NOTÍCIAS DO ENORME DO DIA 11/11

[Pé Ligeiro]

Chega hoje do Brasil
Rogério Gonçalves vai ser confirmado

A transferência deverá concretizar-se sem problemas, porque Rogério Gonçalves possui uma cláusula no contrato, que lhe permite sair da Naval

Rogério Gonçalves é esperado hoje à tarde na cidade dos Arcebispos para oficializar o acordo anteontem à noite estabelecido com António Salvador, presidente da SAD do Braga, estando projectada a apresentação do novo treinador arsenalista para o final da tarde. O contrato, cujos contornos estão praticamente definidos, terá a validade de um ano e meio. O novo técnico bracarense passou toda a manhã e parte da tarde no aeroporto de Guarulhos, em S. Paulo (Brasil, onde se deslocou em missão de prospecção de mercado ao serviço da Naval) à procura de um lugar no voo para o regresso a Portugal, acabando por conseguir, tendo chegada ao Porto prevista para a início da manhã de hoje. Seguirá, então, para a Figueira da Foz, a fim de se desvincular da Naval.
A mudança de ares de Rogério Gonçalves é um dado adquirido, por muito que desgoste os responsáveis da Naval, em virtude do excelente trabalho que o técnico estava a realizar. Pouco depois do acordo estabelecido com os bracarenses, Rogério Gonçalves conversou com o presidente da Naval, Aprígio Santos, e na sequência do diálogo tudo aponta para que a transferência do técnico para o Minho se processe em harmonia entre todas as partes. No entanto, se por qualquer motivo surgir uma inversão no processo, a mudança de Rogério Gonçalves para a cidade dos Arcebispos concretizar-se-á na mesma, obrigando o treinador a accionar uma cláusula que possui no seu contrato, a qual o liberta para qualquer clube que lute por objectivos superiores aos da colectividade da Figueira da Foz...
Rogério Gonçalves não será o único a fazer o caminho da Figueira para Braga. Manuel José, habitual colaborador do novo técnico arsenalista, acompanha o chefe nesta aventura, para desempenhar as funções de preparador-físico, com um vínculo válido por um ano e meio.
Destaque
Rogério Gonçalves vai ser treinador do Braga, mesmo que tenha que indemnizar a Naval


Aprígio Santos não esconde mal-estar
"Não terei a mínima condescendência"

O presidente da Naval, Aprígio Santos, continuava ontem a exigir que Rogério Gonçalves cumpra o contrato com o clube. "Não estou satisfeito com a atitude que tomou ou está a tomar e não sei como isto vai terminar. Existe um contrato para cumprir e exijo que seja cumprido. Até este momento, é o treinador da Naval", disse o líder da Naval. De resto, mostrava-se revoltado com as movimentações reveladas pela Comunicação Social, acrescentando que ninguém, designadamente do Braga, falou consigo "ou com alguém da Naval até este momento".
"Não contava com isto, porém as acções ficam com quem as pratica. Da minha parte, não vai haver a mínima condescendência para facilitar o que quer que seja e se alguém disse que eu já acordei o que quer que fosse é mentira", concluiu o presidente navalista, visivelmente desgosto, até porque o mais certo é que acabe por ver o técnico sair do clube por uma verba quase simbólica, a rondar os 40 mil euros.


Saídas confirmadas
Carlos Garcia rescindiu, Miguel Cardoso discute

Carlos Garcia acertou ontem os termos da rescisão do contrato que o ligava ao Braga até ao final da próxima época. Após o treino vespertino de ontem, o nº 2 de Carlos Carvalhal reuniu-se com o presidente António Salvador e acordou a denúncia do vínculo que possuía com o clube. Igualmente reunido com o líder da SAD arsenalista esteve o preparador-físico Miguel Cardoso, num encontro que não foi conclusivo. As partes deverão voltar a conversar entre hoje e amanhã, de forma a encontrar uma solução para a desvinculação, uma vez que a saída é um dado adquirido.


