NOTICIAS DO ENORME DO DIA 23/01

[JotaCC]

Injecção de adrenalina tira o vício de dormir

Domingos Paciência diz que um dia os azares na defesa vão terminar e que a estrelinha voltará a acompanhar a equipa. E provável que sim, até porque se o Braga trabalhar como o fez na segunda parte de ontem, a sorte não lhe pode virar sempre as costas. Mas para que esse dia chegue depressa, e a tempo de evitar a primeira classificação fora de lugares europeus desde que António Salvador chegou, convém que a equipa não entre sempre a dormir. Os erros são naturais, mas a repetição dos mesmos a cada jogo e no mesmo período já parece vício. E muito difícil de erradicar.

Só desde que o ano começou, o Braga já começou a perder contra Sporting, Guimarães e, agora, Setúbal. Isto sem contar com a péssima primeira parte em Portimão e com a reviravolta consentida também muito cedo com o Paços de Ferreira. Depois de acordar, a equipa mostra garras e joga bem, mas isso raramente basta para ganhar num campeonato competitivo e onde as equipas se conhecem bem. Manuel Fernandes deu sinal disso mesmo: o posicionamento de Ney (defesa, médio e extremo) é apenas um exemplo.

No que respeita ao jogo de ontem, os minhotos não podem ser os únicos culpados por uma primeira parte tão fraca. A entrada não foi má, mas, entre os 10' e os 40', o Braga sentiu-se um estranho em casa. O formato táctico escolhido por Domingos não é novidade absoluta, mas os intérpretes sim: o buraco no miolo, entre os médios e a dupla de pontas-de-lança, foi enorme e impediu um domínio total e absoluto. Jogue bem ou mal, um "10" é sempre uma referência, e os anfitriões jogaram 45 minutos sem ela. A exclusão de Lima, iluminado por três golos e uma assistência nos dois últimos jogos, também é aparentemente inexplicável.

O Setúbal foi eficaz como qualquer treinador deseja (dois golos em dois remates à baliza na primeira parte) e aproveitou depois a comodidade que sentiu com o inusitado 4x2x4 bracarense; teve a bola, povoou bem o terreno e não passou por dificuldades.

Ao intervalo, qual caranguejo, Domingos deu um passo atrás para a seguir galgar dois em frente. A troca de Meyong por Mossoró pressupõe um recuo, mas possibilitou o regresso a um formato bem conhecido. O Braga passou a mandar e a jogar apoiado, tal como gosta e melhor sabe. O Setúbal encostou, e a pressão acabou por resultar em golo. Lima ajudou ao massacre, mas foi o miúdo Guilherme a tornar-se o protagonista inesperado ao empatar de forma espectacular. A 17 minutos do fim, pensou-se que se seguiria a reviravolta completa. O Braga não foi a tempo, mas, pelo que massacrou, até a mereceria. Tivesse acordado antes, teria sido muito fácil. Tanto como a diferença de qualidade dos jogadores das duas equipas.



Arbitragem
Só faltou punir perdas de tempo

Olegário Benquerença mostrou amarelo aos 15' a Diego, por ter perdido tempo, mas não soube na segunda parte evitar que vários outros sadinos o fizessem. De resto, bem no capítulo disciplinar e certo ao recusar mão na bola de Ricardo Silva e atraso a Diego pelo mesmo jogador.



O MOMENTO
78'
Diego a dobrar salva o ponto

O Braga pressiona, e o golo adivinha-se. Lima, que já antes havia tentado de longe, larga mais uma bomba que só uma defesa fantástica de Diego consegue parar. A bola sobra para Alan, que vê muita gente na área e remata à espera de um desvio. Paulão está no caminho e grita-se novamente golo, mas Diego reergue-se e, na linha, segura.


Lances-chave

17' [0-1] Canto de Neca para uma zona onde saltam vários jogadores. A bola ressalta para a cabeça de Djikiné, que, só com Artur pela frente, não tem dificuldades em empurrar.

19' Keita remata contra Ricardo Silva. Enquanto os bracarenses protestam, Hélder Barbosa aproveita o ressalto e enche o pé, mas atira por cima.

20' [0-2] Pontapé de baliza de Diego. Rodriguez não acerta na bola e escorrega enquanto cobre Pitbull. A entrada da área, o remate cruzado do brasileiro é mortífero.

22' Remate cruzado de Hélder Barbosa a rasar o poste.

54' [1-2] Remate forte de Keita. Diego defende para a frente, e Hélder Barbosa reduz na recarga.

71' [2-2] Guilherme ameaça o cruzamento, mas flecte para o meio e, fora da área, remata em arco. O empate não podia ter sido mais espectacular.

