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Liga dos Campeões, a ruína dos pequenos?

Started by Olho Vivo, 28 de September de 2010, 11:31

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Olho Vivo

Parece-me que o dossier que O JOGO publica na edição de hoje é suficientemente importante para ser discutido por nós e ser levado em consideração pelos responsáveis do clube:



Liga dos Campeões a ruína dos pequenos

FRANCISCO DAVID FERREIRA
FRANCISCOFERREIRA@FAROLDEIDEIAS.COM

O outro desafio do Braga

A Liga dos Campeões é sinónimo de prémios astronómicos, de grandes jogos entre os gigantes da Europa e de receitas televisivas elevadas. A principal competição da UEFA tem uma atenção mediática superior a todas as outras e é sem dúvida a maior prova de clubes a nível mundial. Qualquer clube de pequena ou média dimensão sonha lá chegar, não só pelos grandes jogos e visibilidade que isso implica, mas também pelos milhões que entram directamente nos cofres da instituição.

E a verdade é que alguns pequenos clubes vão conseguindo entrar no restrito palco reservado aos grandes da Europa. Nos últimos 15 anos, há surpresas para todos os gostos, com vários exemplos de clubes de segunda linha a nível nacional que conseguem fazer bons campeonatos e confirmar a presença na Champions League, casos de Boavista, Celta de Vigo, Bétis, Real Sociedad, Nantes, Lens, Leeds ou Willem II. E também existem pequenos clubes de países com menor expressão no futebol, como AIK (Suécia), Thun (Suíça), Widzew Lodz (Polónia), Molde (Noruega), Kosice (Eslováquia) ou Lierse (Bélgica). Há dois pontos comuns a todos estes clubes, provenientes de países e campeonatos tão diferentes entre si. Além da dimensão reduzida, se comparados com gigantes como Manchester United, Real Madrid ou Bayern Munique, todos entraram em fases de crise desportiva e financeira, com alguns a descerem às divisões inferiores e a correrem o risco de fechar portas.

Agora que o Braga fez história e se tornou o quinto clube nacional a atingir a fase de grupos da Liga dos Campeões, será que também corre o risco de entrar no círculo de clubes que descem ao inferno depois de tocarem o céu?

O pesadelo boavisteiro

Das dezenas de casos espalhados pela Europa, o mais conhecido dos portugueses é o do Boavista. O crescimento dos axadrezados nas décadas de 1970, 80 e 90 culminou com o título de campeão nacional em 2000/01 e a presença em duas Ligas dos Campeões, em 1999/2000 e 2001/02. A equipa orientada por Jaime Pacheco atingiu a segunda fase de grupos na sua segunda presença na competição, ultrapassando clubes como Borússia de Dortmund, Liverpool ou Dínamo de Kiev. Os bons resultados representaram também um bom encaixe financeiro. Por isso, nada fazia prever que o clube do Bessa tivesse uma queda tão abrupta a nível financeiro. Mas a verdade é que foi acumulando dívidas e começou a descer alguns lugares na classificação. A machadada final chegou com a despromoção na secretaria, devido ao caso Apito Dourado, em 2007/08. No ano seguinte, e cada vez mais afundados em problemas financeiros, os axadrezados voltaram a descer, desta vez desportivamente, para a II Divisão. Um cenário impensável: da Liga dos Campeões ao terceiro escalão nacional em apenas seis épocas. Mas como se explica tal queda? Jorge Silva, duas vezes internacional , conhece bem a situação do Boavista. Representou as panteras na Liga dos Campeões e voltou ao clube depois da descida à Liga Vitalis (2º escalão). "Quando fomos à Liga dos Campeões, nenhum jogador sentia qualquer problema. Estavam concentrados nos jogos e não estavam muito a par da gestão financeira do clube, por isso era impossível imaginar uma situação destas", começa por explicar. "A verdade é que os problemas foram começando a surgir ao longo dos anos, mas, na altura, todos elogiavam a gestão do Boavista, por isso é complicado perceber o que falhou."

