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NOTICIAS DO ENORME DO DIA 26/12

Started by JotaCC, 26 de December de 2009, 07:55

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JotaCC

Bracarenses perspectivam dificuldades para a 2.ª volta


O Sporting de Braga lidera o campeonato de futebol a uma jornada do final da primeira volta pela primeira vez na sua história e os adeptos acreditam na luta pelo título até ao final da competição. "No meu íntimo, acredito que sim, que vai aguentar até ao final do campeonato a lutar pelo título, até porque a equipa já passou por momentos menos bons, como os dois empates seguidos (Leixões e Naval) e depois foi ganhar a Paços de Ferreira", notou Artur Jorge à agência Lusa.
Para o antigo jogador e "capitão" dos "arsenalistas" - das camadas jovens aos seniores representou o Sporting de Braga durante 20 anos -, o actual momento da equipa é motivo de "orgulho" e "reflexo do crescimento e da regularidade dos últimos anos".

Artur Jorge salientou que a equipa, apesar das limitações, está a "lutar de igual para igual com outras mais poderosas em meios e em termos de plantel".
Para o ex-defesa central, a equipa orientada por Domingos Paciência pode "lutar até ao fim pelo título, mas na pior das hipóteses, e até como prémio pelo que tem feito até aqui, julgo que pode atingir um lugar que dê acesso à Liga dos Campeões".

António Duarte, antigo dirigente do clube na área do futebol, tem dois discursos, um ditado pela emoção, que diz que o Sporting de Braga pode lutar pelo título, outro limitado pela razão, que manda "ter os pés bem assentes no chão" e gerir o clube numa perspectiva de futuro. "Só porque se vai em primeiro lugar, não se deve hipotecar o futuro do clube", resumiu.

António Duarte quer "muito" que o Braga se sagre campeão, mas, pela sua "experiência", antecipa muitas dificuldades. "A segunda volta vai ser muito difícil porque os 'três grandes' vão reforçar-se e as equipas já jogam de maneira diferente com o Braga", realçou o antigo dirigente dos bracarenses.


Plantel arsenalista regressa hoje aos trabalhos

O plantel do Sporting de Braga regressa esta tarde aos trabalhos, depois de uma semana de férias. Domingos Paciência inicia hoje a preparação para o embate com o Sporting, a realizar no domingo (3 de Janeiro), a contar para a Taça da Liga. O treino tem início às 15.30 horas e será aberto ao público.

Meyong às ordens do Braga... não foi convocado para o CAN


A necessidade de reforçar o ataque deixou de ser uma prioridade no futebol profissional do Sporting de Braga. Isto porque Domingos Paciência, ao contrário do previsto, pode contar com o avançado Meyong durante o mês de Janeiro, uma vez que o futebolista não foi convocado para a selecção dos Camarões para a Taça das Nações Africanas (CAN), competição que decorre no próximo mês. Meyong foi preterido das escolhas do técnico Paul Le Guen na sequência do momento de forma menos positivo que está a atravessar. Isto apesar de ter sido uma presença assídua na selecção durante a fase de qualificação para o Mundial'2010. Assim, o sector atacante do Braga conta com Meyong, Adriano, Yazalde, Paulo César e Osvaldo.


CORREIO DO MINHO

JotaCC

Ninguém pára o melhor Mossoró

"Ninguém pára o Mossoró" é uma expressão celebrizada em forma de cântico pelos adeptos do Braga. A ideia nasceu na época passada, mas só agora é que Márcio, que se chama Mossoró por ter nascido numa cidade do Rio Grande do Norte com esse nome lhe faz jus. O brasileiro soltou o génio com a saída de Luis Aguiar. Domingos começou reticente em relação às suas capacidades. A primeira parte mal conseguida na primeira jornada, contra a Académica, obrigou o técnico a recorrer ao baixinho. E com sucesso. Passaram 13 jogos para a Liga Sagres e Mossoró foi sempre titular e um dos melhores em campo. Neste curto espaço de tempo já igualou o número de titularidades da época passada. E, se somar os jogos contra o Elfsborg, para a Liga Europa, Covilhã e Setúbal, para a Taça de Portugal, Mossoró fica apenas a uma titularidade e a cerca de 200 minutos de igualar o registo de toda a temporada 2008/09, aquela em que o Braga mais jogos disputou em toda a história: 48.