Problema muscular
Hugo Leal volta a parar

Hugo Leal abandonou o apronto matinal de ontem com um problema muscular, suspeitando-se que se trate apenas de uma mialgia. O centrocampista vai permanecer sob observação do departamento clínico, que no regresso aos trabalhos, na manhã da próxima segunda-feira, vai avaliar a evolução da situação clínica durante o fim-de-semana. Por outro lado, Matheus, Paulo Santos e Marcel voltaram a realizar trabalho específico no ginásio, de recuperação de antigas mazelas, enquanto Vandinho, Zé Carlos, Maurício e Wender voltaram a realizar treino de reintegração progressiva no relvado.



Alterações
Jogo com o Benfica dia 18, às 21h30

O Braga-Benfica, da próxima jornada, foi antecipado para as 21h30 do próximo dia 18 (sábado), sublinhado-se ainda que o Sevilha-Braga, referente à terceira jornada da fase de grupos da Taça UEFA, vai ser disputado no dia 23 (quinta-feira), a partir das 19h45 (20h45 locais), no Estádio Ramón Sanchés Puizjuán. Ao invés, o jogo Setúbal-Braga foi adiado do dia 26 para o dia 27 (segunda-feira), a partir das 19h45.


Filho de um madeireiro
Aprendeu no seminário a gostar de... futebol
Aos 47 anos, Rogério Gonçalves atinge o ponto mais alto da sua carreira e logo com uma estreia absoluta - defrontar o Sevilha para a Taça UEFA


Filho de um madeireiro de Lanheses e o mais novo de sete irmãos, Rogério Gonçalves tem uma história curiosa no que toca à forma como despertou para o futebol. Seminarista em Braga, o pequeno Rogério aprendeu nos intervalos das aulas a gostar de futebol, compatibilidade que se revelou impossível de realizar com o avançar da idade, abandonando Braga para se mudar de armas e bagagens para casa e prosseguir os estudos no antigo Liceu de Viana do Castelo onde estudou até ao sétimo ano, actual 2º do ciclo complementar. Com o futebol no corpo, foi o Lanheses, clube da terra, que lhe abriu as portas à prática, correspondendo anos mais tarde (1991/92) ao assumir, também, a responsabilidade de treinar a equipa. Pelo meio, entrou para a Câmara Municipal de Viana do Castelo onde foi durante anos técnico de Desporto. Actualmente continua detentor do cargo, mas com o estatuto de licença sem vencimento. O aluno que sempre gostava de estar na cadeira da frente na escola continuou a aprender e tirou o curso de treinador ao mesmo tempo que somava o seu primeiro título de campeão nacional (1993/94), ao serviço do Limianos.
A sua preocupação em estar em constante actualização no que toca à realidade do futebol mundial distinguiu-o e manteve-o na senda dos clubes da II Liga onde chegou em 1999/00 (Varzim) depois de ter sido o primeiro treinador a dar um título nacional (III Divisão) ao já centenário Vianense. Na Póvoa atingiu nova fase da sua carreira chegando à primeira divisão em 2000/01, saiu na época seguinte à 13ª jornada. Adepto de meios-campos "musculados", gosta de jogar com dois defesas de cariz bem defensivo - cenário que colide com o que foi a prática de Carlos Carvalhal e a anterior de Jesualdo Ferreira - sendo um treinador que dá grande importância aos aspectos tácticos, sendo por natureza um pedagogo. No balneário, diz com quem ele trabalhou, tem facilidade em conquistar o respeito dos jogadores conseguindo-o sem usar de autoridade excessiva.

