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Mundial 2010 - Tópico sobre a selecção - estágio, jogos treino, viagens

Started by 200% Braga - B3, 13 de May de 2010, 12:06

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Bracaro Augusto

Não estará o seleccionador nacional a pressionar os dirigentes para o despedirem e lhe pagar a cláusula de rescisão?

Acredito nisso !
BRAGA SEMPRE !!!

brigada da relote

Uruguai 2-3 Alemanha (Cavani 28´e Forlan 51´; Thomas Muller 19´, Jansen 56´e Khedira 82´)

Melhor em campo
- Thomas Muller

Destaques

Forlan/Suarez/Cavani - Já elogiei por diversas vezes a tripla de ataque dos sul-americanos, e hoje, ficou mais uma vez provada a qualidade dos três jogadores. Forlan merecia muito mais que o 4º lugar e se aquela bola entra no último minuto, ainda poderia sonhar com o título de melhor marcador e melhor jogador do Mundial (em princípio o melhor jogador sairá da final).

Schweinsteiger/Khedira - A dupla do meio campo alemão esteve em bom nível, apesar da falha de Schweinsteiger no 1º golo uruguaio. Hoje, foram os jogadores mais influentes da sua selecção, com o 2º a marcar o golo decisivo.

Uruguai - Apesar das duas derrotas finais, os sul-americanos saem como a grande surpresa deste Campeonato do Mundo. Foram os últimos a garantir o passaporte para a África do Sul, no entanto, sairam como a melhor selecção sul-americana da prova. O futebol apresentado foi de enorme qualidade e, pese embora, a superioridade do tridente atacante (já conhecido), Perez e Rios, no meio campo, encheram as medidas a todos os observadores do Mundial.

Alemanha - Joachim Low repete a proeza de Klinsmann há 4 anos atrás, com o 3º lugar conquistado na África do Sul. Hoje decidiu trocar alguns jogadores do 11 titular e a qualidade do futebol baixou um pouco, no entanto, a eficácia e frieza mantiveram-se nos níveis habituais. A Alemanha sai do Campeonato do Mundo com mais jogos realizados na história dos Mundiais e com o maior número de lugares no pódio, com 11 (3 títulos, 4 segundo lugares e 4 terceiro lugares). A cereja no topo do bolo seria Klose superar Ronaldo, mas não foi possível...

jonypedro

[url="http://img215.imageshack.us/img215/5606/bragay.png"]http://img215.imageshack.us/img215/5606/bragay.png[/url]

Bracaro Augusto

BRAGA SEMPRE !!!

DiogoEA


brigada da relote

Holanda 0-1 Espanha (Iniesta 116´)

Melhor em campo - Andrés Iniesta

Destaques

Andrés Iniesta - Como já foi referido muitas vezes, Iniesta é um dos melhores jogadores do Mundo, um fora-de-série, o jogador mais influente desta Espanha. Hoje voltou a provar que está ao nível de Messi, Káká ou Cristiano Ronaldo, por exemplo. Marcou o golo decisivo, mas não foi só por isso que esteve em grande. Inventou jogadas de perigo, sacou cartões amarelos aos holandeses e esteve em todo o lado do terreno de jogo, sempre à procura da bola.

Iker Casillas - Começou o Campeonato do Mundo sob críticas, no entanto, nos momentos decisivos mostrou que é o melhor guarda-redes do mundo. A Espanha não sofreu golos na fase a eliminar, e hoje, Casillas esteve insuperável perante Robben, mesmo quando o holandês surgiu isolado duas vezes.

Arjen Robben - Foi o maior desequilibrador da Holanda neste jogo, no entanto, falhou nos momentos capitais, quando surgiu duas vezes perante Casillas.