Mossoró já confirmou que atravessa o melhor momento de sempre, embora lhe falte algo para coroar o estrelato: primeiro golos, coisa para a qual não parece ter muito jeito, e títulos, que conquistou no Brasil mas ainda não provou em Portugal. Quando chegou ao Marítimo, vinha de conquistar a Taça Libertadores, com aparições intermitentes no Internacional de Porto Alegre, mas decisivas, ao ponto de suscitar interesse do Cruzeiro e do Vasco da Gama. Escolheu o futebol português para se mostrar na Europa e proporcionar bem-estar à família. Na Madeira começou como extremo e até fez sete golos. Mas Jorge Jesus tinha pensado nele como organizador de jogo. A sua criatividade fê-lo perder para o concorrente Luis Aguiar, mais forte tacticamente como o agora treinador do Benfica tanto aprecia. Domingos soltou-lhe as rédeas e, sem responsabilidades defensivas, Mossoró está a jogar como nunca. Daqui a 10 jornadas, pode ultrapassar as 23 titularidades cumpridas no Marítimo. Lesões não terá, pelo menos a julgar pela invulgar capacidade de resistência que revela desde a última, no longínquo ano de 2006.

Apenas duas notas negativas

A regularidade de Mossoró é visível nas pontuações de O JOGO. Desde que foi titular a primeira vez, na Suécia, só em dois dos 16 jogos disputados entretanto teve notas negativas. Curiosamente nos dois últimos, o que não significa obrigatoriamente quebra de forma. Já foi pontuado três vezes com nota 8.

Factos curiosos

O melhor amigo de Mossoró é Renteria, colega no Internacional e depois no Braga. Os dois falam muito e, através de O JOGO, o colombiano até lhe mandou felicidades antes do jogo com o FC Porto.

Em Junho deste ano, os adeptos do Volta Redonda celebraram a sua contratação. Poucos dias depois, a decepção: reforço era outro Mossoró, também 10. Ninguém acreditou.

No Brasil, foi sinónimo de conquistas surpresa: pelo modesto Santo André ganhou a Copa Brasil em 2005. Um ano volvido levantou a Libertadores no Inter.

O filho Kauã, de dois anos e meio, é a sua principal diversão longe dos relvados. Mossoró é muito recatado.

23

Recorde de titularidades de Mossoró, conseguido ao serviço do Marítimo



Rei também nas substituições

É nono entre os que mais faltas sofrem nesta Liga Sagres (33), quarto nos que perdem mais bolas (43) e sétimo no ranking dos que conduzem mais ataques (109). No Braga, só Alan está à sua frente (quarto, segundo e primeiro, respectivamente) na classificação individual das estatísticas ofensivas do campeonato, o que diz bem da importância de Mossoró na manobra ofensiva da equipa. Mesmo sendo um 10, a inquietude que põe no jogo leva-o a procurar muitas outras áreas, como as alas, o que lhe vale ainda o 19º lugar no ranking dos cruzamentos, sexto entre aqueles que não são extremos ou laterais.

Mas se o criativo brasileiro está no topo em muitas dessas classificações, é líder entre os jogadores mais substituídos. Domingos não varia muito e o grande rival de Mossoró neste capítulo é Meyong, também com 10 saídas após o jogo começar. No caso do camaronês tem a ver com vários fracos desempenhos. Mossoró é um caso diferente. Pela postura irrequieta, chega sempre esgotado ao segundo tempo.



Vasco Fernandes na mira dos arsenalistas

A SAD começará hoje a procurar, de forma mais concreta, um lateral-direito para o lugar de João Pereira. De Espanha há ecos que Vasco Fernandes, cedido ao Celta de Vigo pela Inverfutbol, reúne a preferência bracarense. Sem lugar nos galegos, Vasco Fernandes teria um custo reduzido, uma vez que o Celta não desperdiçaria a oportunidade de encaixar o que quer que fosse para libertar um jogador que não lhe interessa manter no final da época. Vasco Fernandes é um central de raiz, que além de ser jovem e promissor nada tem a ver com João Pereira. Mas está bem referenciado em Braga, isso é certo. Foi, aliás, um dos nomes indicados por Jorge Jesus quando ainda era este que planeava a época que corre. Agora, o diário Voz da Galiza garante que o interesse se reacendeu e que o Celta de Vigo está disposto a negociar. Nélson, do Bétis, também é apontado com insistência.


Regresso ao trabalho hoje já sem João Pereira

Uma semana depois do último treino, eis os guerreiros do Minho de volta ao trabalho. Hoje, às 15h30, o Braga volta ao trabalho para preparar o jogo contra o Sporting, para a Carlsberg Cup. Domingos Paciência já não contará com João Pereira, e estará curioso para saber se algum dos jogadores abusou nas férias. Com Vandinho de volta às opções, a semana servirá essencialmente para ensaiar Filipe Oliveira no lugar de lateral-direito. Não são esperadas outras mudanças no onze que enfrentará os leões, embora Kieszek também mantenha ambições de ocupar a baliza na vez de Eduardo.