77' Triangulação entre Alan, Mossoró e Lima, com este último a rematar, da zona do penálti, ligeiramente ao lado.

78' Defesa fantástica de Diego.



O Braga um a um

Artur 4

Sem estrelinha: não fez qualquer defesa e sofreu dois golos.

Miguel Garcia 5

Mais esforço do que inspiração.

Paulão 5

O mais certinho da defesa.

Rodriguez 4

Fífia imperdoável no lance do segundo golo do Setúbal.

Elderson 5

Atacou muito, só pecou por falta de discernimento em alguns lances.

Vandinho 5

Discreto, mas seguro.

Hugo Viana 5

Tentou o brilho com passes longos e remates de fora da área, mas não obteve o sucesso desejado.

Alan 7

Por vezes dá a ideia de que a equipa não o consegue acompanhar. Na pior fase, foi de longe o melhor e manteve a qualidade na segunda parte.

Hélder Barbosa 7

Irrequieto do início ao fim, tomou o gosto aos golos.

Meyong 2

Saiu ao intervalo após uma participação praticamente nula na primeira parte.

Keita 6

Possante e rematador, participou directamente no golo de Hélder Barbosa.

Mossoró 6

Deu energia positiva à equipa.

Lima 4

Tentou muito, mas foi perdulário.

Guilherme 6

Um golaço.



Domingos Paciência
"Ia havendo grande injustiça"

O treinador do Braga começou por fazer um desabafo. "Sinto que ia havendo aqui uma grande injustiça", soltou Domingos Paciência, passando a explicar porquê. "Entrámos bem no jogo e tivemos algumas oportunidades para fazer golo, por exemplo logo aos 14 segundos. O Setúbal foi três vezes à nossa baliza em todo o jogo e fez dois golos. Na segunda parte conseguimos dar a volta à situação e fizemos uma boa exibição; só foi pena não ter havido justiça no final, porque merecíamos a vitória", comentou o técnico, insatisfeito com os erros defensivos cometidos pela sua equipa. "Quando se está por cima e se erra assim, é complicado. Sinceramente não acredito que vá continuar a ser sempre assim em termos defensivos, mas quando erramos desta forma, é complicado", reforçou o treinador, concluindo o discurso com uma palavra para o jovem Guilherme, autor do fantástico segundo golo do Braga: "É um jovem com muito valor e vai certamente ter um bom futuro. Tem carácter, mas deve ter um crescimento progressivo. Não vou atirá-lo às feras."



Guilherme
"Vamos reverter isso"

Guilherme estreou-se a marcar, mas como lateral e não na posição de origem. "Prefiro jogar a médio, mas o míster é que decide. Importante é jogar", comentou, salientando "o belo golo", mas lamentando o resultado. "Vamos reverter isso. Prometo muito esforço", atirou.


Moisés voltou ao AXA

Depois de ter ido ao Catar fazer exames médicos e assinar os termos do contrato com o seu novo clube, o Al-Rayyan, Moisés está em Portugal para acertar a rescisão com o Braga, pelo que aproveitou esta estadia para ir ao AXA assistir ao jogo da sua antiga equipa frente ao Setúbal. 


Neca enerva Paulão

Ao ser substituído, Neca saía a passo e Paulão tentou arrastá-lo, mas o central sofreu a reprimenda do árbitro. Mais abusivo, Brasão não evitou o amarelo de Olegário, que mais tarde foi ao banco de apoio do Setúbal pôr em sentido três elementos que protestaram uma decisão sua.


O JOGO

[JotaCC]

Sp. Braga empata a duas bolas frente ao Setúbal



O Braga não foi feliz no jogo com o Vitória de Setúbal. A equipa esteve a perder por 0-2 e encetou uma recuperação que só não foi total por manifesta infelicidade. Mas quando se luta e se tem uma atitude assim só dá para confiar de que melhores tempos virão.

Quer se queira ou não, o jogo de ontem assumia uma importância quase capital para o Sporting de Braga. Esta importância advinha do facto de a equipa arsenalista vir de uma derrota caseira para a Taça da Liga e ter hipotecado mais um objectivo e de, para o campeonato, se impor uma vitória para dar sequência ao resultado do Algarve e manter o objectivo do campeonato.

Para isso, Domingos Paciência procedeu a alterações na equipa. Fez regressar Vandinho e colocou, na frente de ataque, Keita e Meyong. Teoricamente, as intenções de Domingos Paciência eram boas e a prática, dos minutos iniciais, até deu para perceber que, quando o Braga aumentava de velocidade pelas alas, a equipa sadina tremia.

