BARROSO

[Pé Ligeiro]

A questão não é o ser de Braga ou não, a questão é de competências...

Não compartilho a ideia do ric... porque não acho que seja incompatível cultivar a mística o clube através das suas figuras e privilegiar a competência, neste caso na formação. O que é preciso é ter bom-senso. Pegar numa pessoa e apenas porque ela é uma figura do clube atribuir-lhe um cargo de treinador da formação sem olhar à sua vocação é uma asneira colossal. Porque não só é um desrespeito pelos miúdos - que merecem na formação pessoas que tenham vocação e competência para isso - como também é um desmerecimento para essa figura que poderia ter um papel importante no plano da criação de uma identidade no clube e que é colocada desta forma numa situação incómoda... para si e para o clube.

Não quero ser injusto porque não conheço o Barroso (apenas dos campos de futebol) e não sei portanto se tem alguma vocação para a formação. O que sei é que o seu currículo como jogador e o seu sentimento pelo clube não chegam para dizer que ele seria um bom formador. É evidente que são atributos que permitem que ele possa exercer várias funções no clube - desde seu "embaixador" até mesmo na formação, não directamente como técnico, mas acompanhando as equipas jovens, estimulando o crescimento do sentimento braguista entre a miudagem.

Gostaria que me respondessem à seguinte questão: o facto de o Eusébio ter sido a figura que foi (no Benfica e na selecção nacional) dá-lhe alguma especial competência/vocação para ser técnico das camadas jovens (neste caso do Benfica)? E o facto de não lhe ter sido dado qualquer cargo na formação torna-o menos respeitado no seu clube? Isto para dizer que o facto de se achar que uma determinada figura de um clube não tem vocação para a formação não é um sinal de desrespeito para com ela. Criou-se a ideia de que os treinadores das camadas jovens deve ser antigas glórias dos clubes. Isto é até preferível, sim... mas se as pessoas em causa tiverem a competência e a vocação para isso! Figuras como o Barroso podem ter diferentes papéis no clube, aproveitando o seu passado glorioso - mas não tem de ser necessariamente como treinadores de formação...

Não podia estar mais de acordo!
Por vezes confundem-se os papeis que as pessoas podem desempenhar. Os exemplos que o Pedro deu são ilustrativos daquilo que deve nortear a escolha de uma pessoa para determinada função - competência - provas dadas e amor à arte.
O mesmo se aplica quando se coloca um ex-jogador a desempenhar a função de director desportivo, só porque foi um grande jogador, mesmo que não perceba nada de gestão, quer de recursos humanos, quer de recursos financeiros. É a mesma coisa que pensar que o CR7 só porque foi considerado o melhor do mundo a dar uns pontapés na bola, podia ser Primeiro Ministro de Portugal.