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NOTICIAS DO ENORME DE 01/10

Started by JotaCC, 01 de November de 2009, 09:09

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JotaCC

Sp. Braga 'esmaga' Benfica e é líder isolado

Este Braga é de outro planeta. É de uma galáxia dourada, onde todos aqueles que a pisam caem aos seus pés. A apelidada águia devoradora foi engolida por guerreiros gulosos, de fome insasiável.

A legião foi catapultada por um golo do outro mundo, uma bomba a 100 quilómetros por hora, qual lança letal no peito da água, para uma exibição soberba, com largos momentos de classe. Só o golpe letal de Paulo César, outro imperador na noite minhota, é que trouxe a euforia ao Municipal, um filme épico e que vai ficar na história do futebol português.

Há candidato sim senhor!

Na capital do Minho há candidato ao trono. Isso é um facto consumado. Agora a forma de gerir no interior, bem como desse espaço para fora das paredes da Pedreira é outra questão. A personalidade demonstrada pelo conjunto de Domingos Paciência é luxuosa, é de um patamar sublime.

A maior muralha da Liga, a mais robusta foi firme, na batalha, deu mostras de um glaciar impenetrável, Eduardo gigante na firmeza e houve muito requinte na zona de construção ofensiva. A dinâmica de vitória está lançada na cidade dos arcebipos, navega à velocidade de luz. Este Braga parece uma nave espacial talhada para comandar os céus portugueses. Foi melhor em todos os aspectos: no tapete e no banco.

Reduzidos a dez


A confusão instalada ao intervalo trouxe novos dados ao embate para mais quarenta e cinco mi-nutos. Benfica perdeu uma arma ofensiva e Sporting de Braga ficou sem um dos pilares do eixo defensivo. Rodriguez foi sublime na primeira intervenção e a defensiva minhota não abriu brechas.

Domingos Paciência alterou a estratégia, houve mais gelo na defensiva e fogo nas transições: um cocktail divino, cujo néctar foi consumado a doze minutos do final. Matheus inventou uma jogada de sonho e Paulo César trouxe a euforia às bancadas (2-0), a calma ao coração, até porque o Benfica tinha mais bola na segunda parte.
Está de regresso agora a legião ao trono, ao planeta da liderança, um facto que é amplamente justo e que não merece qualquer contestação.

   
CORREIO DO MINHO

JotaCC

Super-Braga abate a águia
Vitória arsenalista deixa a equipa de Domingos isolada na liderança da Liga

Domingos ganhou a Jesus e o Braga fez o pleno. Venceu o Sporting, o F. C. Porto e, ontem, o Benfica. Está com merecimento no comando da Liga. Os golos de Hugo Viana e de Paulo César surgiram nos momentos certos.

O jogo não tinha ainda 10 minutos. O Braga estava por cima e o Benfica acantonado no seu meio-campo. Fábio Coentrão, adaptado a defesa-esquerdo, fez falta sobre Alan. Chamado a converter o livre directo, Hugo Viana cumpriu a missão a preceito. O seu pontapé-bomba colocou a bola no canto superior direito da baliza de Quim. Aberto o marcador, logo aos sete minutos, a pressão passou, em definitivo, para o lado do Benfica. Foi um lance que condicionou o resto do encontro e que o Braga soube aproveitar.

Com esta vitória, a equipa de Domingos Paciência é líder isolada. Soma 25 pontos, mais três do que o Benfica e mais cinco do que o F. C. Porto. Este super Braga vai dando cartas. Depois de ter vencido o Sporting, em Alvalade, e o F. C. Porto, em casa, ontem foi a vez de os benfiquistas ficarem aprisionadas na bem montada armadilha minhota, cheia de engenho e categoria.

O resultado de ontem justifica-se, não obstante a pressão que o Benfica exerceu na segunda parte. Domingos tornou infeliz este regresso de Jesus ao Estádio AXA, infligindo ao clube da Luz a primeira derrota na Liga. Com tamanha competividade, temos campeonato! Nos minutos finais, o público minhoto entrou em delírio e despediu as águias com sonoros "olés".

Um grande golo, futebol agressivo e oportunidades de parte a parte, redundaram numa primeira parte emotiva, a terminar com a tal pitada de sal e pimenta, relativa às escaramuças no túnel. O jogo estava frenético, no bom sentido, mas, inesperadamente, descambou. Leone e Cardozo já não voltaram, pois foram expulsos. Talvez a grande vontade de ganhar possa explicar esta exaltação, ao contrário do ambiente nas bancadas, quase sempre ordeiro, tirando o desagradável incidente da tocha atirada pela claque benfiquista e que caiu no sector bracarense.

Por este retrato, é fácil de ver que o espectáculo, no relvado, foi bom de ver. E prolongou-se pelo segundo tempo, já com Rodríguez na defesa do Braga e, depois, Keirrison no ataque do Benfica.

No início da partida, o Braga entrou a todo o gás. Chamou a si o controlo e marcou o golaço. O Benfica lá se foi endireitando, insistentemente pela esquerda, onde Di María fazia a diferença. Valeu, então, Eduardo, ao parar os remates de Ramires e de Di María. O Braga espreitou o contra-ataque e foi a vez de Paulo César a assustar Quim. Depois, houve um golo anulado a Luisão, por carga de Cardozo sobre Moisés. A terminar, o Braga voltou a estar por cima, com Mossoró a atirar às malhas laterais. Na segunda parte, houve mais Benfica, é certo, mas o Braga soube matar o jogo na hora certa, com dedo de Domingos. Fez entrar Matheus, que fez o passe mortífero para o 2-0.


Desacordo técnico

Apesar da polémica que rodeou o encontro de ontem, Domingos Paciência e Jorge Jesus cumprimentaram-se após o apito final, mas mostraram-se em desacordo sobre as incidências da partida, em especial sobre o lance do golo que não foi validado a Luisão, ainda na primeira parte.

"Nesse lance, a falta é do Cardozo e não do Luisão. Foi bem ajuizado pelo árbitro", afirmou Domingos, que recusou assumir a candidatura do Braga ao título, apesar de a equipa minhota já ter vencido os três grandes neste campeonato: "Não posso assumi-lo, embora tenha consciência do lugar que ocupamos. É sinal do trabalho que estamos a fazer. O Braga encara os jogos com grande humildade e consegue fazer coisas destas". O técnico dos arsenalistas reconheceu as dificuldades da partida, dizendo que "o Benfica tem jogadores de grande qualidade e mobilidade", e elogiou a sua equipa por ter sido capaz de ter a bola durante grande parte do tempo.

Jorge Jesus afirmou que o primeiro golo, logo aos sete minutos, "teve alguma influência táctica e emocional" no Benfica, lamentando que o tal remate de cabeça de Luisão não tivesse resultado em golo. "Já vi as imagens e considero que foi uma jogada legal. Conseguimos fazer o empate, mas não foi validado", referiu o técnico das águias, acrescentando que a expulsão de Cardozo ao intervalo foi mais prejudicial para o Benfica do que a de Leone para o Braga: "Fiquei a perder nas expulsões, porque ficámos sem uma referência na área. Mesmo assim, continuámos à procura do empate na segunda parte e tivemos ocasiões para isso, mas o Braga acabou por gerir bem a vantagem e chegou mesmo ao 2-0".

Jesus disse ainda que considera o Braga candidato ao título "desde a primeira hora", até porque os minhotos já tinham derrotado outra equipa que joga para ser campeã, o F. C. Porto.



Leone e Cardozo expulsos no túnel


Leone e Óscar Cardozo foram expulsos, longe dos olhares do público, supostamente por actos de indisciplina protagonizados no túnel, imediatamente depois de terminar a primeira parte do encontro.

As razões do cartão vermelho directo só serão, todavia, conhecidas após a divulgação do relatório do árbitro. Os problemas começaram no momento em que Di María pontapeou uma bola em direcção ao banco do Braga, cuspindo logo de seguida, depois de não ter conseguido efectuar correctamente um lançamento lateral.

Instantes depois, o juiz Jorge Sousa apitou para o intervalo e originou-se, a partir dessa altura, uma forte confusão, com os jogadores minhotos, nervosíssimos, a desejarem tirar explicações dos lisboetas. Valeu a pronta intervenção dos próprios elementos do banco do Braga, que impediram que a situação tivesse repercussões mais graves.

JN

JotaCC

Este Sp. Braga não é nenhum bluff

Equipa de Domingos Paciência deixou o Benfica a zero, impôs-lhe a primeira derrota na prova e recuperou a liderança isolada do campeonato



Sp. Braga 2Benfica 0Terá o Sporting de Braga estrutura para a candidatura ao título? O futuro responderá, mas se fosse preciso arriscar uma resposta com os dados disponíveis, dir-se-ia que sim. Os indícios: público, quase um terço do campeonato e oito vitórias em nove jogos, quatro golos sofridos - parecem demasiados depois do que se viu ontem -, vitória em Alvalade, vitória contra o FC Porto, o "Benfica meia-dúzia" a zero e o refrão "Follow the leader" na instalação sonora a assentar que nem uma luva. O Braga, com um grande apoio dos seus adeptos, impôs a primeira derrota ao Benfica (2-0) e está novamente sozinho no topo da Liga.

Se há coisa que o Braga mostrou foi a razão de ser a melhor defesa do campeonato, o que não quer dizer que não tenha sido uma equipa ofensiva. Foi e o resultado mostra-o. Começou até bem melhor do que o Benfica, que chegava a este jogo com o moral em alta, de goleada em goleada, mas depressa se viu encostado atrás. Este foi um encontro de ondas. Primeiro a do Braga. Ganhou várias faltas e numa delas, logo aos sete minutos, ainda sem ser testado atrás, inaugurou o marcador num excelente livre directo de Hugo Viana. O médio de 26 anos fez o adversário provar do seu próprio veneno: os lances de bola parada.

