NOTÍCIAS DO ENORME DO DIA 29/09

[Pé Ligeiro]

Futebol Internacional » Taça UEFA » Chievo 2 - Braga 1
Ilusão deu em sofrimento e acabou em emoção
Expulsão de Nem impediu importante vantagem numérica
Maciel aumentou a capacidade de chegar à área contrária
LINO DEVESAS

O Braga garantiu a presença na fase de grupos da Taça UEFA. Mas não ganhou para o susto. Depois de um pouco mais de meia hora em que manteve o controlo do embate, o golo dos italianos, na primeira vez que chegaram à baliza de Paulo Santos, causou alguma intranquilidade nas hostes arsenalistas. E acordou os adeptos locais, que até essa altura pouco se tinham manifestado. Afinal, o Chievo podia conseguir, como conseguiu, a sua primeira vitória nas provas da UEFA. Daí as palmas com que, apesar de eliminados, foram brindados no final da partida; e convém recordar que o triunfo quebrou um jejum de 11 jogos sem vencer.
Ao colocar Luís Filipe como ala-direito e Wender no contrário, Carlos Carvalhal procurou evitar que os italianos carrilarem o jogo pelos flancos, assim como as presenças de João Pinto e Hugo Leal no meio-campo visava transmitir qualidade técnica para uma circulação de bola mais eficiente, mas a verdade é que os bracarenses não conseguiam importunar Sicignano. Com as mudanças introduzidas no intervalo (Maciel entrou, Hugo Leal saiu, Frechaut foi ocupar a sua posição e Luís Filipe regressou ao lado direito da defesa), a equipa portuguesa passou a acercar-se com mais assiduidade da área contrária, aumentando as perspectivas quanto a um desfecho positivo, ilusão essa que durou até ao golo de Godeas. A exclusão de Sammarco, aos 71', fez renascer as esperanças bracarenses mas, pouco depois, uma ingenuidade de Nem, ao provocar uma falta na área adversária, ditou a sua expulsão e as equipas ficaram em igualdade numérica. No entanto, o desgaste entre os italianos era bem evidente e, no prolongamento, aconteceu o golo de Wender e a festa na Cidade dos Arcebispos.
 
Chievo 2 - Braga 1*

*a.p.
estádio Marc'Antonio Bentegodi (em Verona)
relvado em condições razoáveis
6 500 espectadores
árbitro Carlos Megia Dávila [Espanha]
Vicente Rozas + Juan Carlos Yuste Giménez
4º árbitro Antonio Rubinos Perez
Chievo
treinador Giuseppe Pillon
1 |Sicignano GR
19 |Malagó LD
29 |Mandelli DC
26 |Scurto DC a 11'
20 |Marcolini LE a 87'
5 |Luciano AD
21 |Sammarco MD
10 |Zanchetta MO
55 |Kosowski AE
9 |Bruno AV a 54'
90 |Tiribocchi AV
-
18 |Squizzi GR
27 |Moro DC a 11'
33 |Brighi MD a 87'
14 |Garzon MO
8 |Giunti MO
16 |Marchesetti MO
99 |Godeas AV a 54'
Amarelos 17' Mandelli |28 e 107' Zanchetta | 85' Moro
vermelhos 69' Sammarco |107' Zanchetta
GOLOS
0-1|38'
Tiribocchi
0-2|68'
Godeas
Braga
treinador Carlos Carvalhal
1 | Paulo Santos GR
17 | Frechaut LD
3 | Paulo Jorge DC
5 | Nem DC
13 | Carlos Fernandes LE
23 | Madrid MD
10 | Joao Pinto MO
6 | Hugo Leal MO a INT
20 | Luís Filipe AD
15 | Wender AE a 108'
77 | Zé Carlos AV a 66'
-
12 | Dani Mallo GR
4 | Maurício DC a 108'
21 | Ricardo Chaves MD
14 | Castanheira MO
19 | Maciel AD a INT
11 | Cesinha AE a 66'
29 | Marcel AV
Amarelos 43' Hugo Leal |62 e 71' Nem
vermelhos 71' Nem
GOLOS
2-1|104' Wender



