News:

Maio 2024
FÓRUM ANTIGO APENAS EM MODO CONSULTA
--------------------------------------------------------
NOVO FÓRUM SUPERBRAGA.COM 2024
Faz um novo registo em https://www.superbraga.com/

Main Menu

NOTICIAS DO ENORME DO DIA 19/05

Started by JotaCC, 19 de May de 2011, 07:41

Previous topic - Next topic

JotaCC

A aventura final perdida

A aventura final, assim apelidado o jogo decisivo da Liga Europa, foi madrasta para o Spor-ting de Braga. Depois de uma aventura em que todos os cabos, todas as dificuldades foram ultrapassadas.

Era importante para Sporting de Braga entrar bem no jogo e a verdade é que foi um conjunto, inicialmente, cauteloso com Domingos a colocar as suas pedras num 4x2x3x1, procurando segurar o meio campo do FC Porto e esperando ter elasticidade suficiente para chegar junto da área de Helton.

Porém, à excepção de um lance logo aos quatro minutos em que Sílvio colocou de cabeça para Custódio que já no interior da área rematou ao lado. No restante, só deu FC Porto com o Sporting de Braga muito fechado no seu meio terreno e sempre que tinha a bola a procurar sair rápido para o ataque.

E tudo indicava que se chegaria ao intervalo com um empate até porque o FC Porto, apesar de dominar, não tinha tido oportunidades para facturar. Mas estes jogos decidem-se por detalhes e Rodriguez acabou por entregar o ouro ao bandido que não se fez rogado e aproveitou para fazer o golo. Era o castigo para uma equipa que não tinha revelado grande ambição.

Para a segunda parte esperava-se um Braga mais agressivo e assim foi. Os arsenalistas apareceram muito mais no jogo, tiveram uma excelente oportunidade para igualar o jogo com Mossoró a surgir isolado e a desperdiçar a melhor oportunidade. Foi um Braga mais presente nesta final, uma equipa a espreguiçar-se pelo campo todo e a criar mais dificuldades ao FC Porto.

A entrada de Mossoró mexeu com o jogo do Sporting de Braga, a equipa apareceu mais solta à procura do golo que lhe permitisse pensar na glória. Empurrou o Porto para o seu meio campo mas também não criou grandes situações de golo.
Dá ideia que o Sporting de Braga se esqueceu que o jogo tem noventa minutos. Acordou na segunda metade mas já era tarde, pois a corrida já ia longa e assim se perdeu uma boa oportunidade de ficar na constelação dos vencedores de uma competição da UEFA.

Os arsenalistas acabaram, no entanto, por deixar em Dublin algum do perfume do futebol que esta temporada surpreendeu a Europa, mas foi pouco para um "dragão" sedento de títulos.
A equipa arsenalista, nos últimos quinze minutos passou a ter o coração nos pés e assim acaba por ser difícil. Um jogo de futebol ganha-se, como já dizia Helénio Herrera, um dos treinadores mais carismáticos de sempre, com a cabeça e ao Sporting de Braga faltou-lhe, nomeadamente, na ambição (falta dela) da primeira parte e em concentração da qual o exemplo é o lance do golo.

O árbitro espanhol acabou por ter alguma influência na forma como o jogo decorreu. Perdoou o segundo amarelo a Sapunaru (70 m) e as coisas poderiam complicar-se para o FC Porto.

Paulão e Custódio mereciam levantar os quinze quilos

Na equipa do Sporting de Braga dois jogadores se destacaram. Custódio e Paulão repartem os louros de terem sido os melhores Guerreiros no Dublin Arena. Custódio trabalhou muito e Paulão acabou mesmo o jogo a ponta de lança.

Mas a pergunta fica, onde esteve o Sp. Braga no primeiro período de jogo? A resposta está que os arsenalistas fecharam-se na sua concha esperando que o predador dragão voasse de um lado para outro e se desgastasse. Não contava Domingos com o erro de Rodriguez que, a exemplo do que já fez noutras ocasiões, saiu para o meio campo contrário e entregou ao adversário.

Evidentemente que, frente a uma equipa como o FC Porto isso representa a morte do artista. Um lance idêntico já se tinha passado em Poznan e tinha dado o golo ao campeão polaco e o Braga nunca conseguiu, nesse jogo recuperar. Mas aí havia um jogo da segunda mão e a equipa de Domingos acabou por virar a eliminatória. Agora não. Era só um jogo, diante de uma equipa eficaz e experiente.