Espanha - A selecção espanhola consegue mais um feito histórico para o desporto da Espanha, ao sagrar-se campeã do Mundo pela 1ª vez, depois de ter vencido o Europeu de 2008. Os espanhóis foram a melhor equipa sob o terreno de jogo e justificaram o triunfo, novamente arrancado a ferros. A Espanha tornou-se no Campeão do Mundo com menos golos marcados na competição, contudo à semelhança da França em 1998 e Itália em 2006, apenas sofreu 2 golos em toda a competição. Como curiosidade, na fase a eliminar, a Espanha venceu as suas partidas sempre por 1-0 (Portugal, Paraguai, Alemanha e Holanda).

Holanda - A selecção holandesa não era o protótipo das gerações de 70, 80 e 90, no entanto, chegou à final com grande mérito. Hoje o resultado podia ter sido outro, caso os jogadores da Laranja tivessem a frieza e a calma habituais em frente à baliza. A sorte continua a ser madrasta para a Holanda em Campeonatos do Mundo, sendo esta a 3ª final perdida.

PS 1 - O polvo voltou a acertar e acaba o mundial sem falhar uma aposta

PS 2 - Ironia das ironias, a Nova Zelândia foi a única selecção a sair do Campeonato do Mundo sem qualquer derrota! Não me surpreendeu, pois era para mim, uma das selecções que poderia surpreender.

Vicente Repas

FORÇA ENORME SCBRAGA!

Vicente Repas

 O polvo Paul, por esta altura, já está num zoo espanhol qualquer, com direito a todas as regalias que possam existir.
Quanto ao passaroco asiático, esse, por esta altura, estará a servir de frango num prato holandês.
Já agora, felicito os espanhois, os das fronteiras mais distantes daqui, de Braga, pelo título conquistado, que realmente o mereceram.
Parabéns!   
FORÇA ENORME SCBRAGA!

Ramiro Lopes

Agora que Mundial terminou creio ser a melhor altura para fazer um balanço do que se passou. Já há distância suficiente para o fazer. Comecemos pelo campeão, Espanha! Poderia perder imenso tempo a falar do seu futebol, a elogiar os jogadores, a raça, o posicionamento táctico, mas isso seria perder tempo. O melhor elogio que creio que posso fazer é agradecer aos Espanhóis por me mostrarem como se pode jogar bem futebol e vencer. Dizia-se até ontem que as melhores equipas de um Mundial não o venciam, foi assim com a Hungria de 54, a Holanda de 74 e 78 e o Brasil de 82, pois bem, ontem terminou essa "malapata". Venceu a Espanha e venceu bem! Para quem como eu adora futebol, estou feliz, muito feliz, porque se nunca vi Puscas a brilhar, Pele a encantar, Eusebio a maravilhar, Cruyff a dar espectáculo ou Maradona a voar, vi uma Super-Espanha em 2008 e em 2010, vi Xavi, vi Iniesta, vi Villa e vi Casillas a ser Homem, a atirar-se de cabeça para a sua outra paixão! Acho que a forma como este Mundial termina é a prova de que o futebol ainda é romântico! Tudo foi belo, e sinceramente para mais belo se tornar o Uruguai voltou das sombras em que estava desde México'70 e voltou a brilhar, sendo a grande sensação da prova. Alemanha e Holanda escrevem também história neste Mundial e sinceramente, pela primeira vez na vida, gostei de ver uma equipa Alemã a jogar à bola! Obrigado Ozil e Muller!
Quanto a Portugal, estivemos discretos, cumprimos o mínimo, pedir mais era complicado. De certeza que virão os ses, se tivéssemos Bozingwa, se tivéssemos Nani, se fosse o Mourinho, se...estivemos lá, demos o que tínhamos, mas o que temos não da para vencer o Brasil, muito menos uma Espanha, esta Espanha. Podíamos olhar para o lado, porque agora a galinha do vizinho é muito mais gorda que a minha e ver como é que uma equipa campeã do Mundo, está toda numa equipa e foi formada nessa mesma equipa. A Espanha é um bom exemplo e copia-lo não seria má ideia...
PS – Se não fosse pedir muito, gostava que Xavi, Iniesta, Villa e companhia podessem jogar até aos 90 anos de vida.
Futebol em 3D? É no EMB

