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Porque é que o negocio AXA não é um bom negócio...

Started by Olho Vivo, 13 de July de 2007, 17:32

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Jazzdevill

Quote from: Pedro Ribeiro on 14 de July de 2007, 21:24
Quote from: Jazzdevill on 14 de July de 2007, 20:09
P.S. - Por vezes tenho dificuldades em identificar a motivação, a proveniência, o objectivo e a agenda de certos comentários... mas isso serei só eu.

Não sei a quem te referes, mas como fui eu que lancei a discussão, assumo que a tirada se me dirige.
Gostaria apenas de sublinhar que, nesta discussão estive envolvido há pelo menos um ano aqui neste fórum, tendo proposto um negócio tal qual acima descrevi. Não me recordo com exactidão quando o fiz nem quem também interveio na discussão (não fui apenas eu) - embora recorde que o Cardoso foi uma dessas pessoas, que teve aliás a atenção de me enviar por mail o protocolo CMB/Sporting Clube de Braga. De modo que a observação que fazes deixando subentendido que um negócio deste género seria uma perfeita originalidade da SAD que a todos tomou de surpresa pelos moldes em que se efectuou, não é correcta. Não me admira até que a inspiração para este negócio tenha saído da nossa discussão, o que só abona quem soube aproveitar o que de válido aqui se propõe.
Quanto às insinuações que deixas no teu comentário, que presumo quererem encontrar eventuais motivações de raiz política no que propus, lamento que assim penses. É uma atitude que me recorda o adágio popular "quem desconfia não é sério". Mas para que fique claro de onde vem a proposta, aqui fica o meu registo de interesses: não tenho quaisquer ligações de ordem profissional à CMB, considero-me politicamente uma pessoa de esquerda e, no que respeita ao poder local bracarense, considero que a perpetuação no poder desta gestão (como de qualquer outra em qualquer instituição) é sintoma e raiz de uma "doença democrática". Entendido?
É lamentável que nos últimos tempos, qualquer discussão mais séria neste fórum termine com argumentos do tipo "caça às bruxas" ("para pensares assim, de certeza que não és bracarense", "eu é que sou um verdadeiro bracarense")... Talvez por isso algumas pessoas válidas se tenham afastado deste fórum de discussão. Está descansado que não são meia dúzia de "bocas" que a mim me afastam. Porque, como os meus mais de 1000 posts atestam, gosto demais deste clube...
Em relação àqueles que me responderam com argumentos (e são certamente livres de terem os seus tão ou mais válidos quanto os meus), sublinho só que, se lerem com atenção o que escrevi inicialmente, também eu considero o negócio AXA vantajoso do ponto de vista estritamente financeiro - afinal é um negócio que reduz as nossas perdas operacionais anuais a cerca de metade! A minha objecção resulta somente de uma ideia-chave: para mim o nosso objectivo primordial é crescer significativamente em termos humanos. E do meu ponto de vista, crescer implica que o clube se identifique com a cidade, que as pessoas sintam que o clube faz parte da vida delas, que não é um peso para a cidade, mas um parceiro para a resolução dos problemas.
Dizer que a CMB cometeu um erro ao construir um segundo estádio tão caro (ideia em relação à qual eu concordo) e agora que se amanhe é uma atitude errada. Como podemos pedir o apoio da cidade se só olhamos para o nosso umbigo, não fazendo dos problemas da cidade os nossos problemas? Pois é, não podemos!

NOTA: na realidade, a minha proposta, implicando uma repartição dos proveitos mais favorável à CMB, no curto prazo, até poderia ser financeiramente mais vantajosa atendendo aos valores que poderiam estar em jogo...


Engraçado... Foste lesto a acusar-te e a justificar-te. Mas entre todas as justificações por ti antecipadas nenhuma acerta nas dúvidas que eu tenho. Antes de mais já devias ter percebido pelo teor das intervenções que nunca seria tão básico ao "atirar a tudo o que mexe" que não esteja do meu lado da barricada, nem nunca me leste a acusar quem quer que fosse de mais os menos braguismo por defender o que quer que seja. Mas na realidade, no teu caso, é-me de facto difícil construír com coerência as posições que tomas. Não tenho absolutamente nada contra ti, até terei a favor no que ao vermelho & branco diz respeito, mas confesso que me baralha a necessidade de intitular um tópico de "Porque é que o negocio AXA não é um bom negócio". E podes esquecer o cenário político, porque nisso é que nunca me irás conhecer, porque esse lado, simplesmente, em mim não existe. Aliás, estou de tal maneira alérgico que para mim se é político é mau, mas isso são outros quinhentos, no fórum só falo de fuitebol e do SC Braga. Agora, o que motivou o meu comentário foi o seguinte:

"A minha "proposta" passava por uma cedência, definitiva ou por um prazo muito alargado" dos "naming rights" a uma entidade que mostrasse nisso interesse, revertendo os proveitos decorrentes do negócio em favor da Câmara Municipal e do clube em percentagens a acordar entre si – com a maior fatia a reverter em favor dos interesses municipais"

"Qual a racionalidade da minha "proposta"? Sendo senão consensual pelo menos opinião maioritária que a construção do novo EMB terá comprometido desnecessariamente os recursos camarários por um período demasiado alargado, sem que as contrapartidas para a população fossem proporcionais ao esforço despendido"