De nada valeu a segunda parte do Braga, uma equipa muito mais solta, mais ambiciosa, à procura do empate. Sorte para o Porto que viu Helton negar o empate no início da segunda metade e que podia ter dado outro colorido à partida. Azar do Braga que não marcou e viu o campo um pouco inclinado mas deixou no Dublin Arena o seu perfume.


Domingos Paciência: "uma tristeza muito grande"

Visivelmente triste por ter perdido o troféu da Liga Europa, Domingos Paciência considerou a derrota injusta, sobretudo pelo que o Sp. Braga fez na segunda parte. O técnico arsenalista diz que conseguiram aniquilar a superioridade do FC Porto.

"Estou triste como os meus jogadores estão. Por aquilo que foi o jogo, não se viu uma superioridade tão evidente como toda a gente esperava. Na primeira parte, o FC Porto numa situação, no minuto 44, aproveitou um deslize na nossa parte. Na segunda parte, o jogo é nosso, é controlado pelo Sp. Braga, pena que o Mossoró não tenha feito o empate, as coisas podiam ter sido diferentes", sublinhou o treinador.

Domingos Paciência admite que "pelo que fizemos na segunda parte merecíamos, no mínino, o prolongamento". "É uma final, é normal que a ansiedade e o nervosismo se tivesse apoderado dos meus jogadores. Tivemos uma oportunidade e desperdiçámos".

Apesar da derrota, o treinador confessou sentir-se orgulhoso pelo percurso esta época.
"Vejo a tristeza. São 331 dias desde 20 Junho que começámos a jogar, somos a equipa com mais jogos efectuados. Acho que é uma satisfação enorme, mas sinto uma tristeza muito grande, porque eles mereciam mais".

Depois da opinião ao jogo, as palavras de despedida: "o que vai na minha cabeça é muito orgulho com estes jogadores, este clube, estes adeptos. Vivi grande momentos, é uma história linda, páginas lindas que conseguimos escrever. Espero que o Sp. Braga continue a crescer. O clube pode crescer, aproveitar estes momentos para crescer, porque dignificou o futebol português e não ficou mal. Foi uma fotografia bonita que deixámos aqui na final da Liga Europa", rematou o treinador, que deixa o clube ao fim de duas épocas.

CORREIO DO MINHO

JotaCC

«Desejo sorte a Domingos no Sporting» - António Salvador

O presidente do SC Braga falou abertamente da mudança de Domingos Paciência para o Sporting. António Salvador deseja sorte para o treinador, mas não diante dos bracarenses.

«O Domingos é um grande treinador, temos de agradecer-lhe o trabalho que fez nestes dois anos no clube. Desejo-lhe muito sucesso pessoal e profissional, mas não ao Sporting. Trata-se de um rival directo do SC Braga e estaria a ser hipócrita se o fizesse», disse António Salvador, em declarações prestadas à Sport TV.


«Qualquer jogador gostaria de representar o Benfica» - Artur Moraes

«Estamos a conversar, vamos ver como correm os próximos dias». Depois do momento imediato após a partida de Dublin, onde a preocupação de Artur Moraes foi salientar que esteve com a cabeça no Braga até ao final, as declarações mais recentes do até agora guardião do SC Braga parecem indicar uma aproximação ao Benfica.

«O Benfica é um grande clube, que qualquer jogador gostaria de representar», referiu.

Sobre a sua visita a Lisboa, o guarda-redes continua a insistir que nada teve a ver com o clube da Luz: «Estive para visitar um amigo, nada mais».

O guarda-redes brasileiro reiterou a ideia de que «ainda há coisas que não estão decididas», algo que no entanto deixa a entender que os contactos entre Moraes e o Clube da Luz já estarão em andamento.

A BOLA

JotaCC

Uma taça pré-colombiana

Mais tensa do que mágica, mais táctica do que bem jogada, a final da Liga Europa obedeceu com diligência ao destino da sua figura maior: Falcao. Poucas vezes uma prova terá ficado tão marcada por um jogador, várias vezes decisivo no percurso do FC Porto até Dublin, algumas delas de uma forma nunca vista, ao ponto de ter acabado a competição na qualidade de melhor marcador de sempre de uma prova europeia. A verdade é que a história da sétima taça internacional dos dragões já estava escrita na primeira pessoa há muito tempo.

Enquanto as bandeiras colombianas de Falcao, Guarín e James tricotavam no banco do FC Porto à espera da taça delas, matou-se o tempo com um jogo abaixo do esperado ou, pelo menos, do que a equipa de Villas-Boas é capaz. O mais fácil será culpar Domingos, porque, ao contrário, o Braga foi, nas virtudes e limitações, de uma notável fidelidade a si próprio. Para ontem, levou na manga uma marcação pesadíssima a Moutinho, entregue a Custódio, aparecido com surpresa e equívoco no onze inicial. Jogaria o Braga com dois trincos? Nada de tão simples. Custódio dedicou-se por inteiro à artéria em que o treinador apostou para interromper a circulação do FC Porto, quase como numa marcação individual. Êxito pleno.