A isto respondia o V. Setúbal com três centrais (Collin, Ricardo Silva e Valdomiro) a que se juntava, quando defendia os dois laterais (Ney e Miguelito), jogando à frente deles um trinco e dois médios. Na frente, Manuel Fernandes deixava Pitbull e Brasão. Percebia-se que perante a forma como as pedras estavam colocadas, seria difícil ao V. Setúbal conseguir em jogo jogado aproximar-se da área do Sporting de Braga.

Na verdade é o que estava a acontecer e só mesmo num lance de bola parada é que a equipa sadina podia criar perigo. O Braga entrou bem no jogo, logo nos segundos iniciais teve uma oportunidade de abrir o activo através de Keita mas a estória do jogo iria revelar-se bem diferente daquilo que se perspectivava.

Domingos não estaria à espera que a sua equipa voltasse a revelar grandes dificuldades defensivas nos lances de bola parada. Ao minuto 17, a bola sobrevoou, de um lado para outro, a área bracarense e, o mala io Djikiné, completamente à vontade cabe-ceou e fez no golo. Um autêntico balde de água fria para os arsenalistas.

O gelo abater-se-ia sobre o AXA quando Rodriguez tem uma autêntica fífia que Pitbull aproveita para fazer o segundo golo. Abanou a equipa do Braga mas não caiu. Os arsenalistas empurraram os sadinos para junto da sua área, mas faltava alguém que pudesse fazer a diferença já que Meyong mostrava que não estava em jogo.

Domingos Paciência fez entrar Mossoró para o lugar do apagado camaronês e o futebol do Braga torna-se muito mais pressionante. O Setúbal sente, cada vez mais, dificuldades em respirar, em alongar-se no terreno, o Braga carregava e Hélder Barbosa aos 55 minutos faz o golo e relança o jogo. Continuaram os minhotos a procurar o golo, vaga sobre vaga, o futebol ofensivo dos bracarenses empurrava o V. Setúbal que só aos 65 minutos é conseguiu chegar à baliza de Artur e sem perigo.

Só deu Braga na segunda parte, o V. Setúbal não conseguia respirar e procurava fazer anti-jogo. Era ataque sobre ataque, e tanto o cântaro vai à fonte que em alguma situação haveria de chegar o golo, e que golo! Guilherme, lançado para o jogo a substituir Miguel Garcia, arranca um pontapé cruzado fazendo o empate. Ainda faltava muito tempo, ainda havia esperança para chegar à vitória não só pela atitude de garra e querer que os jogadores do Braga demonstravam dentro de campo mas também pelo facto do V. Setúbal ter ficado reduzido a menos uma unidade por expulsão de Ney.

A vitória só não chegou para o Braga por manifesta infelicidade e porque Diego, quando não havia desacerto dos jogadores do Braga, estava sempre no caminho da bola.
Quando Benquerença apitou para o fim, o desalento dos bracarenses era evidente mas a verdade é que a forma como empurraram o adversário para próximo da sua área, a maneira como procuraram chegar ao golo, revelou que o Braga ainda está na luta.

CORREIO DO MINHO

[JotaCC]

Frustração: Sadinos resistiram com 10 a minhotos pouco inspirados
Arte de Guilherme não foi suficiente

O Sp. Braga não foi além de um empate (2-2) diante do V. Setúbal, que acabou o jogo reduzido a dez. Os minhotos tiveram mais posse de bola e mais oportunidades, mas esses predicados tornaram-se obsoletos no momento em que mostraram uma defesa de papel. De nada valeu o esforço de Hélder Barbosa e a 'bomba' de Guilherme, que marcou dois minutos depois de ter saltado do banco.

Os sadinos aproveitaram a letargia dos defesas do Sp. Braga para fazer dois golos em três minutos: marcou Djikiné (18'), após um canto, e brilhou Cláudio Pitbull (21'), dando a melhor resposta a um erro inacreditável de Rodriguez. A saída de Domingos e suas tropas para o intervalo foi, por isso, muito penosa, debaixo de um coro de assobios.

Os ânimos dos adeptos só acalmaram depois do golo de Hélder Barbosa (55'), na recarga a um remate de Keita. A explicação está na mudança de atitude do Sp. Braga, que passou a dominar e a encurralar os sadinos nos seus domínios. O jovem Guilherme deu mais esperanças de vitória com um golo de belo efeito (73'), apontado com o pé esquerdo junto à grande área, mas os minhotos não voltaram a encontrar o caminho para a baliza.


CORREIO DA MANHA

[JotaCC]

Crónica de jogo
Setúbal tira partido de um Braga intermitente

Minhotos corrigiram na segunda parte desvantagem de dois golos com que chegaram ao intervalo

As intermitências do Sporting de Braga ao longo desta época têm sido notórias. Ontem, as duas caras da equipa de Domingos Paciência viram-se dentro do mesmo jogo. O empate (2-2) castiga uma primeira parte desastrada da equipa da casa e assenta bem ao Vitória de Setúbal, que soube aproveitar a intranquilidade contrária.