"Ao clube caber-lhe-ia uma fatia dos proveitos desse negocio (do meu ponto de vista, necessariamente minoritária) na medida em que lhe caberia a si a "procura" de investidores que revelassem interesse no negocio e bem assim pelo facto de, na realidade, lhe caber a si a promoção comercial do espaço"

"Do ponto de vista institucional e mesmo numa vertente económica se considerarmos um horizonte temporal suficientemente alargado, não é uma boa decisão. Em primeiro lugar, porque sedimenta nas pessoas de Braga (e naquelas que com elas se relacionam) a ideia "velha" de um clube dependente das "ajudas" da Câmara Municipal que, para apoiar o clube, abdica de pensar em problemas prementes dos munícipes"

"Não seria um meio poderosíssimo de promoção se o clube apresentasse publicamente uma proposta de negócio que favorecesse o município ainda que numa perspectiva financeira de curto prazo tal não lhe fosse tão favorável?"


Esses cenários de que falas (a tua "proposta") têm alguma base de possibilidade, foram cenários que o clube aventou, tens algum dado para lançar essas possibilidades ou é pura especulação?  É que ao contrastar um negócio fechado com um cenário puramente especulativo- é comparar algo real, que existe e se concretizou por vontades de várias partes contra outro em que tudo é ideal em teoria e não existe sequer como possibilidade - é relativamente fácil fazer parecer que o que o clube conseguiu pareça pouco ou preterível em relação ao que propões, não é? Mais, relativamente á posição que defendes, em que esse negócio imaginário, com um entidade que estaria interessada a patrocinar por períodos mais alargados (gostava de perceber o que tens em mente), com valores negociados previamente, a verba maioritaria nem seria para o clube, que motiva sem qualquer dúvida o investimento, mas para a Câmara Municipal, que nada fez para que o espaço se rentabilizasse. Aqui, só posso discordar. Primeiro, porque o Braga nunca exigiu o que quer que fosse, a mania das grandezas de uns e a mania dos prémios de outros fez com que ficássemos com um estádio lindíssimo mas até um pouquinho desadequado para o objecto em que se investiu - tanto no preço como no espaço como recinto dedicado ao futebol. Ia estar o SCB a tentar ser o bom samaritano e a arranjar investidores para tapar buracos camarários só para que alguns, que na tua opinião até são os que nem gostam muito de futebol, não vejam o SCB com maus olhos? Não percebo a lógica desse raciocínio, desculpa. O que de facto propões é até incrivelmente irracional - era apresentar publicamente um negócio que favorecesse o município ainda que numa perspectiva financeira de curto prazo isso não fosse favorável ao clube... Desculpa?!? Em primeiro lugar, isso de que falas, nem sequer existe, é algo ilusório. Não acredito que exista alguma empresa disposta a negociar contratos de longa duração com um clube como o nosso, isso é até bastante raro mundialmente. Passar de "feira nova", "feira dos tecidos", "império", "sportingbet" directamente para sei lá (posso escolher?) uma O2, uma Nike, uma Opel, por aí... Era porreiro, era... Era bom. Mas é ainda, infelizmente, fantasia. O negócio que fizemos é, comparado com a realidade em que vivemos, portuguesa, de 4º clube nacional, e na perspectiva do SCB - ponto aglutinador da preferência dos participantes do fórum - o melhor até á data feito por qualquer clube português que nunca ganhou um campeonato, a milhas de todos os clubes que por aí andam e têm os seus argumentos para atrair investidores. Isto são factos. Estes factos parecem pouco realmente, comparados com os cenários de que falas. Mas na realidade, não sei do que estás a falar. É basicamente essa a dúvida que me assalta ao ler o título e o post da tua autoria. Acho que podemos e devemos discutir, aprofundar e desenvolver o nosso sentido crítico, mas acho que há algum interesse em que se mantenha alguma deferência com a realidade ou não estaremos a falar de... nada? E também me parece que não é pecado assumirmos a nossa parcialidade em favor do Sp. de Braga, ou não é isso que nos faz cá escrever? Não tenho nada pessoal contra ti, Pedro e espero que não leves a mal este meu "implicanço" mas custa-me um pouco ver as coisas expostas assim sem grande base real.  

Jazzdevill

Quote from: disco infiltrator on 14 de July de 2007, 23:41
Cardoso, retiro esta parte do teu comentário:

"Mas para que essa identificação aconteça é preciso criar laços d eunião entre o clube, a câmara e os bracarenses: a equação tem três termos, não tem dois!!! E é nesse aspecto que eu faço algumas críticas às três partes."


Para mim este poderá ser o maior erro que o SCB poderá voltar a cometer. Tem que se evitar a todo o custo confundir o SCB com a CMB. O SCB, para a CMB, será a  entidade desportiva mais representativa do concelho. No entanto, existem outras também e a CMB terá que ter em atenção todas elas.

O SCB nunca poderá ser um meio de promoção política nem poderá ser prejudicado por discussões políticas. Esta câmara já usou em demasia o SCB para este fim. Não tenho dúvidas que esta é a principal razão para muitos bracarenses não sentirem o SCB como o clube deles. O SCB deverá ser o clube de todos os braguistas independentemente das opções políticas. O envolvimento constante da câmara na gestão do SCB afasta muita gente do SCB.