Foi a primeira desilusão para o Benfica e para Jorge Jesus, muito assobiado e criticado neste regresso a Braga. O jogo ficou mais dividido depois. Eduardo empenhou-se em remates de Di María e Ramires, Mossoró e Paulo César também tentaram a sua sorte. Aos 27", Luisão mete a bola na baliza do Braga, mas Jorge Sousa decidiu anular o lance.

Depois da onda do Benfica, voltou a onda do Braga, mas no regresso aos balneários, no intervalo, foi tudo junto. Grande confusão no túnel sem se perceber grande coisa. A conclusão pôde ser retirada depois, quando o central Leone e o avançado Cardozo não apareceram para jogar na segunda parte. Domingos Paciência teve de reequilibrar as coisas e meteu novo central, Rodríguez, que até se mostrou mais acertado do que o seu companheiro. Apesar de ter perdido o seu melhor marcador, Jesus não substituiu ninguém, porque o expulso não era da base, da defesa.

O segundo tempo começou com o Benfica, que teve 12 cantos no jogo, a procurar o golo do empate, mas as suas tentativas bateram sempre em alguém, especialmente nos centrais bracarenses, Moisés e Rodríguez. O Jesus lançou Keirrison e tirou Javi García. O técnico tinha que buscar o empate, mas acabou por se pôr a jeito dos contra-ataques do Braga, que quase imediatamente voltou a conseguir trocar e aguentar melhor a bola mais à frente.

A substituição que rendeu acabou por ser do Braga e foi a de Matheus por Mossoró. Uma jogada concluída por Evaldo conseguiu tirar finalmente a pressão do Braga, que voltou soltar-se. E foi o Benfica que não aguentou. Dez minutos depois, Matheus driblou um adversário na área e centrou para Paulo César fazer o 2-0. Nesse momento, parecia haver karma suficiente no Municipal de Braga para levantar o estádio das suas fundações.

Domingos insistiu até este jogo que o Braga não é candidato ao título. Convém é avisar os seus jogadores.

PUBLICO

JotaCC

Cardozo e Leone pegaram-se no túnel
AGREDIRAM-SE MUTUAMENTE E FORAM EXPULSOS
   
Quando o árbitro apitou para o intervalo, Di María chutou a bola contra o banco bracarense e cuspiu na direção de Domingos.

Esta atitude provocou a ira dos jogadores do Sp. Braga que se envolveram com os atletas encarnados à entrada do túnel de acesso aos balneários, questionando a ação do internacional argentino.

O treinador do Sp. Braga e vários elementos ligados aos dois clubes tentaram, sem sucesso, separar os jogadores. A polícia teve de intervir mas, já no meio da confusão, o defesa do Sp. Braga, Ney Santos, agrediu Cardozo com uma bofetada. No entanto, quando o paraguaio se virou para trás já só viu André Leone, tendo ficado com a sensação de que foi o defesa brasileiro quem o agrediu.

Já dentro do túnel, Tacuara foi tirar satisfações com Leone. Os ânimos aqueceram e os dois sul-americanos agredirem-se mutuamente, tendo sido necessária a intervenção dos seguranças que, na tentativa de acalmar os jogadores, agrediram o avançado encarnado.

Antes de entrar para o túnel a equipa de arbitragem afastou-se da confusão para ter uma visão privilegiada de tudo o que aconteceu, e quando observou os dois jogadores a agredirem-se deu, imediatamente, ordem de expulsão.

RECORD

JotaCC

Vê-se um candidato ao fundo do túnel


Vai ser tão bom, não foi? Este deve ser o sentimento que assola os corações dos benfiquistas depois de verem a sua equipa não aguentar mais do que cinco dias na liderança da Liga Sagres. A equipa encarnada sofreu ontem a primeira derrota em competições internas e entregou o primeiro lugar, desta vez isolado, ao novo grande do futebol português. Palmas para o Braga, que se confirmou como um sério candidato ao título com mais uma vitória sobre um dos grandes: depois de Sporting e FC Porto, agora foi a vez de o proclamado invencível Benfica cair aos pés do conjunto minhoto. Em nove jogos, a equipa de Domingos Paciência ganhou oito e empatou um; o Benfica precisa de recuar quase 30 anos na sua história para encontrar um registo melhor.

Jorge Jesus tinha dito que não estava surpreendido com a fantástica temporada deste Braga, puxando a si os louros da construção da equipa. A "boca", bem como a polémica saída da capital do Minho para a Luz, valeu-lhe mais uma inimizade, que se espalhou como fogo em gasolina pelas bancadas. Jesus foi o principal alvo dos adeptos bracarenses, mas o rastilho foi ardendo para dentro de campo e, mais uma vez, o túnel explodiu de raiva ao intervalo. Gritaria, ameaças, confusão e tudo o mais que as câmaras de vigilância guardaram para a Comissão Disciplinar da Liga. Efeitos práticos para o jogo de ontem: Leone e Cardozo foram expulsos durante o descanso e abriram a segunda parte.

Domingos Paciência percebeu que a melhor forma de parar o Benfica era asfixiar-lhe o cérebro. Ou melhor, os cérebros. De cada vez que Aimar, Saviola e Di María se viravam para a baliza de Eduardo, davam de caras com uma muralha de jogadores contrários. E reduzir o espaço entre os blocos da defesa e do meio-campo impediu as transições rápidas e de futebol apoiado que tanto terror têm espalhado pelos adversários deste Benfica.

O desenho do triunfo do Braga começou pelo pé esquerdo de Hugo Viana, logo aos 7', após falta de Fábio Coentrão sobre Alan - o jovem de Caxinas voltou a ser lateral-esquerdo e mostrou que ainda tem de aprender muito da poda para poder ser uma alternativa segura. O "pormenor" do golo logo a abrir condicionou todo o jogo. Pela quarta vez esta época, o Benfica via-se em desvantagem. E mais uma vez não venceu - aliás, o melhor que a equipa de Jorge Jesus conseguiu fazer quando teve de correr atrás do resultado foi empatar com o Marítimo, na primeira jornada. Ontem não faltaram oportunidades para o Benfica empatar, mas houve tremedeira a mais na altura de atirar à baliza. Uma falta de confiança que prova a má relação das águias com a desvantagem no marcador.

Na segunda parte, com dez contra dez, Jorge Jesus não perdeu tempo a arriscar tudo ao trocar Javi García por Keirrison. A substituição obrigou a mais correrias, e cedo se percebeu que Saviola, Ramires, Aimar e Di María não teriam gás para todo o jogo. Rebentaram a meio da segunda parte, e o balão da esperança benfiquista de salvar pelo menos um ponto (e a liderança) foi-se esvaziando. A picada final foi dada por Paulo César à entrada do último quarto de hora, com o segundo golo, que levou a Pedreira a uma festa sem fim. Como se tivesse nascido... um campeão.

Braga 2-0 Benfica

Estádio AXA

relvado bom

24 188 espectadores

Árbitro jorge sousa (AF porto)

Assistentes josé ramalho e josé luís melo

4º árbitro hugo pacheco

Treinador Domingos Paciência

1 Eduardo GR 6

47 João Pereira LD 6

5 Moisés DC 7

4 André Leone DC 4

6 Evaldo LE 5

88 Vandinho MD 6

45 Hugo Viana MD a 86' 8

8 Mossoró MO a 59' 6

30 Alan AD 7

9 Paulo César AE 7

19 Meyong AV a INT 5

31 Kieszek GR

2 Rodriguez DC d INT 6

68 Ney LE

23 Andrès Madrid MD d 86' 4

11 Diogo Valente AE

99 Matheus AE d 59' 6

81 Adriano AV

Golos

[1-0] 7' Hugo Viana [2-0] 78' Paulo César

amarelos 31' João Pereira, 70' Paulo César

vermelho INT André Leone

Jorge Jesus Treinador

12 Quim GR 5

14 Maxi Pereira LD 6

4 Luisão DC 5

23 David Luiz DC 5

18 Fábio Coentrão LE 5

6 Javi García MD a 55' 4

8 Ramires MO 4

20 Di María MO 6

10 Aimar MO a 82' 4

30 Saviola AV a 82' 6

7 Cardozo AV 3

13 Júlio César GR

27 Sidnei DC

5 Rúben Amorim MD d 82' 3

24 Felipe Menezes MO

19 Weldon AV d 82' 3

21 Nuno Gomes AV

11 Keirrison AV d 55' 4

amarelos 6' Fábio Coentrão, 31' Javi García, 31' David Luiz, 42' Saviola

vermelho INT Cardozo



O Braga um a um
Viana iluminou de novo o líder

Eduardo 6

Teve nervos de aço até ao fim. Fantástico a negar um golo quase certo a Ramires, o guarda-redes logrou ainda desviar uma bomba cruzada de Di María e um remate-surpresa do argentino, encaixando igualmente bem um tiro de Maxi Pereira. Apenas saiu mal no livre que resultou no golo invalidado a Luisão. Valeu a falta do atacante.

João Pereira 6

Deu nas vistas logo no arranque, e não foi só pelas suas chuteiras amarelas. Com a sua garra habitual, provocou até alguns sustos a Di María, e não o inverso.

Moisés 7

Sempre de olho em Cardozo, encarregou-se do gigante Luisão em lances de bola parada, controlando bem a movimentação do central do Benfica. Evitou o pior, de forma incrível, ao salvar sobre a linha um remate de Ramires.

André Leone 4

Noite desinspirada. Demorou algum tempo a "aquecer" e teve uma hesitação que quase comprometeu a equipa. Expulso na sequência do sururu no túnel de acesso aos balneários, já não voltou após o intervalo.

Evaldo 5

Conseguiu transformar num prazer vigiar Saviola e Ramires. Quando resolveu levantar amarras da defesa, ganhou uma bola de carrinho no meio-campo defensivo do adversário, tabelou com um companheiro e aproximou-se do golo, atirando às malhas laterais.