Bracaro Augusto

Sendo assim, que Portugal jogue assim também ! Bom texto, Ramiro Lopes ! ;)
BRAGA SEMPRE !!!

brigada da relote

Afinal, Portugal não saiu de mãos a abanar da África do Sul. O super-herói nacional DinoSupremo foi ontem proclamado como Adepto do Mundial numa votação do site da FIFA. Equipado a rigor, com um fato branco justo ao corpo, meias da selecção, chuteiras, bandeira a fazer de capa, escudo português ao peito e um enorme bigode, o adepto sul-africano de ascendência portuguesa teve os seus segundos de fama no intervalo da final. No intervalo do Holanda-Espanha, no estádio Soccer City, em Joanesburgo, o ecrã gigante apresentou ao mundo a figura deste herói que leva para casa um automóvel Hyundai i10 a estrear.


jonypedro

Quote from: brigada da relote on 12 de July de 2010, 23:27
Afinal, Portugal não saiu de mãos a abanar da África do Sul. O super-herói nacional DinoSupremo foi ontem proclamado como Adepto do Mundial numa votação do site da FIFA. Equipado a rigor, com um fato branco justo ao corpo, meias da selecção, chuteiras, bandeira a fazer de capa, escudo português ao peito e um enorme bigode, o adepto sul-africano de ascendência portuguesa teve os seus segundos de fama no intervalo da final. No intervalo do Holanda-Espanha, no estádio Soccer City, em Joanesburgo, o ecrã gigante apresentou ao mundo a figura deste herói que leva para casa um automóvel Hyundai i10 a estrear.


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Bracaro Augusto

Quote from: jonypedro on 12 de July de 2010, 23:42
Quote from: brigada da relote on 12 de July de 2010, 23:27
Afinal, Portugal não saiu de mãos a abanar da África do Sul. O super-herói nacional DinoSupremo foi ontem proclamado como Adepto do Mundial numa votação do site da FIFA. Equipado a rigor, com um fato branco justo ao corpo, meias da selecção, chuteiras, bandeira a fazer de capa, escudo português ao peito e um enorme bigode, o adepto sul-africano de ascendência portuguesa teve os seus segundos de fama no intervalo da final. No intervalo do Holanda-Espanha, no estádio Soccer City, em Joanesburgo, o ecrã gigante apresentou ao mundo a figura deste herói que leva para casa um automóvel Hyundai i10 a estrear.


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BRAGA SEMPRE !!!

MeZut#

Quote from: Bracaro Augusto on 12 de July de 2010, 23:43
Quote from: jonypedro on 12 de July de 2010, 23:42
Quote from: brigada da relote on 12 de July de 2010, 23:27
Afinal, Portugal não saiu de mãos a abanar da África do Sul. O super-herói nacional DinoSupremo foi ontem proclamado como Adepto do Mundial numa votação do site da FIFA. Equipado a rigor, com um fato branco justo ao corpo, meias da selecção, chuteiras, bandeira a fazer de capa, escudo português ao peito e um enorme bigode, o adepto sul-africano de ascendência portuguesa teve os seus segundos de fama no intervalo da final. No intervalo do Holanda-Espanha, no estádio Soccer City, em Joanesburgo, o ecrã gigante apresentou ao mundo a figura deste herói que leva para casa um automóvel Hyundai i10 a estrear.


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GREAT  ;D ;D Nem a Larissa o derrotou  ::)
Não pedimos que ganhem sempre, mas que joguem sempre para ganhar! S.C.BRAGA!