A câmara deve-se limitar a apoiar o SCB como uma entidade desportiva que representa a cidade (tal como o ABC, o Hoquei de Braga, etc). Não se pode servir do SCB para promoção política nem faz qualquer sentido ver alguém ligado à gestão da câmara na gestão do SCB.

O SCB se quer crescer como o clube de todos os braguistas, se pretende atrair os bracarenses que se encontram afastados do clube tem que se afirmar como uma entidade representativa de toda a cidade e desmarcar-se de vez da imagem de um clube "dependente" da câmara.


Para mim a equação tem dois termos: SCB e Braguistas. A câmara é uma entidade terceira - pelo menos assim o deve ser.




Pois, também temos de decidir se se deve definitivamente separar política de futebol. No nosso caso e até ver parece um pouco impossível, já que o dono do estádio é a Câmara... E que fazer para que o SCB singre? Sem a câmara? Com a câmara? Quais são as vossas opiniões?

Augusto Gomes

Claro que é grande negócio para o Braga (não sei se para a AXA mas eles é que sabem...)

Se não estou em erro o ganho/época do contrato com a Axa é o mesmo do Benfica há um ou dois anos atrás com a publicidade das camisolas (sem o nome do estádio, bem sei, mas mesmo assim...).

Só um clube grande em Portugal é conseguia a proeza financeira que o Braga obteve.

Quantos sos prejuizos da Câmara Municipal no negócio...É evidente que uma Câmara que se prese paga um Estádio para o seu clube/referência, liberta-o das despesas de manutenção do Estádio e dá-lhe liberdade de vender a denominação comercial do Estádio!

Isto é, desonera o clube de encargos e potencia-lhe os recursos.Nada de anormal.


Oposição politica que se prese não deveria também meter-se nesta alhada, porque se fosse poder teria que fazer o mesmo e não me venham com o exemplo do Rui Rio e da sua relação com o FC Porto.Clube grande, proprietário de Estadio e com grandes receitas não precisa da Câmara Municipal para (quase) nada.

O apoio camarário para um clube médio é indispensável e que o diga o Boavista, que se meteu no brio de construir um Estádio, com apoios estatais  é um facto, mas que se viu arruinado por largos anos...

Mas também é evidente que Estádio Axa não soa nada bem...

Mas como  não se pode ter tudo que venha a massa...


FORÇA BRAGA, RUMO À LIGA DOS CAMPEÕES!!!

Zé_Bilhas

#43
Percebo e concordo com as preocupações do Pedro. Sem dúvida que o negócio surgiu como uma bela oportunidade para a nossa SAD melhorar os resultados financeiros nas próximas épocas. Atendendo ao mediatismo nacional/internacional adquirido pelo EMB nos últimos tempos, como atestam os inúmeros prémios que lhe foram atribuídos, este negócio perfila-se para a AXA como uma "pechincha". Resumindo, vantajoso para as duas (ou três) partes envolvidas. Contudo, compreendo que as pessoas, principalmente aquelas que pouco ligam ao futebol, possam interpretar o negócio como uma "negociata", uma manifestação duma relação de promiscuidade encapotada entre o clube e a CMB, apesar de dentro dos trâmites do acordo estabelecido entre as duas entidades. É preciso clareza neste tipo de questões, principalmente quando a história recente mostra o oposto. Só para exemplificar, (no que à opinião pública diz respeito) recordemos o incidente ocorrido na campanha para a Câmara Municipal de Lisboa quando foi sugerido que António Costa poderá ter convidado José Miguel Júdice (JMJ) para seu mandatário porque este já estava convidado pelo Governo para gerir uma parte importante da cidade. Por muito idóneo e respeitável que se possa considerar JMJ, tal facto pode ser interpretado de forma dúbia pelos eleitores.
Como considero que a maior parte da população da cidade de Braga é aquela que, como referi em epígrafe, não quer saber do futebol, é a ela que o clube se deve dirigir e afastar-se de qualquer suspeita. Surgir como uma entidade independente que pode na realidade servi-los. É num grande "tecido" humano que se fundam os alicerces de uma grande instituição.

Julgo que é importante referir que, de facto, a construção de uma academia seria um grande passo para congregar os bracarenses em torno do S.C.Braga. Ao contrário do que li no outro "post", considerar que a sustentabilidade de uma academia radica na sua capacidade de formar jogadores vendáveis por preços exorbitante é muito redutor (ela pode ser quase auto-sustentável - patrocínios, utentes, etc.). Antes de mais deve ser uma estrutura que transmita ideia de profissionalismo, competência e capacidade de educar/formar os jovens como pessoas, mais até que como jogadores de futebol e surgir como uma alternativa credível, por exemplo, a um ATL ou um Desporto Escolar (não descurando a atitude pedagógica destas estruturas). Conheço alguns pais em Lisboa que nem pensam duas vezes em colocar os seus filhos na Academia do Sporting principalmente pela capacidade formativa que esta revela. E a verdade é que apesar dos 450 € semanais por criança, o programa deles Férias Academia tem as vagas quase todas esgotadas para este Verão!

