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NOTICIAS DO ENORME DO DIA 22/02

Started by JotaCC, 22 de February de 2010, 07:33

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JotaCC

Carlos Freitas destaca eficácia portista
DIRIGENTE ARSENALISTA PRETENDE CORRIGIR ERROS
   
Sem querer voltar a pronunciar-se sobre os castigos aplicados pela Comissão Disciplinar da Liga a Vandinho e Mossoró, Carlos Freitas preferiu centrar o seu discurso no confronto com o FCPorto. O manager do Sp. Braga reconheceu que os erros da equipa arsenalista contribuíram para a goleada sofrida na Invicta, mas também enalteceu o poder de fogo dos dragões.

"Cometemos erros que não queremos voltar a cometer, mas também é verdade que na 1.ª parte o grau de eficácia do opositor esteve na ordem dos 100 por cento", apontou Freitas, disponibilizando-se depois para ajudar a sua equipa a "reverter a situação".

"Só temos menos um ponto do que o líder Benfica e mais 5 do que o FCPorto. Isso traz-nos grandes responsabilidades. Sabemos o valor que temos e vamos tentar alcançar os pontos que estão em disputa. Nesse sentido, aproveito para convocar os adeptos para o próximo jogo no Axa", terminou.



RECORD

JotaCC

Sp. Braga derrotado no 'Dragão'

Ponto prévio: O jogo assumia um grau de dificuldade elevado, pedia um índice de concentração máximo e uma entrega total, até porque do lado oposto estava um adversário directo na corrida ao topo. Contudo numa análise fria e crua a exibição do Sporting de Braga esteve sempre no limiar da mediocridade.

Há razões para isso? Poder do dragão, mas muita culpa própria. Num primeiro traço diga-se que Domingos Paciência mexeu naquilo que tradicionalmente apresenta-se num patamar elevado: a estratégia. A colocação de Mossoró num papel que não é o seu, levou à ausência de uma referência atacante e provocou um desastre colectivo.

Os primeiros momentos foram até de ilusão, com o primeiro sinal de perigo a sair da cabeça de Paulo César, todavia a partir do primeiro quarto de hora ficaram a nú as debilidades tácticas dos minhotos. Sem equilíbrio defensivo e demasiado tímido no ataque o Sporting de Braga foi engolido em quarenta cinco minutos. A muralha defensiva do costume não esteve no Estádio do Dragão, muito menos aquela humildade que tem pautado a formação arsenalistas.

Estes guerreiros costumam d isputar todos os lances como se fossem os últimos da sua vida, mas assistiu-se a uma apatia colectiva, houve até um toque burgês de quem tinha como missão o assalto à liderança da liga portuguesa, para quem podia isolar-se no topo da classificação.
Raúl Meireles abriu o caminho, que Belluschi fechou. Pelo meio o marasmo arsenalista e também toque de Olegário Benquerença.

Aos oito minutos o árbitro de elite nacional deixou passar em claro um derrube sobre Mossoró, tal como na entrada da segunda etapa o mesmo Mossoró sofreu um toque na altura do remate. Duas grandes penalidades que podiam ter dado outro rumo à história, nomeadamente aquela à entrada da partida.

Dois lances que cavaram ainda mais a depressão minhota na noite do dragão, na noite onde o objectivo era o ataque à liderança, era a mostra final do rosto de quem mandou no campeonato durante praticamente toda a sua largura. Era a noite para atirar o FC Porto para o abismo na liga, para deixar o dragão a soro, mas quem saíu em direcção ao hospital foram os guerreiros, transformados em soldados de chumbo, de pés pesados e sem a chama habitual.



CORREIO DO MINHO

JotaCC

Superdragão arrasador
Goleada portista encurta distâncias para os lugares da frente


O F. C. Porto goleou o Braga, por 5-1, e mantém-se na corrida ao título, reduzindo a diferença para os lugares da frente. Os portistas vulgarizaram o adversário, e grande sensação da prova, garantindo a vitória ainda no primeiro tempo. Varela e Falcao foram demolidores!

Os condimentos estavam lá. O ambiente propiciava um jogo da Champions à portuguesa. Duas equipas a lutar pelo título, tremenda expectativa, um estádio muito bem composto e as claques a respeitarem-se. O cenário deixava tudo em aberto, mas o pé quente dos portistas, na primeira parte, tratou, bem cedo, de mostrar quem ganharia o "óscar" da noite.

A fita foi rodando com a marcha no marcador, havendo a destacar um golo, o segundo, da autoria de Álvaro Pereira e digno de figurar no álbum de honra de qualquer campeonato. Foi um pontapé de longa distância, desferido com tamanha violência e colocação, que de nada valeu a estirada de Eduardo.

O F. C. Porto respondia a grande altura à revolta instalada no seu seio, fruto dos castigos aplicados a Hulk e a Sapunaru. Dois futebolistas ausentes, mas dois casos presentes, ontem, no estádio, a envolver o jogo. Após ter derrotado o Arsenal, de Inglaterra, e com isso ter vitaminado a psique, os azuis e brancos parecem ter ido beber mais energias a si próprios. Na véspera, o sub-capitão Nuno tinha dado o aviso. E, por norma, estas coisas costumam funcionar bem no Dragão...

A máquina portista funcionou mesmo bem. Foi avassaladora. Arrumou o assunto até ao intervalo, sem dar hipóteses. O Braga, que saiu da Invicta ainda "vice" da competição, a um ponto do líder Benfica, subiu ao relvado só com oito golos sofridos em todo o campeonato. Em apenas 90 minutos, o vendaval do F. C. Porto quase duplicou aqueles números. Isso ilustra a noite de gala do tetracampeão e a má exibição do conjunto bracarense, incapaz de reagir a tamanho furacão futebolístico.

O primeiro golo, aos 15 minutos, esvaziou a ansiedade, do lado portista. Também evidenciou o desacerto dos centrais minhotos. Raul Meireles, melhor do que frente aos ingleses e a subir de rendimento, apareceu solto e criou o decisivo desequilíbrio. Importante na jogada foi também Varela, uma constante dor de cabeça para o Braga. A quota de responsabilidade do extremo na goleada voltou a fazer-se sentir no cruzamento para o 3-0. Foi um dos melhores em campo, vai ganhando o estatuto de indispensável no onze de Jesualdo Ferreira e justifica, cada vez mais, a chamada à selecção, para onde já está, inclusivamente, pré-convocado.

Sem rival no banco, porque Farías e Orlando Sá estão lesionados, Falcao foi outro dos terrores. De pontaria afinada, bisou e está a um golo de Cardozo (Benfica), na disputa pelo troféu de melhor marcador, na Liga.