Quando Jorge Silva regressou aos axadrezados, encontrou um cenário caótico. "O Boavista tinha uma estrutura muito forte, de clube grande. Na Liga Vitalis, era impossível manter isso. Encontrei um clube num caos financeiro, com muitos problemas", revela. O capitão dos axadrezados coloca parte da responsabilidade na construção do Estádio do Bessa. "É público que o Boavista não teve os apoios de outros clubes, e isso acabou por se reflectir nas suas finanças", afirma. Por outro lado, Jaime Antunes, economista, empresário e antigo candidato à presidência do Benfica, defende que os axadrezados entraram em "loucuras" ao aumentar salários a jogadores e ao criar uma estrutura que o clube não poderia suportar em condições normais. "As receitas não aumentaram à mesma velocidade das despesas. Quando o clube deixa de ter êxito, volta às receitas antigas, que são insuficientes para alimentar a estrutura que se montou entretanto", explica Jaime Antunes.


O JOGO [continua]

Olho Vivo

Semelhanças em Espanha e França

Em Espanha, os casos multiplicam-se. Celta de Vigo, Real Sociedad e Bétis são três exemplos da mesma situação: depois de anos de sonho entre os grandes da Europa, caíram rapidamente na segunda liga. O caso do Celta assume contornos ainda mais estranhos: os galegos desceram em 2003/04, precisamente a temporada em que fizeram a melhor época europeia de sempre ao chegar aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. O plantel estava recheado de estrelas, como Mostovoi, Milosevic ou Sylvinho. No ano seguinte, o clube conseguiu voltar a La Liga, mas em 2007 voltou ao pesadelo do segundo escalão, onde se vai mantendo com muitas dificuldades e até, esta época, muito perto dos últimos lugares.

O mesmo aconteceu com a Real Sociedad e o Bétis (ver tabela). Os bascos, entretanto, já regressaram ao convívio dos grandes, mas o Bétis não. O clube de Sevilha continua a braços com problemas financeiros que têm obrigado à redução das despesas com o plantel. Isto depois de ter investido em nomes como Marcos Assunção ou Odonkor. Quando as coisas começaram a correr mal no plano desportivo e as receitas desceram drasticamente, a instabilidade traduziu-se na despromoção.

Em França, Nantes e Lens também se viram a braços com enormes problemas económicos e desportivos. Depois de presenças interessantes na Liga dos Campeões, ambos enfrentaram o fantasma da descida. Se o Lens conseguiu voltar à Ligue 1 depois da travessia do deserto na Ligue 2, a situação do Nantes é mais delicada. O clube foi campeão em 2000, com o português Mário Silva no plantel, e seguiu-se uma boa participação na Liga dos Campeões, mas os problemas financeiros começaram pouco depois. O clube foi comprado pelo Socpresse, um importante grupo de comunicação social francês, e o presidente passou a ser Jean-Luc Gripond, um homem que desconhecia o mundo do futebol. Os maus resultados começaram a surgir, Gripond passou a ser muito contestado pelos adeptos e acabou por dizer adeus em 2005. Mas o caminho estava trilhado: os problemas financeiros levaram à descida. Hoje, o Nantes luta pela sobrevivência e vai ocupando os últimos lugares da Ligue 2.

Nicolau Santos, director-adjunto do "Expresso" e seguidor atento do futebol, diz que é importante recordar que estes são clubes que acabam por chegar às grandes competições de forma inesperada. "São clubes que fazem boas épocas porque conseguem um plantel forte naquele ano, ou porque escolheram bem o treinador, ou [ainda] porque os outros foram mais fracos que o habitual. Mas geralmente não é nada muito planeado, acaba por acontecer sem ser um objectivo pensado." Na opinião do jornalista, nessas alturas as equipas passam a ter dois caminhos: ou continuar a apostar na mesma fórmula, correndo o risco de chegar à Liga dos Campeões e perder todos os jogos, mas manter as finanças em ordem; ou apostar na compra de jogadores para ter desempenhos positivos e tentar manter o nível internamente. "A maior parte das equipas prefere investir imenso com a expectativa de repetir os resultados alcançados, mas se as coisas começam a correr mal desportivamente, essa aposta acaba por se traduzir na impossibilidade económica de alimentar a estrutura criada", explica.