Bracarus

#44
Quote from: Augusto Gomes on 15 de July de 2007, 00:34
Oposição politica que se prese não deveria também meter-se nesta alhada, porque se fosse poder teria que fazer o mesmo e não me venham com o exemplo do Rui Rio e da sua relação com o FC Porto.Clube grande, proprietário de Estadio e com grandes receitas não precisa da Câmara Municipal para (quase) nada.

O apoio camarário para um clube médio é indispensável e que o diga o Boavista, que se meteu no brio de construir um Estádio, com apoios estatais  é um facto, mas que se viu arruinado por largos anos...



enganas-te A.Gomes...

- o porto não precisou que a camara licenciasse o shopping nas imediações do estádio, mesmo contra os comerciantes ?
- o porto, não precsiou que licenciassem o "mamarracho" das antas ? (e agora ocupado com serviços do Estado por obra e graça de quem ?)

- o boavista, que se arma em carapau de corrida, omite os favores permitidos na excessiva construção no terrenos envolventes ao seu estádio
- e as vigarices com aquele constructor J Camilo, apanhado nas escutas, que mediante subornos para pagto de salários ao boavista, teria facilidades no licenciamento de obras ?

Eu não tenho qualquer dúvida, de que a CMPorto subsidía ambos os clubes, quanto mais não seja, com subsídios para a formação. e o porto, às tantas ainda mama na teta da CMGaia....


não te iludas augusto gomes

sol

Pois eu gostaria de dizer que concordo em tudo com o P. Ribeiro, sobretudo com o problema dessa estranha ligação entre a Câmara Municipal e o nosso clube. Então o estádio chama-se AXA e para a câmara népia? Meus amigos, é bom não esquecer que o Braga paga uma renda anual pela utilização do estádio que é igual ou inferior ao que muitas lojas pagam MENSALMENTE num qualquer centro comercial da cidade, tendo no entanto o município que arcar com muito pesados custos de funcionamento e manutenção. Portanto, se o que funciona aqui é a "lógica do desgraçadinho" que só não paga mais renda porque não pode, então quando faz um negócio destes parece-me óbvio que uma boa parte deveria reverter para a câmara. E nesta perspectiva de repartição das receitas entre as duas entidades, de facto o montante dado pela AXA parece curto

O que me parece é que a maioria das pessoas ainda não interiorizou cabalmente que agora a maioria dos clubes são Sociedade Anónimas Desportivas, vulgo SAD. Focalizam-se apenas no Desportivas e esquecem  o SA precedente. O que quer dizer que os clubes são um negócio, e como todos os negócios só subsistem de duas maneiras: dando lucro ou através de financiamentos externos ao próprio negócio para cobrir prejuízos ou eventual falta de liquidez.

Acontece que esta, e todas as câmaras, são instituições de interesse público, e por isso a sua esfera de acção ultrapassa em muito os meros intereresses dos privados, neste caso dos privados ligados ao negócio do futebol. Toda a gente que saiba um mínimo de gestão sabe que todos os negócios têm Custos Fixos e Custos Variáveis. As rendas fazem parte do item custos fixos, e não é credível, mas muito menos é aceitável, que o Braga aparente não ter dinheiro para pagar uam renda condigna à CMB. Quando um negócio não suporta sequer os custos fixos, está condenado ao fracasso, à falência. Claro que essa renda não pode ser entendida como amortização do custo de construção uma vez que este foi tão brutal que poucos seriam os clubes no mundo capazes de o pagar. Contudo, como se trata de uma estrutura muito pesada e dispendiosa, e como o fim último da câmara não é andar a favorecer privados, o clube deve pagar a tal renda condigna, cujo montante nem sequer imagino, mas que cabe à câmara estimar com base nos custos que suporta, como parece evidente.

Isto para que a câmara seja de facto de todos, mesmo dos que odeiam futebol.

Na poente de vermelho e branco!

Nuno À-Braga

#46
 Este topic é muito pertinente.
Considero que o que o Pedro Ribeiro defende é algo que põe em causa o processo pelo qual o EMB tem agora um 2º nome e não o patrocínio em si.

Lamento, mais uma vez, que certos foristas manifestem diferentes opiniões e até diferente respeito, dependendo de quem lança as ideias.
Lanço uma "provocação": este assunto, de acordo com as rígidas normas que se tem pretendido impôr no fórum, devia ter sido lançado no topic que já existe sobre a AXA. Porém, pela minha opinião pessoal, considero que tem toda a pertinência para representar um novo topic.

Voltando ao assunto: tal como já disse no outro topic, também acho que tanto o que o Pedro Ribeiro enunciou como outros itens que referi nesse topic provam que o processo não foi bem conduzido, não teve o respeito necessário pela CMB e pelos Bracarenses. E a CMB também falhou, na medida em que deixa quase sempre o SCB fazer quase tudo com total liberdade... O que só provoca ineficiência na forma do SCB resolve os seus problemas, além de contribuir para o desrespeito pela instituição CMB!

Exigia-se que, quer quem está à frente dos destinos do SCB como quem está à frente dos destinos da CMB, tivesse aprendido com quem, dentro da CMB, fez finca-pé para que a cedência do EMB ao SCB exigisse um protocolo... Porque assim parece que a CMB acata tudo o que o SCB quer, sem salvaguardar os seus direitos.
CHEGA DE ACORDOS VERBAIS OU TÁCITOS!