Para ajudar à festa, ainda surgiu um inspirado Belluschi, a fixar um resultado de mão cheia, mas que até podia ter sido mais dilatado. Alan, um ex-portista, fez o tento de honra, a premiar o mérito individual e não tanto o colectivo, que saiu dizimado do Dragão.


Domingos: "Este resultado pode ser a base do sucesso"
Domingos Paciência

O regresso à casa azul-e-branca, onde viveu tantas alegrias como jogador, não foi, logicamente, aquele que Domingos Paciência desejava na noite do Dragão.

O Braga foi goleado, mas o jovem técnico deixou uma mensagem de esperança aos bracarenses: "A goleada não estava, naturalmente, nas nossas perspectivas. Sofremos um golo na primeira situação de perigo e, depois, no segundo golo, a bola bateu na cabeça do Paulão, traindo o Eduardo. Éramos a melhor defesa da Europa e cometemos muitos erros num só jogo, mas o F. C. Porto foi muito eficaz". Apesar do resultado negativo, Domingos Paciência encontra aspectos positivos: "Só perdemos três pontos. O próximo jogo, com o Olhanense, vale os mesmos pontos. Nunca dissemos que somos os melhores do Mundo, nem agora vamos ser os piores. Agora, continuamos a acreditar que podemos discutir o título até ao fim e este resultado, se calhar, até pode ser a base do sucesso".

O técnico explicou, ainda, a aposta em Paulo César: "Deveu-se a uma questão de mobilidade, mas, como não conseguimos fazer transições rápidas, a estratégia falhou".


JN

JotaCC

Surpresa: Braga perde liderança em goleada histórica no Dragão
Festa em vez de 'manif'

O FC Porto colocou ontem o Benfica na liderança isolada da Liga, com um triunfo espectacular e histórico, por 5-1, sobre o Sp. Braga, assinalando da melhor forma o apoio que os jogadores pretendiam oferecer a Hulk e Sapunaru. A seguir à 'manif' dos adeptos, a equipa correspondeu, mas houve negligência bracarense.

Os segundos mais fáceis 45 minutos do FC Porto podem justificar-se pelo descalabro da estreia da dupla Moisés-Paulão no centro da defesa bracarense, mas houve muito mérito da equipa de Jesualdo Ferreira em simplificar o jogo.

O regresso de Raul Meireles, após uma ausência de três jornadas que não teve maiores reflexos devido à chegada de Ruben Micael, ficou assinalado pelo seu primeiro golo da temporada, a aparecer na zona de finalização a concluir excelente cruzamento de Varela, da esquerda. Era a primeira situação de perigo da partida, e o Sp. Braga acusou bastante o golpe – talvez por saber que os portistas ganharam todas as partidas em que marcaram primeiro. A partida manteve-se sob domínio absoluto dos amigos de Hulk, frente a um Braga estranhamente apático e sem capacidade de pressionar, com mais bolas perdidas do que recuperadas a meio--campo, acusando notoriamente a ausência de Vandinho.

Para mais uma estreia a marcar, um remate do meio da rua de Álvaro Pereira, aos 34', traiu Eduardo que já se cotava como o melhor da equipa minhota. E dois minutos depois, numa jogada a papel químico do primeiro golo, Varela ofereceu o 15º da temporada a Falcão. Um fartote, um castigo pesadíssimo para um ex-líder que nunca sofrera mais de um golo por jogo, anteriormente.

O descalabro defensivo do Braga prosseguiu ao longo de toda a segunda parte, com o Porto a chegar a 5-0, com mais um golo de Falcão, de cabeça, num canto e de outro marcador em estreia, o argentino Belluschi, que só entrou na segunda parte.

O Sp.Braga ainda conseguiu reduzir por Alan, de cabeça, na sequência de um livre, mas muito pouco para atenuar os efeitos de uma goleada surpreendente.

ANÁLISE

POSITIVO


Internacionais

Grande exibição colectiva do FC Porto, mas com realce para dois futuros internacionais, que não marcaram golos: Varela, que fez duas assistências de mestre e Ruben Micael, o novo maestro.

NEGATIVO

Desastre defensivo


Moisés e Paulão só tinham actuado 9 minutos juntos e não podiam ter tido estreia pior. Tudo lhes correu mal, incluindo os ressaltos, mas a ausência de Vandinho e o mau jogo de Viana também ajudaram.

ARBITRAGEM

Muitos erros


Actuação negativa do árbitro que encanta a UEFA. Um penálti por marcar, sobre Mossoró, e demasiada permissividade disciplinar. A entrada de Rafael Bastos sobre Belluschi merecia o mesmo rigor que teve com João Pereira.

PORMENORES

"GOLO IMPORTANTE"

"O golo foi importante para a equipa. Sempre tivemos confiança apesar das adversidades dos últimos dias. Somos campeões, estamos unidos e vamos dar tudo para ganhar o penta", disse o lateral-esquerdo do FC Porto, Álvaro Pereira.

MOSSORÓ REVOLTADO

"Não foi o regresso que gostaria. Começámos bem mas no decorrer do jogo cometemos erros. Mais uma vez, não percebi porque motivo levei um amarelo. Estamos a um ponto do líder (Benfica) e não está nada perdido", afirmou o médio do Sp. Braga, Mossoró.

INGLESES VISAM MICAEL

Manchester United, Chelsea e Manchester City têm Ruben Micael na mira. O médio de 23 anos chegou ao FC Porto em Janeiro último (três milhões de euros por 60 por cento do passe) e tem uma cláusula de rescisão de 30 milhões.

"MEIRELES PODE SAIR"

"Em caso de transferência, o Marselha seria interessante, tal como outros clubes europeus. Uma saída pode ser possível no Verão", disse José Caldeira, empresário do médio recomendado por Lucho ao técnico Didier Deschamps.

FC PORTO: A ASA ESQUERDA DE FALCÃO


Falcão- Mais uma noite à sua medida, anulando a diferença de centímetros para Moisés e Paulão com a mobilidade e o oportunismo do costume. Valeram-lhe dois golos que deixam ao rubro o duelo com Cardozo.

Helton – Noite mais tranquila do que poderia esperar.

Fucile – Sem problemas a defender, pôde soltar-se mais do que o habitual.

Rolando – Discreto por falta de solicitações.

Bruno Alves – Paulo César nunca foi adversário à altura.

Álvaro Pereira – Um dos grandes responsáveis pela goleada, nas combinações com Varela e no petardo do 2-0.

Ruben Micael – Menos exuberante do que o costume, numa noite com óbvia carga emocional.

Fernando – Referência no equilíbrio da equipa, controlou bem Aguiar.