 
BI

Nome: Rogério de Sousa Gonçalves
Data de nascimento: 01.10.1959
Naturalidade: Lanheses
Carreira como treinador:
Lanheses 1991/92
Limianos 1992/93 a 1994/95
Vianense 1995/96 a 1998/99
Varzim 1999/00 a 2001/02 e 2003/04
Chaves 2002/03
Naval 2004/05 e desde Março de 2006
Leixões 2005/06 até Fevereiro
Títulos
III Divisão 1993/94 Limianos; 1998/99 Vianense
Subidas
Varzim 2000/01
Naval 2004/05


No Mundial da Alemanha
Adivinhou Scolari

Os conhecimentos de futebol de Rogério Gonçalves tornaram-no capaz de uma miniproeza no decurso do último Campeonato do Mundo quando, em família e assistindo a um dos jogos de Portugal, projectou e... adivinhou as alterações que Luiz Felipe Scolari iria fazer durante a partida. Profundo conhecedor do futebol português, os anos que leva como treinador também já o colocaram no epicentro de uma enorme polémica quando se estreou na primeira divisão do futebol nacional então ao serviço do Varzim e logo frente ao Benfica. Nesse jogo, o Benfica até esteve a ganhar por 2-0, mas os poveiros acabariam por chegar ao empate já nos descontos, num jogo que ficou célebre pela marcação impiedosa que o central do Varzim, Alexandre, moveu a Mantorras e que levou, no final, o presidente encarnado, Luís Filipe Vieira, irritado pelas marcas nas pernas do internacional angolano, a proferir (mais) uma frase célebre do futebol português: "Deixem jogar o Mantorras".
Destaque
Regressou à Naval em Março depois de ter o clube levado à Liga principal em 2004/05


António Marques (presidente da Associação Industrial do Minho)
"Conheço mal o Rogério Gonçalves sei apenas que treinava a Naval"

Rogério Gonçalves está confirmado como o novo treinador do Braga, que comentário lhe merece a escolha avançada pela SAD, partindo do trabalho desempenhado até à data por Carlos Carvalhal?
À frente da SAD estão pessoas altamente competentes para fazerem as escolhas e as opções que se ajustem ao momento do Braga. Foi a escolha deles e parece-me bem. Conheço mal o Rogério Gonçalves sei apenas que treinava a Naval. Respeito a escolha feita.
 
"O antigo técnico também não tinha grande experiência e conseguiu chegar à fase de grupos da Taça UEFA"

Sendo o novo técnico inexperiente em matéria de jogos internacionais e estando a partida com o Sevilha, para a Taça UEFA, a menos de uma semana de distância, seguindo-se, pouco tempo depois, a recepção ao Benfica, terá sido uma boa escolha a feita pela SAD?
As escolhas envolvem sempre um alto risco e de incerteza, mas suponho que o antigo técnico também não tinha grande experiência e conseguiu chegar à fase de grupos da Taça UEFA.
 
"Estou convencido que o novo técnico poderá fazer um bom trabalho"

Fez bem a SAD em avançar para a contratação de um técnico com o perfil de Rogério Gonçalves ou deveria ter insistido mais com o Al-Hilal e trazido José Peseiro para Braga?
A partir do momento que a SAD do Braga tomou a posição que tomou todos os que vivem o quotidiano do clube devem respeitar e apoiar a decisão. Estou convencido que o novo técnico poderá fazer um bom trabalho.

IN O JOGO

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Rogério Gonçalves chega hoje e assina
NOVO TÉCNICO ANTECIPOU REGRESSO DO RIO DE JANEIRO

Acertados telefonicamente os termos gerais do futuro contrato com o Sp. Braga, Rogério Gonçalves antecipou ontem o regresso do Rio de Janeiro (onde se encontrava a ver jogadores para a Naval 1.º de Maio), a fim de consumar a sua transferência para o clube minhoto.

Com chegada ao nosso país prevista para o princípio desta manhã, Rogério Gonçalves fará uma primeira escala na Figueira da Foz, a fim de obter a rescisão do contrato junto do ainda "seu" presidente Aprígio dos Santos. Apesar da resistência inicial do líder navalista à saída do treinador, a vontade expressa de Rogério Gonçalves em rumar a Braga será determinante para o desfecho da negociação.