O Braga um a um
Wender teve força e engenho no prolongamento
Brasileiro sentenciou a eliminatória
Madrid foi um gigante no meio-campo e... na defesa após expulsão de Nem
Maciel voltou s ser a arma secreta a que os italianos não conseguiram reagir
LINO DEVESAS

6 Paulo Santos
Sem comprometer e sem qualquer culpa nos golos sofridos, revelou durante um ligeiro período alguma intranquilidade, mas posteriormente voltou a estar em bom nível, nomeadamente no prolongamento, quando efectuou duas excelentes intervenções.
5 Frechaut
Mediu mal a entrada ao lance que disputou com Kosowski, cujo cruzamento esteve na origem do primeiro golo. Na segunda metade subiu para o meio-campo e procurou transmitir-lhe consistência. Quando de posse da bola denotou alguma lentidão.
6 Paulo Jorge
Concentrado e determinado, o capitão arsenalista apenas numa ocasião bacilou e... daí resultou o segundo tento dos italianos. Uma única falha num jogo em que até teve desempenho positivo.
3 Nem
Sereno, seguro e disponível, estava a ter uma acção determinante na coesão defensiva arsenalista até que, na sequência de uma subida a um lance de bola parada, procurou com uma falta ganhar tempo para recuperar, execedeu-se e veio para a rua...
5 Carlos Fernandes
Na fase inicial do embate procurou assegurar a consistência do seu flanco, resguardando-se; na segunda metade arriscou um pouco mais.
7 Madrid
Raça, atitude e um grande espírito de sacrifício foram os argumentos do argentino para uma exibição muito conseguida. Cuidou bem do policiamento ao segunda adversário dos italianos (Bruno) sem deixar de manter as funções de médio de cobertura, e de tentar empurrar a sua equipa para a frente. Foi grande quando se viu obrigado a descer para central, após a expulsão de Nem.
6 João Pinto
Teve uma acção importante na primeira meia hora, durante a qual o Braga procurou assumir o controlo do jogo; posteriormente passou por um período menos bom em função das circunstâncias, ressurgindo quando a equipa, em desvantagem por 2-0, necessitava de manter a fé. Foi perfeito na assistência a Maciel (56') e nunca deixou de tentar o golo em disparos de meia-distância.
5 Hugo Leal
Também teve uma acção importante durante a fase inicial mas, posteriormente, com a alteração das características do jogo - em virtude do primeiro golo do Chievo - e a necessidade de mudar alguma coisa, foi ele o sacrificado.
5 Luís Filipe
Procurou impedir as subidas de Malagó e no sentido inverso dar maior profundidade ao flanco direito, mas nem sempre a suas intenções tiveram sucesso. Na segunda metade, quando passou a desempenhar as funções de lateral-direito, sentiu dificuldades diante do empreendedor Kosowski, mas lá foi resolvendo os problemas.
5 Zé Carlos
Um mouro de trabalho, quer pela disponibilidade que revelou na luta que travou na frente de ataque quer nas vezes em que desceu no auxílio ao meio-campo.
5 Maciel
Deu maior dinâmica ao ataque e causou problemas à defesa contrária sempre que acelerou, embora se tenha notado alguma dessincronização entre os companheiros e os seus movimentos, pois raramente era solicitado quando arrancava em velocidade. Pena que, aos 56', isolado na cara de Sicignando não tenha conseguido marcar.
5 Cesinha
Procurou dar maior profundidade ao ataque da sua equipa, mas nem sempre as coisas lhe saíram bem, porventura em virtude de alguma ansiedade. O que não o impediu de se disponibilizar para ajudar os companheiros.
4 Maurício
Entrou a poucos minutos do final do prolongamento e procurou integrar-se no espírito do jogo.