Raul Meireles – Um regresso que deu frutos, a começar no golo que abriu a torneira.

Mariano – O menos interventivo na festa. Falhou um golo fácil, na cara de Eduardo, mas acabou bem.

Varela – Devastador! Fez gato-sapato de Filipe Oliveira e somou mais duas assistências, tiradas a papel químico.

Tomás Costa – Rendeu Micael e a equipa não se ressentiu.

Belluschi – Entrou com tudo e ainda foi a tempo de marcar.

Valeri– Só um livre e contra a barreira do Sp. Braga.

SP. BRAGA: MOSSORÓ REMOU SOZINHO


Mossoró – No regresso aguardado com muita expectativa, não desiludiu. Penalizado com um amarelo injusto, esteve em quase todos os raros momentos bons, e continuou a lutar, mesmo com tudo contra. Até Olegário.

Eduardo – Mais vítima do que réu, embora o golo de Álvaro Pereira deixe reticências.

Filipe Oliveira – Varela e Álvaro Pereira fizeram-lhe a vida num inferno. O descalabro começou pelo seu lado.

Moisés – Um regresso infeliz, repartindo responsabilidades com Paulão.

Paulão – Azarado no segundo golo, desatento em outros dois. Falcão chamou-lhe um figo.

Evaldo – Mariano foi moderado, mas não escapou ao desnorte.

Luís Aguiar – Apenas a assistência para o golo de honra, a fechar.

Olberdam – As saudades de Vandinho nunca foram tão intensas em Braga.

Hugo Viana – Invisível até ser substituído.

Paulo César– Sem hipóteses de dar nas vistas, fora dos terrenos habituais.

Alan – Um golo a fechar o pano e a atenuar o pesadelo, a juntar a dois remates perigosos.

Meyong – Ausência surpreendente. Entrou com tudo decidido.

Rafael Bastos – Uma entrada feia sobre Belluschi, a aquecer os ânimos

Matheus – Assomo de energia que chegou tarde de mais.

"DISCUTIR ATÉ AO LIMITE"

"O FC Porto esteve melhor e mostrou maior capacidade de criar situações de golo. Mas o Braga provou o porquê de ter sido líder", disse Jesualdo Ferreira. "Na conferência de imprensa, o plantel provou que somos FC Porto e isso viu-se nesta partida. Faltam 30 pontos, vamos discuti-los até ao limite. Estamos interessados em jogar, por isso deixem-nos jogar", frisou o técnico do FC Porto.

"RESULTADO É PESADO"

"É um resultado que não estava nas nossas perspectivas. Quando a equipa entra da forma como entrou, e sofre golos como sofreu, é difícil. Ao intervalo, o resultado é pesado, não houve tantas chances que justificassem o desnível. Perder por cinco vale os mesmos pontos. Não éramos os melhores do Mundo, não somos agora os piores", afirmou Domingos Paciência, técnico do Sp. Braga.

FICHA DE JOGO

LIGA - 20.ª Jornada - 21/02/10

Estádio do Dragão - Assistência: 46 403

FC PORTO: Helton, Fucile, Rolando, Bruno Alves, Alvaro Pereira, Fernando, Valeri, Raúl Meireles, Ruben Micael, Tomás Costa, Mariano, Varela, Belluschi, Falcão.

TREINADOR: JESUALDO FERREIRA

SP. BRAGA: Eduardo, Filipe Oliveira, Moisés, Paulão, Evaldo, Olberdam, R. Bastos, Hugo Viana, Meyong, Luis Aguiar, Mossoró, Matheus, Alan, Paulo César.

TREINADOR: DOMINGOS PACIÊNCIA

Golos: 1-0 Raúl Meireles (16'), 2-0 Alvaro Pereira (35'), 3-0 Falcão (36'), 4-0 Falcão (72'), 5-0 Belluschi (83'), 5-1 Alan (90+1')

Árbitro: Olegário Benquerença (Leiria) 3

Disciplina: amarelos: Mossoró (8'), Raúl Meireles (39'), Fucile (52'), Paulo César (52'), Paulão (55'), Filipe Oliveira (58'), Rafael Bastos (85')

Classificação do jogo: 7


CORREIO DA MANHA

JotaCC

O FC Porto virou o Sp. Braga do avesso em apenas 37 minutos

Bracarenses poderiam ter assumido a liderança, mas encaixaram no Dragão mais golos do que tinham sofrido nas 19 partidas anteriores da Liga

Minuto 37: Domingos encostou-se ao banco de suplentes e escondeu-se; os cerca de 2500 adeptos que viajaram de Braga emudeceram. Pela terceira vez, Eduardo ia buscar a bola ao fundo da baliza. O jogo tinha começado virado do avesso, mas em pouco mais de meia hora via reposta a teórica normalidade. Numa demonstração de força e revolta, o FC Porto goleou o Sp. Braga por 5-1 e desfez as dúvidas: a luta pelo título vai ser a três.

Estava muito em jogo e toda a gente o sabia na estrutura "azul e branca". O terceiro elemento na luta (Benfica) já tinha a missão cumprida e aguardava com redobrado interesse o confronto. O Sp. Braga, com um ponto de atraso para os benfiquistas, queria recuperar a liderança e colocar pé e meio na Liga dos Campeões do próximo ano. O FC Porto tinha um "tudo ou nada": qualquer resultado diferente de uma vitória deixava os portistas dependentes de demasiados erros da concorrência.

O Sp. Braga chegou ao Dragão de peito feito. E com legitimidade para isso: 19 jogos, nove pontos perdidos, oito golos sofridos, a liderança a um ponto de distância. O FC Porto apareceu "ferido" e a "mensagem de indignação" - pelos castigos a Hulk e Sapunaru -, transmitida pelos jogadores na véspera do jogo, foi o primeiro sinal. O treinador do Sp. Braga estava alertado: "Há aspectos negativos que acontecem num grupo de trabalho que se transformam numa força maior". O aviso de pouco serviu à equipa.

O 14.º jogo oficial do FC Porto em 2010 tinha tudo para ser um dos mais complicados e acabou no mais simples. E serviu para colocar um carimbo de "aprovado" no novo trio do meio-campo portista (Fernando, Meireles e Micael). A diferença final entre as duas equipas começou aí.

O primeiro golo surgiu aos 15". E foi um golo com a marca do FC Porto "versão 2010": Micael desmarcou Varela e Varela descobriu alguém na área. Normalmente o alvo é Falcao, mas quem finalizou foi Raul Meireles. Depois, aos 35", Álvaro Pereira testou Eduardo a mais de 30 metros. Deu-se bem: 2-0. A seguir, o inevitável golo de Falcao (assistência de Varela, pois claro). 37 minutos, 3-0, tudo decidido. Domingos, bem encostado ao seu banco, começou então a contar os segundos, um a um, que restavam até ao intervalo.