A expectativa dos responsáveis é de que o treinador possa apresentar-se já hoje à tarde em Braga, liberto do vínculo que possui com a Naval e disponível para começar a trabalhar na segunda-feira. Com Rogério Gonçalves deverá também ingressar no Sp. Braga o seu adjunto Manuel José, para além do já contratado Jorge Costa. Só o treinador de guarda-redes Jorge Vital transita da anterior equipa técnica.

IN RECORD

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Rogério Gonçalves pode ser apresentado hoje


Está confirmado. Rogério Gonçalves vai ser o sucessor de Carlos Carvalhal no comando técnico do Sp. Braga. O treinador chega hoje, ao princípio da manhã, a Portugal e, caso veja confirmada a rescisão com a Naval 1.º de Maio, segue de imediato para a cidade dos arcebispos, onde pode ser apresentado ao final da tarde, uma vez que os responsáveis arsenalistas pretendem que o técnico comece a trabalhar o mais rapidamente possível.

A escolha está feita e o acordo final preso apenas por detalhes. Rogério Gonçalves aceitou a proposta do Braga e vai ser o técnico durante uma época e meia, devendo assinar contrato ainda hoje. A formalização do acordo depende, apenas, da compensação financeira a ser dada à Naval, uma vez que o líder dos figueirenses, Aprígio Santos, ainda não dá como certa a saída do seu técnico. "É claro que estou um pouco chateado, porque ninguém falou comigo", começou por referir ao JN, não dando como certa, para já, a saída do técnico.

No entanto, existe uma cláusula no contrato entre Rogério Gonçalves e a Naval que permite ao treinador abandonar o clube caso surja um convite de um emblema com outras ambições. "É verdade que há qualquer coisa desse género, mas não sei, em concreto, os valores e os termos dessa cláusula. Mas o mais importante não é isso. As coisas não deviam ser tratadas assim, porque os clubes formam as pessoas, dão boas condições e devia haver mais carinho", salientou Aprígio Santos.

Ao que o JN apurou, a indemnização a ser paga por Rogério Gonçalves à Naval corresponde a seis meses de salário, o que equivale a uma quantia entre os 40 e os 50 mil euros.

Apesar de ninguém assumir publicamente a "transferência", Rogério Gonçalves vai mesmo abandonar a Figueira da Foz, a bem ou a mal. Por entender toda esta situação como uma hipótese de dar um salto na carreira, o treinador está, obviamente, satisfeito com a perspectiva de orientar o Braga, entendendo não ter, agora, condições de "regressar" à Naval. O futuro passa pela cidade dos arcebispos e os dirigentes bracarenses querem que Rogério Gonçalves comece a trabalhar o mais rapidamente possível para preparar o jogo com o Benfica e a deslocação a Sevilha, para a Taça UEFA .

Jorge Costa confirmado

O elenco da nova equipa técnica do Braga ainda não está totalmente definido - o adjunto Rifa também seguiu com Carvalhal para o Beira-Mar -, mas é garantido que o ex-capitão do F. C. Porto Jorge Costa será um dos adjuntos de Rogério Gonçalves. O ex-internacional português vai, assim, dar início a uma nova fase na sua carreira, sendo certo que vai estar ao lado do novo treinador durante a cerimónia de apresentação. Jorge Costa foi, aliás, o primeiro a chegar acordo com a SAD bracarense, mesmo antes de estar definido o nome do técnico principal.

Peseiro queria sair a bem

Outro dos nomes referidos para substituir Carlos Carvalhal era o de José Peseiro. Actualmente à frente dos destinos do Al-Hilal, da Arábia Saudita, o antigo treinador do Sporting recebeu com bons olhos a proposta para regressar a Portugal, mas o desejo não encontrou eco nos dirigentes sauditas. José Peseiro poderia ter optado por rescindir unilateralmente o contrato, mas uma das exigências era conseguir um divórcio de "comum acordo" com o Al-Hilal. Como não foi possível chegar a um consenso, Peseiro optou por não indemnizar o clube saudita, uma vez que não queria sair a mal e fechar a porta de um mercado muito apelativo para os treinadores.

IN JN