O Sturm Graz, da Áustria, é um exemplo perfeito disto. Após três presenças na Liga dos Campeões no final dos anos 90 e início do novo milénio, em 2006 o clube ficou na bancarrota e só um pequeno milagre o salvou. Depois da venda de jogadores importantes, o clube investiu demasiado dinheiro na compra de novos profissionais, com bons salários, mas que não renderam o esperado. Nicolau Santos defende que, nestes casos, o ideal seria apostar na "formação e na prospecção". "Há muitos jogadores que não são suficientemente bons para serem titulares de um grande clube, mas que têm valor para fazer a diferença em clubes mais pequenos. A aposta devia passar por aí", afirma.

Com o sucesso desportivo, surge também o entusiasmo dos adeptos, que, até certo ponto, passam a ter um grau de exigência mais elevado. Essa vontade de repetir os êxitos e a contestação em caso de falhanço podem ajudar a justificar as loucuras cometidas? Jaime Antunes pensa que não. "Os adeptos são emocionais, e é natural que exijam mais. Mas as Direcções têm de ser racionais e perceber que os clubes neste momento são autênticas empresas. E devem ser geridos como tal, com realismo e sempre com os pés assentes na terra." E acrescenta que, no futebol, tal como no mundo empresarial, se a gestão é pouco pensada "a factura acaba por ter de ser paga". E, no caso dos clubes pequenos, essa factura chega "ainda mais cedo".


O JOGO [continua]

Olho Vivo

Inglaterra não escapa

A nível europeu, o caso mais mediático será o do Leeds United, um grande clube inglês com uma enorme massa adepta. No final dos anos 90, o Leeds construiu boas equipas sem entrar em grandes esforços financeiros. Os bons resultados desportivos a nível interno começaram a surgir, e os whites, como são conhecidos, chegaram à Liga dos Campeões em 2000/01. E aí começou o descalabro. Apesar de uma campanha fantástica em que atingiu as meias-finais, o Leeds começou a gastar muitos dos milhões amealhados na competição. Só Rio Ferdinand, defesa-central, custou mais de 20 milhões de euros. Seguiram-se Robbie Fowler e Seth Johnson. A aposta era clara: um forte investimento no plantel, por forma a manter o clube num nível muito elevado e assegurar que todas as épocas recebia verbas avultadas provenientes da participação na Liga dos Campeões. Para isso, o Leeds foi também obrigado a contrair avultados empréstimos bancários. No entanto, o colapso surge logo depois, quando a equipa termina o campeonato fora das posições de acesso à principal competição europeia. A partir desse momento, o Leeds deixou de ter dinheiro para pagar as dívidas. A solução foi vender os principais jogadores bastante abaixo do valor de mercado. Robbie Keane, Ferdinand, Bowyer e Kewell foram todos obrigados a abandonar os whites.

Para equilibrar as finanças, o Leeds teve de construir plantéis quase do zero, com jogadores menos talentosos. Além disso, o clube foi mesmo obrigado a vender o seu complexo de treinos por cerca de cinco milhões de euros. No relvado, a crise reflectia-se, e o clube foi caindo divisão atrás de divisão, chegando rapidamente à League One (terceiro escalão do futebol inglês), onde lutou para não fechar portas. Hoje começam a surgir os primeiros sinais de recuperação: voltou ao Championship (segundo escalão) e quer começar a criar bases para voltar à Premier League.

Os casos multiplicam-se de norte a sul da Europa, e nem os clubes do norte e centro do continente, conhecidos por seguirem políticas orçamentais mais rigorosas, escapam a estes cenários. Na Suécia e na Noruega, AIK e Molde aumentam a lista de clubes que se arruinaram depois de presenças históricas na Champions. Na Bélgica, foi o Lierse a conseguir entrar neste clube restrito e a cair na desgraça financeira e desportiva. Outro bom exemplo é o FC Thun, um clube muito modesto da Suíça que surpreendeu o mundo do futebol ao brilhar na Liga dos Campeões. Nas épocas seguintes, o dinheiro proveniente dessa presença pouco ajudou: o Thun desceu à Challenge League (segundo escalão), de onde só saiu esta época. Na verdade, a lista é interminável (ver tabela).