Tenhamos respeito pela CMB e pelo SCB, pelos Bracarenses e pelos Braguistas!

Tudo se poderia ter feito de forma bem mais correcta.

E, como o Pedro Ribeiro diz, a longo prazo, isso é prejudicial não só para a CMB como também para o SCB!

Vlad

Quote from: JR2969 on 14 de July de 2007, 14:21
Quote from: aurelio on 14 de July de 2007, 13:24

Quanto ao Ricardo Rio, que todos confundem com Rui Rio  ;D ???, se é do sport-ing então que se cale bem caladinho e que não fale do clube da nossa terra!

Quam não sabe é como quem não vê...
O Ricardo Rio é sócio do Braga há anos e enormíssimo Braguista (isso mesmo, braguista!); sempre me lembro de o ver a meu lado em TODOS os jogos do Braga no 1º Maio, muito antes de saber sequer o que é política.
E quando se candidatou nas últimas autárquicas, em plena campanha eleitoral ocorreu um jogo do Braga, salvo erro na quarta ou quinta-feira antes das eleições; e ele foi ver o jogo na pedreira, no lugar do costume, sózinho, sem staff e sem espalhafatos.
E para quem não sabe, ainda antes de ser candidadto autárquico, já ele escrevia no Diário do Minho semanalmente uma rubrica sobre futebol, muitas vezes sobre o Braga (salvo erro, chegou a partilhar a página com o nosso forista Cardoso)-

Por isso, como Braguista, tem toda a legitimidadae para se pronunciar sobre o Braga.

Mas o que aqui está em causa não é o Braga só por si, mas um negócio que, mais directa ou mais indirectamente, envolve a Câmara. Então ele, como bracarense e vereador, tem não o direito mas o DEVER de se pronunciar.

Por isso falem de futebol e não de política...

JR2969,

Antes de mais, acredita que não tenho qualquer motivação política na intervenção que vou ter a seguir.

Citação de Ricardo Rio a referir-se ao SCB:
"(...) Ainda assim, aproveito para te confessar que, de há uns anos para cá, uma outra cor invadiu as minhas entranhas e contigo partilha as angústias, as alegrias e desilusões de cada fim de semana. Talvez por prometer as vitórias que tu não conseguias alcançar. Talvez por me cativar a fidelidade em tempos de êxitos adiados. Talvez por lá ter visto despontar muitos dos heróis do contentamento nacional (...)"

Estas palavras não são de braguista. Pode gostar do SCB, e muito até. Mas braguista não é.

PS: entenda-se por braguista aquele que é adepto única e exclusivamente do SCB e que não precisa de se aliar a outro clube para ter vitórias, ou alegrias que o SCB ainda não consegue alcançar.
BRAGA... um dia ainda te vou ver a campeão!

Nota:desprezo os chamados "grandes"

Vlad

Aqui (isto é, neste fórum) interessa ver o negócio na perspectiva SCB, e nesse aspecto parece-me um excelente negócio por duas razões:

- Primeiro, porque está... fechado. Não estamos a falar de algo hipotético, ou do que nós achamos que valha um patrocínio deste género. Estamos a falar de valores que realmente uma empresa (AXA) apareceu disposta a dar. É aquela velha história: qual o valor das coisas? É aquele que nós achamos que um bem/serviço vale? Ou aquele que pelo qual aparece alguém a oferecer efectivamente? Há ainda outros factores (conjuntura actual; nossa necessidade imediata de realizar dinheiro; etc..) Admitindo um cenário ceteris paribus em relação a estes outros factores, apareceu a AXA com a uma proposta de 4,5 milhões. É pouco? Muito? Justo ou não? Foi o que apareceu e o que foi possível.

- E segundo, porque é um formato de negócio e são valores aos quais não estamos habituados. Já jogámos há 3 épocas no EMB, e até aqui nunca foi feito nada parecido. E em termos SCB, foi uma receita extraordinária (no que à sua novidade diz respeito), logo parece-me bem. Éramos virgens nesta área. Daqui a 3 anos talvez se consiga melhor (e não me parece que pelo facto do estádio se ter chamado Axa durante 3 anos nos jogos SCB, seja impeditivo a que outras marcas/empresas se sintam atraída por emprestar o seu nome ao estádio no futuro).
BRAGA... um dia ainda te vou ver a campeão!

Nota:desprezo os chamados "grandes"

A.COSTA

Quote from: Vlad on 16 de July de 2007, 12:43
Aqui (isto é, neste fórum) interessa ver o negócio na perspectiva SCB, e nesse aspecto parece-me um excelente negócio por duas razões:

- Primeiro, porque está... fechado. Não estamos a falar de algo hipotético, ou do que nós achamos que valha um patrocínio deste género. Estamos a falar de valores que realmente uma empresa (AXA) apareceu disposta a dar. É aquela velha história: qual o valor das coisas? É aquele que nós achamos que um bem/serviço vale? Ou aquele que pelo qual aparece alguém a oferecer efectivamente? Há ainda outros factores (conjuntura actual; nossa necessidade imediata de realizar dinheiro; etc..) Admitindo um cenário ceteris paribus em relação a estes outros factores, apareceu a AXA com a uma proposta de 4,5 milhões. É pouco? Muito? Justo ou não? Foi o que apareceu e o que foi possível.