A segunda parte foi um mero pró-forma que serviu para deitar ainda mais abaixo a auto-estima bracarense. Mesmo sem o novo maestro (Ruben Micael), Falcao fez o quarto e Belluschi o quinto. Depois dos muitos "olés" com que brindaram o adversário nos últimos 45 minutos, os adeptos portistas acabaram o jogo a festejar o golo de Alan. A liderança na Liga agora é do Benfica, mas o FC Porto mostrou que não vai desistir.




Positivo|Negativo


Varela

Já não é notícia: Varela foi o melhor na equipa do FC Porto. Tem sido quase sempre assim esta época, desde que o extremo convenceu Jesualdo Ferreira que merecia um lugar no "onze". Faz gato-sapato dos laterais adversários e depois oferece de bandeja o golo aos colegas. E quase ninguém se lembra de Hulk.

Falcao

Mais dois golos e já ameaça Cardozo na liderança dos melhores marcadores. A diferença entre os dois já é de apenas um.

Sp. Braga

Antes da partida, parecia que o Sp. Braga, ao contrário do FC Porto, não tinha nada a perder. No final, depois da avalancha "azul e branca", viu-se que não foi bem assim. O encontro acabou num enorme pesadelo para Domingos e os seus jogadores. A goleada foi um rude golpe numa equipa que ontem mostrou muito pouco.

Reacções

Jesualdo Ferreira

Treinador do FC Porto

"Foi um jogo dividido. O Sp. Braga provou aqui por que foi líder durante tantas jornadas. Fomos uma equipa solidária, que ganhou um jogo importante a um grande candidato ao título. Faltam 30 pontos e vamos discuti-los até ao limite. Estamos muito interessados em jogar. Usando uma frase que já muitos jogadores disseram, deixem-nos jogar".

Domingos Paciência

Treinador do Sp. Braga


"Quando a equipa entra da forma como entrou e sofre os golos da forma como sofreu, é difícil. O primeiro golo surge na primeira vez que o FC Porto se acerca da nossa baliza. Foi um resultado muito pesado na primeira parte, porque não houve assim tantas situações. Houve uma reacção da equipa ns segunda parte, mas não conseguimos chegar ao golo. E depois sofremos o quarto e a equipa perdeu-se em termos de organização e defensivos."


PUBLICO

JotaCC

Um candidato reduzido a pó

Se tivesse jogado com menos médios, Domingos refrearia melhor o meio-campo "rubenmicaelizado" do FC Porto? Filipe Oliveira, o substituto a martelo de João Pereira, já não seria mastigado e cuspido por Varela? Moisés e Paulão aprenderiam, de repente, a caçar Falcoes? Perguntas para as quais, com alguma imaginação ou ciência, até poderá haver resposta positiva, mas nenhuma que consiga desmentir a pura diferença de qualidade entre alguns jogadores do FC Porto e a equipa do Braga. É por isso que, a dez jornadas do final, a comparação-choque entre os bracarenses e o tetracampeão em toda a sua glória pode muito bem ser o golpe decisivo, dos muitos que a equipa de Domingos tem levado.

Trocadas as posições tradicionais na classificação, trocaram-se também os compo rtamentos. Tenha sido por ver na mudança uma forma de canalizar a necessidade absoluta que o FC Porto tinha de ganhar ou por querer conter melhor o adversário, Domingos alterou a equipa, como costumava fazer Jesualdo Ferreira nos tempos em que se podia dar a esse luxo. Sentado Meyong no banco, a principal diferença sentiu-se na anarquia das movimentações dos dois avançados, Paulo César e Mossoró, promissora, apesar de tudo, naqueles primeiros minutos, e no desarranjo do meio-campo a quatro. Aqui, dividem-se os dedos: uns apontarão ao desconforto criado pela nova fórmula de Domingos, outros à classe dos médios do FC Porto, elevados à décima potência pela inclusão de Rúben Micael.

Devolvido à esquerda do meio-campo e muito mais senhor da condução de jogo do que na quarta-feira, o madeirense fez parte de uma estratégia cirúrgica, que apontava declaradamente ao lateral-direito do Braga, Filipe Oliveira. Dúvidas? Dos 21 cruzamentos feitos ontem pelo FC Porto, quinze saíram da esquerda, a maioria deles por Varela e os restantes por Álvaro Pereira, os outros dois membros do triunvirato diabólico. Se Domingos falhou ontem foi por não ter previsto, ou conseguido evitar, que o adversário furasse a parte da muralha que estava coberta por um toldo desde Janeiro, sem ofensa para o jogador em causa. Aos 16', lá estava Varela, em cena já antes vista, a cruzar da esquerda e Meireles a marcar, num lance que tem de ser partido em dois. Há, primeiro, o problema de posicionamento que Jesualdo terá previsto antes de mandar a artilharia toda carregar sobre aquele ponto, mas há também a classe e qualidade sobrenatural dos cruzamentos do extremo do FC Porto.

Na conferência de Imprensa final, Domingos entregou ao golo de Meireles a responsabilidade pelo fracasso do rasgo táctico que o fizera mudar a equipa. Explicou que a intenção era acelerar as transições e a mobilidade do ataque, exemplos que, apesar de descontínuos, foram visíveis antes de o FC Porto marcar o terceiro e poderiam ter frutificado. Alan andou perto de marcar, numa da mão-cheia de infiltrações na área que o Braga até conseguiu fazer, enquanto os dragões não acertaram a marcação a Mossoró. Mas foi o terceiro golo, e não o primeiro, aquele que pôs o Braga de joelhos, aniquilado. Mais uma vez na esquerda, mais uma vez por responsabilidade do misto qualidade a menos de Filipe Oliveira, qualidade a mais de Varela. O plano funcionara. Três tiros no porta-aviões, dois deles exactamente como estava previsto.

Meyong saiu do banco ao intervalo, carregando às costas um bom bocado do Braga que se viu durante todo o campeonato e o FC Porto recomeçou o jogo apertado, mas com armas para sair do aperto. As saídas para o ataque de Rúben Micael, relocalizado por Jesualdo, moeram o que faltava do candidato Braga, um lance de cada vez, até ao quarto golo extinguir o resto. Foi já em fase de desorientação que acolheu o último golpe: a energia com que Bellushi, Tomás Costa e Valeri refrescaram o meio-campo do FC Porto. Em vez de gerir a goleada, Jesualdo abriu mais a ferida, fechando a conta nos cinco golos só por acaso. A diferença de sobriedade entre as equipas, nessa altura, poderia ter resultado num número ainda maior, que o golo de Alan, nos descontos, minorou um bocadinho sem grande explicação.