Carvalhinha

No Mundial de 2006, ficámos em 4° lugar, mas Portugal também foi considerado a equipa que mais animou o público com o seu modelo do jogo. Em 1994 abriram esta categoria, mas este ano não elegeram ninguém.

jonypedro

Quote from: Carvalhinha on 13 de July de 2010, 09:51
No Mundial de 2006, ficámos em 4° lugar, mas Portugal também foi considerado a equipa que mais animou o público com o seu modelo do jogo. Em 1994 abriram esta categoria, mas este ano não elegeram ninguém.

;D, aí a selecção que fail
[url="http://img215.imageshack.us/img215/5606/bragay.png"]http://img215.imageshack.us/img215/5606/bragay.png[/url]

João Cardoso

Mundial de A a Z: http://www.futebolespt.blogspot.com/

A: Andrés Iniesta.
Sóbrio, discreto e empenhado. Iniesta tem vinte seis anos, parece ter mais, e fez toda a sua carreira no Barcelona. Cresceu, formou-se e ganhou prestígio em Camp Nou. Sem levantar ondas, sem fazer birras, apenas cumprindo o seu trabalho com dedicação. É, juntamente com Xavi, um dos principais responsáveis pelo funcionamento do carrossel triunfante e envolvente do Barça. Também da selecção espanhola. Sempre em crescendo, no Mundial 2010, atingiu o ponto máximo na final. Faltavam quatro minutos para o final do prolongamento quando recebeu a bola de Fàbregas e, com classe e frieza, rematou certeiro. Imortalizou-se. E Espanha ganhou.

B: Brasil.
Uma busca desenfreada pelo hexacampeonato mundial. Depois do fracasso na Ásia, somente chegando aos quartos-de-final, a selecção brasileira, com Dunga, recuperou o seu poder, as vitórias internacionais e lançou-se para a linha da frente na conquista do Mundial da África do Sul. Jogando sem encantar, adoptando um estilo mais europeu, com maior pragmatismo e cautela em detrimento da pura genialidade brasileira, o escrete falhou. Nunca mostrou realmente o seu valor, limitou-se a cumprir os mínimos. Passou comodamente a fase de grupos e eliminou o Chile antes de encontrar a Holanda. Frente à Laranja, o Brasil não teve forças. E caiu com culpa própria.

C: Cabazada.
Ganhar por sete golos é um resultado que já não se usa. Fazê-lo num Campeonato do Mundo, na maior prova de selecções, é ainda mais inusitado. Portugal conseguiu-o: no seu segundo jogo, frente à Coreia do Norte, a equipa portuguesa mostrou gula, enorme vontade de ser feliz e eficácia, derretendo com sete golos à frágil e dócil selecção norte-coreana. O resultado, pesado mas identificador das desigualdades existentes entre as duas equipas, entrou para as galerias e estabeleceu a vitória mais avolumada do Mundial da África do Sul. Em nenhum outro jogo se marcaram tantos golos. E, dificilmente, a marca será superada nos tempos mais próximos.

D: Diego Armando Maradona.
Dezasseis anos depois. A última vez que El Pibe aparecera num Mundial fora nos Estados Unidos da América. Na África do Sul, voltou. Sem os calções a baloiçar, sem o fio ao pescoço, sem a mesma condição física. Regressou na pele de treinador: fato, barba negra e branca, um relógio em cada pulso e uma pulseira com uma medalha enrolada na mão. Com a mesma alma, a mesma vontade e a mesma fé de antes. Maradona foi um líder, um comandante, uniu o seu grupo e colocou-o no relvado à sua medida, jogando por prazer, voltando à essência do futebol. Só que El Pibe nunca será um estratega, um táctico. Nunca será treinador. A Argentina sentiu-o.