Mesmo para além da agressividade dos bracarenses e da bem sucedida intenção de impedir a fluência do jogo portista, outros dados intervieram. As reservas estratégicas de Álvaro Pereira, na primeira etapa do jogo, durante a qual praticamente não subiu; o destrambelhamento de Fernando, que teve uma noite muito fraca, agravando a falta de ligação provocada pela prisão de Moutinho, e o regresso de Hulk à meninice, chorona e egoísta, tudo embrulhado em tensão e nervos gerais. Mais, claro, a completa ausência de meios, por parte do Braga, para executar a segunda etapa, que era tentar o golo. Não porque o FC Porto estivesse cem por cento rigoroso - logo aos 4', Custódio deu por si sozinho diante da baliza -, mas porque não havia, não há, muito habilidade bracarense nessa zona do campo. É obsceno responder-se com Lima a uma carta como Falcao.

E eis como tudo desemboca no colombiano. Domingos tem um Custódio, mas falta-lhe o segundo. Enquanto encurralava Moutinho, fugiu-lhe Guarín, o outro médio, que Hugo Viana vinha vigiando impiedosamente com os olhos. Seguiu-se o cruzamento para Falcao e o golo, no único remate claro que foi consentido ao colombiano, outro sinal de que esta era uma taça destinada. Mas ainda houve, pelo menos, mais um: logo no primeiro minuto da segunda parte, transfigurado o Braga pelas substituições do vilão Rodriguez por Kaká e, sobretudo, do vilão Viana por Mossoró, Fernando fez uma grande borrada, perdendo a bola para este último sem ter ninguém a cobrir-lhe as costas. Gelou a parte azul do estádio. O brasileiro galopava para a baliza, ninguém chegaria a tempo de o interceptar, cheirava-se o empate. Mas Helton, outro figuraço desta Liga Europa, fez de servo do destino, tomando conta, por um segundo, da taça do colega colombiano com uma defesa de classe.

Por paradoxo, a esse canto do cisne seguiram-se os vinte minutos de fama do Braga, correspondidos pela pior fase do FC Porto, que passou a fazer ainda mais coisas mal. Domingos alterou definitivamente a lógica da equipa, completando com a troca de Lima por Meyong, referência de área, a transformação que começara ao intervalo e foi empurrando o adversário para os últimos trinta metros. Ganhava pouco com isso, por absoluta falta de objectividade, mas anulava o FC Porto, que, por sua vez, também não melhorava no ataque, quando lá conseguia fazer um. Villas-Boas trocou Guarín por Belluschi, para melhorar a combatividade e as transições; o Braga respondeu ao êxito da alteração adiantando Paulão para ponta-de-lança e despejando toda e qualquer bola para a área do FC Porto. No total, em resumo, nada que se possa guardar no álbum de recortes da Liga Europa, onde, aliás, não faziam falta mais uns quantos, porque Falcao já vinha tratando de o encher há muito tempo. Nem seria justo, bem vistas as coisas, que aparecesse outro qualquer a tirá-lo de um palco que ele ocupou do princípio ao fim da competição. Foi ele quem marcou o primeiro golo do FC Porto, aos 29 minutos do Genk, no arranque do play-off de acesso, em Agosto. Estava escrito.

FC Porto-Braga 1-0

Estádio Dublin Arena

Relvado Excelente

Espectadores 45391

Árbitro Carlos Velasco Carballo (Espanha)

Golos

Falcao 44'

FC Porto

Helton, Sapunaru, Rolando, Otamendi, Álvaro Pereira, Fernando, Guarin (Bellushi, 73), João Moutinho, Hulk, Varela (James Rodriguez, 79), e Falcao.

Treinador André Villas-Boas

Braga

Artur Morais, Miguel Garcia, Paulão, Rodriguez (Kaká, 46), Sílvio, Vandinho, Hugo Viana (Mossoró, 46), Custódio, Alan, Paulo César e Lima (Meyong, 66).

Treinador Domingos Paciência

Cartões amarelos Hugo Viana (23), Sílvio (30), Sapunaru (49), Miguel Garcia (55), Mossoró (59), Kaká (80), Helton (90), Rolando (90+2).