FC Porto 5-1 Braga

Estádio do Dragão

relvado bom

46.403 espectadores

Árbitro Olegário Benquerença (AF Leiria)

Assistentes Bertino Miranda e José Cardinal

4º árbitro Hugo Pacheco

-
FC Porto

Treinador Jesualdo Ferreira

1 Helton GR 6

13 Fucile LD 6

14 Rolando DC 6

2 Bruno Alves DC 6

15 Álvaro Pereira LE 8

25 Fernando MD a 78' 6

28 Rúben Micael MO a 68' 7

3 Raul Meireles MO 7

11 Mariano AD 7

17 Varela AE a 76' 8

9 Falcao AV 8

-

24 Beto GR

22 Miguel Lopes LD

16 Maicon DC

6 Guarín MD

20 Tomás Costa MO d 68' 5

8 Valeri MO d 78' 5

7 Belluschi MO d 76' 7

-

Golos: [1-0] 16' Raul Meireles; [2-0] 35' Álvaro Pereira; [3-0] 37' Falcao; [4-0] 72' Falcao; [5-0] 83' Belluschi

amarelos 39' Raul Meireles, 53' Fucile

vermelhos nada a assinalar

Braga

Treinador Domingos Paciência

1 Eduardo GR 4

27 Filipe Oliveira LD 2

5 Moisés DC 2

3 Paulão DC 4

6 Evaldo LE 4

13 Olberdam MD a 66' 2

30 Alan AD 5

45 Hugo Viana MO a INT 2

10 Luis Aguiar AE 4

11 Paulo César AV 3

8 Mossoró AV a 79' 5

-

31 Kieszek GR

15 Miguel Garcia LD

4 André Leone DC

22 Rafael Bastos MO d 66' 2

99 Matheus AE d 79' 2

19 Renteria AV

19 Meyong AV a INT 3

-

Golos: [5-1] 90+1' Alan

amarelos 8' Mossoró, 53' Paulo César, 55' Paulão, 59' Filipe Oliveira, 85' Rafael Bastos

vermelhos nada a assinalar


O Tribunal de O JOGO
Mundialista com muitos erros

Olegário Benquerença não esteve bem no jogo do Estádio do Dragão. Esta é a opinião dos três especialistas de O JOGO que entendem, por exemplo, que o sétimo árbitro português nomeado para um Mundial prejudicou o Braga ao não assinalar penálti por falta de Raul Meireles sobre Mossoró. Esteve mal também ao não expulsar os bracarenses Mossoró e Rafael Bastos. Críticas não faltam num jogo qualificado como "fácil de dirigir".


Momento mais complicado
57' A falta de Raul Meireles sobre Mossoró na área portista é passível de grande penalidade?


Jorge Coroado

-

Raul Meireles foi imprudente na forma como abordou o lance. Com a perna direita, o médio do FC Porto impediu que Mossoró rematasse, cometendo grande penalidade. O árbitro talvez tenha entendido ter sido o bracarense a chutar no pé do jogador portista.

Rosa Santos

-

É grande penalidade. Raul Meireles foi com o pé na perna de Mossoró. Ligeiramente, é verdade, mas derrubou-o. Há uma infracção que o árbitro, perto do lance, não viu. Erro grave contra a equipa bracarense.

António Rola

-

Raul Meireles, ao tentar jogar a bola, não o conseguiu e, simultaneamente, rasteirou o adversário. Ficou assim por sancionar uma grande penalidade contra o FC Porto.


Outros casos

7' É justo o cartão amarelo mostrado a Mossoró por simulação na área portista?

30' Mossoró merecia amarelo - seria o segundo - por chutar a bola depois de o árbitro apitar?

53' Desentendimento entre Paulo César e Fucile é bem decidido com um amarelo para cada?

84' Amarelo mostrado a Rafael Bastos por carga sobre Belluschi deveria ser de outra cor?

Jorge Coroado

-

Mossoró não simulou. Disputou o lance com Álvaro Pereira, desequilibrou-se, caiu e não reclamou. O cartão não se aplicava.

-

Justificava o cartão. O apito foi audível e viu-se que Mossoró rematou em atitude de desprezo.

+

Foi salomónica a decisão. Os jogadores comportaram-se como galinhos da Índia e com muito teatro. Correcta a advertência para ambos.

-

Rafael Bastos exagerou, foi ostensivo e colocou em causa a integridade física do adversário. O correcto seria cartão vermelho.

Rosa Santos

-

Mossoró não simulou qualquer falta. Não havia razões para lhe mostrar amarelo nem tão pouco por protestar.

-

Era amarelo. Se Mossoró não ouviu que vá a uma loja de otorrino comprar um aparelho para os ouvidos. Por falta de coragem não mostrou cartão.

-

Mal decidido. Não sei por que razão Fucile levou amarelo. O árbitro fez um favor ao exibir amarelo a Paulo César porque este agrediu o adversário.

-

A entrada de Rafael Bastos sobre o jogador do FC Porto é violenta. Incrivelmente não foi visto assim pelo árbitroindigitado para o Mundial.

António Rola

-

Não sei qual a razão que levou o árbitro a exibir o cartão amarelo a Mossoró. Se foi por simulação errou na sua apreciação.

-

Mossoró estava em fora-de-jogo e depois do jogo interrompido chutou a bola para a baliza adversária. Devia o árbitro exibir o segundo cartão amarelo e o respectivo vermelho.

+

Tendo em consideração que ambos os jogadores encostaram a cabeça um ao outro, praticando assim conduta antidesportiva, aceito a decisão do árbitro.

-

Rafael Bastos teve uma entrada violenta sobre a perna do adversário. Justificava-se claramente o cartão vermelho em vez do amarelo.


Apreciação global
Jorge Coroado

Desempenho à semelhança do árbitro e daquilo que tem feito ao longo da época. Ar de muita superioridade, atitude de sobranceria. O cumprimento das regras foi feito com critério pessoal e com rigor difuso.

Rosa Santos

O senhor árbitro acabou por complicar um jogo fácil. Não mostrou os cartões que deveria ter mostrado e preferiu assinalar faltas picuinhas em vez de ver que houve um penálti claro a favor do Braga.

António Rola

Um jogo que, a priori, poderia considerar-se difícil acabou por não o ser. O árbitro não soube aproveitar essa oportunidade, pois errou no aspecto técnico e também no aspecto disciplinar. Uma arbitragem a melhorar.