E: Eclipse.
Ronaldo, Messi, Rooney e Kaká. Quatro jogadores majestosos, a nata do futebol mundial, que estiveram em eclipse na África do Sul. De Ronaldo e Messi, principalmente, espera-se tudo: que defendam, que corram, que driblem, que assistam e que marquem. Por Portugal e pela Argentina, as suas selecções, pouco fizeram. Messi ainda deu um ar da sua graça nos primeiros jogos, Ronaldo conseguiu marcar um golo feliz. É muito pouco. Também de Rooney e de Kaká, estrelas da Inglaterra e do Brasil, pouco se viu. As duas selecções, favoritas, ficaram longe do que poderiam ter feito. Fernando Torres, avançado espanhol, é outro exemplo. Só que com final feliz.

F: Forlán.
Com as principais estrelas em eclipse, pouco demonstrando no Mundial, emergiram outras figuras. Diego Forlán, avançado uruguaio, foi a principal. E, por isso, reconhecido como o melhor jogador deste campeonato do Mundo. Numa selecção surpreendente, com um colectivo fortíssimo e uma entrega total ao jogo, houve lugar para que Forlán, a principal estrela do futebol do Uruguai, se destacasse, num belo seguimento da temporada que realizara no Atlético de Madrid. Esteve nos sete jogos da celeste, marcou cinco golos e nunca se escondeu quando foi necessário. Sobretudo a Diego Forlán, tal como a Luis Suárez, os uruguaios estarão eternamente gratos.

G: Gyan.
O Gana, repetindo a proeza de Camarões e Senegal, em 1990 e 2002, chegou aos oitavos-de-final do Mundial. Esse era o ponto máximo para as selecções africanas: nunca nenhuma havia passado daí. O decisivo jogo com o Uruguai, nos quartos-de-final, terminou empatado. Houve prolongamento. No último minuto, Asamoah Gyan, maior estrela ganesa que demonstrou ter capacidade para chegar mais alto na sua carreira, dispôs de uma grande penalidade. Teve fé, confiança, carregou o peso de um continente esperançado no sucesso do seu único representante. A bola esbarrou na trave. Gyan desesperou. O Uruguai, depois, ganhou na lotaria.

H: Holanda.
Esta Holanda não é a Laranja Mecânica de Johan Cruyff. Nem conta com estrelas como Ruud Gullit ou Van Basten que marcaram presença no título europeu de oitenta e oito. A selecção holandesa, comandada por Lambertus Van Marwijk, quase desconhecido antes do início do Mundial, reapareceu bem, suportada por Wesley Sneijder e Arjen Robben, mostrando valor e futebol ofensivo. Superou as expectativas, galgou terreno, deixou o papão Brasil pelo caminho e chegou à final com mérito. Perdeu-a. Como perdera as outras duas, em 1974 e 1978, em que participara. Pela primeira vez neste Mundial, seis jogos passados, foi derrotada. Fatalmente.

I: Irreverência.
Tem ambição, coragem, confiança nas próprias capacidades e muita disponibilidade para ajudar. Mesmo quando as coisas não correm bem, quando o tempo corre e nada se altera, quando o resultado não é o desejado. Fábio Coentrão foi uma das figuras do campeonato português. De promessa sempre adiada, a caminho do enésimo empréstimo, saiu um lateral-esquerdo de enorme valia. Na sua simplicidade, sem olhar a nomes, Fábio deu continuidade ao que tinha feito, impressionou os maiores clubes mundiais e conseguiu ser um elemento positivo na selecção portuguesa. Não se atormentando com os adversários, confiando em si, ganhou protagonismo.

J: Jabulani.
Redonda, colorida e bonita. A Jabulani, à primeira vista, é igual a tantas outras bolas. Goste-se ou não da estética. No mais importante parece servir para o mesmo que as suas antecessoras: para fintar, para fazer toques em habilidade, para passar e para marcar. Só que a Jabulani logo levantou problemas. Os guarda-redes, sobretudo, sentiram que ali estava um perigoso inimigo. Mais leve do que é habitual, com trajectórias difíceis e traiçoeiras, a Jabulani não agradou a ninguém. Não houve quem faltasse a apontar o dedo à bola, carimbada como matreira, para justificar erros. Fossem eles falhas dos guarda-redes ou pontapés na atmosfera...