O Tribunal de O JOGO

Discordância sobre o lance decisivo Jorge Coroado e Pedro Henriques analisaram de forma diferente o lance do golo do FC Porto, que haveria de ser decisivo. Coroado explica por que razão defende que Falcao está em fora-de-jogo no momento do cruzamento de Guarín, e Pedro Henriques entende que o golo é legal. Sobre a decisão de não punir Sapunaru com segundo amarelo (entrada sobre Sílvio), os especialistas estão de acordo que o romeno deveria ter sido expulso.

Momento mais complicado

44'

Golo do FC Porto. Falcao está em fora-de-jogo no momento do cruzamento de Guarín?

Jorge Coroado

-

Em rigorosa interpretação da lei, porque a cabeça, o tronco ou as pernas ditam a posição de um jogador, há que referir que Falcao estava em posição irregular no momento do passe de Guarín, pois a cabeça e o tronco estavam para lá do penúltimo defesa bracarense. Na prática, é sempre difícil ao árbitro assistente aferir lances semelhantes. Atendendo a que tivemos melhor perspectiva, pode afirmar-se a existência de fora-de-jogo no lance que acabou em golo e foi decisivo nesta final.

Pedro Henriques

+

É correcta a decisão do árbitro espanhol no lance que acabaria por ser determinante. A cabeça de Falcao está a ser colocada em jogo pelo pé de um jogador bracarense. Se a regularidade do lance fosse eventualmente posta em causa, a equipa de arbitragem deve dar o benefício da dúvida a quem ataca. Resumindo, o golo do FC Porto é perfeitamente legal.

Outros casos

21'

Havia falta, perto da área do FC Porto, numa entrada de João Moutinho sobre Hugo Viana?

29'

O cartão amarelo mostrado a Sílvio, por infracção sobre Hulk, deveria ser de outra cor?

55'

Correcta a decisão de parar um contra-ataque do FC Porto para mostrar amarelo a Miguel Garcia?

72'

Sapunaru deveria ter visto cartão amarelo (seria o segundo) por falta sobre Sílvio?

Jorge Coroado

-

João Moutinho empurrou Hugo Viana em jogada prometedora e justificadora de livre directo, que não foi assinalado. Perante o gesto imprudente, o médio do FC Porto também deveria ter visto o cartão amarelo.

+

Sílvio foi imprudente no modo de abordar o lance, derrubando Hulk com a face interior da perna. A infracção cometida pelo jogador bracarense, de acordo com as Leis do Jogo, impõe exibição de cartão amarelo. Assim sendo, o árbitro cumpriu as regras com rigor.

-

João Moutinho carrega Hugo Viana pelas costas, de forma negligente, à entrada da área portista. Infracção passível de livre directo e de cartão amarelo por corte de um ataque prometedor. Incorrecta a decisão do árbitroao nada assinalar.

-

Devia. Foi imprudente no modo de abordar o lance e reincidente na infracção praticada. Provavelmente por estar numa final europeia, o árbitro encolheu-se e não cumpriu com as regras do jogo. Quando viu o primeiro cartão amarelo, Sapunaru tinha justificado igual punição em momentos anteriores.

Pedro Henriques

-

Sem pés nem cabeça a decisão do árbitro, pois beneficiou o infractor. A defesa do espectáculo faz-se com notório domínio dos acontecimentos e não com atitudes tecnocratas. O árbitro espanhol deveria ter aplicado a lei da vantagem e depois, na primeira interrupção, exibido o cartão amarelo ao jogador infractor, na circunstância Miguel Garcia.

+

Sílvio entrou de forma imprudente, em tackle deslizante e completamente fora de tempo, sobre Hulk. Uma infracção correctamente punida com livre directo e o respectivo cartão amarelo.

-

De acordo com o critério da UEFA, a lei da vantagem só deve ser dada no último terço do terreno de jogo. Não concordo com esta regra, pois deste modo está a beneficiar-se o

infractor. Como tal, o árbitro deveria ter dado a lei da vantagem e advertido posteriormente o jogador em causa, ou seja, Miguel Garcia.

-

Dentro do critério disciplinar que estava a usar, o árbitro deveria ter advertido Sapunaru e, consequentemente, expulsá-lo, por acumulação de amarelos. Neste lance, o defesa do FC Porto tem uma entrada imprudente que corta um ataque perigoso da equipa bracarense.

Apreciação global

Jorge Coroado

Em jogo que não foi muito mexido, o árbitro cumpriu tecnicamente, apesar de uma ou outra falha na aplicação da lei da vantagem e da traição de um dos assistentes no lance do golo do FC Porto. Disciplinarmente, tinha a obrigação de ser muito mais cumpridor.