Vandinho 6


Impecável a destruir na zona de criação de ataques do Benfica. Com grande sentido posicional, parecia multiplicar-se em campo, tantas foram as vezes em que apareceu a varrer o perigo.

Alan 7

Sempre de olho no alvo, foi osso muito duro de roer para Fábio Coentrão, que aos 6 minutos já via o cartão amarelo. Na cobrança do livre consequente, Hugo Viana inaugurou o marcador.

Mossoró 6

Outro talento. Rondou o golo por duas vezes: primeiro na cobrança de um livre; depois ao aparecer desmarcado pela esquerda a rematar às malhas laterais. Esgotado, deu o lugar a Matheus.

Paulo César 7

Bem sincronizado com Meyong, soube tirar partido dos constantes recuos dos centrais benfiquistas, normalmente atraídos pela movimentação do ponta-de-lança camaronês. Atento à assistência de Matheus, assinou o golo da tranquilidade.

Meyong 5

Entalado entre Luisão e David Luiz, batalhou e assinou uma abertura de mestre para Massoró, que merecia melhor aproveitamento.

Rodriguez 6

Preencheu o vazio provocado pela expulsão de Leone e revelou concentração ao cortar sobre a linha de golo um perigoso remate de Fábio Coentrão.

Matheus 6

Entrou com fé e abriu caminho para o segundo golo: fintou e ganhou a linha de fundo para cruzar para Paulo César.

Madrid 4

Segurou as pontas.


Domingos Paciência
"É cedo para se falar no título"

Domingos Paciência considerou justa a vitória sobre o Benfica que isola o Braga na liderança do campeonato, mas acha que ainda não chegou o momento para se falar numa... candidatura ao título. Não fecha, todavia, a porta ao sonho. "É muito cedo. À nona jornada, não se pode assumir uma candidatura. Sabíamos que o adversário só jogaria aquilo que nós quiséssemos. Quando não tinha a bola, o Braga conseguia limitar os espaços ao Benfica e, quando a tinha, procurava sair bem. Além do golo, na primeira parte, o Braga teve uma situação do Alan e outra do Mossoró. Se a equipa mantiver este nível, é possível continuar na liderança", afirmou.

Os lances mais quentes do jogo e... fora dele também foram abordados. Para o técnico, o que se passou a caminho do túnel, no intervalo, teve epicentro em Di Maria. "Os jogos ganham-se dentro do campo, e não no túnel. Mas há que ver quando os problemas começam, e quem os começou foi o Di María. Quanto ao chuto na bola, nessa altura virei costas e quem estava atrás é que se apercebeu. Não sei se era para mim ou para o fisioterapeuta... Vamos mas é valorizar o futebol. Na semana passada também aconteceram coisas num túnel", lembrou Domingos Paciência, numa alusão ao sucedido no Estádio da Luz. Para o técnico, as expulsões que se seguiram (Cardozo e Leone) prejudicaram mais o Braga do que o Benfica. "Queimei uma substituição, e o Benfica não. Quando substituí o Hugo Viana, o Paulo César também pediu a substituição, pois o jogo estava a ser muito intenso."

Domingos também se referiu ao golo (bem) anulado ao Benfica. "Poderia ter feito um golo legal, não fosse o Cardozo agarrar o Leone para ele não saltar. Não existe falta do Luisão, mas sim do Cardozo. Agora, ninguém falou foi no lance do Saviola, que tentou sacar um penálti", criticou.


Braga faz pleno que não se via há 24 anos

Além de se isolar no comando da tabela classificativa, a equipa de Domingos Paciência também conseguiu, com a vitória de ontem sobre o Benfica, alcançar um feito histórico: desde a época 1985/86, há 24 anos, que nenhuma equipa ganhava aos três grandes na primeira volta de um campeonato. Nessa época, foi o Vitória de Guimarães a conseguir tal proeza. A equipa vimaranense (curiosamente a grande rival do Braga) iniciou a série à terceira jornada, na recepção ao Benfica, vencendo por 2-1. Oito jornadas depois, a vítima foi o Sporting, e novamente na Cidade-Berço: 4-3 foi o resultado. Passadas duas semanas, nova recepção a um grande e novo triunfo: o FC Porto foi batido por 2-1 por um Vitória de Guimarães treinado por António Morais e onde pontificava o goleador brasileiro Paulinho Cascavel. A equipa vimaranense terminou o campeonato em quarto lugar, a nove pontos do campeão FC Porto.


27 a tirarem notas

Foram 27 os emblemas que tiveram emissários no AXA. Entre eles o Everton, que aproveitou para estudar o Benfica. E ainda FC Porto, Manchester United, Chelsea, Tottenham, Hamburgo, Fiorentina, Parma e Lille, entre outros.

Tocha atinge adepta

Uma adepta do Braga foi atingida no cabelo por uma tocha lançada do piso superior da bancada norte por adeptos do Benfica. Foi no decorrer da 1ª parte, tendo o lançamento aberto uma clareira nas bancadas. Não houve feridos, mas a adepta apanhou um susto.

Guerra quase santa

Cidade tradicionalmente religiosa, Braga contrariou a sua própria natureza e recebeu Jesus como "traidor". "Judas", chamaram ao ex-treinador, numa faixa revoltada que tinha na vizinhança uma outra, de leitura igualmente adaptável a vários contextos: "Salvador há só um." Este era o presidente da SAD, que assistiu ao jogo ao lado de Luís Filipe Vieira.

Benfica é do Braga

Não há muito tempo, dizia-se que Braga era uma cidade benfiquista. Agora, é cada vez mais uma terra bracarense, no que ao futebol diz respeito, mas há quem garanta que a mudança vai ainda mais além. Pelo menos é essa a convicção dos autores de um cartaz que garantia: "A freguesia de Benfica apoia SC Braga." Como os tempos mudam!


"Isto vai dar 6-0"

A enchente vermelha da noite de Dume fez da caminhada para o AXA uma marcha de esperança que alguns benfiquistas fizeram acompanhar de um hino inspirado no percurso da equipa: "Isto vai dar 6-0", canta-se. Pode soar estranho a ouvidos de outras cores e até pode nem ser sempre assim, como ontem se viu, mas a letra aceita-se.

Não há por aí uma corda?

Quem disse que o futebol ameaça o coração? A Polícia de Segurança Pública tratou de garantir o contrário impondo uma boa caminhada até às bancadas. O trânsito em redor do AXA foi interrompido, pondo à prova coração, pulmões e até o humor de quem foi à bola. "Nin-guém atira uma corda?" ou "Não há por aí elevadores?", ouvia-se na subida.

"Papais" a ver em Braga

Luisão teve ontem os seus pais a verem a partida em Braga, algo pouco frequente, uma vez que o casal vive no Brasil. Mário Luís da Silva (também foi jogador de futebol) e a sua mulher aproveitaram a deslocação do Benfica ao Norte para conhecerem um pouco mais de Portugal. Antes do jogo estiveram mesmo no relvado, perto do filho.


Alan agrediu Ramires

Alan deu uma chapada em Ramires já depois do apito final, quando ambos se dirigiam para o balneário, tendo o jogador encarnado respondido apenas com palavras. Já não houve a confusão que ocorreu ao balneário, tendo o incidente sido sanado rapidamente.

Os dois jogadores iam lado a lado, a caminhar no relvado, e o extremo bracarense subitamente dá uma chapada no queixo de Ramires. O médio brasileiro do Benfica não respondeu à agressão na mesma moeda, tendo apenas respondido verbalmente. Os dois sumiram-se depois para dentro do túnel. Fora este episódio, não houve mais agressões após o apito final.


Fair play entre líderes "inimigos"

Luís Filipe Vieira foi a Braga e sentou-se ao lado do seu homólogo António Salvador, apesar de todos os diferendos que os têm separado, nomeadamente um processo em tribunal ainda por resolver por causa da construção do centro de estágio do Benfica (a Britalar, construtora responsável pela obra, é de Salvador). Quando o Braga marcou o segundo golo, o líder bracarense festejou, de pé, de forma muito ostensiva. Vieira ficou quieto, sentado, e reagiu com fair play: cumprimentou o homólogo e até sorriu.



O Tribunal de O JOGO

Com (alguns) erros, mas sem influência

Jorge Sousa não saiu de Braga sem erros, mas saiu sem ter tido influência no resultado. É esta a sentença do Tribunal de O JOGO, unânime em considerar que a razão assistiu o árbitro da AF Porto na análise do caso mais polémico: foi bem anulado o lance em que Luisão marcou, aos 27 minutos. Constatando-se que faltou a mostragem de um amarelo a Rodriguez, aos 48', a expulsão poupada a João Pereira, aos 54', é o principal lapso apontado a Jorge Sousa, cuja avaliação é, ainda assim, defendida por Jorge Coroado.

27'
Luisão marca, de cabeça, mas o árbitro já tinha apitado para parar a jogada. Agiu com acerto?

Jorge Coroado

+

Foi um lance muito bem avaliado pelo árbitro. Cardozo, com a mão esquerda, agarrou a camisola de Leone, inviabilizando que este saltasse e conseguisse jogar o esférico. Não pode nem deve haver polémica alguma quanto à decisão do árbitro.

Rosa Santos

+

Cardozo puxa a camisola a André Leone e Luisão empurra-o. Foram duas infracções numa só, tratando-se por isso de uma decisão certa.

António Rola

+

Podemos observar que Cardozo, com a mão esquerda, puxou a camisola do adversário. Conseguiu o árbitro ver o lance e, como tal, considerou infracção do jogador do Benfica. Mas quantos lances acontecem idênticos a este e não são sancionados?

Outros casos

42'

Saviola cai na área, em lance com Hugo Viana. Jorge Sousa considerou simulação. Bem?

48'

Rodriguez atinge Maxi Pereira, junto à linha? Existe motivo para falta e acção disciplinar?