Em pouco mais de uma semana o Braga ganhou fora de casa pela primeira vez esta época, perdeu para a Taça da Liga e voltou a escorregar ontem à tarde. E o jogo frente ao Vitória também foi sintomático dessa inconstância. Depois de uma primeira parte pouco conseguida, os bracarenses reagiram na segunda metade e só não venceram porque o guarda-redes Diego segurou o resultado com um par de boas defesas perto do final. Mas perderam mais dois pontos em casa e tardam em começar a subir na tabela.

Domingos Paciência surpreendeu ao apostar num desenho táctico com dois avançados no centro do terreno e dois homens nas alas. Mas essa opção desguarneceu o meio campo, expondo mais a equipa às transições dos setubalenses. Fruto dessa disposição atacante, o Braga entrou mais pressionante, mas nunca criou grandes apuros ao guarda-redes contrário.

Já o Vitória espreitou sempre as saídas rápidas para o ataque e foi numa dessas incursões que chegou ao golo. Aos 17", Neca bateu o pontapé de canto e Djikiné surgiu a desviar de cabeça para o fundo das redes. Os visitantes aumentaram a vantagem menos de três minutos depois, por intermédio de Cláudio Pitbull, que surgiu sozinho frente à baliza, aproveitando uma intercepção falhada de Rodríguez.

O Braga ficou afectado pelos golos sofridos. Falhou vários passes e a descoordenação entre os homens da frente começou a desesperar os adeptos. Até ao intervalo, apenas dois remates de meia distância: Hugo Viana (23") e Vandinho (32").

O técnico bracarense corrigiu ao intervalo, trocando Meyong por Mossoró. E a mexida deu frutos. Aos 54", Hélder Barbosa reduziu, na recarga a um remate de Keita ao qual Diego se tinha oposto. A formação bracarense passou a acreditar que podia dar a volta ao jogo e pensou ter a vida facilitada quando Ney foi expulso, aos 67".

Paciência arriscou e trocou o defesa Miguel Garcia pelo jovem médio Guilherme. O brasileiro de 19 anos respondeu no minuto seguinte, marcando um grande golo. Depois de ganhar a bola a Pitbull, flectiu para dentro e rematou cruzado. O Braga podia ainda ter chegado ao triunfo, mas encontrou pela frente Diego, que segurou os remates de Keita e Paulão (77") e o cabeceamento de Mossoró (86"), conservando o empate.


PUBLICO

[Bruno3429]

«Não nos passa pela cabeça falhar a Europa» - Vandinho
Por Pascoal Sousa

Na ressaca do empate frente ao V. Setúbal, no Axa, Vandinho considerou que os erros cometidos pela equipa não são culpa exclusiva da defesa. «Errámos todos. Tentámos fazer o melhor possível, mas o resultado não foi aquele que esperávamos. Teremos de continuar a trabalhar para melhorar.»

O capitão do SC Braga assume que a equipa «atravessa um momento mais difícil», mas afasta o cenário de queda na classificação. «Com duas ou três vitórias seguidas estamos outra vez lá em cima. Frente ao V. Setúbal criámos imensas oportunidades que não conseguimos concretizar. Há que melhorar esse aspecto, também.»

O objectivo Europa, nota Vandinho, mantém-se de pé. «Claro que não nos passa pela cabeça falhar um lugar nas competições europeias. Ainda falta disputar muito campeonato.»

O médio brasileiro afirma que a chega dos reforços Vinícius, Marco Ramos e Ukra «fortaleceu o grupo». «Todos os atletas que vieram têm muita qualidade. Agora, tais como os que cá estão, terão de se esforçar para terem o seu espaço.»

A Bola

[Bruno3429]

Trio reavaliado segunda-feira
Por Pascoal Sousa

O plantel do SC Braga regressa segunda-feira ao trabalho, com uma sessão aberta, às 10 horas, nos relvados secundários do Estádio Axa. Domingos vai dar o pontapé de saída na preparação do jogo com o Arouca, sábado, para o grupo C da Taça da Liga.

Sem jogadores castigados, o técnico está na expectativa de ver o grupo reforçado com as entradas de Paulo César e Sílvio. O atacante sofreu um traumatismo na coxa direita e o seu processo parece mais atrasado que o de Sílvio, lateral que recupera de uma mialgia na coxa direita.

Outro atleta em reavaliação será Lima, que saiu do jogo com o V. Setúbal com queixas num joelho. Aparentemente, nada de grave afecta o atacante, mas o exame matinal irá despistar as dúvidas.

A Bola