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Maltratar o futebol.

Started by Zé, 24 de April de 2006, 19:47

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Quando leio os jornais desportivos nacionais, melhor dizendo, jornais desportivos regionais de Lisboa e Porto, dou comigo a pensar qual a diferença entre estes e os tablóides sensacionalistas. Se há imprensa dita séria e imprensa dita sensacionalista, a diferença, a linha de separação, entre os jornais desportivos nacionais, e os jornais sensacionalistas é tão ténue que começo a ponderar  como qualificá-los.

Infelizmente, cada vez mais, o mercado a quem se destinam os jornais, isto é, o grande número de adeptos dos ditos grandes, talham a linha editorial, e é com normalidade que, os adeptos dos clubes de menor dimensão, assistem revoltados, mas tranquilos, a um mar de notícias fúteis, descabidas, onde se noticia em primeira página, treinos e peripécias sem interesse, só com o propósito mercantilista de agradar à  enorme franja de adeptos dos ditos grandes, que obcecados, sedentos, por pequenos detalhes, saciam-se nas trivialidades dos ditos jornais regionais de Lisboa e Porto. Lamentável... como se o país tivesse somente três clubes e o resto não interessasse.

Quando um grande perde, eis o maná caído dos céus. O grande perde sempre porque não esteve bem, nunca porque o pequeno foi melhor, e inevitavelmente, o arbitro, tal como o azeite, vem sempre acima, sendo o bode expiatório de algumas derrotas.
Claro que os árbitros  erram, algumas vezes mais que o desejável. Não pretendo desculpabilizá-los, pelo contrário há que responsabilizá-los.

O mesmo sucede quando há encontros entre os tais grandes. Os jornais desportivos regionais de Lisboa e Porto, tem o pretexto, o motivo, a ocasião para dissecar, analisar ao pormenor, lances triviais como se o futebol fosse interessante por essas mesquinhices. Caricato que muitas vezes, ao invés de analisarem os momentos decisivos de um jogo, discutem um fora de jogo banal; discutem uma bola que saiu, que nenhuma importância tem no jogo; discutem uma falta corriqueira...
Se existe um lance polémico em que um grande é eventualmente prejudicado(?!?)os jornais desportivos regionais de Lisboa e Porto, dizem em letras gordas que existe revolta no país. Os jornalistas, os comentadores, os opinion makers, os dirigentes, os treinadores, dizem-se incrédulos, e lamentam como se fossem os guardiões da justiça e verdade desportiva. Todavia, quando os mesmos são descaradamente beneficiados, não aparecem. Talvez por esquecimento; talvez por vergonha; ou talvez porque não interessa e não sejam tão defensores da verdade como se auto - intitulam.

Seria mais conveniente e proveitoso, se os jornalistas e dirigentes, pensassem atitudes. Seria talvez melhor divulgar o que há de positivo no futebol, a exemplo de outros países,  onde a mentalidade, a perspectiva, do futebol nos causa entusiasmo.

Dizem que na  Inglaterra é que é...
Lá vive-se o futebol, ama-se o futebol, respira-se o futebol. O ambiente em torno do futebol é próprio dos grandes eventos e os promotores tudo fazem para dar o que o povo mais gosta – Uma festa! O futebol é mesmo um espectáculo!

Lá, todos, desde os dirigentes até aos jogadores, preocupam-se em proporcionar aos espectadores e adeptos em geral momentos agradáveis e maravilhosos. Lá, a Comunicação Social(CS), os adeptos criticam e repudiam aquele jogador que simula uma falta; aqui, critica-se o arbitro que não a marcou, e então se estiver envolvido um grande o arbitro é crucificado publicamente.

Lá, exalta-se o futebol espectáculo e critica-se os sistemas defensivos; aqui, exalta-se o pontinho tão importante que é nas contas finais, como se o futebol, na essência, vivesse de causas medíocres.

Lá valoriza-se o jogo; aqui, as polémicas inerentes ao jogo.

Lá valoriza-se os jogadores, aqueles que são afinal de contas os artistas, os únicos que interessam; aqui, valoriza-se os dirigentes e os árbitros, como se fossem eles a razão do adepto ir a um jogo.

Aqui dá-se muita importância a aspectos que não estão  relacionados com o jogo em si, procura-se reacções, provocam-se reacções. Um jogo começa na preparação semanal do mesmo, é certo,  e só acaba na última conferência de imprensa de apreciação ao mesmo, todavia, há quem deseja prolongá-lo indefinidamente, talvez por propósitos mercantilistas, ou outros mais sombrios.
É isto o mais importante?

Estão a maltratar o futebol, não só a CS, como inclusive os próprios dirigentes. Estão a maltratar a  essência do futebol, o futebol espectáculo, a festa. Dizem tão mal do futebol, afinal de contas a razão de serem; o sustento, o ganha pão deles próprios e das suas famílias.
Força Gverreiros

Anabela

Simplesmente "fabulástico"!
Grande texto!

ZGANDULO

 A "Geneologia da moral"... ;)

Grande recital do nosso ZÉ. sobre a realidade futebolistica da república das bananas...Bravo ZÉ. ;)

Mas só nós é que compreendemos as coisa assim porque os adeptos dos metralhas dizem que somos irónicos, coisa e tal... :-\enfim...

[url="http://pwp.netcabo.pt/peixotom/emoticons/forca_braga2.gif"]http://pwp.netcabo.pt/peixotom/emoticons/forca_braga2.gif[/url]

"Os arguidos por suspeitas de corrupção relativas ao jogo FC Porto-Estrela da Amadora, da época 2003/04, foram ilibados. Os processos de Pinto da Costa, Reinaldo Teles, do empresário António Araújo, do ex-árbitro António Garrido, do árbitro Jacinto Paixão, bem como dos auxiliares nesse encontro, José Chilrito e Manuel Quadrado, foram todos arquivados
(...)
No âmbito do processo "Apito Dourado", e com base em escutas telefónicas, o Tribunal de Gondomar encontrou indícios de possível corrupção desportiva, pelo que enviou o dossiê para o DIAP (Departamento de Investigação e Acção Penal, uma estrutura do Ministério Público). As iniciais "JP" foram mencionadas numa conversa telefónica entre Pinto da Costa e o empresário António Araújo, também com menções a "fruta", daí a suspeita de que o envolvido fosse Jacinto Paixão. O alegado favorecimento do FC Porto pelo árbitro teria sido feito a troco da disponibilização de prostitutas. Mas, de acordo com o depoimento de Pinto da Costa, "JP" seria Joaquim Pinheiro, dirigente do FC Porto. "Não ficou provado que JP fosse Jacinto Paixão. E mesmo que fosse não haveria ligação directa entre favorecimento pessoal e o jogo de futebol em causa", defendeu António Pragal Colaço. A decisão do Ministério Público é irreversível, pelo que não há lugar a qualquer espécie de recurso. "
In O Jogo


Pois é amigos, como é incrível que neste país tudo rode à volta do dinheiro, nem que para isso se tenha que vender a dignidade e a honra... afinal de contas o que é isso? o que conta é o dinheiro e o poder!
Digo isto porque li que alguns arguidos supostamente implicados no processo de corrupção foram ilibados... Será de admirar? Em Gondomar encontraram indícios...no Porto, não!
Apesar de haver a incerteza se realmente há ou não matéria provatória, acho que as evidências são tantas; as pseudo denúncias; as insuniações... que a imagem que tenho é que realmente existe corrupção no futebol.
Burro sou eu em acreditar que algum dia as coisas vão mudar.
Como diz o Cardoso: Vou comprar uma cana e dedicar-me à pesca!
Força Gverreiros