CARLOS CARVALHAL EMOCIONADO COM QUALIFICAÇÃO
"Página escrita a letras de ouro na história do clube"
O treinador do Braga considerou justa a passagem da sua equipa à fase de grupos, destacando o jogo feito com "o coração" pelos seus jogadores

O apuramento do Braga para a fase de grupos da Taça UEFA deixou Carlos Carvalhal emocionado. Depois de ter entrado para a história do Leixões, disputando a mesma competição, o treinador bracarense colocou agora o Braga, pela primeira vez no historial do clube, na fase de grupos da prova. "É indiscritível o que estou a sentir nesta altura. Gostava de partilhar este momento com os jogadores pela coragem e empenho que tiveram em dar uma alegria aos adeptos bracarenses, aos que estiveram aqui e aos que em Portugal sofreram pela televisão e pela rádio. É uma página escrita a letras de ouro na história do Braga, que pela primeira vez chega à fase de grupos da Taça UEFA", expressou.
Comentando o jogo, Carvalhal explicou ter "preparado a equipa para marcar um golo na primeira parte", adiantando que "ao intervalo", depois do golo sofrido, foram feitas as "correcções" necessárias. "A partir do 1-0, e não do 2-0, que surgiu contra a corrente do jogo, a equipa atirou-se ao ataque com determinação. Foi com justiça que chegámos golo no prolongamento, mas já o podíamos ter feito antes, no tempo regulamentar. A passagem da eliminatória é justa porque fomos melhores nos dois jogos", analisou, avançando que o Chievo "criou mais dificuldades neste jogo, criando mais oportunidades e mostrando-se melhor do que há 15 dias".
Voltando ao jogo, e em mais um elogio à equipa, o treinador concluiu a análise à partida: "Há momentos em que se ganha com o coração e foi o que aconteceu hoje (ontem); os jogadores quiseram entrar na historia do clube".
Embora ainda seja cedo para fazer balanços, Carlos Carvalhal revelou que "50 por cento dos objectivos delineados para esta época estão cumpridos", numa alusão à qualificação para a fase de grupos da Taça UEFA, deixando ainda claro que a outra metade da missão "é andar na esteira dos grandes, no campeonato, ao longo da época".



Hoje já em Braga
Wender avaliado

Cinco minutos depois de ter marcado o golo, histórico, diga-se, Wender saiu lesionado, depois de uma entrada dura de Zanchetta que lhe valeu o cartão vermelho. A lesão no joelho esquerdo será avaliada hoje, mas pelo aparato parece ser de uma alguma gravidade. De fora do primeiro jogo da fase de grupos ficará, irremediavelmente, Nem. O defesa-central brasileiro foi expulso, por acumulação de amarelos, aos 70'.

IN O JOGO

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CHIEVO VERONA-SP. BRAGA, 2-1 (Tiribocchi 38', Godeas 68'; Wender 104')
MINUTO A MINUTO, JOGADA A JOGADA

22:12 - FINAL DA PARTIDA. O Sp. Braga está na próxima fase da Taça UEFA.

108' - SUBSTITUIÇÃO no SP. BRAGA. Saída de Wender para a entrada de MAURÍCIO.

107' - Segundo CARTÃO AMARELO e consequente VERMELHO para ZANCHETTA.

106' - Boa oportunidade para o Sp. Braga. Passe certeiro de Cesinha para João Pinto, que na área, remata forte, fazendo a bola passar perto do alvo.

105 ' - INTERVALO DO PROLONGAMENTO

104' - GOLO DO SP. BRAGA, por WENDER.
Lançamento longo para a área de Carlos Fernandes, onde aparece o brasileiro a facturar de cabeça. Sicignano bem se estica, mas não consegue chegar à bola.

101' - João Pinto volta a tentar a sorte de longe, mas Sicignano agarra bem.

93' - Livre para Wender bater. É à entrada da área... Defesa apertada do gaurdião do Chievo. Cede canto.

21:40 - INÍCIO DO PROLONGAMENTO.

21:34 - FINAL DO TEMPO REGULAMENTAR. Seguem-se 30 minutos de PROLONGAMENTO.

86' - SUBSTITUIÇÃO no CHIEVO: Marcolini dá lugar a BRIGHI.

84' - Livre de João Pinto, com Sicignano a defender para canto.