54'

Di María é derrubado por João Pereira, que já tem amarelo. Faltou o segundo e expulsão?

57'

Moisés atinge Di María, já na área, depois de este atirar para defesa de Eduardo? Penálti?

Jorge Coroado

+

O amarelo evidencia a verdade do lance e serve para elogiar o árbitro. Outros já se deixaram enlear por simulações deste jogador e alguns companheiros.

-

Foi intempestiva e imprudente a entrada do jogador do Braga. Justificava-se acção técnica e disciplinar, com cartão amarelo, algo que não aconteceu.

+

A forma como João Pereira obstruiu Di María impunha, apenas e só, sancionamento técnico. Foi o que o árbitro fez. Nada a dizer quanto à decisão.

+

A bola já estava fora do terreno antes do remate de Di María, mas depois também não houve infracção.

Rosa Santos

+

O árbitro esteve muitíssimo bem ao mostrar ao jogador do Benfica o cartão amarelo por simulação. Não houve qualquer falta.

-

É um lance em que o árbitro devia ter apitado e agido disciplinarmente, exibindo o cartão amarelo a Rodriguez.

-

Sim, João Pereira podia e devia ter visto o cartão amarelo. Seria o segundo e a consequente expulsão.

+

Não, não houve nada. E a bola já estava fora, pelo que o árbitro devia ter interrompido o jogo e mandado assinalar pontapé de baliza.

António Rola

+

O árbitro esteve bem. Saviola simulou uma pretensa falta para grande penalidade e foi correctamente advertido.

-

Rodriguez cometeu falta toda ela idêntica à que, na primeira parte, custou amarelo a Javi García. O árbitro esteve mal, porque não sancionou a falta e não advertiu Rodriguez.

-

Di María sofreu falta merecedora para cartão amarelo. Neste caso, o infractor João Pereira devia ter visto o segundo amarelo e correspondente vermelho.

+

Não. há uma tentativa de jogar a bola e, posteriormente, o contacto do jogador do Benfica com o do Braga, sem qualquer infracção.

Apreciação global

Jorge Coroado

Jorge Sousa fez jus ao reconhimento que lhe é tributado, mostrando-se atento e concentrado nos 90 minutos. Cometendo, como é natural, um ou outro lapso, não suficientes para macular o seu desempenho.

Rosa Santos

Foi um jogo que teve alguns momentos complicados, mas o árbitro conseguiu segurá-lo. Não é uma ou outra falta que o ensobram. Foi pena algumas escaramuças que se verificaram ao intervalo.

António Rola

Jorge Sousa não esteve ao seu melhor nível. Nomeadamente no aspecto disciplinar, no entanto num jogo difícil de arbitrar não esteve em lances com influência no resultado.


O MOMENTO


7' [1-0]
Bomba de Hugo Viana deixa o Benfica a correr atrás do resultado


O Benfica soma quatro jogos esta época em que não venceu, e comum a todos eles é o facto de os adversários terem marcado primeiro. Ontem, logo aos 7', o fantástico livre de Hugo Viana colocou o Braga em vantagem e deixou claro que não iria ser um jogo fácil para os encarnados. O lance nasceu de uma falta precipitada de Fábio Coentrão sobre Alan, numa demonstração de inexperiência. Hugo Viana pegou bem na bola e colocou-a no ângulo superior direito de Quim, lançando o Braga para aquilo que só Marítimo, Vorskla Poltava e AEK de Atenas tinham conseguido esta época: parar o Benfica.



A ESTRELA

Hugo Viana 8
O Stradivarius tinha uma bazuca


Delicado como um precioso violino no trato da bola, Hugo Viana voltou a encher o campo, revelando ao mesmo tempo ser um dos centrocampistas mais completos do futebol português. Um tiraço de pé esquerdo logo no dealbar da partida, na cobrança de um livre de ângulo apertado, que resultou no primeiro golo do Braga (gigantesco, diga-se), serviu de primeira prova, a juntar a muitas outras que foi revelando ao longo do jogo, sempre com uma frescura física impressionante. Nem quando se lesionou no pé esquerdo, depois de desarmar Saviola, aceitou sair de cena ou baixar o ritmo. Por entre passes magistrais, fintas, aberturas teleguiadas para Meyong, Paulo César e Alan, e até desarmes oportunos, Viana teve o condão de diminuir a grandeza teórica do Benfica, encorajando ao mesmo tempo os companheiros, como se tentasse provar que era fácil chegar ao êxito. Por tudo isto, o agora melhor marcador do Braga, com quatro golos, saiu justamente ovacionado, como um herói, pelo público bracarense.

O JOGO

JotaCC


HISTÓRIA do jogo


O apito para o intervalo foi o pontapé de saída para uma cena de pancadaria no túnel de acesso aos balneários do AXA. As palavras de Saviola para o banco do Braga, a disputa de uma bola que já não estava em jogo e um chuto de Di María na direcção dos suplentes arsenalistas deram origem a uma confusão generalizada, com jogadores a trocarem agressões. Na segunda parte, Jorge Sousa exigiu reforço da segurança e foi tudo mais calmo, mas já só com 10 para cada lado

Pancadaria expulsa Leone e Cardozo

Jogadores ao molho, agressões e duas expulsões, do bracarense Leone e do benfiquista Cardozo - o Braga-Benfica teve um espectáculo extra, lamentável, após o apito para intervalo. O jogo parou com a bola perto do banco de suplentes do Braga. Di María ficou a discutir a posse da bola, que acabou por ganhar, para a devolver com um pontapé que levou a direcção do treinador arsenalista e, mesmo sem acertar em quem quer que fosse, deu origem à confusão, temperada, ainda, por palavras de Saviola. Descontroladas, as duas equipas precipitaram-se para o túnel amovível, onde testemunhas dizem ter-se assistido a pancadaria generalizada. O árbitro Jorge Sousa, que ao intervalo esteve a conversar com os capitães Vandinho e Luisão, exigiu o reforço da segurança na zona do túnel, que o central Leone e o atacante Cardozo já não percorreram de regresso ao relvado: foram expulsos, e a segunda parte jogou-se com 10 homens de cada lado, e cerca de três dezenas a postos para evitar mais desacatos. Num jogo de alto risco, os futebolistas deram o pior exemplo. Nas bancadas, correu quase tudo bem; na tribuna, Luís Filipe Vieira reagiu com total fair-play à explosão de António Salvador, quando Paulo César fez o 2-0 e acabou com o jogo. No final, só Alan se excedeu com Ramires.


Hugo Viana
"O meu golo deu mais confiança"


Hugo Viana abriu cedo o marcador, lançando a equipa para uma vitória carimbada na etapa complementar. Um golo, por sinal, de antologia, num livre superiormente marcado pela figura do jogo. "Foi um golo importante para segurar o ímpeto atacante do Benfica. Além disso, deu-nos mais confiança para o resto do encontro", começou por referir Hugo Viana, para quem o Braga derrotou "uma grande equipa". "Estivemos à altura do desafio. Estamos na frente com mais três pontos que o nosso adversário, mas muita coisa pode ainda acontecer. O que podemos prometer é lutar."

No rescaldo do triunfo, Viana não deixou de elogiar a equipa de Jorge Jesus. "O Benfica tem excelentes jogadores e tem tudo para ir em frente, quer na Liga Europa quer no campeonato. No entanto, nós hoje provámos que também temos uma palavra a dizer na Liga Sagres. Será difícil, mas faremos tudo para que o Braga esteja sempre ao seu mais alto nível", afirmou.

Desde que chegou ao Minho que Hugo Viana vai coleccionado boas exibições. Contudo, uma chamada à Selecção Nacional é nesta altura desvalorizada pelo centrocampista. "Há muito tempo que não vou à Selecção, é verdade. Mas não penso nisso. Neste momento só estou concentrado em divertir-me a jogar futebol e em fazer o meu melhor. Se recebi alguma pré-convocatória? Não, não recebi", confidenciou.

Paulo César
"Braga provou ser uma grande equipa"

Autor do segundo golo do Braga, que decidiu o jogo a poucos minutos do fim, Paulo César defendeu que o que se passou no túnel ao intervalo da partida "é normal" em jogos escaldantes como este entre o Braga e o Benfica. O avançado brasileiro considerou a sua equipa superior à formação encarnada. "Provámos que, em casa, somos fortes", afirmou, desvalorizando os incidentes entre futebolistas que mancharam uma grande noite de futebol. "No túnel, houve ânimos exaltados", resumiu, considerando que o fenómeno que levou companheiros de profissão a trocar agressões é "normal em jogos como este". "Quando se defrontam duas grandes equipas, com muita garra", há esse risco de os ânimos se exaltarem", tentou desculpar Paulo César. Para o jogador bracarense, a noite valeu pelo espectáculo que devolveu a liderança à equipa de Domingos Paciência: "O Braga provou que também é uma grande equipa. Conseguimos fazer dois golos e vencer. No início do segundo tempo, tivemos dificuldades em acertar nas marcações, mas depois reposicionámo-nos e acabámos por marcar o segundo golo." No balneário, festejou-se "muito" o regresso ao topo: "Estamos a intrometer-nos entre Benfica e FC Porto, vamos ver o que vai acontecer. O nosso objectivo é chegarmos à Liga Europa, mas é bom estarmos na frente."

Moisés
"Entreajuda jogo a jogo"


Moisés demarcou-se da violência ao intervalo. "Não sei o que se passou no túnel. Fui dos últimos jogadores a chegarem lá", afirmou o central de um Braga "no caminho certo". Mantê-lo é o desafio: "Temos de pensar jogo a jogo, e o próximo é com o Guimarães. Esta vitória vale três pontos, como qualquer outra. Não vale mais do que isso, e é esse o pensamento a manter. Independentemente do adversário, a nossa defesa não perde a cabeça e tem muita entreajuda."