K: Klose.
Miroslav Klose marcou dois golos frente à Argentina. Aproveitou os passes bem medidos, depois de um trabalho colectivo, para concluir com toda a sua classe. O último deles foi o seu décimo quarto em Mundiais: marcou cinco na Ásia e na Alemanha, na África do Sul chegou aos quatro. A Alemanha perdeu, frente à Espanha, a oportunidade de voltar a conquistar um título mundial, mas Klose, avançado do Bayern de Munique, ainda teria uma chance: o jogo, com o Uruguai, na atribuição do último lugar do pódio. Ou não: Klose lesionou-se, falhou a última partida alemã e colocou um sorriso em Ronaldo, o Fenómeno, que mantém o seu record de golos - quinze.

L: Larissa Riquelme.
Páre, escute e olhe. Larissa Riquelme está na bancada. O Paraguai, a selecção do seu país, joga no relvado. Larissa distingue-se de todos. E faz por isso: chama as atenções, atrai e fixa-as. Pode ser por inventar um novo lugar para guardar o telemóvel. Não é uma adepta qualquer. Pelo seu país é capaz de tudo. Até despir-se. Se a Espanha fosse batida, nos oitavos-de-final, os paraguaios teriam esse prémio. A promessa foi feita, o Paraguai perdeu mas Larissa Riquelme, para recompensar a caminhada da selecção de Marcelo Bielsa, mantém as ideias. A noiva do Mundial, uma animação constante fora do relvado, saltou para a ribalta. Vinda da bancada.

M: Mannschaft.
Equipa no seu real sentido. Olhos colocados na baliza contrária, ocupação dos espaços, pressão para não permitir aos adversários recuperarem e muita velocidade para desferir os golpes necessários. A Alemanha de Joachim Löw foi quem melhor jogou na África do Sul. As goleadas impostas à Inglaterra e à Argentina, nos dois primeiros jogos a eliminar, devem ser emolduradas e mostradas a quem pretende sucesso. Especialmente na forma de interpretar os momentos do jogo, sendo uma equipa camaleónica, para ser letal nas saídas rápidas para ataque. Um míssil de Puyol, nas meias-finais, travou o sonho alemão. O sonho de Müller, Özil ou Schweinsteiger.

N: Novas Tecnologias.
A introdução das novas tecnologias no futebol é um tema extenso, polémico e repetido. O argumento mais utilizado para as negar prende-se com a paixão: com a sua utilização, tornando o futebol menos emotivo e mais exacto, o jogo poderá sentir duras mudanças. O Mundial da África do Sul foi um verdadeiro teste à resistência da FIFA. Um remate de Frank Lampard, que daria o empate à Inglaterra no jogo com a Alemanha, que Jorge Larrionda não validou e um tento de Carlitos Tévez em claro fora-de-jogo foram, num só dia, dois golpes profundos no conservadorismo de quem tutela o futebol. A mentalidade está, agora, a mudar. Sim ou não?

O: Olegário Benquerença.
Foi o oitavo árbitro português a marcar presença num Campeonato do Mundo. Dois era o máximo de jogos dirigidos. Olegário ultrapassou essa marca: esteve em três encontros, dois da fase de grupos e outro dos quartos-de-final, assumindo cada vez mais um papel de relevo no principal rol de árbitros europeus. Sóbrio, discreto, sem encontrar complicações e também sem querer ser protagonista, Olegário Benquerença superou as expectativas e deixou, juntamente com José Cardinal e Bertino Miranda, a arbitragem portuguesa bem representada e com caminho aberto a uma nova convocatória. Esteve no jogo mais dramático do Mundial 2010: Uruguai-Gana.