Pedro Henriques

Uma arbitragem globalmente positiva e assertiva sob o ponto de vista técnico. Contudo, o critério disciplinar utilizado pelo árbitro espanhol não foi o mais adequado, cometendo alguns lapsos, entre os quais destaco a decisão de não mostrar o segundo amarelo a Sapunaru.


Lances-chave

4' FC Porto apanhado em contrapé, quando saía da sua defesa. Custódio fica só, pela direita da área, mas chuta ao lado.

7' Hulk dribla Paulo César, pela direita, entra na área, engana Rodriguez e chuta de pé esquerdo para fora. Grande oportunidade.

22' Helton mergulha aos pés de Lima para o impedir de ficar sozinho na área.

33' Cruzamento de Guarín para Varela, que surge inesperadamente por detrás de Miguel Garcia. O cabeceamento é que sai bem pior do que o lance oferecia.

44' [1-0]

46' Disparate de Fernando, que perde a bola para Mossoró, quando é o último homem da defesa do FC Porto. O brasileiro isola-se, o golo está flagrante, mas Helton faz uma defesa superlativa, lançando-se para a esquerda e defendendo a bola com o pé direito.

47' Miguel Garcia compromete. Depois de ganhar posição a Falcao, dentro da área, permite que o colombiano lhe roube a bola. Valeu Paulão e a falta de ângulo.

71' Vistoso cruzamento de Hulk, da esquerda e de trivela. Álvaro Pereira falha a emenda fácil por um segundo.

72' Livre de Mossoró, a quarenta metros da baliza. Paulão ganha, mas cabeceia por cima da barra.

76' Paulo César desperdiça situação de vantagem, criada por Alan. Em posição de chutar à vontade, de meia-distância, nem remata bem nem assiste Sílvio, que acorre à área.

86' Tabela entre Sapunaru e Belluschi, terminada num belo remate em habilidade do argentino, que passa perto do golo.

90'+3 O jogo encerra com uma cabeçada de Artur Moraes, à entrada da área, culminando um punhado de lances semelhantes: todo e qualquer livre bombeado para a box do FC Porto, onde se aglomeravam as duas equipas completas.


O Braga um a um
Custódio lutou pelo direito à imortalidade

Artur 5

Mero espectador entre os postes, jogou muito mais com os pés do que as mãos e só uma vez ia comprometendo. O cabeceamento de Falcao era indefensável.

Miguel Garcia 6

Ao contrário do que é habitual, foi o melhor lateral da equipa. Hulk que o diga, pois depois de alguns minutos na sua companhia teve de voltar à direita do ataque para retomar o nível. Um par de intercepções preciosas a evitar outros tantos cruzamentos para Falcao.

Paulão 6

É ele que aparece perto de Falcao no lance que decide o jogo, mas não lhe imputem responsabilidades a sós. A defesa estava descompensada, e isso não foi culpa sua. No resto do jogo, esteve ao nível da estatura elevada que tão bem usa para fazer seus os lances em que até parece partir em inferioridade. Ontem mais pelo chão do que pelo ar, mas sempre sem ponta de hesitação ou receio de comprometer.

Rodriguez 4


Começou com um passe errado que quase deu golo de Hulk e terminou com outro que resultou mesmo no de Falcao. Pelo meio, portou-se exemplarmente, com excelente sentido táctico e capacidade de antecipação. Mas não podia ter corrido aquele risco...

Sílvio 5

Se o Atlético de Madrid viu o jogo todo, ficará dividido entre o receio de ter contratado um jogador com dificuldade em cobrir extremos explosivos, especialmente em espaços interiores, e o encanto de poder contar com um lateral leve, empreendedor e ousado. Mas como a última imagem é que fica, Sílvio pode estar tranquilo.

Vandinho 6

Desta feita, não se deu a grandes coberturas laterais. Mas foi um dos grandes responsáveis por o Braga ter podido contrariar o habitual dinamismo do miolo portista, essencialmente pela atenção e disponibilidade que empregou em cada segunda bola. Ganhou imensos ressaltos e recusou-se a empapar o jogo.

Custódio 7

O herói da meia-final teve nos pés a possibilidade de se tornar imortal, mas atirou ao lado na primeira oportunidade real do jogo (4'). Custódio não deve sair beliscado por isso, até porque a finalização não é da sua responsabilidade. No que tinha para fazer foi exemplar: anulou João Moutinho na primeira parte, sem se esquecer da transição defesa-ataque. Solto com a bola nos pés e pleno de clarividência a decidir, não perdeu pujança nem espírito de conquista.

Hugo Viana 4

Sem qualquer profundidade. Pouco expedito no passe e lento a fazer a bola girar. Leva dezenas de jogos muito perto do trinco e parece que se esqueceu do que define um bom número 10.