O Momento: 37' [3-0]
A esquerda unida tratou de nunca ser vencida

Possivelmente, o golo que marcou o ponto de não-retorno no resultado, ainda com o bónus de ter chegado pela via que marca o jogo: a que se estendia diante do lateral-direito do Braga, Filipe Oliveira, e que nem ele nem os colegas dispostos por Domingos nesse corredor conseguiram nunca estancar, nem sequer quando Jesualdo decidiu dar repouso ao demónio Varela. Neste lance em particular, contou muito a prontidão do passe de Álvaro Pereira, em situação de 2 para 1, ainda perto da linha de meio-campo. Varela pôs-se no ataque num instante, com espaço para apontar um cruzamento assassino à pequena-área. Uns bons quilómetros/hora a mais entre Falcao e Moisés fecharam o caso, nas barbas inocentes de Eduardo.



Lances-chave

11'

Varela serve a primeira dose a Filipe Oliveira. Finta-o, cruza, e vale Moisés para evitar que Falcao desvie em frente ao nariz de Eduardo.

13'

Livre, por Hugo Viana, na esquerda. Paulo César cabeceia bem, Helton estica-se ainda melhor.

14'

Uma subtileza de Mossoró na direita. Solta Alan na área, entre o central e o lateral, e este aponta ao espaço entre o poste e Helton. Não falha por muito.

16'

(1-0)

Por etapas: primeiro, Rúben Micael numa condução de bola ultra-rápida, depois o passe para Varela, na esquerda, enquanto, do outro lado, Meireles corre por fora, adivinhando como será o cruzamento do extremo. Passe e antevisão são tão bons que o médio tem tempo para rodopiar na recepção, voltando-se para a baliza a fim de marcar com o pé direito.

18'

Falcao falha a baliza, de cabeça, na resposta a um cruzamento de Álvaro Pereira.

33'

Remate de Mariano de fora da área. A bola desvia em Paulão, forçando Eduardo a dar um nó nos rins para defender.

34'

Muito bem Rúben Micael na área. O drible, o remate e o ricochete quase apanhado por Falcao em cima do golo.

35'

(2-0)

Do canto, sobrou um ressalto para Álvaro Pereira, ainda longe da área. Saiu uma bomba, apontada ao lado esquerdo de Eduardo. Com demasiados obstáculos no campo de visão, foi como levar um tiro à queima-roupa.

37'

(3-0)


45'

Canto. Moisés chega à bola, de cabeça, mas falha a baliza.

59'

Um cruzamento de Alan encontra Mossoró sozinho na área, embora com adversários no caminho. Demora a encontrar um buraco e, quando o encontra, Meireles tapa-o. Possivelmente em falta.

62'

Bom cruzamento de Paulo César da esquerda. Meyong remata, perto da pequena área, mas a bola desvia em Bruno Alves.

64'

Varela dispara Mariano para um contra-ataque de meio campo. Diante de Eduardo, aponta ao lado da baliza.

69'

Pontapé violento de Alan. Ao lado.

72'

(4-0)

O típico: canto de Meireles, da esquerda, e cabeça de Falcao um palmo acima da de Moisés.

80'

Tabela entre Mariano e Belluschi acabada num remate para Eduardo.

83'

(5-0)

Primeiro a insistência de Mariano, na direita da área. Depois o passe recuado para Fucile e o calcanhar deste para Belluschi, que só tem de morder a língua e chutar com toda a força.

90'+1'

(5-1)

Livre de Luis Aguiar, ainda perto da linha de meio-campo, mas apontado à área. Ganha a cabeça de Alan, que desvia a bola para a direita de Helton.



História do Jogo
A revolta contra a Comissão Disciplinar


Os jogadores do FC Porto aqueceram com "t-shirts" envergando os números 12 e 21, de Hulk e Sapunaru.
Depois da revolta do plantel na véspera, ontem foi a vez da revolta dos adeptos portistas contra a Comissão Disciplinar da Liga na sequência dos castigos aplicados a Hulk (suspenso por quatro meses) e Sapunaru (suspenso por seis meses) após os incidentes no túnel da Luz. Cerca de meia hora antes do jogo, quando as equipas faziam o aquecimento no relvado, toda a claque dos SuperDragões abandonou a bancada no topo Sul em sinal de protesto. Um momento carregado de simbolismo, ainda mais porque todas as outras bancadas já estavam preenchidas. A ausência prolongou-se até aos primeiros minutos do jogo, altura em que a claque regressou à bancada.

Durante esse período - no qual os cerca de dois mil adeptos do Braga conseguiram superioridade sonora -, foram simplesmente colocadas duas faixas, à vez, com as seguintes inscrições: "contra a falsidade e roubalheira" e "todos pelo Porto". O destinatário foi obviamente a Comissão Disciplinar, presidida por Ricardo Costa, e a mensagem, pelos aplausos ouvidos, foi aprovada pela generalidade dos mais de 40 mil espectadores presentes no Estádio do Dragão.

Os jogadores portistas também lembraram as ausências de Hulk e Sapunaru com uma mensagem mais subliminar. Fizeram o aquecimento envergando "t-shirts" brancas com os números 12 e 21, precisamente os dorsais utilizados por Hulk e Sapunaru.

Desta forma, continua a "guerra "aberta" entre o FC Porto e a Comissão Disciplinar da Liga. Logo após a leitura dos castigos a Hulk e Sapunaru, na sexta-feira, o FC Porto reagiu em comunicado contra o órgão liderado por Ricardo Costa. No dia seguinte, foi a vez de o plantel se unir com a leitura de uma mensagem por parte de Nuno, que falava precisamente em união e revolta. E os adeptos uniram-se e revoltaram-se.


O Braga um a um
Direita deu para o torto

Eduardo 4

Brilhou aos 33' quando evitou que um desvio em Paulão matasse o jogo. Depois, foi só vê-las entrar. No terceiro golo deveria ter sido mais expedito.

Filipe Oliveira 2

O FC Porto fez 15 cruzamentos pelo seu lado e isto diz tudo da dificuldade que teve para parar Varela. Ultrapassado em dois dos três primeiros golos e vulgarizado a cada arranque do adversário, a direita do Braga foi um passador. Pior era quase impossível para quem estava em grande forma.

Moisés 2

Esqueçam o que se vai escrever a seguir, pois a brilhante Liga que tem feito não merece uma mancha assim. Não se entendeu com Paulão e muito menos com Falcao, a quem deu toda a liberdade. Andou à nora em várias situações, mas inexplicável mesmo é como perde no ar duas vezes para um jogador sete centímetros mais baixo e 10 quilos mais leve. O colombiano agradeceu e bisou.