O JOGO

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Líder: Equipa de Domingos já venceu os três grandes
Braga faz o tri e é candidato


O Sporting de Braga voltou ao comando isolado da Liga e confirma a candidatura ao título, após convincente e esclarecedora vitória, por 2-0, numa electrizante cimeira de líderes em que a organização defensiva montada por Domingos Paciência anulou por completo a ameaça ofensiva do Benfica, voltando a ganhar o duelo pessoal com Jorge Jesus.

Tal como na primeira jornada, o Benfica viu-se a perder cedo e já não conseguiu dar a volta, sentindo enormes dificuldades para tornear a organização táctica do adversário, unido e altamente motivado, a completar um ciclo magnífico de três vitórias sobre os grandes.

O Braga entrou picado, com grande capacidade de pressão a todo o terreno sobre Pablo Aimar e Di Maria. E explorou a inexperiência defensiva de Fábio Coentrão, com tanto sucesso que, ainda os lisboetas tentavam perceber que para tipo de jogo estavam a ser desafiados, e já Hugo Viana rebentava uma bomba na baliza de Quim, cobrando com dividendos a primeira falta do jovem lateral sobre o avançado Alan.

Com muita entreajuda, o Sporting de Braga Braga suportou a reacção, passando incólume a uma boa conclusão de Ramires (9') e, sobretudo, a diversos cantos e livres. No final do primeiro tempo, os bracarenses voltaram a estender-se no terreno e podiam ter marcado, por Mossoró e Alan, em lances resolvidos por Quim.

Com as equipas reduzidas a 10 jogadores, o Benfica entrou mais forte e aproveitou o espaço para empurrar o Braga para trás, embora o domínio territorial não tenha traduzido oportunidades flagrantes.

O jogo era muito intenso e no momento da definição faltavam forças e discernimento. O que o Benfica não tinha acabou por aparecer no lado contrário, com o recém entrado Matheus a aproveitar uma perda de bola da defesa benfiquista para oferecer o segundo golo a Paulo César e resolver a partida.

ANÁLISE

POSITIVO

Maestro Hugo

Grande actuação de Hugo Viana que encontrou um espaço muito peculiar para actuar como maestro, marcando ritmos e gerindo a circulação da bola, inspirado por um golo monumental logo a abrir.

NEGATIVO

Túneis sem guarda

O bracarense André Leone e o benfiquista Óscar Cardozo foram expulsos ao intervalo por incidentes de túnel que se repetem com estranha frequência. Os responsáveis têm de denunciar os provocadores e melhorar a guarda das passagens.

ARBITRAGEM

Perigo do golo

Extraordinária visão para detectar uma falta num livre em que Luisão introduziu a bola na baliza de Eduardo (28'). Bem no mergulho de Saviola e condescendente com João Pereira, na amostragem do segundo amarelo.

SP.BRAGA: VIANA ESTENDEU A PASSADEIRA

Hugo Viana – Grande golo de livre directo. Aquele pé esquerdo ainda faz maravilhas e teve outros passes teleguiados. Foi o farol que guiou o Sp. Braga à vitória.

Eduardo – Grandes defesas a remates de Ramires e de Di María.

João Pereira – Passou por muitas dificuldades com Di María na segunda parte e arriscou a expulsão.

Moisés – Excelente jogo. Não passou nada por ele, e até tirou um golo sobre a linha. Um homem-aranha.

André Leone – Excelente complemento de Moisés. Expulso.

Evaldo – Ramires teve uma finalização perigosa, mas Evaldo não o deixou fazer mais.

Vandinho – Fiel da balança, não deixou Aimar criar jogo. Precioso.

Alan – Ganhou o livre para golo de Viana. Falhou um golo. Diligente.

Mossoró – Pés de veludo, passes a rasgar. Rematou com perigo.

Paulo César – Fez o segundo golo e cansou de ver correr.

Meyong – Discreto. Saiu aos 46'.

Rodriguez – Compôs bem a defesa e salvou um golo.

Matheus – Soberbo trabalho e assistência parao 2-0 de Paulo César.

Andrés Madrid – Para dar mais músculo e solidez.

BENFICA: APAGÃO DE PABLO AIMAR

David Luiz –O mais lúcido e menos culpado na derrota. Tentou sempre empurrar a equipa para a frente. Não foi por ele que a muralha caiu.

Quim – Surpreendido no 1-0, ainda adiou o segundo perante Mossoró e Alan.

Maxi Pereira – Contido pelas ameaças de Alan, Mossoró e Evaldo.

Luisão – Um golo anulado para a polémica, domínio nos ares e alguns passes precipitados.

Fábio Coentrão – Adaptação sempre bem explorada pelo Sp. Braga.

Javi García – A equipa ressentiu-se do seu jogo menos conseguido.

Ramires – Enérgico mas impreciso, falhou duas ocasiões e teve participação azarada no 2-0.

Pablo Aimar – Bem anulado por Vandinho, perdeu o duelo com Hugo Viana.

Di María – Nervoso na primeira parte, dos melhores após o intervalo.

Saviola – O mais esclarecido do meio-campo para a frente. Desacompanhado.

Cardozo – Desinspirado e expulso no sururu ao intervalo.

Keirrison – Não devolveu confiança à equipa.

Weldon – Entrou com tudo perdido.

Rúben Amorim – Idem.

"GOLO ANULADO A LUISÃO FOI LEGAL"

Jorge Jesus saiu vencido, mas não convencido de Braga, onde o Benfica averbou a primeira derrota na Liga. E lançou algumas culpas ao árbitro Jorge Sousa. "O Benfica foi mais forte depois de sofrer o 1º golo, chegámos ao empate num golo legal do Luisão, pois já vi as imagens e não houve falta", observou o técnico que continuou a fazer o filme do jogo. "Tivemos várias hipóteses para fazer o 1-1 e o Sp. Braga soube gerir. O primeiro golo do Sp. Braga teve influência em termos tácticos e emocionais", frisou elogiando a reacção das águias. "O Benfica jogou com uma convicção e crença muito grandes."

Apesar da derrota, Jorge Jesus não esfria o optimismo na conquista do título e lembrou mesmo que o FC Porto também perdeu na cidade dos arcebispos. "Está tudo em aberto", observou, considerando que o Sp. Braga está na mesma corrida do que a sua equipa. "O campeonato tem mais um candidato ao 1º lugar, que é o Sp. Braga. O FC Porto também perdeu aqui", sustentou, elogiando ainda mais os bracarenses. "Jogámos contra um bom adversário e de qualidade."

Do lado do Sp. Braga, Domingos Paciência recusou o rótulo de candidato ao título da sua equipa. "Estamos na liderança, é sinal de muito trabalho e humildade, mas não assumimos a candidatura ao título."

Domingos desfez-se em elogios aos bracarenses. "A minha equipa tem um querer muito grande e uma maneira de abordar os jogos tão séria que por vezes acontecem estas coisas", disse Domingos, explicando que o golo anulado ao Benfica foi por "falta de Cardozo."

SALVADOR RECEBEU FILIPE VIEIRA

Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, chegou ao recinto do Sp. Braga no autocarro da equipa. "Não houve qualquer incidente. A comitiva foi sempre aplaudida. Até parecia que estávamos a entrar no Estádio da Luz", disse ao CM uma fonte dos encarnados. António Salvador, líder dos minhotos, recebeu Vieira e encaminhou-o para a tribuna presidencial da Pedreira.

EXPULSOS NO INTERVALO

Mal o árbitro Jorge Sousa apitou para o intervalo, o benfiquista Angel Di María atirou a bola para o banco de suplentes do Sp. Braga. Segundos depois, vários elementos dos minhotos (jogadores, técnicos e dirigentes) saltaram do banco para interpelar o internacional argentino. Nas imagens televisivas é possível ver uma mão a agarrar a cara de Oscar Cardozo, bem como vários empurrões, de águias e bracarenses.

Quando o árbitro do Porto deu início à segunda parte, Cardozo e o central Leone não regressaram ao relvado, por terem recebido ordem de expulsão no túnel de acesso aos balneários da Pedreira.

Segundo apurou o Correio da Manhã, os stewards (seguranças de campo) fizeram um cordão no túnel, que separou os futebolistas das duas equipas, quando saíram dos balneários.

BRASILEIRO KEIRRISON É ALVO DO VASCO DA GAMA

O avançado brasileiro Keirrison, de 2o anos, jogador cedido ao Benfica pelo Barcelona até Junho de 2011, é o reforço desejado pelo Vasco da Gama para a próxima temporada. "Todos os grandes jogadores interessam. O pai do Keirrison é vascaíno e tem um grande carinho pelo clube", disse ontem Roberto Dinamite, presidente do clube carioca, aludindo ao facto de Keirrison não ser primeira opção na Luz. Os salários seriam pagos pela Penalty, marca de equipamentos desportivos do clube.

NOTAS

LUISÃO: "NÃO FIZ FALTA"

"Não fiz falta no golo anulado ao Benfica. As equipas que jogam contra nós têm de suar e, por vezes, são ajudadas por ondas fora do campo", disse o encarnado Luisão

HUGO VIANA: "GOLO CEDO AJUDOU"


Hugo Viana estava satisfeito com a vitória e destacou o golo que marcou. "Foi logo aos sete minutos e isso ajudou-nos muito. Deu-nos uma enorme confiança para o resto do tempo"

EMPATA EM CASA: EVERTON

O Everton, adversário do Benfica na Liga Europa, empatou ontem em casa com o Aston Villa (1-1). Os toffees estão em 13.º, com 12 pontos, a 15 do líder Chelsea na Liga inglesa

OLIVEIRA: ESPIÃO DE QUEIROZ

Agostinho Oliveira foi à Pedreira observar jogadores da Selecção, caso de Eduardo, o único titular. O adjunto de Queiroz cumprimentou Filipe Vieira antes do jogo começar

BILHETES: DE 30 A 65 EUROS

Os preços dos bilhetes para assistir ao vivo ao Sp. Braga-Benfica variavam entre os 30 e os 65 euros. No estádio estiveram 24 188 pessoas

MESQUITA: CUBANO NO 1-0

Mesquita Machado vibrou com o 1-0 de Hugo Viana. Tanto que o presidente socialista da Câmara Municipal de Braga acendeu um charuto cubano

TOCHA: CLAQUE ATINGE ADEPTOS

Os Diabos Vermelhos foram colocados na metade superior de uma das bancadas do Axa. A claque benfiquista lançou uma tocha para a parte inferior, onde estavam adeptos bracarenses

JESUS: NUNCA VENCEU PACIÊNCIA

Jorge Jesus não conseguiu contrariar a história no encontro de ontem diante dos arsenalistas. O técnico do Benfica nunca ganhou ao seu homólogo do Sp. Braga, Domingos Paciência

JotaCC

Braga vence Benfica e recupera liderança da Liga Sagres


Hugo Viana fez aos 6 minutos o primeiro golo dos minhotos, Paulo César aos 77 fez o resultado final. A equipa de Domingos Paciência volta à liderança isolada do campeonato português.