- E segundo, porque é um formato de negócio e são valores aos quais não estamos habituados. Já jogámos há 3 épocas no EMB, e até aqui nunca foi feito nada parecido. E em termos SCB, foi uma receita extraordinária (no que à sua novidade diz respeito), logo parece-me bem. Éramos virgens nesta área. Daqui a 3 anos talvez se consiga melhor (e não me parece que pelo facto do estádio se ter chamado Axa durante 3 anos nos jogos SCB, seja impeditivo a que outras marcas/empresas se sintam atraída por emprestar o seu nome ao estádio no futuro).

Concordo comas ideias expressas. Este negócio teve a virtude original de inovar, uma vez que antes ninguém tivera tal ideia. Agora que a ideia foi colocada em prática surgem aqueles que nunca têm ideias e nunca apresentam soluções para nada a criticar.
Eu critico a falta de markting do clube, mas este passo equivale a muitas camisolas vendidas. Muitas mesmo. Mas penso que deve ser complementado. As receitas menores conseguidas muitas vezes representam muito dinheiro e uma preciosa ajuda às finanças debilitadas do clube em particular, que se insere num futebol português também ele muito deficitário.
Espero que outras ideias profícuas surjam no futuro para que o equílibrio financeiro seja uma realidade e o SCBraga continue a ser um clube atractivo por pagar sempre e a horas decentes.

[b] No S. C. BRAGA só nos baixamos para beijar o símbolo

braguista365

Quote from: JR2969 on 14 de July de 2007, 14:21
Quote from: aurelio on 14 de July de 2007, 13:24

Quanto ao Ricardo Rio, que todos confundem com Rui Rio  ;D ???, se é do sport-ing então que se cale bem caladinho e que não fale do clube da nossa terra!

Quam não sabe é como quem não vê...
O Ricardo Rio é sócio do Braga há anos e enormíssimo Braguista (isso mesmo, braguista!); sempre me lembro de o ver a meu lado em TODOS os jogos do Braga no 1º Maio, muito antes de saber sequer o que é política.
E quando se candidatou nas últimas autárquicas, em plena campanha eleitoral ocorreu um jogo do Braga, salvo erro na quarta ou quinta-feira antes das eleições; e ele foi ver o jogo na pedreira, no lugar do costume, sózinho, sem staff e sem espalhafatos.
E para quem não sabe, ainda antes de ser candidadto autárquico, já ele escrevia no Diário do Minho semanalmente uma rubrica sobre futebol, muitas vezes sobre o Braga (salvo erro, chegou a partilhar a página com o nosso forista Cardoso)-

Por isso, como Braguista, tem toda a legitimidadae para se pronunciar sobre o Braga.

Mas o que aqui está em causa não é o Braga só por si, mas um negócio que, mais directa ou mais indirectamente, envolve a Câmara. Então ele, como bracarense e vereador, tem não o direito mas o DEVER de se pronunciar.

Por isso falem de futebol e não de política...
As palavras são dele não minhas,em plena campanha la ía ele na rua do souto ou outra rua qualquer,quando questionado pelo jornalista qual era o seu clube ele respondeu que era do Braga(até aqui tudo bem) mas que tinha uma costelinha do sporting,descambou completamente, por que o verdadeiro Braguista so tem um clube- S.C.de Braga e mais nenhum!
Mas chega de politicos ,o que eu quero é ir ver o meu Enorme  no estadio AXA ja na apresentação por que isso sim vale a pena!

PAF

Quote from: Bracarus on 14 de July de 2007, 18:57
não sei se para o PAF há alguma coisa que esteja bem !
está sempre contra tudo e contra todos.
não sejas assim tão pessimista e derrotista !
já repareste que tudo é pretexto para estares contra ?

- ou porque o estacionamento no estádio é longe e os outros são melhores
- ou porque o estádio foi caro
- ou porque o logotipo da AXA é grande
- ou que o ricardo rio é bom e o MM nem adepto do Braga é


Estás mesmo no forum certo ?
é que eu lendo os teus comentários, quase tenho dúvidas que sejas um puro sangue braguista.
se és, nem imaginas como estás longe de mim, ou então, eu sou fanático

Ainda bem que há alguém que se dá ao trabalho de ler os meus posts...

Se não me conheces como podes dizer que sou derrotista?
Antes de falares lê bem o que escrevi, e quando leres alguma critica que não esteja fundamentada aí sim podes reclamar, ta bom?
Antes de julgar lê o que escreves no forum.
É que dizer mal qualquer um diz...
Das citações feitas acima há alguma que não seja VERDADE?Há uma... porque eu nunca a disse tu é que és perito a deduzir coisas!quanto as outrashá alguma que eu não tenha fundamentado? De certeza que não.
Nunca me viste escrever  que o MM era melhor ou pior  que o Ricardo Rio... por acaso até disse que eram os dois iguais...só que um é conhecido publicamente o seu gosto clubistico e o outro nem por isso,  por acaso conheço os 2pessoalmente e tenho relaçoes profissionais com os 2... se isto te abre o apetite.
Se te abre  ainda mais o apetite, já fui ver finais europeias de clubes portugueses, Já vi o Porto, o SLB, O Sporting, o Guimarães e até o gil vicente todos contra vários clubes portugueses ou estrangeiros, gosto de futebol isso deve ter algum mal!

já agora gostava de saber o que é um puro sangue Braguista? deves ser tu?!
Eu sou bracarense, braguista não sei, depende dos critérios de cada um.

critica à vontade mas fundamenta as tuas opiniões...