71' - CARTÃO AMARELO para NEM. É o segundo... CARTÃO VERMELHO para o central.

69' - CARTÃO VERMELHO para SAMMARCO, após entrada dura sobre Frechaut.

68' - GOLO DO CHIEVO VERONA, por GODEAS.
Falha de Paulo Jorge, que coloca a bola à mercê de Marcolin. Remate forte para defesa de Paulo Santos, mas Godeas não falha na recarga.

65' - SUBSTITUIÇÃO no SP. BRAGA. Sai Zé Carlos e entra CESINHA.

62' - CARTÃO AMARELO para NEM, por travar em falta uma jogada do ataque italiano.

58' - João Pinto arranca um remate forte de longe, fazendo a bola passar bem perto do poste esquerdo da baliza contrária.

55' - Grande oportunidade para Maciel. O brasileiro aparece isolado na área, rematando por cima do alvo.

54' - Kosowski ultrapassa Luís Filipe em velocidade e centra com perigo. Alívio de Nem.

53' - SUBSTITUIÇÃO no CHIEVO. Sai Salvatore Bruno e entra GODEAS.

50' - Mais um cruzamento de Kosowski da esquerda para um bom corte de Paulo Jorge.

49' - Bola atrasada para o guardião Sicignamo, que dá uma fífia de todo o tamanho e falha o remate, deixando a bola escapar pela linha final. Canto para os bracarenses.

46' - SUBSTITUIÇÃO no SP. BRAGA. Sai Hugo Leal e entra MACIEL.

20:48 - INÍCIO DA SEGUNDA PARTE

20:32 - INTERVALO

45' - Zé Carlos entra pela direita e remata forte. ao lado do alvo pretendido.

42' - CARTÃO AMARELO para HUGO LEAL, por comportamento incorrecto.

38' - GOLO DO CHIEVO VERONA, por TIRIBOCCHI.
Jogada do ataque italiano, com a bola a ser lançada por Kosowski para a área, onde aparece Tiribocchi, que cabeceia para o fundo das redes bracarenses.

29' - Livre batido em estilo por Zanchetta, a fazer a bola passar bem perto da baliza de Paulo Santos.

28' - CARTÃO AMARELO para ZANCHETTA, por bater um livre antes do apito do árbitro.

21' - É Hugo Leal quem vai bater... Contra um adversário. Passa o perigo para as redes dos italianos.

20' - Wender com uma boa oportunidade, mas é travado em falta por Malago. Livre para os bracarenses.

16' - CARTÃO AMARELO para MANDELLI, após entrada feia sobre Zé Carlos.

10' - SUBSTITUIÇÃO no CHIEVO. Saída de Scurto, com problemas físicos, e entrada de MORO.

19:45 - INÍCIO DA PARTIDA
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TAÇA UEFA – 2.ª mão da 1.ª eliminatória

CHIEVO VERONA-SP. BRAGA

Estádio: Marc'António Bentegodi, em Verona
Árbitro: Carlos Meglia Dávila (Espanha)
Hora: 19:45

CHIEVO VERONA
Sicignamo; Marcolini, Scurto, Mandelli e Malago; Luciano, Zanchetta, Sammarco e Kosowski; Tiribocchi e Bruno.

Suplentes: Squizzi, Moro, Godeas, Marchesetti, Garzon, Giunti e Brighi.

Treinador: Giuseppe Pillon

SP. BRAGA
Paulo Santos; Luís Filipe, Nem, Paulo Jorge e Carlos Fernandes; Madrid, Hugo Leal e Frechaut; João Pinto, Wender e Zé Carlos.

Suplentes: Dani Mallo, Pedro Costa, Maurício, Ricardo Chaves, Cesinha, Maciel e Marcel.