Alan 5


O protagonismo de Paulo César retirou-lhe o peso que habitualmente carrega, mas também o foco com que costuma iluminar o resto da equipa. Obscuro na primeira parte, melhorou após o intervalo, mas só em irreverência, porque o resultado das suas acções foi igualmente nulo.

Paulo César 7

Seguramente o mais esclarecido no ataque do primeiro ao último minuto. Sapunaru e Álvaro Pereira agradeceram cada vez que Paulo César mudou de lado, pois só o brasileiro os incomodou verdadeiramente. Destacou-se a jogar de fora para dentro, mas não encontrou movimentação dos colegas suficientemente inteligente para aproveitar as descompensações que criou. Dois remates com pouco perigo, mas fortes o bastante para gritar à equipa para acordar. Ele esteve sempre bem desperto.

Lima 4

Passar 55' a muitos metros do colega mais próximo é metade da explicação que encontramos para ter somado ontem o 16º jogo consecutivo sem marcar. A outra metade tem a ver com a inércia e falta de explosão que há muito denota. Nem um remate, nem um risco assumido no 1x1 e pouca presença. Podemos estar errados; mas Lima não nos soube contrariar.

Kaká

Melhor do que Rodriguez, embora sujeito a menos trabalho. Encaixou bem ao lado de Paulão, até pela estampa que emprestou para ajudar a "estancar" o potente Hulk.

Mossoró 5

Um minuto depois de entrar poderia ter empatado o jogo na ocasião de golo mais flagrante de todo o jogo. O bom sinal não se traduziu numa melhoria efectiva da equipa. É verdade que ajudou a subi-la no terreno, mas o FC Porto soube adaptar-se e obrigá-lo a procurar a bola em zonas mais recuadas. E essas não são para ele.

Meyong 5

Um remate ridículo (76') em excelente posição não apaga a melhoria que acrescentou, especialmente na viabilização dos processos normais de ataque, ainda que isso tenha implicado fixar-se entre os centrais. Bem melhor de costas do que Lima.


Domingos Paciência
"Estamos orgulhosos pelo que fizemos"

Domingos Paciência esteve por diversas vezes à beira das lágrimas, espelho fiel do balneário do Braga, no final do jogo, ao qual reconheceu um vencedor justo, ainda que não aquele que desejava. "Tenho de reconhecê-lo, pelo golo que fez", afirmou, procurando ser justo com o FC Porto, mas, sem deixar de destacar o valor do desempenho do Braga, na luta por um desfecho diferente. "Por aquilo que foi o jogo em si, fizemos uma grande segunda parte, conseguimos jogar mais em cima do FC Porto, pena é que o golo não tivesse acontecido, e pena é que o árbitro pudesse ter posto o FC Porto a jogar com 10, a partir do minuto 75, e não o tenha feito. O Sapunaru teria de ver o segundo cartão amarelo e o jogo poderia ser outro", declarou, lembrando que, no lance em questão, o lateral-direito portista "quase se começa a dirigir para o balneário, convencido de que ia ser expulso". "O árbitro optou por não mostrar o vermelho" e essa opção do juiz espanhol deixou nos responsáveis do Braga um travo de injustiça, numa final cuja história, para ser bem escrita, deveria ter um golo minhoto, sublinhou o treinador. O que se viu, em Dublin, foi "uma equipa com muito querer contra uma grande equipa, não haja dúvida, mas, os meus jogadores estão de parabéns", declarou, recuperando a história desta final: "A diferença faz-se no pormenor em que tudo pode mudar. Este jogo acaba por ser resumido em três, quatro momentos. É uma perdida de bola da nossa parte que dá o golo do FC Porto". Depois desse momento, o Braga mostrou muito mais argumentos, suficientes para anular a desvantagem. Soube ser "melhor equipa na segunda parte" e o que jogou merecia, pelo menos, o empate, insistiu: "A justiça seria o 1-1. É pena. Há um sentimento de orgulho, mas também de injustiça por não termos conseguido fazer golos". "O FC Porto foi eficaz", conformou-se, tendo sempre a preocupação de não deixar que as lágrimas do balneário - "Estou triste, como os meus jogadores estão", admitiu, sem reservas e sem ter como disfarçar a decepção - o impedissem de deixar bem vincado o "orgulho" de ser o líder da equipa que surpreendeu a Europa, ao qualificar-se para esta final, a terminar um ciclo de dois anos históricos para o Braga, que, esta época, na Liga dos Campeões e na Liga Europa, "viveu momentos únicos da sua história", só possíveis graças à união do plantel: "Estamos orgulhosos pelo que fizemos. Fizemos uma temporada de grande valor, o que enaltece o caráter e a qualidade desta equipa". "Somos a prova que, com ambição e crença, se consegue fazer muito", rematou o futuro treinador do Sporting.