Quanto ao tema em si... volto a dizer excelente negócio para a SAD(empresa) e não para o Braga, pena a Câmara não apoiar assim todas as grandes empresas do concelho!

Jazzdevill

Quote from: PAF on 16 de July de 2007, 21:18
Quote from: Bracarus on 14 de July de 2007, 18:57



Quanto ao tema em si... volto a dizer excelente negócio para a SAD(empresa) e não para o Braga, pena a Câmara não apoiar assim todas as grandes empresas do concelho!


Pois, é das tais referências que eu não entendo muito bem... Num fórum em que supostamente o principal critério é ser BRAGUISTA e não bracarense ou outra coisa qualquer, é frequente ler-se comentários de perspectivas um bocado á deriva... PAF, o resto das pessoas não sei, mas pelo menos eu estou-me completamente marimbando para as outras grandes empresas do concelho e para os apoios que a câmara dá ou deixa de dar, pelo menos neste fórum. Neste fórum só me interessa o ponto de vista do SCB. Não te estou a atacar nem nada do género, tens toda a liberdade para opinar em todos os assuntos, mas era mais interessante que o fizesses na óptica do Braguista que penso ser o que se pretende por aqui...

aurelio

Quote from: Jazzdevill on 16 de July de 2007, 21:56
...estou-me completamente marimbando para as outras grandes empresas do concelho e para os apoios que a câmara dá ou deixa de dar, pelo menos neste fórum. Neste fórum só me interessa o ponto de vista do SCB...

Revejo a minha posição neste excerto do Jazz!

perrinchon 66

Quote from: aurelio on 16 de July de 2007, 22:20
Quote from: Jazzdevill on 16 de July de 2007, 21:56
...estou-me completamente marimbando para as outras grandes empresas do concelho e para os apoios que a câmara dá ou deixa de dar, pelo menos neste fórum. Neste fórum só me interessa o ponto de vista do SCB...

Revejo a minha posição neste excerto do Jazz!
subscrevo(ja me descobriste o AURELIO-LELO)

Olho Vivo

Vou procurar responder a algumas observações feitas:

1. É extraordinário que a "minha proposta" (que repito, já havia aqui sido bastamente discutida) tenha sido considerada mirabolante e meramente especulativa: a cedência a título definitivo dos direitos sobre o nome de um recinto desportivo é, em negócios deste tipo, a regra e tem como objectivo fundamental, por norma, minorar a dimensão do esforço de investimento que a construção do mesmo exige. Só para citar alguns casos mediáticos, aponto a Allianz Arena (Munique), o Gottlieb-Daimler-Stadion (Estugarda), o Emirates Stadium (Arsenal, Londres) e em Portugal o centro de estágio do Benfica no Seixal (Caixa Campus) ou o futuro pavilhão desportivo do Porto (Dragão Caixa). O que António Salvador conseguiu é que é uma originalidade: promover a imagem de um activo com uma dimensão tão "material" quanto um estádio de futebol tal qual a imagem de algo tão imaterial quanto o clube através dos seus símbolos (e.g., equipamentos), recebendo por isso uma renda. Isto sim é um negócio sem paralelo. Mas atenção: não é a originalidade dos termos do negócio que sustenta as minhas objecções. Apenas o sublinho para mostrar que o que aqui discutimos há uns meses atrás e que agora voltei a expor era uma solução que foi adoptada com sucesso em vários casos perfeitamente documentados... Quando ao facto de ser uma solução "especulativa", presumo que quando se tomam decisões, todas as outras possibilidades que foram abandonadas ou nem sequer consideradas podem merecer, de acordo com esse ponto de vista, o epíteto "especulativo". Não creio contudo, que a solução não fosse exequível. Assim como António Salvador teve a iniciativa de propor este negócio aos responsáveis da AXA (como o seu representante esclareceu na altura da celebração do negócio) - admito até que o tenha proposto a outras entidades -, creio que poderia perfeitamente tê-lo considerado noutros moldes - a título definitivo ou por um período muito alargado e consequentemente por uma maior soma (com a Câmara a ser parte relevante no negócio, pelas razões que nos posts anteriores explicitei). Nem voltaria a insistir no assunto se achasse que António Salvador não teria capacidade para o fazer, assim o quisesse. É preciso sublinhar o prestígio e a imagem de excelência hoje associados ao EMB após receber galardões atrás de galardões,  goste-se ou não daquilo que ele é. Certamente não seríamos capazes de atingir os valores em jogo nos exemplos que acima indiquei, mas estou convencido que poderíamos atingir verbas muito significativas.