P: Paul, o polvo.
Nasceu em Inglaterra e mora num aquário alemão. Não se sabe se gosta ou não de futebol. O que é certo é que ganhou um lugar no Mundial 2010. É um polvo como qualquer outro. Só com uma diferença: adivinha os resultados. Por viver na Alemanha, os responsáveis do aquário decidiram arriscar. Colocam-se duas caixas, uma com a bandeira alemã e outra com a bandeira do adversário, para que Paul decida. Nos seis jogos realizados pela Alemanha, incluindo a surpreendente derrota frente à Sérvia, na segunda jornada da fase de grupos, acertou. Fez mais duas previsões: a Alemanha seria terceira e a Espanha campeã. Mesmo em cheio, Paul!

Q: Quedas.
Com estrondo. Campeão e vice-campeão mundiais nunca haviam deixado um Mundial na fase de grupos. Aconteceu na África do Sul: Itália e França, os dois primeiros do último Campeonato do Mundo, caíram, estrondosamente, sem honra nem glória. E, além disso, sem somar qualquer vitória, em grupos teoricamente acessíveis. Os italianos pagaram pelo pragmatismo, pela procura do mínimo esforço e pela falta de alegria com que jogaram. Perderam pelo postura cínica que tantas vezes resultou. Na selecção francesa, numa caricatura daquilo que é a França, tudo correu mal. Birras com Raymond Domenech, greve aos treinos, ar carrancudo e profundo desalento.

R: Reconhecimento
Thomas Müller apareceu no Bayern de Munique, há duas temporadas, com Jürgen Klinsmann. Poderia ter sido um jovem, como tantos outros, a orgulhar-se de ser chamado à equipa principal. Não ficou por aí. Thomas tem talento, genialidade e muita ambição de triunfar. Louis Van Gaal tornou-o num indiscutível. Na selecção germânica, onde se destacou com Mesut Özil ou Manuel Neuer, o atacante de vinte anos foi um dos principais rostos da boa caminhada. Não deu para ganhar, sim, mas o terceiro lugar fica como consolação. Thomas Müller, número treze como Gerd, o Bombardeiro, ganhou o prémio para melhor jovem. Perfeito para coroar o seu brilharete.

S: Sul.
África do Sul recebeu o primeiro Campeonato do Mundo realizado em solo africano. Nos relvados, contudo, a equipa liderada por Carlos Alberto Parreira demonstrou muita ingenuidade e tornou-se no primeiro anfitrião a ficar-se pela fase de grupos - a vitória sobre a França, a terminar, foi um bálsamo. A América do Sul teve, durante o período inicial, um largo ascendente. Todas as selecções conseguiram o apuramento para os oitavos-de-final: Brasil e Argentina, favoritos, Uruguai e Paraguai, surpresas, e também Chile, a única equipa sul-americana apurada em segundo lugar, atrás da Espanha. No entanto, nas eliminatórias, a Europa impôs-se.

T: Tiki-taka.
Passa, repassa, toca, circula e gira. A bola não pára nunca. O objectivo é preservá-la, progredir e com isso ir empurrando o adversário para a sua área. O tiki-taka do Barcelona, naquele carrossel futebolístico que parece perfeito, foi a inspiração para Don Vicente del Bosque: dá resultados, é bonito, muitos dos artistas são os mesmos e, por isso, só há que o aproveitar e explorar. Em tiki-taka, passe para aqui e passe para ali, a Espanha venceu o Mundial. Mesmo não sendo deslumbrante. Massacrou em posse de bola, encostou o rival às cordas, faltou-lhe apenas poder de fogo. Apesar dos cinco golos de David Villa, foi o campeão que menos marcou.