Na partida entre o Sporting de Braga e o Benfica estava em disputa a liderança do campeonato português. As duas equipas partiam para o ínicio da jornada com os mesmos pontos tendo o mesmo objectivo, a liderança isolada da Liga Sagres.
A equipa minhota entrou mais forte na partida, e aos 6 minutos Hugo Viana fez o primeiro golo da partida na marcação de um livre directo. Quando faltavam 13 minutos para o fim do jogo e quando o Benfica procurava o empate, Paulo César fez o segundo golo da equipa "arsenalista".
O jogo ficou ainda marcado pelos desactos ocorridos no intervalo no túnel do Estádio Axa, que provocou a expulsão de Cardozo do Benfica, e de Leone do Sporting de Braga.

O treinador do Benfica, Jorge Jesus, considerou no final da partida, que a derrota dos "encarnados" aconteceu frente a uma grande equipa, que é candidata à conquista do campeonato.

Domingos Paciência, treinador da equipa minhota, reconheceu que foi uma boa vitória, mas disse que ainda é cedo para falar em candidatura ao título de campeão.

RTP

JotaCC

Os outros são grandes mas o Braga é enorme

Venham de lá mais grandes que o Sporting de Braga trata deles. Depois de Sporting e FC Porto, ontem foi a vez do Benfica "cair aos pés" dos guerreiros do Minho, que venceram por 2-0 e isolaram-se no topo da tabela classificativa. Num jogo onde demonstrou a razão pela qual está na frente do campeonato, o Braga deu um "banho de humildade" aos encarnados e é, agora, a única equipa que ainda não perdeu no campeonato.

DIARIO DO MINHO

JotaCC

Braga mostra credenciais


Paulo César festeja o segundo golo do Braga frente ao Benfica


O Sporting de Braga ultrapassou o Benfica e assumiu a liderança isolada da Liga portuguesa ao vencer os "encarnados", por 2-0, em partida da nona jornada realizada este sábado no Estádio Municipal de Braga. Depois de terem batido o FC Porto e o Sporting em rondas anteriores, os bracarenses mostraram as suas intenções ao imporem o primeiro desaire da campanha à equipa de Jorge Jesus no regresso do treinador ao palco do clube que orientou na temporada transacta.

Livre de Viana
O Benfica vinha de sete triunfos seguidos mas a equipa de Domingos Paciência entrou muito forte no encontro e a a série começou a ser interrompida logo aos sete minutos, quando Hugo Viana, num livre directo apontado no lado direito da grande área, fez a bola entrar ao ângulo superior contrário. Na resposta, o guarda-redes Eduardo negou por duas vezes o golo a Ramires e Angel Di María, a primeira numa defesa com o pé quando o médio brasileiro lhe apareceu pela frente e a segunda num pontapé cruzado do extremo argentino. Luisão introduziu pouco depois a bola na baliza bracarense mas o árbitro anulou o lance por pretensa falta do ataque "encarnado" e, ainda antes do intervalo Quim defendeu um remate perigoso de Alan no outro extremo.

Paulo César confirma triunfo
Óscar Cardozo e André Leone foram expulsos no regresso aos balneários, pelo que a etapa complementar começou com dez jogadores para cada lado. O Benfica pressionou à procura do tento do empate e o suplente Keirrison, à boca da baliza, falhou a emenda após cruzamento de Di María. O Braga confirmou o triunfo quando Matheus passou por Ramires antes de cruzar atrasado para Paulo César no coração da área e este fixar o resultado, deixando os minhotos com 25 pontos, mais três do que o adversário e cinco relativamente aos "dragões".

UEFA

JotaCC

Braga voltou sem jogar

O avião que levava ao Pico a equipa do HC Braga SAD, bem como os árbitros Ricardo Leão e Tiago Monteiro, não pôde aterrar na ilha açoriana por causa dos ventos fortes. Depois de inverter o rumo para as Lajes, na Terceira, a comitiva minhota deixou o arquipélago, regressando a casa.


O JOGO

JotaCC

 Braga 2-0 Benfica
Apareceu Hugo Viana na noite em que Aimar se perdeu


Espectacular. O desafio dignificou os líderes e as equipas com os estilos mais atraentes. Nem faltou a polémica própria de um "clássico", o que prova a confirmação dos bracarenses. Minhotos não perdem com "grandes"

A dupla Vandinho/Hugo Viana permitiu ontem ao Sporting de Braga confirmar-se como o grande líder do campeonato, destronando a máquina goleadora que Jorge Jesus tem oleado na Luz. Os dois médios bracarenses equilibraram uma equipa quase sempre em 4x2x4 enquanto houve 11 contra 11 (Leone e Cardozo foram expulsos ao intervalo) e cotaram-se como as mais importantes figuras da estratégia de Domingos Paciência, que assim voltou a levar a melhor sobre Jorge Jesus.

Vandinho nunca deixou jogar Aimar (saiu tarde, aos 80'...) e Hugo Viana marcou o golo inaugural, dando também nesse lance o pontapé de saída para uma exibição madura, que serviu para piscar claramente o olho a Carlos Queiroz. Muito experiente e talentoso, Viana tirou total proveito de um erro estratégico do Benfica, incapaz de fazer a devida marcação ao ex-sportinguista. Ramires perdeu-se no controlo dos movimentos de Evaldo e ficou sempre a faltar alguém para anular o homem que mudava o centro do jogo bracarense e ditava as mudanças de velocidade nas transições ofensivas.

Hugo Viana saiu aos 85' para ouvir a ovação da noite, numa altura em que os adeptos minhotos já cantavam vitória e festejavam o índice de eficácia de um conjunto que durante toda a segunda conseguiu fabricar apenas um lance de perigo e... aproveitou-o para fazer o 2-0. Obrigado a reconhecer inferioridade no plano individual (com mais espaço, Di María desequilibrou...), o Braga convidou o Benfica a atacar e venenosamente garantiu o triunfo, o terceiro nesta Liga frente a um "grande". O FC Porto já está a cinco pontos de Domingos, mas decerto que Pinto da Costa teria adorado assistir à cimeira de líderes na cadeira de camarote junto de António Salvador. O presidente dos dragões teria assistido ao vivo a um emocionante espectáculo que confirmou o quarto "grande" no futebol português.


A figura – Di Maria


Um minuto depois do golo de Hugo Viana, a resposta benfiquista saiu do pé esquerdo de Di María, que obrigou Eduardo a um voo atento. O início da segunda parte proporcionou o mesmo "filme", com o argentino a tentar de trivela o golo. Também nesse momento (aos 56'), Eduardo disse "não."

Sp. Braga

Positivo

Tal como se esperava, o corredor direito do Sp. de Braga não demorou a mostrar-se e a procurar de forma incessante a zona de... Coentrão, o improvisado lateral-esquerdo escolhido por Jorge Jesus. Não foi circunstancial o facto de o golo assinado por Hugo Viana ter nascido no corredor direito, flanco onde João Pereira e Alan se revelaram muitas vezes imparáveis.

Negativo

O elo mais fraco acabou por ser Leone, o central que descaiu para a esquerda. Aos 27' terá sido empurrado por Luisão e por isso o árbitro invalidou o golo do capitão encarnado, mas Leone, tanto nas bolas altas como nos lances em que alguém "entrava" nas costas, demonstrou pouca concentração. O mesmo defeito que lhe valeu a expulsão ao... intervalo.

Benfica

Positivo

Face às expulsões de Leone e de Cardozo durante o intervalo, a segunda parte foi disputada apenas por 20 jogadores de campo, o que potenciou a subida de rendimento dos encarnados. O Braga teve dificuldades em sair para o ataque e a tal ponto foi flagrante o domínio dos visitantes que Domingos, logo aos 59', lançou Matheus. A ordem era para refrescar e acelerar.

Negativo

Coentrão, como lateral, deslumbrou frente ao Nacional e em Braga... decepcionou. O futuro dirá se o ex-Rio Ave constituirá uma alternativa a Peixoto e a Shaffer, no entanto, ontem notou-se que ainda tem muito para evoluir enquanto defesa. A forma como se "entregou" (de "carrinho") a Alan no lance que permitiu a Hugo Viana marcar de livre foi... arrepiante.


DN

Bruno3429

O Sporting de Braga isolou-se ontem na liderança da Liga portuguesa de futebol, ao impor a primeira derrota na prova ao Benfica, por 2-0, em jogo da nona jornada.


O treinador do Sporting de Braga continua a não assumir a candidatura ao título, apesar de se ter isolado na liderança da Liga de futebol depois da vencer o Benfica (2-0), mas acredita que é possível manter esta posição.

Domingos Paciência afirmou hoje que o Sporting de Braga fez um grande jogo e a vitória é justa e sem querer elevar o Braga à condição de candidato, disse que, se a equipa conseguir manter este nível, manter a humildade e organização que tem tido até hoje, é possível manter esta posição.

