News:

Maio 2024
FÓRUM ANTIGO APENAS EM MODO CONSULTA
--------------------------------------------------------
NOVO FÓRUM SUPERBRAGA.COM 2024
Faz um novo registo em https://www.superbraga.com/

Main Menu

Manuel Machado em entrevista

Started by Olho Vivo, 21 de May de 2009, 23:38

Previous topic - Next topic

Olho Vivo

Manuel Machado

«Dá-me gozo ficar à frente do mestre da táctica»

Por Hugo do Carmo

— O quarto lugar na Liga está muito próximo. Uma classificação excelente para um clube de média dimensão e com um plantel que muitos no início da época questionavam, concorda?

— Construímos um plantel quase do zero. Recordo que partimos para esta temporada com 18 novos jogadores e com uma média de idades muito baixa. Aliás, a mais baixa da Liga. Por isso, quando no início me perguntaram qual era o objectivo do Nacional para esta época, respondi que era apenas a manutenção.

— Está, então, surpreendido com a actual classificação?

— Não posso dizer isso. Ao longo da temporada fomos redefinindo os objectivos. E quando chegámos ao final da primeira volta com 25 pontos encontrámos outros factores de motivação. Então como já tínhamos a manutenção garantida e dispúnhamos de muito tempo útil considerámos que era possível dobrar esse número de pontos e passámos a ambicionar uma posição entre os cinco primeiros da tabela classificativa. Mas concordo que o actual lugar que ocupamos não era previsível. Pelos factores que anteriormente referi e também pela nossa localização periférica. Depois tínhamos também a concorrência de Marítimo, Sp. Braga, V. Guimarães e no início da época não era previsível suplantá-los.

— O Nacional ultrapassou a concorrência e aí está de regresso à Europa. Uma temporada também muito positiva, especialmente depois de um ano menos positivo no Sp. Braga?

— Esta é a minha quarta qualificação para uma competição europeia em sete anos a trabalhar na Liga. Consegui por três ocasiões o apuramento para a Taça UEFA, mais uma para a Taça Intertoto, precisamente no Sp. Braga na temporada transacta. Encontrei o Sp. Braga na 13.ª posição com 27 pontos decorridas que estavam 17 jornadas. O mais complicado foi a gestão de grupo. Foi muito difícil trabalhar com jogadores em final de carreira, sem ambição. Um problema que Jorge Costa, o qual substitui, já tinha sentido. De qualquer forma, creio que ficaram bases e fundamentos para modificar esta situação no clube.

— A gestão do grupo em Braga foi difícil, mas no Nacional, com 18 novos jogadores e muito jovens, também não deve ter sido fácil...

— Uma coisa é trabalhar com jogadores em fase descendente, outra em fase ascendente. Encontrei no Nacional muitos jogadores jovens, desconhecidos do grande público e que não conheciam a realidade do futebol português. Estou a falar de jogadores como Maicon, Felipe Lopes, João Aurélio, Rúben Micael, Igor Pita, Nuno Pinto, Douglas..., alguns atletas provenientes da equipa júnior ou de escalões inferiores. A gestão do plantel implicou algum trabalho mas acabou por ser facilitada porque se tratam de jogadores ambiciosos, com vontade de aprender e crescer no seio do futebol português.

— O certo é que conseguiu formar uma equipa muito competitiva e que produziu um futebol bastante atractivo. Inevitavelmente, muitos jogadores já estão a ser cobiçados. Está preparado para perdê-los?

— A boa época do Nacional deve-se em grande parte ao salto qualitativo alcançado pelos jogadores. No plano individual cresceram muito mas nunca descuraram o trabalho colectivo, o que em muito contribuiu para a actual classificação. Nesta circunstância, é natural que os jogadores sejam cobiçados.

— Comenta-se muito a possível saída de Maicon, Felipe Lopes, Luiz Alberto, Alonso, Rúben Micael, Nenê...

— Como todos nós sabemos a realidade diz-nos que nestas circunstâncias são sempre mais as vozes que as nozes. Penso que neste aspecto se se concretizar 50 por cento do que é noticiado já é uma situação fora do comum. De qualquer forma, já demos provas de que temos capacidade para encontrar alternativas e percorrer um novo caminho.

Duelo entre Liedson e Nenê é secundário

— O final da época está à vista, com o Nacional muito próximo de garantir a quarta posição. Dá-lhe particular satisfação ficar à frente do Sp. Braga?

— É um facto que estamos muito próximos do quarto lugar, mas há a probabilidade de sermos ultrapassados. É uma probabilidade remota, mas existe e passa por perdermos na deslocação a Alvalade e o Sp. Braga vencer o FC Porto. Ficar à frente do Sp. Braga não tem sabor especial enquanto clube. Respeito muito a instituição e agradeço a oportunidade de lá ter trabalhado. Agora não escondo que me dá um certo gozo ficar à frente do mestre da táctica. Não sou convidado para palestras internacionais, não sou o técnico das reformas, não estou on line, não sou o inteligente das tácticas... Apenas uso um bloco de papel e mesmo assim ficar à frente de alguém tão especial, talvez o especial 2...

— O Nacional termina a Liga em Alvalade e frente a frente vão estar os dois melhores marcadores. Considera que o duelo Nenê/Liedson influenciará o desempenho das equipas?