Petterson à espera de Melhor sorte

O sonho de ser promovido à primeira equipa foi efémero para o jovem Petterson. Uma lesão grave num joelho, seguido da respectiva artroscopia, impediu-o de se mostrar a Domingos ou de sair para jogar noutro clube por empréstimo do Braga. O haitiano está na fase final de recuperação e tem em Janeiro um mês decisivo. Ficar em Braga implica pouco ou nada jogar, mas aprender com os melhores durante mais meio ano. Sair é a oportunidade de finalmente se mostrar.


O JOGO

JotaCC

Craques multiplicam-se entre as grandes

Os principais craques nacionais vão multiplicar-se em esforços para correr pelo menos duas das quatro principais provas lusas. Jessica Augusto, por exemplo, fará Lisboa (27) e o Funchal (28) para além de Madrid (31). Sara Moreira estará no Porto (27) e na Amadora (31), enquanto Fernanda Ribeiro estará no Funchal e no Porto. Ainda no sector feminino, refira-se que Marisa Barros e Vanessa Fernandes correrão somente na Invicta. Inês Monteiro está prevista apenas para o Funchal, mas é provável que faça outra no estrangeiro. O mesmo acontece com Dulce Félix (corre em Lisboa). Em homens, o Funchal recebe Rui Pedro Silva e Eduardo Mbengani, enquanto em Lisboa Luís Feiteira, Fernando Silva, José Ramos e Hermano Ferreira assumem o protagonismo. Já o Porto contará com Rui Pedro Silva, Alberto Chaíça e Pedro Ribeiro e a Amadora terá José Moreira, José Rocha e Hermano Ferreira.



O  JOGO

JotaCC

Grande época do líder Braga está a despertar forte cobiça

No Braga, líder da Liga a uma jornada do fim da primeira volta, a prioridade será segurar os principais jogadores do plantel.

A missão não começou bem, já que o mercado ainda nem sequer abriu e o lateral João Pereira já saiu para o Sporting, se bem que a troco de uma quantia significativa (três milhões de euros).

Os leões também estarão interessados no lateral-esquerdo Evaldo, mas neste caso o negócio não parece ter pernas para andar. Domingos Paciência disse esta semana, em entrevista ao JN, que gostaria de ver chegar um avançado com características diferentes dos que já possui, embora estas afirmações tenham sido proferidas antes de se saber que, afinal, Meyong não vai participar na Taça das Nações Africanas pelos Camarões.

JN

JotaCC

Mira desafinada
5º MELHOR ATAQUE É A PROVA... DOS DISPAROS AO LADO 
 
Domingos Paciência deu uma das melhores prendas de Natal ao presidente António Salvador: a liderança no campeonato, fruto de 14 jornadas cheias de alegria, onde se somaram três vitórias diante dos crónicos candidatos ao título. Para continuar a alimentar o sonho de adeptos, jogadores, equipa técnica e direção, o treinador pediu como presente... um goleador!

E a verdade é que o 1.º classificado tem deixado um pouco a desejar no que diz respeito à finalização. O Sp. Braga tem apenas o 5.º melhor ataque - 19 golos, só mais um do que a Académica - e as estatísticas comprovam que marcar tem sido mesmo árduo: pouco menos de 40 por cento dos remates efetuados pelos minhotos saem enquadrados com a baliza e apenas 22,8 por cento deles batem no fundo das redes.

Olhando para o trio que na mudança de ano vai estar no pódio da tabela classificativa, o FC Porto é quem mais remata (242 nas 14 jornadas), mas é o Benfica que tem melhor pontaria (37 golos). Os minhotos até estão à frente de dragões e águias, só que, na luta direta com o guardião adversário, ficam bem atrás dos dois grandes: a equipa de Domingos Paciência precisa de 11,3 disparos para marcar, em oposição aos 9,1 dos azuis e brancos e aos... 6,2 dos encarnados.

RECORD

JotaCC

Novo lateral está para breve

A questão do lateral-direito está a marcar esta paragem natalícia do Sp. Braga. Depois do negócio feito com o Sporting, que rendeu três milhões de euros aos cofres bracarenses, ainda não há sucessor para João Pereira. Ao que A BOLA apurou, a solução não vai passar pelos nomes já aventados até agora.

Os responsáveis bracarenses estão fortemente empenhados na escolha do novo lateral-direito e tudo indica que haverá fumo branco durante o fim-de-semana.