Assumir a candidatura é muito cedo, há equipas que investiram para isso mesmo, sabemos das nossas limitações, mas também temos consciência dos nossos pontos fortes, observou.

Sobre o golo anulado a Luião (Benfica), disse ter visto um puxão [de Cardozo] que não permite que o Leone consiga abordar o lance e sobre a polémica ao intervalo no túnel começou por referir que os jogos ganham-se lá dentro, não é no túnel.

Mas é preciso ver que quem começa o problema é o Di Maria, que chutou uma bola, não sei se contra mim ou o fisioterapeuta, e teve outra atitude menos digna. Depois houve uma reacção em protecção do nosso grupo, que é normal e instintiva, disse.

Já o treinador do Benfica, Jorge Jesus, considerou que o Sporting de Braga teve a sorte do jogo, defendeu que a equipa benfiquista não foi feliz e criticou o golo anulado a Luisão, na primeira parte.

O Braga entrou melhor e marcou primeiro num excelente golo do Hugo Viana, mas a partir daí, o Benfica foi à procura do empate e teve várias situações, tendo mesmo feito um golo legal pelo Luisão que o árbitro anulou, mas não houve falta nenhuma, disse.

O treinador encarnado disse ainda que a expulsão de Cardozo prejudicou muito mais o Benfica, porque ficou sem goleador, enquanto o Braga trocou central por central.

O jogo não nos correu bem, não fomos muito felizes, e o Braga demonstrou que é uma excelente equipa e está de parabéns por esta vitória, sempre o disse que é um dos candidatos ao título.

Antena Minho

Bruno3429

Benfica correu e rematou mais mas Braga foi mais eficaz

O Benfica correu mais, sprintou mais, mas acertou na baliza as mesmas cinco vezes que o Sporting de Braga, muito mais eficaz, diz a estatística do jogo de sábado em que os minhotos se isolaram na liderança da Liga de futebol.

Destak/Lusa | destak@destak.pt

Com 91,128 quilómetros percorridos o Benfica fez mais 1808 metros do que o Sporting de Braga (89,320 km), com Ramires a ser o maratonista do jogo do Municipal de Braga - o único jogador a superar a barreira dos 10 km (10 337 metros).

Numa partida que ficou marcada pelas expulsões de André Leone e Cardozo ao intervalo, só oito jogadores superaram a barreira dos nove quilómetros percorridos, quatro de cada equipa.

No Benfica, além do já citado Ramires, Maxi Pereira (9982 metros), Saviola (9350) e Fábio Coentrão (9030) foram os mais esforçados, enquanto no Braga os jogadores que mais correram foram Vandinho (9800), Hugo Viana (9520), Paulo César (9519) e Alan (9219).

Curiosamente, até ao intervalo e até às expulsões foi o Braga a equipa que mais distância percorreu, com um total de 48,410 km, contra 48,324 km do Benfica.

Num jogo intenso do ponto de vista emocional e disputado debaixo de chuva foi no número de sprints que o Benfica se destacou, com quatro jogadores a superarem a barreira das dez acelerações, com destaque para o lateral uruguaio Maxi Pereira (20), bem à frente de Ramires (13), Pablo Aimar (13) e Fábio Coentrão (12), enquanto do lado do Sporting de Braga só Hugo Viana chegou às dez.

Com 58 ataques no total, mais do dobro dos 27 do Braga, o Benfica também se superiorizou nos remates (15 contra 11), mas ao volume ofensivo não correspondeu a qualidade, tendo as duas equipas acertado as mesmas cinco vezes na baliza, com a vantagem que fez toda a diferença de em duas delas os minhotos terem feito golo.

Distâncias percorridas (m)

Sporting de Braga
Eduardo, 5142

Rodríguez, 4250

Moisés, 8158

Evaldo, 8850

Paulo César, 9519

Andrés Madrid, 463

Alan, 9219

João Pereira, 8564

Vandinho, 9800

Matheus, 3555

André Leone, 4757

Mossoró, 5656

Meyong, 4723

Hugo Viana, 9520

TOTAL, 89 320

Benfica

Quim, 4605

Luisão, 8613

Ruben Amorim, 1054

Ramires, 10 337

Keirrison, 3431

Maxi Pereira, 9982

Fábio Coentrão, 9030

Weldon, 908

Di Maria, 8857

David Luiz, 8233

Javi Garcia, 5901

Óscar Cardozo, 4690

Pablo Aimar, 8790

Saviola, 9350

TOTAL, 91 128


Nota: Dados recolhidos pela WTvision.

QUIOSQUE

Record
Águia também se abate
Minhotos brilhantes ganham avanço de 3 pontos. Domingos: "Ainda não podemos assumir candidatura"
Jesus: "Marcámos um golo limpo"
Confusão no túnel - Ney Santos agrediu Cardozo e o paraguaio pegou-se com Leone.

A Bola
Braga é mesmo candidato
Equipa de Domingos já ganhou aos três grandes. Benfica sofre a primeira derrota na Liga e fica pela primeira vez em branco.

O Jogo
O novo grande do nosso futebol
Golos de Hugo Viana e de Paulo César isolam o Sp. Braga na liderança.

Destak

Bruno3429

Domingos derrotou o Benfica pela terceira vez
TREINADOR VENCEU 6 DUELOS (EM 20) DIANTE DOS GRANDES 

 
O treinador do Sporting de Braga, Domingos Paciência, somou sábado a sua terceira vitória sobre o Benfica em sete jogos com os benfiquistas, a sexta contra os grandes na sua curta carreira de treinador.

Os golos de Hugo Viana e Paulo César permitiram à equipa bracarense isolar-se na liderança da tabela classificativa após nove jornadas e confirmaram a tendência do seu treinador em bater o pé aos principais emblemas do futebol luso - esta temporada já venceu os três - e especialmente ao Benfica, a sua "vítima" preferida.

Domingos Paciência, 40 anos, vai na sua quarta temporada como treinador principal e em sete jogos com os encarnados na Liga, dois pela União de Leiria, quatro pela Académica e um pelo Sporting de Braga, venceu três: duas vezes no Estádio da Luz (Académica em 2007/08 e 2008/09) e uma no Municipal de Braga, sábado.

Destes triunfos, o destaque vai para a goleada (3-0) que infligiu ao Benfica a 11 de Abril de 2008, em pleno "ninho da águia".

De resto, o treinador já venceu duas vezes o FC Porto, (1-0 em 2006/07 pela União de Leiria, em casa, e este ano, pelo mesmo resultado e também em casa, pelo Sporting de Braga) e estreou-se a vencer o Sporting esta temporada, e no Estádio José de Alvalade (2-1), mas já lá tinha empatado na temporada passada (0-0).

No somatório de jogos com os grandes (20), Domingos alcançou seis vitórias, 10 derrotas e quatro empates, ou seja, somou pontos em 50 por centos dos jogos (30 por cento de triunfos e 20 por cento de empates).

O antigo avançado internacional português, melhor marcador do campeonato em 1995/96, jogou 10 temporadas seguidas no FC Porto, tendo depois experimentado o campeonato espanhol durante duas épocas ao serviço do Tenerife.

Em 1999 voltou ao clube portista onde, duas temporadas depois, terminou a carreira de futebolista e iniciou a de treinador nas camadas jovens.

Em 2006/07 estreou-se como técnico principal de uma equipa da liga, na União de Leiria, em que atingiu um sétimo lugar, e em 2007/08 ingressou na Académica à 3.ª jornada substituindo Manuel Machado, tendo terminado o campeonato na 12.ª posição.

Na época passada, alcançou a melhor classificação da turma de Coimbra dos últimos 25 anos, um sétimo lugar.
Agora no Sporting de Braga, depois de um início titubeante durante o qual foi eliminado da Liga Europa pelos suecos do Elfsborg, comanda uma equipa que é líder do campeonato à nona jornada, com mais 3 pontos do que o segundo, o Benfica, 5 que o terceiro, o FC Porto, e 13 que o quarto, o Sporting (menos um jogo).

No final do jogo com o Benfica, Domingos voltou a dizer que "é muito cedo para assumir uma candidatura ao título", mas pela primeira vez admitiu lutar pela primeira posição: "Se a equipa conseguir manter este nível, a humildade e organização que tem tido até hoje, é possível manter esta posição".

Record

Bruno3429

Domingos Paciência já venceu seis vezes os "grandes"

O treinador do Sporting de Braga, Domingos Paciência, somou sábado a sua terceira vitória sobre o Benfica em sete jogos com os benfiquistas, a sexta contra os "grandes" na sua curta carreira de treinador.

Os golos de Hugo Viana e Paulo César permitiram à equipa bracarense isolar-se na liderança da tabela classificativa após nove jornadas e confirmaram a tendência do seu treinador em bater o pé aos "grandes" - esta temporada já venceu os três - e especialmente ao Benfica, a sua "vítima" preferida.

Domingos Paciência, 40 anos, vai na sua quarta temporada como treinador principal e em sete jogos com os "encarnados" na liga, dois pela União de Leiria, quatro pela Académica e um pelo Sporting de Braga, venceu três: duas vezes no Estádio da Luz (Académica em 2007/08 e 2008/09) e uma no Municipal de Braga, sábado.

Destes triunfos, o destaque vai para a goleada (3-0) que infligiu ao Benfica a 11 de Abril de 2008, em pleno "ninho da águia".

De resto, o treinador já venceu duas vezes o FC Porto, (1-0 em 2006/07 pela União de Leiria, em casa, e este ano, pelo mesmo resultado e também em casa, pelo Sporting de Braga) e estreou-se a vencer o Sporting esta temporada, e no Estádio José de Alvalade (2-1), mas já lá tinha empatado na temporada passada (0-0).

No somatório de jogos com os "grandes" (20), Domingos Paciência alcançou seis vitórias, 10 derrotas e quatro empates, ou seja, somou pontos em 50 por centos dos jogos (30 por cento de triunfos e 20 por cento de empates).