Paulão 4

Três desvios nas suas costas provocaram o pânico na área. Mas se aí só pagou a coragem de dar o corpo à bola, em muitos outros lances não se soube posicionar para disfarçar a lentidão. Perdeu, como todos, a cabeça, mas distingiu-se em dois cortes salvadores.

Evaldo 4

O menos mau da defesa só foi chamado à prova depois de Varela sair e do FC Porto mudar o flanco de ataque. Mas ainda foi a tempo de levar um nó cego de Mariano no lance que fecharia o marcador.

Olberdam 2


Quem se lembra de Vandinho deve irritar-se com a falta de nervo deste ex-Marítimo. Inerte, foi mais um obstáculo para Rúben Micael contornar. O pior é que às vezes desviou-se...

Alan 5

Aos 14' e aos 70' alvejou a malha lateral de Helton com perigo. Aproveitou as subidas de Álvaro Pereira para ser um dos poucos que não fugiram à bitola habitual. E, de cabeça, lá marcou o golo de honra. Foi o segundo ao FC Porto este ano. Pena ter jogado tão recuado.

Hugo Viana 2

Nos primeiros 20 minutos já tinha perdido três bolas sem que se esforçasse para as recuperar. Triste e, em determinadas alturas, ausente. De tal forma, que até Fernando subiu. A equipa sentiu a sua falta.

Luis Aguiar 4

Claramente não sabe estar nas alas, mas Domingos obrigou-o a isso durante 45 minutos. A primeira parte foi horrível, mas melhorou quando passou para o meio e ajudou a carregar o fardo que estava a ser este jogo. Assistiu Alan no golo.

Mossoró 5

Não se esqueceu de como se tiram adversários do caminho mesmo estando três semanas sem jogar. Imprevisível e único foco de perigo na área portista. Se o pararam, foi só porque jogou quase sozinho. Sofreu um penálti não assinalado. Pena o amarelo que o volta a castigar.

Paulo César 3

Uma cabeçada muito perigosa a abrir e um despique com Fucile que quase lhe valeu o vermelho. De resto, correu.

Meyong 3

Um lance para marcar e vários à espera da bola que não chegou.

Rafael Bastos 2

Entrou para trinco, ainda a tempo de uma entrada dura para vermelho não exibido.

Matheus 2


Duas arrancadas, mas nenhuma com objectividade.

O JOGO

JotaCC


Domingos Paciência

"Isto pode ser base do sucesso"


Domingos Paciência admitiu que "não estava nas perspectivas" do Braga uma derrota tão pesada no Dragão. "Quando a equipa entra como entrou e sofre golos como sofreu, é difícil", começou por dizer. "O primeiro golo aparece na primeira situação em que o FC Porto chega à nossa área; o segundo é um remate que bate na cabeça do Paulão e trai o Eduardo; e o terceiro chega da mesma forma: deixámos a bola cruzar a nossa linha de defesa, e surgiu o Falcao", enumerou. De resto, declarou que o tento inaugural de Raul Meireles "deitou por terra a táctica planeada". Domingos considerou que "o resultado era pesado no final da primeira parte" - durante a qual confesse ter visto um Braga "irreconhecível" -, porque, justificou, "não houve tanto jogo perto das áreas quanto isso". Após o intervalo observou uma "reacção da equipa", mas, notou, "foi pena o golo não ter surgido".

Como se não bastasse, o Braga sofreu o quarto "e perdeu-se em organização". O resultado só parou nos 5-1, mas Domingos reforça que "perder por cinco vale os mesmos pontos", além de insistir que é necessário "dar mérito ao FC Porto, que foi cem por cento eficaz no primeiro tempo". Por isso não pretende pensar em eventuais sequelas de tamanha derrota nem em como teria sido com Vandinho em campo. "Esta equipa sofreu muito desde Dezembro: com a saída do João Pereira, do Vandinho e do Mossoró. Tivemos de encontrar alternativas", disse. "Perder por cinco pode criar, na cabeça de muita gente, a ideia de uma goleada. Até hoje [ontem] éramos uma defesa imbatível, a melhor da Europa. Era um motivo de orgulho, mas agora teremos de pensar no que falhámos", continuou. Aliás, o treinador bracarense acha que o jogo de ontem pode trazer pontos positivos no futuro. "Estamos tristes, mas não deixamos de ser a mesma equipa . A equipa que foi hoje [ontem] aqui não vai ser no próximo jogo. A base do sucesso se calhar foi aqui", afirmou. "Sempre disse que não éramos os melhores do mundo, agora também não somos os piores. Esta equipa vai reagir. O Braga continuará a ser forte e a lutar até ao fim pela liderança", prometeu.


Mossoró
"Este resultado não apaga o que foi feito"

Após ter cumprido três jogos de castigo, este não foi o regresso que Mossoró desejaria, quer pela derrota, quer pelo facto de ter visto o quinto cartão amarelo da época, que o vai obrigar a voltar a parar no próximo encontro. "É verdade, não foi como eu gostaria, queríamos ter conquistado pontos, mas este foi um jogo à parte", disse, sublinhando que o Braga subiu ao relvado muito motivado. "Acho que até começámos bem, estávamos muito confiantes em fazer uma boa partida, mas com o decorrer do tempo foram acontecendo erros e quando se erra frente a equipas como a do FC Porto, jogando em sua casa, é muito difícil depois recuperar." Referindo que o castigo é "passado", o médio não concordou com o amarelo que lhe foi mostrado. "Agora, vou cumprir mais uma suspensão. Não me quero estar a fazer de vítima, mas vocês viram o lance." Para o brasileiro, o importante é vencer o próximo jogo. "Ainda estamos a um ponto da frente e o nosso objectivo é o mesmo, vencer sempre, e este resultado não apaga o que foi feito", referiu, frisando que a equipa irá recuperar. "A equipa tem de estar forte já frente à Olhanense".


Moisés

"Nada deu certo"

O Braga entrou para a 20ª jornada apenas com oito golos sofridos, mas num só jogo sofreu cinco. Moisés assumiu que a equipa "esteve muito abaixo do normal" e mostrou-se resignado com o resultado. "Ficou bem claro que, hoje [ontem], nada deu certo. Mas, assim, como quando ganhamos não somos a melhor equipa do campeonato, também não somos a pior quando perdemos", sublinhou o central, para quem os bracarenses não vão baixar os braços. "Temos de continuar batalhando para continuar em cima, e o próximo jogo vale os mesmos três pontos que este. Ninguém está satisfeito, mas é preciso levantar a cabeça", concluiu.


