e era o Filipe o titular normal nao se lembrar bem do resultado fora. Mas de resto as palavras em relação ao braga foram muito boas!! Com estas palavras não consigo ficar com magoa em relação ao Artur, e apenas dizer Obrigado :)

Contra o Celtic o Artur esteve no banco. Foi apresentado aos sócios com o restante plantel no jogo contra o Bilbau.

Confirmo, o Artur foi apresentado nesse dia. Assistiu ao jogo sentado ao meu lado no camarote.

nando11

GVERREIRO BERMELHO E BRANCO