Como apontamento final, não esquecer a Fiorentina, que depois de vários anos ao mais alto nível entrou num colapso financeiro tão elevado que o clube foi mesmo obrigado a recomeçar da Série C2 (quarto escalão). Caso diferente é o do Parma, que também atingiu sucesso inesperado na década de 1990, mas acabou por cair a pique até à Série B. Sublinhe-se, contudo, que o caso do Parma está mais ligado à crise financeira da Parmalat, empresa que patrocinava e sustentava o clube.


O JOGO [continua]

Olho Vivo

Onde estão as surpresas?

ANTES E DEPOIS

Boavista FC Liga dos Campeões em 1999/2000 e 2001/02 Milita na segunda divisão (terceiro escalão),(Portugal) a braços com uma enorme crise financeira.

Celta de Vigo Liga dos Campeões em 2003/04 Descida à segunda divisão, onde até (Espanha) vem lutando para não descer.

Bétis Liga dos Campeões em 2005/06   Descida à segunda divisão, (Espanha)    crise financeira.

Real Sociedad Liga dos Campeões em 2003/04 Desce em 2006/07. Só regressou (Espanha) a La Liga esta época..

Lens Liga dos Campeões em 2003/04 Desceu à Ligue 2 em 2006/07. Já voltou à Ligue 1,(França) mas ainda longe dos resultados de outros tempos.

Nantes Liga dos Campeões em 2001/02 Descida à Ligue 2, péssimos resultados desportivos,(França) correu o risco de descer à terceira, enorme crise financeira.

Parma Liga dos Campeões em 1997/98 Desceu à Série B, muito graças à crise da Parmalat.(Itália) Já começou a fase de recuperação na Serie A.

Leeds Liga dos Campeões em 2000/01 Descida até à League One (terceiro escalão), enorme crise(Inglaterra) financeira. Hoje está no Championship,  segundo escalão do futebol inglês.

Willem II Liga dos Campeões em 1999/2000   Tem lutado para não descer à segunda divisão.(Holanda)

FC Thun Liga dos Campeões em 2005/06 Rápida descida à segunda, só voltou este ano à primeira. (Suíça)

FC Kosice Liga dos Campeões em 1997/98 Desceu em 2003/04, mudou de nome e de donos. (Eslováquia) Continua com enormes problemas financeiros.

Maribor Liga dos Campeões em 1999/2000 Em 2003/04 esteve a um passo de fechar portas.(Eslovénia) Tem dívidas consideráveis para um clube da Eslovénia.

Sturm Graz Liga dos Campeões em 1998/99, Entrou em colapso financeiro e esteve perto (Eslováquia) 1999/2000 e 2000/01 de falir em 2006. Está em recuperação.

AIK Liga dos Campeões em 1999/2000   Desceu à segunda divisão em 2004.(Suécia)

Molde Liga dos Campeões em 1999/2000 Despromovido em 2006, mas já recuperou, tendo voltado (Noruega) à primeira liga.


O JOGO [continua]

Olho Vivo

Irá a teia apanhar o Braga?

Vistos todos estes maus exemplos, será que o Sporting de Braga pode ser mais uma vítima desta teia de dívidas e investimentos irreflectidos? Apesar de os próximos anos serem imprevisíveis, quem segue atentamente o clube defende que é pouco provável que o Braga entre em colapso financeiro depois desta participação na Liga dos Campeões. Jaime Antunes entende que os arsenalistas são um "bom exemplo de gestão, com um modelo empresarial bem implementado". O economista sublinha ainda que o clube não está a entrar na tentação de contratar jogadores muito caros. "O Braga vendeu alguns activos importantes, como o Eduardo ou o Evaldo, e reforçou-se com excelentes jogadores a custo zero, como o Felipe, o Sílvio ou o Lima. Esta é uma boa fórmula", defende.

Já Nicolau Santos acredita que o Braga tem uma estrutura "bastante profissional", bem diferente da que o Boavista tinha. "E se o Braga continuar neste caminho, então pode consolidar a sua presença entre os grandes nos próximos três ou quatro anos." Jorge Silva concorda e sublinha que o facto de a Câmara de Braga estar a trabalhar de perto com o clube (nomeadamente na questão do Estádio AXA) pode ser uma força muito importante. "Acho que quem está dentro do clube sabe bem o que tem a fazer para não seguir os erros dos outros", reforça o defesa.