O antigo avançado internacional português, melhor marcador do campeonato em 1995/96, jogou 10 temporadas seguidas no FC Porto, tendo depois experimentado o campeonato espanhol durante duas épocas ao serviço do Tenerife.

Em 1999 voltou ao clube portista onde, duas temporadas depois, terminou a carreira de futebolista e iniciou a de treinador nas camadas jovens.

Em 2006/07 estreou-se como técnico principal de uma equipa da liga, na União de Leiria, em que atingiu um sétimo lugar, e em 2007/08 ingressou na Académica à 3.ª jornada substituindo Manuel Machado, tendo terminado o campeonato na 12.ª posição.

Na época passada, alcançou a melhor classificação da turma de Coimbra dos últimos 25 anos, um sétimo lugar.

Agora no Sporting de Braga, depois de um início titubeante durante o qual foi eliminado da Liga Europa pelos suecos do Elfsborg, comanda uma equipa que é líder do campeonato à nona jornada, com mais três pontos do que o segundo, o Benfica, cinco que o terceiro, o FC Porto, e 13 que o quarto, o Sporting (menos um jogo).

No final do jogo com o Benfica, Domingos voltou a dizer que "é muito cedo para assumir uma candidatura ao título", mas pela primeira vez admitiu lutar pela primeira posição: "Se a equipa conseguir manter este nível, a humildade e organização que tem tido até hoje, é possível manter esta posição".

O Jogo

Bruno3429

TREINO SEGUNDA-FEIRA ÀS 10HO0 À PORTA ABERTA

O plantel do SC Braga treina segunda-feira, dia 2 de Novembro, às 10h00. A sessão de trabalhos decorrerá à porta aberta a sócios, adeptos e comunicação social.


SC BRAGA INVENCÍVEL BATE BENFICA (2-0)

Os Gverreiros do Minho são a única equipa sem derrotas na Liga Sagres (oito triunfos e um empate) após terem infligido o primeiro desaire ao Benfica (2-0). Num Estádio AXA repleto de verdadeiros sócios e adeptos do SC Braga, a equipa comandada por Domingos Paciência foi sempre a melhor equipa em campo, tendo entrado praticamente a ganhar quando Hugo Viana, aos 7', cobrou de forma magistral um livre directo.

Apesar da reposta da equipa da Luz, Os Gverreiros do Minho controlaram sempre as operações e criaram as melhores oportunidades para aumentarem a vantagem. O corolário lógico do domínio do SC Braga surgiu aos 78', com Paulo César a marcar o segundo golo. Com este (justíssimo) triunfo, a nossa Equipa recupera a liderança isolada da Liga Sagres, com 25 pontos.

SCBraga

Mac

A análise de JOÃO VIEIRA PINTO
IN " OJOGO"


Braga-Benfica

1
Agora sim, candidato

Grande jogo de futebol, bem jogado, com bom ritmo, entrega total dos jogadores, intenso, com emoção, táctico mas ofensivo, porque ganhar era o objectivo de ambas as equipas. No primeiro grande teste a nível nacional, o Benfica perdeu, ao passo que para o Braga este era o teste que faltava: se continuar a jogar assim, temos candidato ao título. Não quero com isto tirar mérito àquilo que o Benfica fez de bom até aqui, mas esta era a grande prova e frente a um adversário moralizado, organizado e com jogadores capazes de fazerem a diferença, não fez melhor do que os restantes candidatos. Convém não esquecer que vamos na 9ª jornada e o Braga tem apenas dois pontos perdidos e já ganhou aos três grandes. Insisto na ideia de termos assistido a um jogo muito interessante em que o Benfica não jogou mal, mas teve pela frente um opositor mais organizado, mais inteligente e matreiro.


2
Notável a pressão do Braga

O Braga entrou mais forte, bem organizado a pressionar bem. Não é qualquer equipa que sabe pressionar daquela maneira, porque pressionar não é só correr, é preciso saber quando fazê-lo, porque a pressão não dura os 90 minutos, tem tempos certos. Quando se faz pressão, todos os elementos têm que ter noção do tempo em que é feita. Aquilo que o Braga fez ontem nesse capítulo obrigou a uma semana de grande trabalho. É uma equipa personalizada, com forte atitude na disputa da bola, grande atrevimento e objectividade.

Atente-se no pormenor de o Braga ter entrado a mandar no jogo, ter marcado cedo e, depois, estar preparado para jogar com as armas do Benfica: transições rápidas. Para isso recuou ligeiramente no terreno, susteve a reacção benfiquista ao golo sofrido, e a partir daí aplicou as suas próprias transições com inteligência, ao mesmo tempo que preenchia melhor os espaços.


3
Avançados a defender

Quando o Benfica tinha a bola, o Braga formava uma primeira linha defensiva com Meyong, Paulo César, Alan e Mossoró. Ao contrário, quando a bola era da equipa da casa, Cardozo e Saviola não defendiam, o que provocava desequilíbrios no meio-campo. Por não terem esses hábitos defensivos, os pontas-de-lança do Benfica esperavam que os companheiros ganhassem a bola e os servissem, mas devido à tal inferioridade numérica nessa luta, a equipa sentia algumas dificuldades na construção do seu jogo ofensivo. O Benfica tentou reagir ao golo sofrido mas não o conseguiu logo. Foi subindo gradualmente no terreno e sacudindo a pressão que o Braga exercia, pois durante o primeiro quarto de hora o Braga não deixava o Benfica pensar, tendo os encarnados, por vezes, recorrido ao futebol directo para se aproximarem da baliza de Eduardo.

Na antevisão do jogo, tinha referido a minha expectativa para os duelos do corredor esquerdo do Benfica, o mais forte, com a ala direita do Braga, também ela mais activa do que a esquerda. E assistimos a duelos bem interessantes entre João Pereira e Dí Maria e Alan e Coentrão, embora em termos tácticos também tenha sido importante o embate do lado contrário entre Paulo César e Maxi Pereira, como, a partir de dada altura da segunda parte, aconteceu com a dupla Matheus/David Luiz.

Outra prova de que o Braga tinha tudo previsto foram as trocas de posição entre Alan e Paulo César. Essas coisas acontecem porque o treinador entende que é preciso mexer em alguma coisa para que não haja vícios de forma. As trocas servem para criar dúvidas a quem defende, para além de que o único vício da equipa da casa ontem foi a rigidez táctica.


4
Solidariedade, substituições, Domingos e Matheus

Quando a relva está rápida e em boas condições, as equipas procuram jogar a um ou dois toques, em tabelas rápidas e difíceis de defender. Como o Braga era uma equipa muito solidária e que procurava sempre defender em superioridade numérica, tinha a tendência para jogar muito junta, mas nem sempre isso é uma vantagem, porque o Benfica quando conseguia sair dessas situações de pressão, metia a bola nos espaços livres e criava desequilíbrios no flanco oposto. Apesar de ter conseguido duas ou três situações favoráveis, o Benfica ontem não foi a equipa eficaz de jogos anteriores. Daí que na segunda parte tenha conseguido 20 minutos de maior controlo mas depois acabou por perdê-lo.

Face às expulsões ao intervalo, os treinadores tiveram necessidade de recompor as equipas. Tendo homens rápidos como Alan e Paulo César, foi lógica a opção de Domingos em abdicar do ponta-de-lança para meter o central Rodriguez, já que ficara sem Leone. Estava a ganhar e continuava a ter duas boas soluções de ataque. Como o Benfica está habituado a ter uma referência na área do adversário, Jesus trocou Javi Garcia, o trinco, por Keirrison, derivando Ramires para o centro do terreno e confiando a ala direita a Maxi Pereira. Apostas boas de ambos os lados no realinhamento das equipas, mas a grande substituição foi, a meu ver, a entrada de Matheus, jogador que conheço bem, porque foi meu colega. É muito rápido e tem capacidades incomuns, como a facilidade de remate, irreverência e um pulmão incrível. A entrada dele mexeu com o jogo. Sem o Meyong e com o Mossoró já a ficar cansado, meter o Matheus é uma espécie de passar a ter dois em um. E foi dele o passe para a jogada que matou o jogo (segundo golo). Domingos esteve muito bem ao pensar a substituição.


5
Hugo Viana foi o melhor

Escolho Hugo Viana como melhor em campo, não só pelo golo que marcou - e pela importância que teve no desenrolar da partida -, mas também pela forma como pensou e pautou o jogo do Braga. Fez uma leitura magnífica das incidências e soube quando era tempo de contra-atacar rápido ou de circular a bola, de acelerar ou temporizar. Ajudou a defender, nunca regateou esforços e ainda apareceu em zonas de tiro. Um grande jogo.


6
Vai ter de jogar o dobro

Entendo a postura dos responsáveis em não quererem assumir a candidatura ao título, mas olho para uns e para outros e, para já, não vejo que os outros candidatos tenham algo mais do que o Braga. É evidente que para poder ser campeão, o onze minhoto vai ter de jogar duas vezes mais do que os concorrentes, porque para se chegar ao título não basta jogar bem, é preciso mais qualquer coisa. O Braga não tem o suporte de uma massa adepta como a dos grandes, tem menos peso na Comunicação Social, provavelmente também nos órgãos decisores, vale menos em audiências televisivas quando não defronta os grandes...

Independentemente das conjecturas que se possam fazer, temos como certo que à nona jornada o Braga é líder incontestado e o campeonato está aberto. Veja-se que o FC Porto, perdendo dois pontos em causa, o que foi mau, acabou por ganhar um ponto ao Benfica. E aproximam-se jogos importantes. Nesta altura até o Sporting tem ainda as suas possibilidades em aberto, tudo dependendo dos próximos três ou quatro jogos. É verdade que não tem mostrado futebol para ser candidato, mas essas coisas por vezes mudam com um grande jogo