Tony, lateral-direito do Cluj, foi um nome referido, mas não será a solução. E a escolha também não passará por Pedrinho, que foi jogador de Domingos Paciência na Académica. Enquanto não se conhece o sucessor de João Pereira, há duas soluções internas que podem ser testadas na partida em Alvalade: Filipe Oliveira e Ney. A cumprir a segunda época em Braga, Filipe Oliveira tem estado afastado das opções principais, mas tem agora uma boa oportunidade de agarrar o lugar. Tal como João Pereira, é um lateral ofensivo, que até já actuou na posição de médio-ala, mas a falta de ritmo pode ser um handicap.

Seja como for, é já um dado adquirido que Filipe Oliveira não será a principal alternativa para o lugar. Ney, que terá quase tudo acertado para ser cedido ao V. Setúbal, é um caso diferente: Domingos aprecia a sua polivalência (faz qualquer lugar na defesa), mas não tem utilizado o brasileiro com frequência. Nem a saída de João Pereira deverá valer ao brasileiro a sua continuidade em Braga, pelo que uma cedência aos sadinos será a melhor opção para todas as partes. Falta saber se esse empréstimo poderá vir a ser adiado por mais uns dias.

A  BOLA

JotaCC

Regresso aos treinos com 400 adeptos na assistência

O primeiro treino do Sp. Braga depois das férias de Natal, este sábado, foi bastante concorrido: os jogadores do plantel ainda não se apresentaram todos, mas cerca de 400 adeptos foram ver como correm os trabalhos da equipa de Domingos Paciência.

Hugo Viana, Osvaldo, Mossoró, Diogo Valente, Paulo César, Moisés, Tiago Pinto, Filipe Oliveira, Alan, Matheus, André Leone são os jogadores de campo disponíveis, junto com os guarda-redes Eduardo, Kieszek e Cristiano.

O plantel do Sp. Braga, fica completo este domingo, dia para jogo-treino com o Merelinense (II Divisão), com a chegada dos restantes jogadores.

A BOLA

JotaCC

JVP: «Acabei com dignidade»
DESILUSÃO NO BESSA E O MOMENTO EM QUE SENTIU CHEGAR O PRINCÍPIO DO FIM
   
R - O regresso ao Boavista não foi tão feliz quanto pensou...
JVP - O primeiro ano no Boavista foi muito mau. A muitos níveis, o principal dos quais na relação com os treinadores. Não me identifiquei com os métodos e a maneira de ser deles, acho que me trataram mal e não me respeitaram. Foi o pior ano da minha carreira, em termos desportivos e de convivência com a equipa técnica (comandada por Jaime Pacheco).

R - Pior ainda do que no Benfica de Souness?
JVP - Pior porque na Luz tinha o meu estatuto e jogava num grande clube. Ali estava mais vulnerável. Não vim embora ao fim de um mês por respeito ao clube.

R - A segunda época retificou boa parte dessa má impressão?
JVP - A entrada de Carlos Brito foi uma lufada de ar fresco. Criou uma nova mentalidade, senti-me útil, fui o melhor marcador da equipa e falhámos as competições europeias por um ponto. Isso numa altura em que o Boavista já estava muito mal. Com pena minha tive de sair. Sem querer alongar-me, arrependi-me de ter regressado às origens.

R - Surgiu então o convite do Sp. Braga...
JVP - Já tinha sido convidado um ano antes, quando o professor Jesualdo Ferreira lá estava. Mas como tinha a intenção de acabar no Boavista e nem sequer queria jogar muito mais tempo, não fui. Acabei por ir mais tarde, provando a mim mesmo que ainda não tinha chegado a hora. A primeira época até correu bem: o Sp. Braga estreou-se na fase de grupos da UEFA e passou-a pela primeira vez na sua história, sinal de que valeu a pena a aposta.

R - Foi feliz em Braga?
JVP - Fui. Tive final feliz num clube que me respeitou e que eu respeitei até ao último dia. Curiosamente, despedi-me no mesmo estádio em que me estreei na I Divisão: no 1.º de Maio, num embate da Liga Intercalar. Lesionei-me, recuperei, ainda fui aos Estados Unidos ver se prolongava a carreira e, como não deu certo, solicitei uma reunião com o presidente Salvador, na qual lhe disse que não tinha condições, não queria jogar mais e desejava rescindir amigavelmente o contrato.

R - Não tinha condições anímicas ou físicas?