Mas a verdade é que, em 2001, também o Boavista parecia ter um modelo de sucesso, baseado numa gestão rigorosa e equilibrada. O mesmo acontecia com clubes como o Leeds, o Celta de Vigo ou o Nantes, que pareciam consolidar a sua posição nos campeonatos locais, mas de um momento para o outro tiveram quedas vertiginosas. Quando a gestão é mal planeada, o descalabro pode acontecer a qualquer momento. E, no caso do Braga, o importante é olhar para os maus exemplos e fazer exactamente o oposto. Só assim pode garantir absolutamente que não terá de enfrentar o pesadelo de uma grave crise financeira nos próximos anos.


O que o Braga deve fazer para não seguir os maus exemplos

> Manter estrutura realista e adequada à dimensão nacional do clube

> Manter política de transferências actual: comprar barato e vender caro

> Não aumentar exponencialmente os salários e despesas com o plantel

> Apostar na formação e na prospecção de talentos

> Reforçar modelo empresarial do clube, apostar em áreas comoo marketing ou a comunicação


O JOGO

david

è um bom artigo, mas não me parece que o nosso clube venha a pagar essa factura, desde que tenhamos um orçamento realista e que não entremos em loucuras, não vamos ter esses problemas e se olharmos para o nosso plantel deste ano ve-se que não entramos em loucuras, com uma administração rigorosa e com um plantel que nós dê garantias podemos andar nos lugares de cima do campeonato e fazer coisas engraçadas na europa sem problemas.

Vicente Repas

  Estive a ler esse trabalho, no jornal, e parece-me um bom "alerta" para o "bom senso" dos Clubes que, ao primeiro sucesso, entram em "grandes cavalgadas", com investimentos avultados, esquecendo que o futebol é um jogo (palavra pesada) e como tal não é garantido que se ganhe.
De qualquer forma penso que temos a "vacina" para essa doença. António Salvador não irá enveredar por esse caminho. Ele sabe que não podemos ter "mais kú que cadeira", como diria um antigo jornalista desportivo.
Foi por essa razão que "postei" a notícia do Zé Castro (no devido tópico) com alguma preocupação, pois não me parece que seja um jogador "barato".
Saudações Braguistas!
FORÇA ENORME SCBRAGA!

Duarte

E ainda ha por aí muitos adeptos que se quiexam das contratações do nosso clube...
O FÓRUM DE BRAGA:
www.forum.bracarae.com

Bracaraugustano

Isto tem tudo a ver com o cair na tentação de começar a gastar o que não se tem e ceder à pressão de adeptos, comunicação social e alguns dirigentes. O caso do Braga tem que ser pensado. Este ano o orçamento deve ser record e, nem por isso, somos mais do que candidatos a um lugar na Liga Europa. Sejamos realistas, só chegaremos a mais se algum dos grandes vacilar (embora o Benfica não tenha começado bem, basta ganhar ao Braga e já está à nossa frente). Esta é a realidade. O problema é que começa logo a haver a pressão e a ilusão de que é possível e quase obrigatório fazer melhor. Se o Braga cair na tentação de querer ter sucesso imediato, vai-lhe acontecer o mesmo que aconteceu a todos esses clubes citados. Não sejamos ingénuos e pensarmos que todos os dirigentes desses clubes eram incompetentes e que o Salvador é o mais inteligente de todos. A inteligência vê-se quando se aprende com os erros dos outros. É fundamental percebermos que o anormal é irmos à Champions e que só lá voltaremos esporadicamente ou, com um projecto sustentado, a médio/longo prazo. Este ano já nos colaram o rótulo de candidatos ao título e há quem tenha acreditado. Haja ponderação, pés assentes no chão e dê-se tempo para que as coisas sejam feitas de modo sustentado. Iremos ter alegrias mas também desilusões. Haverá campeonatos em que ficaremos classificados abaixo do esperado. Isso acontece com todos. Vamos acreditar que os exemplos acima descritos sirvam de exemplo para não repetir. Alerto, no entanto, que as tentações são muitas e nem sempre fáceis de evitar...