Treinador: Carlos Carvalhal


Paulo Jorge: «Para os adeptos»
CAPITÃO AGRADECEU APOIO EM NOME DO GRUPO

"Dedico o apuramento a todos os adeptos pelo grande apoio que nos deram. Dedico também a todos os elementos da SAD." As palavras, em tom de emoção, são do capitão Paulo Jorge, logo após o final do jogo. O central é um dos jogadores que, à semelhança do clube, procura a fase de grupo da Taça UEFA há 3 anos e só agora conseguiu. A felicidade e o alívio eram evidentes. "Tomámos conta do jogo no 2.º tempo e podíamos ter marcado mais cedo e resolver a eliminatória com outra tranquilidade. Criámos até oportunidades para ganhar o jogo", explicou.

"Houve muito sacrifício nesta vitória. Jogámos com muito querer e determinação", prosseguiu, reconhecendo que a equipa não jogou bem na etapa inicial. "Mas reagimos depois do intervalo e por isso merecemos este apuramento", salvaguardou.

Sobre o erro que precipitou o segundo tento do Chievo: "Tentei aliviar a bola, mas esta foi parar aos pés do jogador italiano. Acontece. Sabíamos que, se marcássemos um golo, a passagem estava garantia. Daí a festa tão grande quando o Wender marcou."

IN RECORD
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Futebol
Sp. Braga na fase de grupos da Taça UEFA
O Sp. Braga está na fase de grupos da Taça UEFA, após jogo muito disputado com o Chievo, que se decidiu no prolongamento. O tempo regulamentar terminou com vantagem italiana (2-0), mas um golo de Wender colocou o carimbo europeu no passaporte arsenalista. V. Setúbal e Nacional ficam pelo caminho.


ASF
Foi, de facto, um jogo impróprio para cardíacos. O Sp. Braga entrou bem, personalizado, impondo o ritmo favorável aos seus desígnios. Os pupilos de Carlos Carvalhal privilegiavam a troca de bola, procurando gerir a vantagem de dois golos conseguida na primeira «mão». O jogo corria de feição à equipa portuguesa e foi de forma inesperada que o Chievo acabou por chegar ao golo, na primeira vez que visou a baliza de Paulo Santos. Tiribocchi atirou de cabeça para o fundo das redes, estavam então cumpridos 38 minutos.Carlos Carvalhal mexeu para a segunda parte, trocando Hugo Leal por Maciel, procurando emprestar maior agressividade ao ataque com a entrada do brasileiro, tal como acontecera na primeira «mão». E foram vários os lances de golo do Sp. Braga na etapa complementar. Maciel (55m), João Pinto (58m) e Wender (65m) estiveram perto do golo, mas não conseguiram concretizar. Já diz a velha máxima, «quem não marca arrisca-se a sofrer», e foi o que aconteceu. O Chievo aumentou a vantagem aos 67 minutos, por intermédio de Godeas, após um lance muito confuso na grande área minhota.Ao golo italiano seguiram-se duas expulsões: primeiro a de Sammarco, aos 68 minutos, depois a de Nem, dois minutos volvidos. As equipas ficavam reduzidas a 10 elementos e a partir daí, e com o aproximar do final do jogo, foi visível o receio em consentir um golo, que seria fatal. Resultado? Prolongamento.Foi então que apareceu Wender. Com um golo apontado de forma algo atabalhoada, mas eficaz (e é isso que conta!), o brasileiro atirou para o fundo das redes a meias com a cabeça e com o ombro, dando o melhor seguimento a cruzamento de Carlos Fernandes. O Sp. Braga dava passo de gigante rumo à fase de grupos, enquanto o Chievo se via forçado a marcar por duas vezes. João Pinto ficou a centímetros de aumentar a vantagem no início da segunda parte do prolongamento, durante a qual Zanchette viu o segundo amarelo e consequente vermelho. Mesmo com nove elementos o Chievo nunca desistiu de chegar ao golo e obrigou Paulo Santos a brilhar, opondo-se com mestria a dois remates de Godeas.Em suma, foi um Sp. Braga com estofo e capacidade de sofrimento mas igualmente astuto e matreiro, aquele que garantiu o objectivo perseguido há vários anos, juntando-se a alguns dos nomes grandes do futebol europeu na fase de grupos da Taça UEFA. O sorteio realiza-se na próxima terça-feira, em Nyon, Suíça.Estádio Marc´António Bentegodi, em Verona (Itália)Árbitro: Carlos Dávila (Espanha)CHIEVO: Sicignamo; Marcolini (Brighi, 86m), Scurto (Moro, 10m), Mandelli e Malagó; Kosowski, Sammarco, Zanchette e Luciano; Toribocchi e Bruno (Godeas, 53m). SP. BRAGA: Paulo Santos; Frechaut, Nem, Paulo Jorge e Carlos Fernandes; Madrid; Luís Filipe, João Pinto e Hugo Leal (Maciel, ao int.); Wender (Maurício, 108m) e Zé Carlos (Cesinha, 65m). Ao intervalo: 1-0Disciplina: Mandelli (16m), Zanchette (28m e 107m), Hugo Leal (43m), Nem (62m e 71m), Moro (85m) e Tiribocchi (89m). Cartão vermelho a Sammarco (68m) e Zanchette (107m)Marcadores: Tiribocchi (39m), Godeas (67m) e Wender (103) Resultado no tempo regulamentar: 2-0Resultado final: 2-1.
IN A BOLA