U: Uruguai.
Raça, suor, sacríficio, dentes cerrados e muita luta. Assim se construiu o sucesso uruguaio. O Uruguai apresentou uma equipa forte, liderada por Óscar Tabárez, onde houve espaço para estrelas como Forlán ou Suárez emergirem. Ultrapassou bem a fase de grupos e suou para derrotar a Coreia do Sul, nos oitavos-de-final, antes de dar largas ao sonho. O seu último título, o segundo que conquistaram, foi há já sessenta anos. E há quarenta que não estão numa final. Ainda não foi desta mas deixaram uma bela imagem. Difíceis de quebrar, com alma e coração, ganharam um lugar honroso e foram a selecção sul-americana que chegou mais longe.

V: Vuvuzelas.
Antes do Mundial poucos saberiam o que era. A moda pegou: em cada canto, num estádio sul-africano ou numa avenida portuguesa, a vuvuzela fez parte da vida dos adeptos. Tem um som característico, instrumento adorado pelos africanos e uma perturbação enorme para jogadores, treinadores e, até, adeptos. É profundamente irritante. Mas, ao mesmo tempo, sinal de festa. Repudiadas por quase todos, acusadas de desconcentrações, as vuvuzelas marcaram o Campeonato do Mundo. Do princípio ao fim, do primeiro ao último minuto, lá estiveram presentes. Os árbitros, imunes ao som, foram os únicos que não se queixaram. Terá a praga alastrado?

W: Webb.
Howard Melton Webb, natural de Yorkshire, foi o escolhido para dirigir a final do Mundial da África do Sul. O último árbitro inglês a estar presente no mais decisivo jogo de um Campeonato do Mundo fora, em 1974, Jack Taylor. Howard Webb estava, por essa altura, a uma semana de completar dois anos de idade. Trinta e seis anos depois, também com a Holanda pelo meio, Webb quebrou esse interregno e atingiu o pico da sua carreira: antes do Mundial, meses antes, estivera na final da Liga dos Campeões. Tornou-se no quarto inglês a arbitrar a final de um Mundial. Contudo, apesar de ser actualmente o número um, o jogo não lhe correu de feição.

X: Xavi
Xavi Hernández não é um jogador de loucuras. Não pega na bola, colada ao pé, arranca em velocidade, finta todos os adversários que lhe surgem pela frente e marca um golaço. Xavi é como Iniesta: pensador, cerebral, encarregue de fazer girar a equipa. Sabe perfeitamente as suas funções, conhece-se como ninguém e joga com inteligência. O que tem que fazer, faz. E bem. Guarda a bola como ninguém, foge dos adversários, passa com visão periférica e aparece no momento certo para voltar a receber a bola. Trabalha, funciona como equilíbrio e constrói para que outros finalizem. O futebol é um trabalho de equipa. Xavi é quem faz o carrossel girar.

Y: Yes, they can.
A frase original, com we em vez de they, ficou popularizada na campanha de Barack Obama rumo à presidência dos Estados Unidos da América. Os norte-americanos procuravam um novo líder, com outras ideias e capaz de quebrar com a tradição imposta. Na África do Sul, um país que pareceu impreparado para receber um evento da envergadura de um Mundial, houve suspeição, desconfianças e medo. Os primeiros sinais que chegaram, com insegurança e algum amadorismo, não foram positivos. Mas à medida que o Mundial foi decorrendo, África do Sul fez por merecer ter as estrelas junto de si. Com paixão, fervor e entusiasmo, deu o seu melhor.

Z: Zero.
Portugal e Uruguai foram as únicas duas equipas que conseguiram terminar a fase de grupos sem golos sofridos. Do mérito português, todo ele assente numa defesa consistente e concentrada, destaca-se Eduardo. O guarda-redes do Sp.Braga, olhado com desconfiança antes do Mundial, emergiu, ganhou destaque e foi, a par de Fábio Coentrão, o melhor jogador da selecção portuguesa. Enérgico, incentivador e guerreiro, sobretudo com a Espanha, Eduardo afirmou-se como dono da baliza nacional. Sofreu apenas um golo, na eliminação, onde foi heróico e acabou destroçado. Zero foi também o número de pontos de Argélia e Coreia do Norte.