1

Julgo que a direcção está atenta, pelo menos a julgar pelas palavras do Salvador.

Por outro lado acho que este será o plantel mais caro de sempre, mas também esta vai ser a época com maiores receitas de sempre.

Importante é que se este ano ficarmos fora da Champions o Braga saiba reduzir logo as despesas com jogadores e é ainda mais importante que este ano o Braga diminua o passivo bancário que ainda tem para números comportáveis com a dimensão do nosso clube.

O sporting de lisboa anda lixado pela sua situação financeira tenham isso em conta, não podemos ficar como eles, pelo contrario, temos de os ultrapassar.

Vicente Repas

Quote from: Bracaraugustano on 28 de September de 2010, 11:59
Isto tem tudo a ver com o cair na tentação de começar a gastar o que não se tem e ceder à pressão de adeptos, comunicação social e alguns dirigentes. O caso do Braga tem que ser pensado. Este ano o orçamento deve ser record e, nem por isso, somos mais do que candidatos a um lugar na Liga Europa. Sejamos realistas, só chegaremos a mais se algum dos grandes vacilar (embora o Benfica não tenha começado bem, basta ganhar ao Braga e já está à nossa frente). Esta é a realidade. O problema é que começa logo a haver a pressão e a ilusão de que é possível e quase obrigatório fazer melhor. Se o Braga cair na tentação de querer ter sucesso imediato, vai-lhe acontecer o mesmo que aconteceu a todos esses clubes citados. Não sejamos ingénuos e pensarmos que todos os dirigentes desses clubes eram incompetentes e que o Salvador é o mais inteligente de todos. A inteligência vê-se quando se aprende com os erros dos outros. É fundamental percebermos que o anormal é irmos à Champions e que só lá voltaremos esporadicamente ou, com um projecto sustentado, a médio/longo prazo. Este ano já nos colaram o rótulo de candidatos ao título e há quem tenha acreditado. Haja ponderação, pés assentes no chão e dê-se tempo para que as coisas sejam feitas de modo sustentado. Iremos ter alegrias mas também desilusões. Haverá campeonatos em que ficaremos classificados abaixo do esperado. Isso acontece com todos. Vamos acreditar que os exemplos acima descritos sirvam de exemplo para não repetir. Alerto, no entanto, que as tentações são muitas e nem sempre fáceis de evitar...

Bem dito. Se se subir a escada, degrau a degrau, o risco de cair é muito menor.
Saudações Braguistas!
FORÇA ENORME SCBRAGA!

Zusco

O Braga é diferente. Nós temos os melhores adeptos e uma excelente direcção.
Não tenho medo disso :(

jacm

#12
Nunca podemos dizer desta agua não beberei. Mas numa primeira analise de quem realmente acompanha a vida do clube, este artigo não encaixa no Braga, pelo menos enquanto Salvador se mantiver na liderança. Senpre deixou bem vincado qual o caminho do Braga e se dúvidas houvessem, elas ficaram dissipadas nas contratações feitas esta época apôs nos classificarmos para a Champios. Pegando nos dois exemplos que nos são mais próximos: o Boavista mergulhou na crise que ostenta, não por ter sido campeão ou ter entrado na elite da Champions, mas por ter tido a ideia de avançar para a remodelação do Bessa por sua conta e risco. O outro, o Celta de Vigo, na devida altura, quadriplicou o seu orçamento com a contratação de algumas vedetas pagas a peso de ouro. Não me parece que o Braga venha a seguir um caminho igual, o nosso crescimento tem sido sustentado em orçamentos realistas e rigorosos.
No entanto, este artigo não deixa de ser pertinente. Para terminar, tem sido hábito por parte da Comunicação Social nos últimos tempos, tentar mostrar muitos mais as consequências perigosas que podemos vir a ter com a nossa entrada na Champions se não tivermos os pés assentes no chão, como se o Presidente e toda a Direcção que o acompanha não soubesse. Até nós associados sabemos....
Podiam era fazer uma analise rigorosa aos 3 grandes que, ano apôs ano se endividam ainda mais(estando praticamente na falência todos os três) para conseguirem presenças na Champions. Sobre isto é que ninguém fala e faz artigos. Ninguém procura saber como é que três empresas em falência tecnica conseguem ter os orçamentos que têm e quem o permite.
POR UM BRAGA CAMPEÃO