[Pé Ligeiro]

Festa com sofrimento


Nuno Amaral, em Verona

Àterceira tentativa, o Braga apurou-se para a fase de grupos da Taça UEFA, apesar de ter sido derrotado, ontem, pelo Chievo, por 2-1, após prolongamento. A equipa de Carlos Carvalhal cumpriu, assim, o primeiro objectivo da temporada, num jogo em que foi obrigada a sofrer mais do que o previsto, mas apenas por culpa própria. O carácter e a maior força física dos minhotos veio à tona no tempo-extra, merecendo elogios a forma como os jogadores reagiram, num momento muito difícil da partida.

O conjunto bracarense não entrou no jogo de Verona à procura do golo que lhe garantisse, quase de imediato, a qualificação, ao contrário do que Carvalhal tinha prometido. Os minhotos preferiram apostar num estilo mais pausado, nitidamente a gerir a vantagem trazida de Portugal. Como quase sempre acontece nestas situações, a ideia não deu bom resultado, apesar de os italianos não terem conseguido pressionar, nem criar oportunidades para marcar, durante os minutos iniciais.

Foi, até, de forma inesperada que surgiu o primeiro golo do Chievo, já com o intervalo à vista, num lance em que o avançado Tiribocchi cabeceou à vontade, no meio da defesa lusa, após um excelente cruzamento de Kosowski. O extremo polaco foi sempre um perigo, dando muito trabalho a Frechaut no primeiro tempo e a Luís Filipe no segundo.

Só depois do descanso é que o Braga jogou de forma desinibida, com vontade de atacar. O problema é que, nessa altura, já os transalpinos tinham ganho a confiança perdida nas últimas semanas, pelos 11 jogos seguidos que levavam sem ganhar, e passaram a acreditar que era mesmo possível dar a volta à eliminatória. O jogo ganhou emoção e podia ter caído para qualquer dos lados (Maciel, Wender e João Pinto estiveram perto do empate), mas a formação de Verona foi mais eficaz e chegou ao 2-0 a meio da segunda parte, numa jogada em que Paulo Jorge ficou mal na fotografia. O capitão bracarense falhou um corte, permitiu um primeiro remate a Tiribocchi, que Paulo Santos não foi capaz de segurar, e Godeas fez o golo que igualou a eliminatória.

A seguir, e no espaço de dois minutos, as duas equipas ficaram reduzidas a dez elementos. Sammarco foi contemplado com o vermelho directo, na sequência de uma entrada dura sobre Frechaut, e Nem viu o segundo amarelo, de forma desnecessária, estragando uma exibição individual que estava a ser brilhante.

O prolongamento tornou-se inevitável e trouxe, finalmente, a alegria aos bracarenses. O remate de Wender foi, sem dúvida, feliz, mas deu justiça ao resultado, porque a equipa de Carvalhal foi a que mais perto tinha estado do golo decisivo, desde os últimos instantes do tempo regulamentar. Apesar do sofrimento, a qualificação ficou assegurada e Portugal terá mesmo um representante no sorteio da fase de grupos da Taça UEFA, marcado para a próxima terça-feira, em Nyon .