— Não acredito. O Nenê é um jogador muito equilibrado. Um homem com uma grande dimensão humana, muito humilde, com muitos bons princípios e um excelente profissional. Independentemente do desfecho final da Bola de Prata, o Nenê será sempre uma referência deste campeonato. Efectuou uma adaptação muito rápida e revelou uma grande capacidade de finalização, que faz dele, neste momento, o avançado mais eficaz da Liga. Não nos podemos esquecer de que Liedson e Cardozo, que também está na luta pelo troféu, são jogadores que pertencem a clubes de realidades bem diferentes das do Nacional. Contudo, acredito que o Nenê conseguirá conquistar a Bola de Prata.

— A época do Nacional fica também marcada pela eliminação da Taça de Portugal. Uma oportunidade histórica desperdiçada diante do P. Ferreira...

— Efectivamente, foi uma oportunidade perdida. Dois clubes de uma dimensão semelhante ambicionavam estar pela primeira vez na final da Taça de Portugal. O jogo da primeira-mão terminou empatado a dois golos e foi com base nestes pressupostos que recebemos o P. Ferreira. Sabíamos que não podíamos ir os dois à final. Foi isso que disse aos jogadores antes da partida. O P. Ferreira entrou melhor no encontro, foi mais eficaz e tenho de repetir o que disse logo após o final da partida. Endereçar os parabéns ao adversário e desejar-lhe as maiores felicidades para a final.

Época não é óptima mas é muito boa

— Manuel Machado disse também que a equipa não podia deixar-se afectar pela eliminação e que tinha de reagir. A equipa respondeu da melhor forma, concorda?

— Houve algum desalento, alguma frustração em todo o grupo e também, claro, entre todos os simpatizantes do clube . Afinal, tínhamos perdido, em nossa casa, uma oportunidade de carreira. Mas a equipa respondeu bem, independentemente desse dissabor. Era preciso recuperar psicologicamente a equipa, pois, recordo, jogámos a uma quarta-feira com o P. Ferreira e no domingo seguinte deslocámo-nos ao terreno do Belenenses e logo depois recebemos o Benfica. A equipa reagiu muito bem e ganhámos os dois jogos. Era necessário que o desaire das meias-finais não interferisse com o nosso desempenho na Liga e isso conseguimo-lo.

— Apesar da eliminação da Taça de Portugal, o balanço que faz da temporada é naturalmente positivo...

— O desfecho que podemos concluir desta temporada é que o resultado não é óptimo mas é muito bom. Perdemos alguma coisa, outra ficou. Apenas não conseguimos conciliar uma classificação entre os primeiros do campeonato com a que seria inédita presença na final da Taça de Portugal.


in A BOLA


Penso que se justifica uma vista de olhos por esta entrevista de MM... não necessariamente por mais uma "directa" a JJ mas por algumas referências à passagem pelo nosso clube...

Quanto à troca de galhardetes entre treinadores (101º episódio), se MM terá razões de queixa do comportamento menos ético de JJ aquando da sua saída de Braga, a sua resposta está ao nível do comportamento de que se queixa. De qualquer forma, a mim, o conflito entre estas duas "peças" passa-me perfeitamente ao lado...

Pé Ligeiro

Compreendo perfeitamente o teor desta entrevista e qualquer outro no lugar dele diria o mesmo. Não há dúvida de que o MM fez um trabalho excelente e deve-lhe ser dado o mérito por isso. A picardia com o JJ, fica entre eles, mas também aqui me parece que tem a sua razão. Foi pena que não tivesse tido o mesmo sucesso quando passou pelo Braga, mas a justificação que deu quanto ao ter que lidar com jogadores em final de carreira, poderá ser aceitável, pois sabe-se que bastam dois ou três para estragarem um grupo. Esse facto, deverá dar que pensar para o futuro, pois notou-se ao longo dos últimos anos, a influência negativa que esses jogadores tiveram, alguns deles com tiques de vedeta.

BRAGA SEMPRE MAIS!

Arnie_Marta

A única picardia que vejo é inveja do nome de JJ ter/ser falado para os metralhas...


Ele com supostamente menos arrisca-se a fazer mais, e ninguém lhe liga puto  :D
O meu nome é Arnaldo...

karon

Infelizmente, depois das últimas notícias e dos últimos desenvolvimentos, tenho de reconhecer alguma razão ao MM.
"Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem vo

Manuel Pereira

— O Nacional ultrapassou a concorrência e aí está de regresso à Europa. Uma temporada também muito positiva, especialmente depois de um ano menos positivo no Sp. Braga?

"... Foi muito difícil trabalhar com jogadores em final de carreira, sem ambição. Um problema que Jorge Costa, o qual substitui, já tinha sentido. De qualquer forma, creio que ficaram bases e fundamentos para modificar esta situação no clube.

— A gestão do grupo em Braga foi difícil, mas no Nacional, com 18 novos jogadores e muito jovens, também não deve ter sido fácil...

— Uma coisa é trabalhar com jogadores em fase descendente, outra em fase ascendente..."

Manuel Machado coloca o dedo na ferida, aliás este era o meu receio quando "vi" a constituição da equipa que o Jorge Conta ia trabalhar...
Só não sei que terá tido mais responsabilidade na constituição dessa equipa: se a inexperiência (na altura) do Jorge Costa se da Direcção da SAD do Braga.
Mas creio que foi uma lição tanto para a SAD como para o Jorge Costa.
Quanto ao Manuel Machado só temos a agradecer-lha a clareza com que põe a questão.

Saudações braguistas.