paulo

Há uma generalidade de informação na comunicação social de que o s.c.braga pode seguir os paços do Boavista. Esse fantasma existe para quem não conhece a realidade do s.c.braga
Eu sou só um "simples" sócio do braga mas pelo anos que estou ligado ao nosso clube acompanhando no apoio do nosso clube em casa e fora leva-me a concluir que não existe comparação possível.
Temos uma estrutura directiva com créditos firmados em políticas de contratação de jogadores, custo zero e rentabilizar em futuras vendas. Temos mais sócios e acima de tudo temos uma cidade e uma região cada vez mais próxima do s.c.braga
.

JOAO CARLOS

Esperemos pelo fim do dossier renovações e aí já teremos uma ideia mais concreta sobre este assunto. Se continuarmos na senda do que foi feito com o Alan o caminho pode ser perigoso... Embora muito gente ande iludida com o "nível" dos nossos adeptos e que estes são uma boa base de suporte basta olhar atentamente os números para perceber que os adeptos do Braga "não contam para nada" em termos financeiros. Somos sempre os "mesmos" e andamos a fazer sacrifícios muito grandes para estar em todo o lado. Também ao nível da força económica da região...esta pura e simplesmente não existe pelo que por aí não vamos lá. Por fim gostaría de dizer que um orçamento da grandeza do que temos actualmente não me parece que seja sustentável indefinidamente.

Apenas_Braga

#15
Um excelente texto com muita substância para analisar.

Para já não se pode comparar o Braga ao Boavista

1. Porque o Braga não foge de um tecto salarial relativamente baixo, ao contrário do Boavista que tinha salários elevados

2. Porque o Braga compra a custo zero e depois faz dinheiro com os activos, ao contrário do Boavista que comprava jogadores e muito pouco dinheiro fazia com activos

3. Um dos maiores problemas do Boavista foi querer fazer o estádio por conta própria e que fez com que se afundasse de vez, contrariamente ao Braga que não tem neste momento poder financeiro para ter um estádio próprio.

Estes três pontos penso que foram fundamentais para o Boavista cair, o que não está a acontecer em Braga. Por isso penso que com a gestão que está implementada, nunca o S.C. de Braga será um Boavista.
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Lipeste

Esse não irá ser o nosso destino...bem sei que até entre alguns dos nossos adeptos (incluindo alguns dirigentes de outros tempos) esse é um dos seus intimos desejos, mas por mais que o desejem irão ter que assistir à solidificação do ENORME. Percebo a preocupação e o alerta merece atenção, mas nada mais que isso.

Olho Vivo

Quote from: Lipeste on 28 de September de 2010, 15:13
Esse não irá ser o nosso destino...bem sei que até entre alguns dos nossos adeptos (...) esse é um dos seus intimos desejos [...]


Entre os nossos adeptos!?!? ??? ??? ???

rvx

#18
Para se cair numa situação destas, basta erros graves serem cometidos numa época. Mas, pelo que tenho visto nos últimos anos e na presente época, acho que ainda não temos razões para temer isso. Mas estar atento é importante.

Lipeste

#19
Quote from: Pedro Ribeiro on 28 de September de 2010, 15:15
Quote from: Lipeste on 28 de September de 2010, 15:13
Esse não irá ser o nosso destino...bem sei que até entre alguns dos nossos adeptos (...) esse é um dos seus intimos desejos [...]


Entre os nossos adeptos!?!? ??? ??? ???


Sim, pelos comentários que por vezes aqui surgem, principalmente quando as derrotas são pesadas alguns parecem ter esse desejo...mas referia-me aqueles que em tempos geriram (mal) os nossos destinos (presumo que continuem a ser adeptos), alguns ex dirigentes que aguardam a derrocada para abrirem umas garafas de campanhe.