JVP - Ambas. Estava a chegar ao fim e não devia prolongar a agonia até ao termo da época. Com aquela decisão respeitei-me a mim e ao Sp. Braga.

R - Foi o final de carreira que desejava?
JVP - Foi o final possível. Acabei com dignidade, que era o meu objetivo para esse momento. Repare: podia ficar no plantel, como um peso morto à espera do final do mês ou do contrato, para ganhar mais algum dinheiro. Mas esse não era o modo mais correto de encarar a situação.

R - O Rui Costa quando abandonou disse a mesma coisa, que já não dava para mais...
JVP - O problema é quando deixamos de ser os melhores para nós próprios. É o primeiro sinal. Um jogador quando passa uma vida no topo e é considerado um dos melhores das equipas que representa - não digo isto com vaidade mas acho que posso dizê-lo sem vergonha - sabe intuir que perdeu faculdades. Quando o corpo começa a não corresponder à agilidade mental, meu caro, é o princípio do fim. E isso acontece gradualmente, com o peso agravado de 19 anos de carreira que provocam desgaste no dia-a-dia - já não suportamos sequer as conversas do balneário. Mesmo considerando que isso teve as suas vantagens: cheguei aos 36 anos e mantive-me jovem e atualizado.

Coisas de Nuno Assis

R - Qual o jogador de hoje em quem se revê?
JVP - O Nuno Assis tem algumas coisas parecidas. Eu era mais ofensivo, podia jogar até como ponta-de-lança, ele atua mais recuado e aparece de trás para a frente. Mas há aspetos em que me revejo nele. No estilo, nas decisões que toma, no modo como se relaciona com o jogo. Outra diferença é que eu jogava bem de cabeça. O Rui Jorge queixava-se que eu só marcava golos de cruzamentos da direita. Nunca me tinha ocorrido mas, de facto, reconheço que tinha mais disponibilidade para fazer-me à bola quando vinha do lado direito.

Aquele golo à Inglaterra

R - Qual foi o melhor golo que marcou?
JVP - Com a Inglaterra, no Euro'2000. Não só pelo gesto na conclusão como por todo o lance - trocámos a bola durante uma eternidade. Mas só depois de vê-lo na televisão é que tirei essa conclusão. Na altura achei que tinha sido um golo como os outros.

Treinador? Nem pensar!

R - Há alguma hipótese de vir a ser treinador?
JVP - Nunca tirei o curso. É uma ocupação que não está e nunca esteve nos meus horizontes. Basta olhar à volta para perceber que, por norma, o treinador está em clubes por períodos muito curtos. Não quero essa instabilidade para a minha vida. Isto dá muitas voltas, aprendi o valor da palavra nunca, mas não quero ser treinador de futebol.

Diretor desportivo? Depende...

R - Vê-se num cargo de diretor desportivo?
JVP - Depende do que esperem de mim. Só depois de saber o que pretendem saberei se sou capaz de desempenhar a função. Aceitar uma função só para estar ocupado é que não pode ser.

Presidente Luís Figo

R - Figo daria um bom presidente da FPF?
JVP - Não sei, embora me agrade a ideia de ver os mais altos cargos do futebol entregues a ex-jogadores. Futebolistas com carreiras ao mais alto nível mundial, com conhecimentos adquiridos um pouco por toda a parte, devem ter oportunidade para expor e aplicar as suas ideias. O Luís está nesse lote.

Jaime Pacheco sem perdão

R - Consegue definir o momento mais doloroso da carreira?
JVP - Foi num Benfica-Boavista, na Luz. Passei toda a segunda parte a aquecer, juntamente com outros três companheiros. Eles entraram, eu voltei para o banco. Nunca perdoei a Jaime Pacheco. A perder por 3 ou 4-0 meteu o Toñito, que foi expulso 10 minutos depois. No fim, em plena cabina, culpou-o da derrota.

Números sem significado

R - Alguma razão para os números de camisola que escolheu na carreira?
JVP - Eram os que estavam livres. Só isso. À exceção do 12 que enverguei no regresso ao Boavista, que o presidente escolheu simbolicamente, agarrado à imagem de eu ser uma espécie de 12.º jogador, delegando em mim o espírito dos adeptos. Mas nunca liguei a isso. Sempre entendi que é o jogador que faz o número e não o número que faz o jogador.

Camisola e botas de Riade

R - Guardou muitos objetos ao longo dos anos em que pisou os relvados?
JVP - Guardei alguns. Não se pode dizer que seja um grande colecionador, mas fiquei com alguns. Os que ocupam lugar mais destacado são as botas e a camisola com que joguei o Mundial de Sub-19 em Riade.


RECORD