Carlos Freitas
"Não desistiremos da guerra"

A dez jornadas do fim, o Braga assumiu, finalmente, o que já todos sabiam: é mesmo candidato ao título. Nem mesmo a derrota no Dragão impediu Carlos Freitas de o anunciar. "Temos um trajecto até esta jornada que nos orgulha e que nos trouxe um conjunto de responsabilidades que, no início da época, não seriam aquelas que nos projectariam. Mas, já que chegámos aqui, não vamos desistir da guerra", referiu o manager do clube bracarense, que deu a cara neste momento difícil e não teve problemas em admitir que, tendo em conta a actual classificação, "o Benfica tem sido mais forte". "Mas estamos convictos de que o Benfica vai perder pontos, tal como o FC Porto já perdeu onde não esperaria", ressalvou o dirigente, convencido que a goleada sofrida ontem se explica com o "grau de eficácia do opositor na primeira parte". "Há jogos assim. Este correu-nos francamente mal e cometemos erros que não queremos voltar a cometer para voltarmos a obter resultados positivos", acrescentou Freitas, aproveitando a ocasião para apelar aos adeptos para aparecerem em peso contra o Olhanense, jogo no qual as entradas poderão ser novamente gratuitas.

O JOGO

JotaCC

Goleada azul deixa o ouro todo à mercê do Benfica

Primeira parte luxuosa. Dragões conseguiram até marcar dois golos em dois minutos,  tirando proveito do invulgar 4x4x2 minhoto

Jorge Jesus, caso se tivesse deslocado ontem ao Estádio do Dragão, tinha todos os motivos para voltar a dar um forte abraço a Pinto da Costa, já que os azuis e brancos golearam Domingos Paciência e deixaram o Benfica dependente de si próprio para repetir a "proeza" de Trapattoni em 2005. Os encarnados entram no último terço do campeonato em condições de empatar em casa com o Sp. Braga (na primeira volta foram derrotados pelos "arsenalistas" por 2-0...) e de perderem na penúltima jornada em pleno... Dragão, isto, claro, caso confirmem o favoritismo nos restantes compromissos.

Dividido entre a responsabilidade de ganhar e a consequente possibilidade de oferecer de bandeja a liderança isolada ao Benfica, o FC Porto resolveu os seus dilemas "psicológicos" muito cedo e da única maneira possível, ou seja, aproveitando as oportunidades e o espaço inacreditavelmente cedido pelo meio-campo minhoto. De forma algo surpreendente, Domingos deixou de fora Meyong e apostou num 4x1x3x2 sem um avançado de referência para os centrais da casa.

Se era razoável a ideia de deixar soltos no ataque os brasileiros Paulo César e Mossoró, mais incompreensível foi o preço a pagar no meio-campo face à alteração do sistema tradicional. O Sp. Braga abandonou o 4x2x3x1 e assim ficou durante toda a primeira parte apenas com um elemento posicional (Olberdam) entregue à tarefa de cobertura da dupla... maravilhosa composta por... Micael e por Meireles. Este último apontou o primeiro golo (depois de ele próprio ter iniciado o lance!) na sequência de uma das duas assistências protagonizadas por Varela, um extremo que voltou a justificar a atenção que o seleccionador nacional já lhe concedeu. Aliás, Carlos Queiroz, quando tiver oportunidade de ver o vídeo do desafio, vai ficar deliciado não só com os pormenores de Varela mas também com o "regresso" em "grande" de Meireles, o homem da camisola 3 que "encheu" ontem o campo.

Além do golo inaugural, o subcapitão dos tetracampeões marcou o canto que deu origem ao 4-0 e ainda conseguiu fazer uma falta na grande área de... Helton, que passou despercebida ao árbitro. Aos 58', Raul Meireles carregou Mossoró e se Olegário tivesse visto de certeza que os visitantes teriam beneficiado da única situação real de golo no Dragão. Ao contrário, Eduardo sofreu cinco golos em 90 minutos (ele que em 20 jornadas só tinha sofrido... oito) e perdeu o estatuto de guarda-redes da melhor defesa para o benfiquista Quim. Mais uma cortesia dos pupilos do professor Jesualdo, que teve tempo e oportunidade para esboçar um sorriso tão típico, por exemplo, do colega Arsène Wenger. E o treinador do FC Porto ainda podia ter "saltado" mais no banco caso Rúben Micael e Mariano tivessem aproveitado duas situações de baliza "aberta" (aos 59' e 63', respectivamente) para acentuar a humilhação dos "guerreiros do Minho". Domingos não merecia sair do Dragão de olhos postos no chão.

DN

JotaCC

Domingos e família no tribunal
GANGUE BRASILEIRO COMEÇOU A SER JULGADO POR ASSALTO E SEQUESTRO
   
Domingos Paciência depôs esta segunda-feira em tribunal na qualidade de testemunha arrolada pelo Ministério Público no julgamento de um gangue de brasileiros que praticava assaltos e que sequestrou e roubou a família do treinador bracarense no dia 21 de janeiro de 2009. O gangue está acusado de pelo menos 20 assaltos.

Domingos fez um depoimento breve confirmando que não estava presente e que lhe furtaram um Mercedes avaliado em 120 mil euros e vários relógios, tendo já sido indemnizado por uma seguradora em 16 mil euros. A sua mulher, Isabel, também prestou depoimento no Tribunal de Matosinhos e identificou os dois elementos que sequestraram a sua família, tendo roubado diversos material: telemóvel, ipods, consolas de jogos e dinheiro.

"Eu e os meus três filhos estivemos sequestrados durante mais de uma hora", referiu, sobretudo preocupada com o filho mais novo, que na altura tinha apenas 8 anos. Os outros dois filhos do casal, João, hoje com 18 anos, e Gonçalo, hoje com 15, também testemunharam.

João Paciência, que joga nos juvenis do FC Porto, concordou com a juíza quando esta sugeriu que a família viveu "um filme de terror".

Também depôs Rodolfo Moura. O antigo fisioterapeuta de Benfica, Sporting e FC Porto, que é compadre de Domingos, passou pela casa do treinador do Sp. Braga para dar boleia para o colégio aos seus filhos, pouco antes das 8 horas, mas os assaltantes mandaram a empregada do casal informar que os miúdos nesse dia não iam à escola. "Achei estranho...", referiu Moura.

Também foi ouvida a empregada do casal Paciência, Marlene Rodrigues, que descreveu alguns pormenores do assalto. De manhã foram ouvidos os arguidos e todos eles pediram "perdão", afirmando que nunca foi sua intenção assustar as pessoas que foram vítimas deste assalto seguido de sequestro, embora se tivessem apresentado armados. "Um deles estava sempre a mexer na pistola", salientou a mulher de Domingos Paciência.

RECORD