"Sinto uma alegriaindescritível"


Nuno Amaral, em Verona

Carlos Carvalhal fez história ao serviço do Sporting de Braga, ao ao colocar o clube, pela primeira vez, na fase de grupos da Taça UEFA. Depois de duas tentativas frustradas, frente ao Hearts e Estrela Vermelha, numa altura em que o clube do Minho era orientado por Jesualdo Ferreira, o emblema arsenalista atinge, à terceira tentativa, o objectivo a que se propôs no início da época, derrotando o Chievo no conjunto das duas mãos.

"Sinto uma alegria indescritível. Gostava de parabenizar os jogadores pela coragem e empenho que demonstraram ao longo da partida. Quero também partilhar esta tremenda alegria com os adeptos que estiveram aqui connosco e com aqueles que estiveram a sofrer pela televisão e pela rádio. Escrevemos a letras de ouro mais uma página da história do Braga", salientou Carvalhal.

Sobre o jogo, o treinador reconheceu as dificuldades que a equipa sentiu, mas nunca deixou de acreditar numa noite com final feliz "Preparámos a equipa para marcar um golo na primeira parte. Não conseguimos e acabámos por sofrer. Ao intervalo, fizemos algumas correções. Após sofrermos o segundo golo, que apareceu contra a corrente, a equipa atirou-se ainda com mais determinação para o ataque e chegou com justiça ao golo".

O tento de Wender, já no prolongamento, acabou por se revelar determinante para a passagem à fase de grupos "A nossa qualificação é justa, porque no conjunto das duas mãos fomos melhores do que o Chievo. Há momentos em que o coração é determinante e, no prolongamento, foi isso que aconteceu. Os jogadores quiseram muito dar esta alegria à família bracarense".

Após um final cheio de emoção e adrenalina, o técnico era, naturalmente, um homem muito feliz. A felicidade estava estampada no rosto e Carvalhal fez questão de salientar o porquê da enorme satisfação que invadia a sua alma "Acabámos de atingir cinquenta por cento dos objectivos que tínhamos para esta época. A primeira meta está cumprida. Sofremos, mas soubemos procurar a felicidade e merecemos seguir em frente. Braga, clube e cidade, está de parabéns. Agora, no campeonato, vamos continuar a fazer o nosso trabalho e tentar incomodar os grandes".

IN JN


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Chievo Verona-Sp. Braga, 2-1 a.p. (crónica)
 
Valeu a capacidade de sofrimento e a estabilidade mental. Numa partida de muito esforço e sacrifício, decidida só no prolongamento, o Sp. Braga garantiu a qualificação para a fase de grupos da Taça UEFA. A equipa de Carlos Carvalhal chegou ao final dos 90 minutos a perder por 2-0, após uma má gestão da vantagem trazida de Portugal, mas decidiu a eliminatória a seu favor na meia-hora extra, depois de um golo de Wender.
Nesta crónica, o ideal é «saltar» os primeiros 30 minutos do jogo, porque nada de relevante aconteceu que valha a pena ser relatado. Aliás, o primeiro remate digno de realce sucedeu à passagem da primeira meia-hora, num livre de Zanchetta que chegou a assustar Paulo santos. Até aí, o Sp. Braga controlara o jogo a seu bel-prazer, num ritmo lento, várias trocas de bola, mas sempre sem evolução.
Quando ainda se vivia nesta modorra, o polaco Kosowski (o melhor em campo, ao lado de Luciano) tirou um excelente cruzamento e Tiribocci fez uso da sua estatura para bater Paulo Santos. Obviamente, os minhotos tremeram e sentiram o peso da responsabilidade. Se o Chievo marcasse mais um, a eliminatória estava empatada.
Cabeçada de Wender resolve a eliminatória
A segunda metade começou com a entrada de Maciel, e pertenceu ao brasileiro a primeira grande oportunidade de golo no período complementar. O Sp. Braga não marcou e quando nada o fazia prever, cedeu o segundo, após falhanço imperdoável de Paulo Jorge. O defesa não conseguiu acertar bem na bola, colocou-a nos pés de Marcolini e, após defesa de Paulo Santos, Godeas fez o 2-0 para desespero de Carlos Carvalhal.
Nos minutos subsequentes, duas expulsões. Primeiro Sammarco, após entrada dura sobre Frechaut e no, minuto seguinte, Nem. O capitão do Sp. Braga deu um pequeno toque em Kosowski, na área adversária, e depois do espalhafato do polaco o juiz espanhol deu-lhe o segundo amarelo. Daí até final, compreensivelmente, nenhuma das equipas arriscou e o jogo foi para prolongamento.
Na última meia-hora, a equipa portuguesa pareceu sempre melhor fisicamente e decidiu a eliminatória num golo de Wender, que respondeu de cabeça (ou terá sido com o ombro?) a um centro de Carlos Fernandes. A necessitar de dois golos depois deste passo atrás, o Chievo não mais se encontrou e ainda viu um jogador seu a ser expulso.
Apesar de muitos tremeliques e alguns erros infantis, o Sp. Braga segue em frente na Taça UEFA.