Artur
"O Benfica? Estamos conversando..."

Em fim de ciclo, Artur não confirmou que vai para o Benfica, mas sempre foi dizendo que as partes "estão conversando", referiu-se à "grandeza" do clube encarnado e adiando para a semana todas as certezas."Todos ficarão a saber", disse, lamentando que se tenha especulado sobre a sua ida "a Lisboa para visitar um amigo e tratar de assuntos com o advogado", quando "havia uma final para disputar". Aliás, elogiou Roberto "um grande guarda-redes". Na memória fica final. "Fizemos um grande segundo tempo, mas a bola não entrou", concluiu.

O JOGO

JotaCC

Vandinho
"A final merecia melhor árbitro"

A história de Vandinho no Braga chegou ao fim com a final da Liga Europa. "Para mim o ciclo aqui está encerrado", confirmou, sem revelar o destino. A derrota na final da Liga Europa ficou atravessada. "Foi decidida em detalhes, não fomos felizes no lance do golo do FC Porto, que é uma grande equipa", explicou, sem esconder a tristeza: "Saímos de cabeça erguida. Não tenho dúvidas que o árbitro devia ter expulso o Sapunaru que tinha um amarelo. A final merecia um árbitro melhor, porque não foi muito feliz, puxou para o FC Porto".

Sílvio confirma Atlético de Madrid

Sílvio despediu-se ontem de "um grande clube e de uma grande cidade", anunciando que vai "jogar para Espanha", mas só após muita insistência é que admitiu que o destino será "o Atlético de Madrid", tal como já fora veiculado. Em noite que não foi de festa para si, o defesa agradeceu "o apoio aos adeptos", e resignou-se perante o FC Porto. "Perdemos contra uma grande equipa, resta dar os parabéns ao adversário, que teve uma oportunidade para marcar; e nós também a tivemos na segunda parte, mas falhámos", concluiu.

Mossoró vai renovar

Na despedida de uns, Mossoró anunciou que tem tudo acertado para prolongar o contrato com o Braga. "Vou continuar; tenho mais uma época; só falta assinar a renovação por mais três", informou o médio-ofensivo, aquele que teve nos pés o golo do empate. "Foi um lance muito rápido, tentei levantar um pouco a bola vi que o Helton caiu para a esquerda, mas não fui feliz, e Helton foi soberano naquele momento". Mossoró falhou, e disse que o Braga "pagou caro pelo erro". "Devia ter caprichado mais", completou.

Apesar de tudo, Mossoró realçou o "espírito guerreiro da equipa", que "foi brilhante, jogou e lutou muito". "No segundo tempo, estivemos sempre em cima do FC Porto, mas não fomos capazes de fazer um golo", rematou.


DISCURSO DIRECTO

Foi um jogo da eficácia: o FC Porto teve duas oportunidades e fez um golo. Ficou-me uma sensação amarga, mas o que importa é que o Braga alcançou um feito histórico.

O árbitro recuou um pouco no lance de Sapunaru

Alan

Avançado do Braga

Não sei nada do Sporting estou em final de contrato, portanto, tanto posso renovar como sair do Braga. Reconheço que o Sporting é um bom clube, mas o Braga também o é

Rodriguez

Defesa do Braga


Fizemos um caminho brilhante até aqui, por isso a derrota custou bastante, mas não faço comparação com a outra derrota [do Sporting ante o CSKA de Moscovo].

Apesar da derrota, temos de estar orgulhosos

Custódio

Médio do Braga


O balneário está desiludido, porque o jogo teve duas oportunidades uma para cada equipa, mas não conseguimos concretizar. O FC Porto mostrou no campeonato e na Liga Europa que foi muito forte. Vou decidir o futuro na próxima semana

Paulão

Defesa do Braga


António Salvador
"Não lhe desejo sucesso no Sporting"

António Salvador desfez o tabu, fazendo uma inconfidência inesperada no rescaldo da derrota do Braga numa final histórica. Ao manifestar a estima pelo "grande trabalho" de Domingos Paciência, o presidente do Braga colocou-o já no Sporting. "Não lhe desejo sucesso no Sporting, porque será um concorrente directo do Braga e estaria a ser incoerente se dissesse o contrário". Foi assim, de forma simples que António Salvador confirmou o que já se andava a comentar há muito tempo. Por outro lado, não foi tão frontal em relação ao sucessor de Domingos Paciência. Fala-se de Leonardo Jardim, mas Salvador driblou o assunto. "Não há nada; amanhã [hoje] vamos começar a preparar a nova época e ver o que é melhor", atirou, resistindo para não cair em tentação.

