NOTÍCIAS DO ENORME DO DIA 05/01

[brigada da relote]

Jesualdo Ferreira: «Uma pessoa top, de dez estrelas»
TÉCNICO COMENTA A RELAÇÃO COM EUSÉBIO

Foi com lágrimas nos olhos que Jesualdo Ferreira, no final do Sp. Braga-Arouca, falou de Eusébio. "Portugal (e não só o futebol) perdeu uma personalidade determinante da sua história, que fez com que o nosso país, até aí quase desconhecido, fosse reconhecido social e desportivamente", disse. "Foi alguém que deu voz a Portugal e sobretudo reconhecimento, mostrando que os portugueses também tinha capacidades", acrescentou.

"Trabalhei com Eusébio em equipas técnicas, conseguimos algumas vitórias, mas, sobretudo, foi um grande prazer estar ao lado de uma pessoa que considero top e de 10 estrelas", referiu ainda o treinador dos Guerreiros do Minho, que ainda recordou um momento vivido com o Pantera Negra. "Um dia, olhando para a sua estátua, no Estádio da Luz, disse-me 'quando morrer quero que venhas aqui mas não quero morrer tão cedo'".

RECORD

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«Portugal perdeu personalidade decisiva na história contemporânea» - Jesualdo Ferreira

No final do jogo com o Arouca, Jesualdo Ferreira deu o seu testemunho emocionando sobre o falecimento de Eusébio:

- É fácil falar de Eusébio, difícil falar do momento. Portugal, não só o futebol, perdeu uma personalidade decisiva em determinado período da sua história contemporânea, na forma como Portugal passou a ser respeitado lá fora. Na década de 60 e 70 grandes jogadores e através do Benfica e da Seleção Nacional deu a conhecer que havia um país que tinha capacidade que outros países não compreendiam. Houve um fenómeno parecido com o Ajax e a Holanda, que fizeram perceber ao Mundo que países menos forte financeiramente podiam ter grandes equipas e grandes personalidades.

E acrescentou:

- Depois de deixar de jogar, Eusébio manteve esse carisma em todo o mundo. Como jogador e como pessoa era 10 estrelas, foi um ser humano que viveu a vida com grande intensidade. Paz à sua alma.

A BOLA

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Jesualdo Ferreira: «O Braga acaba por ganhar com mérito»
Treinador assume ambição nas taças

Jesualdo Ferreira, técnico do Sp. Braga, no final do encontro diante do Arouca, em que venceu por duas bolas a zero, seguindo em frente na Taça de Portugal:

«Satisfeito por ter passado, satisfeitos por em alguns momentos ter feito um bom jogo. Não é fácil controlar o Arouca numa primeira fase, mas estávamos preparados. Não estivemos muito bem na zona intermediária para criar situações».

«A segunda parte foi melhor porque já tínhamos um conhecimento mais prático do Arouca e aquela bola na trave podia ter virado o jogo. Mas o Braga acaba por ganhar com mérito, ganhou por dois golos e até podia ganhar por mais. Houve ali momentos em acabamos por falhar golos e fomos adiando o resultado».

«O mais importante foi termos passado. Aqui e ali a qualidade do jogo não melhorou, mas os resultados melhoraram. Vamos ver o sorteio mas estamos determinados, não só na Taça de Portugal, mas também permanecer na Taça da Liga».

[Rusescu]
«Trata-se de um jogador experiente, que conhece bem o espaço onde joga. Mas também é um jogador muito observado pela estreia ao fim de uma semana de trabalho. Teve duas ou três situações sem que para mim foi claro que agita o ataque, ainda não conhece bem os nossos jogadores. Se não acontecer nada tenho consciência que vai ser um bom reforço».

[Eusébio]
«Não é fácil falar sobre o acontecimento. Penso que Portugal perdeu, não o futebol, uma oportunidade decisiva na nossa história na forma como Portugal foi projetado. Na década 60 e 70 deu-se a conhecer a muita gente que existia um país que tinha capacidades para coisas que outros não tinham. Através do futebol foi possível ter voz e nós portugueses ter também uma riqueza pessoal e desportiva. Mesmo depois de deixar de jogar manteve o carisma. Eu tive oportunidade de vivenciar isso, trabalhei com o Eusébio algum tempo».

MAIS FUTEBOL

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Jesualdo destaca contributo de Eusébio na projeção de Portugal

O treinador de futebol do Sporting de Braga destacou hoje a importância de Eusébio na projeção da imagem de Portugal no estrangeiro, considerando-o "decisivo" para que o país fosse mais conhecido nas décadas de 1960 e 1970.

"Não é difícil falar sobre Eusébio, mas sobre este momento é muito difícil. Não o futebol, mas Portugal, perdeu uma personalidade que foi decisiva em determinado momento da sua história contemporânea na forma como foi mais conhecido, projetado e respeitado", afirmou o Jesualdo Ferreira, que trabalhou com o antigo internacional português no Benfica.

O técnico lembrou que, nas décadas de 1960 e 1970, "Portugal teve excelentes jogadores e houve uma equipa, que foi o Benfica, e uma seleção, que deram a conhecer a muita gente que havia um país que tinha capacidades que grande parte dos outros países não conseguiam perceber que existiam".

Destacou ainda que, mesmo depois de deixar de jogar, o "Pantera Negra" continuou o seu papel de embaixador de Portugal no estrangeiro.

"Manteve esse carisma e personalidade porque era importante ter o Eusébio quando íamos para fora e aí percebia-se o que representou no mundo desportivo, a admiração e o respeito que tiveram por ele", mais do que "muitas vezes em Portugal", disse.

O técnico bracarense recordou a sua convivência com Eusébio, que morreu hoje, aos 71 anos, vítima de paragem cardiorrespiratória.

"Eu tive a oportunidade de ver isso, trabalhei com o Eusébio [no Benfica], fomos colegas de equipa técnica alguns anos e tivemos algumas vitórias, mas isso é passado, Foi um fabuloso jogador e como pessoa [era] top, 10 estrelas", frisou.

Jesualdo Ferreira frisou ainda que "Eusébio viveu a vida com grande intensidade".

"Quem o conheceu de perto percebe que perdemos tudo o que disse, mas acima de tudo um ser humano que gostava muito de viver e era uma excelente companhia. Paz à sua alma", referiu, num tom de voz emocionado.

O treinador do Arouca, Pedro Emanuel, frisou ser este um "momento triste não só para Portugal, porque o Eusébio era uma estrela mundial".

"Felizmente para nós vai ficar sempre ligado à história do nosso futebol, como claramente uma estrela que tivemos a felicidade de ter e a agora vamos revivê-lo sempre com estas memórias de grande jogador e pessoa que foi e um símbolo de Portugal", afirmou no final do jogo dos oitavos de final da Taça de Portugal, que o Sporting de Braga venceu por 2-0.

O "Pantera Negra" ganhou a Bola de Ouro em 1965 e conquistou duas Botas de Ouro (1967/68 e 1972/73). No Mundial Inglaterra de 1966 foi considerado o melhor jogador da competição, na qual foi o melhor marcador, com nove golos.

LUSA