Chievo Verona-Sp. Braga, 2-1 a.p. (ficha)
O Sp. Braga garantiu a passagem à fase de grupos da Taça UEFA, após um jogo de muito sofrimento em Verona, contra o Chievo. Os minhotos perderam por 2-1, após prolongamento, e fizeram uso do 2-0 que traziam da primeira mão, disputada em Portugal. Os golos foram apontados por Tiribocchi (37m) e Godeas (67m) para o Chievo e por Wender (103m) para o Sp. Braga.
Confira a ficha e o ao minuto da partida nos links ao lado.


Carlos Carvalhal: «Podemos entrar no livro de ouro do Sp. Braga»
A comitiva do Sporting de Braga já está em Verona, para defrontar na 5ª feira o Chievo, na segunda mão da 1ª eliminatória da Taça UEFA. A formação arsenalista tem boas possibilidades de chegar à fase de grupos da competição, depois da vitória caseira por 2-0.
«Todos temos consciência de que podemos entrar no livro de ouro do Sp. Braga e estamos empenhadíssimos para que isso aconteça. Esperamos um jogo muito difícil. Foi difícil em Braga e aqui vai ser ainda mais. É diferente de um jogo do campeonato, pois tem características de uma final. A equipa determinada em evitar que o adversário marque e em fazer o nosso jogo», começou por dizer o técnico Carlos Carvalhal.
O treinador do Sp. Braga garante que a sua equipa não se vai limitar a segurar a vantagem conquistada no Minho: «Queremos atacar o resultado e estamos conscientes da importância de fazer um golo para passar a eliminatória. Todos temos uma vontade muito grande de dar um alegria à massa associativa. Tudo faremos para trazer um resultado positivo, que neste caso será passar à fase de grupos.»
A equipa bracarense chegou ao final da manhã a Itália, alojou-se num hotel nas imediações de Verona e realizou um treino de adaptação ao recinto, pelas 19 horas locais.

IN MAISFUTEBOL


Sporting de Braga apurado para a fase de grupos da Taça UEFA 
28.09.2006 - 22h25   Lusa

O Sporting de Braga qualificou-se hoje para a fase de grupos da Taça UEFA em futebol, ao perder por 2-1, após prolongamento, no reduto dos italianos do Chievo Verona, em encontro da segunda "mão" da primeira eliminatória.
Depois de terem ganho por 2-0 no primeiro jogo, a 14 de Setembro, os "arsenalistas" estiveram a perder pelo mesmo resultado, face aos golos de Toribocchi (38 minutos) e Godeas (68), mas resolveram no tempo extra, graças a um tento de Wender (104).

Os italianos terminaram o jogo reduzidos a nove unidades, por expulsões de Sammanco (69 minutos) e Zanchette (107), enquanto o Braga acabou com 10, face ao vermelho mostrado a Nem (71).

IN O PÚBLICO