Numa altura em que se fala de uma série de despedidas, o presidente do Braga fixou-se num jogador. "O Braga deve muito a Vandinho, ele fez muito pelo clube. Vamos decidir o que é melhor para ele", informou, na sequência de um momento muito especial . A equipa não trouxe o troféu para o Minho, um factor que pesou no balneário, onde "se viam os jogadores tristes e a chorar", porém, tem um lado positivo. "Sinto um enorme orgulho por estes profissionais, por tudo que têm feito", sublinhou António Salvador, vendo nesta conclusão uma "excelente prova de que tudo isto não foi obra do acaso". "Provámos que este grupo tem qualidade, que se uniu e acreditou que poderia fazer a história". Neste sentido, o sentimento de Salvador era um misto "de frustração e orgulho", e uma certeza profunda de que o "Braga vai continuar a crescer e a ganhar". "Defrontámos uma grande equipa; não foi possível vencer", disse resignado, e orgulhoso de uma "caminhada iniciada há sete anos". "Todos os treinadores e jogadores que passaram pelo clube também merecem, pois ajudaram a dar estabilidade", realçou.


Lima foi pai

Os momentos que antecederam o jogo com o FC Porto foram especiais para Lima. O avançado do Braga foi anteontem pai de uma menina, a que deu o nome de Maria Paula, e entrou no encontro determinado a marcar um golo para poder dedicar-lhe. No entanto, o brasileiro acabou por não conseguir cumprir o objectivo.

Leonardo Jardim esteve presente

António Salvador ainda não foi claro quanto ao nome do sucessor de Domingos Paciência. Mas, sabe-se já que a escolha recaiu em Leonardo Jardim (ex-Beira-Mar), que ontem assistiu, no estádio, à final.

Garcia, Viana e Custódio perdem

Para os bracarenses Miguel Garcia, Hugo Viana e Custódio esta foi a segunda final europeia que perderam. Em 2004/05 Garcia foi titular, Viana entrou aos 87' e Custódio não saiu do banco na derrota (3-1) do Sporting diante do CSKA de Moscovo, no Estádio de Alvalade

O JOGO

JotaCC

Não foi em vão!

Sp. Braga perdeu final da Liga Europa com FC Porto

O Sporting de Braga perdeu, ontem, com o FC Porto, por uma bola a zero, em Dublin, na final da Liga Europa. O golo de Falcão, na primeira parte, chegou para derrotar os comandados de Domingos Paciência que, ainda assim, viram o seu prestígio reforçado na Europa do futebol. A final ficou marcada, também, pelas despedidas – agora confirmadas – de Domingos Paciência, Artur Moraes, Sílvio e Vandinho. Mossoró, ao invés, anunciou que iria renovar por mais três épocas.

DIARIO DO MINHO

Bruno3429

Domingos despede-se de Braga e fala em «dever cumprido»
Por António Casanova

Na hora da despedida do SC Braga, Domingos Paciência não esquece os que o acompanharam na aventura de levar a equipa a conquistas jamais alcançadas.

«Sinto um orgulho muito grande por ter servido este clube. Depois de tantos dias de trabalho -c omeçámos a época a 22 de Junho! -, merecemos todos umas boas férias. Há um sentimento de dever cumprido. Estes jogadores e este clube merecem o que estão a viver e tudo o que conseguiram. Estou muito grato aos adeptos que me apoiaram durante estes dois anos», afirmou o treinador, há minutos, ao abandonar o estádio Axa.

Quanto ao seu futuro, Domingos remete-se ao silêncio. «Não falo sobre isso!», disse aos jornalistas.


Câmara recebe amanhã equipa do SC Braga
Por António Casanova

Afinal, já há uma recepção prevista na Câmara Municipal de Braga aos heróis de Dublin.

O convite é agora oficial e seguiu há poucas horas para o SC Braga, depois de informações desencontradas que geraram algum desconforto entre os responsáveis do emblema arsenalista, que garantiam inclusivamente desconhecer qualquer cerimónia programada pela autarquia, como durante toda a manhã foi noticiado.

Assim, será hoje, ao meio-dia, que as portas dos Paços do Concelho vão abrir-se à equipa e à administração da SAD do SC Braga.

O convite de Mesquita Machado, presidente da câmara, estende-se também aos «simpatizantes e adeptos» do clube, conforme se lê no comunicado do gabinete de comunicação.

A Bola