2. Parece-me muito importante a troca de opiniões entre o Cardoso e o disco. Não concordando totalmente com a opinião do disco (já explicitarei porquê), a verdade é que este negócio, tal qual se apresenta, é percepcionado por muitos bracarenses como mais uma negociata - um apoio "encapotado" da Câmara ao clube. Ainda que formalmente me pareça que talvez não haja nada a obstar à legalidade do negócio, dificilmente algum bracarense, cidadão de Braga, entende como justo que um estádio, financiado pelo erário camarário em cerca de 85 milhões de euros, veja a sua imagem explorada pelo seu locatário (o clube) sem que a CMB, que poderia com isso reaver parte maior ou menor do investimento brutal realizado, seja tida ou achada! A confusão entre Câmara e Clube parece emergir de forma evidente de mais este negócio - o clube precisa e a Câmara faz ou permite. Esta imagem é altamente nociva para o nosso crescimento. Concordo (com o Cardoso) que clube e Cãmara devem ser parceiros institucionais. O clube deve pretender ser uma instituição com relevância social na âmbito da cidade, deve pretender ser o clube dos bracarenses e a CMB é indubitavelmente quem representa, no plano político, os bracarenses. Ora, o clube não pode reclamar a cidade para si sem se envolver com os seus problemas. O facto de a Câmara ter construído um estádio cujo fim a longo prazo seria sempre a sua utilização desportiva pelo Sporting de Braga, endividando-se para tanto de forma astronómica (para os parâmetros da CMB) em 85 milhões de euros; o facto de a imagem de um estádio original, multi-galardoado poder ser explorada sem sequer a entidade promotora da obra ter direito a uma parcela desses proveitos; não são nesse sentido problemas que devam envolver o clube!? Do meu ponto de vista, são-no claramente, porque está em causa a relação entre o clube e os bracarenses. Esta deve ser pautada por critérios de transparência, equilíbrio e justiça. Entendamo-nos: a CMB não é os bracarenses. Mas, como instituição, é um interlocutor fundamental. Ou não será legítimo questionar por exemplo a CMB porque é que os bracarenses ainda não têm uma rede extensiva, universal e tendencialmente gratuita de pre-escolar (*) quando houve 85 milhões de euros para investir num segundo estádio municipal? O investimento realizado corporiza a opção de abdicar de um conjunto de opções de realização política  que potencialmente seriam socialmente mais "úteis". A nossa atitude, porque o dinheiro até nos dá jeito e porque a CMB toma as suas decisões por sua conta e risco, é lavar as mãos como Pilatos? Fazer de conta que não é nada connosco? Desculpem, isto é que é confundir a instituição com a gestão. Uma atitude de alheamento em relação aos problemas da Câmara (como instituição) que têm repercussões na vida das pessoas e que decorrem de opções que de uma forma ou de outra se relacionam connosco (clube), está na origem do afastamento de uma parte da cidade e da hostilidade de outra - e não estou a pensar em adeptos de outros clubes. O meu Sporting de Braga tem que ter princípios e tem que cultivar uma relação sadia com a cidade que é a terceira do país. Aí reside a sua força. Está aí o seu potencial de crescimento.
Falamos muito em marketing, mas poucos se questionam quanto à estratégia. Vender um clube é vender afectos (desculpem a obscenidade da expressão); não é o mesmo que vender batatas ou cebolas. Se o clube quer crescer, tem que se agarrar àquilo que é a sua identidade e lhe confere potencial para atrair aqueles que estão não só afastados do clube mas também do fenómeno desportivo: o facto de ser um clube de cidade. Não podemos ganhar a cidade se nos comportamos como se fosse esta a ter que nos servir. Não podemos apenas exigir. Não podemos ser apenas um peso ou um sorvedouro de recursos da cidade. Temos que ter algo para dar...


Notas finais:

a) Parece-me que alguns viram nesta minha opinião uma crítica (mais ou menos) velada a A. Salvador. Apenas digo que Salvador, no aspecto que aqui está em causa, da relação clube-cidade (e suas instituições) não é melhor nem pior que outros que o antecederam. Neste aspecto, pouco mudou. Sem dúvida que no aspecto economico-financeiro os méritos de Salvador são inegáveis - ainda que eu questione a sustentabilidade das nossas contas. É que esta só depende do crescimento que o clube conseguir...

b) Recusar discutir estes temas porque a política não cabe neste fórum é, uma vez mais, confundir instituições (clube , CMB e outras entidades), com os actores que pontualmente exercem funções nessas instituições.

Zé_Bilhas

Quote from: Pedro Ribeiro on 17 de July de 2007, 02:24
Vou procurar responder a algumas observações feitas:

1. É extraordinário que a "minha proposta" (que repito, já havia aqui sido bastamente discutida) tenha sido considerada mirabolante e meramente especulativa: a cedência a título definitivo dos direitos sobre o nome de um recinto desportivo é, em negócios deste tipo, a regra e tem como objectivo fundamental, por norma, minorar a dimensão do esforço de investimento que a construção do mesmo exige. Só para citar alguns casos mediáticos, aponto a Allianz Arena (Munique), o Gottlieb-Daimler-Stadion (Estugarda), o Emirates Stadium (Arsenal, Londres) e em Portugal o centro de estágio do Benfica no Seixal (Caixa Campus) ou o futuro pavilhão desportivo do Porto (Dragão Caixa). O que António Salvador conseguiu é que é uma originalidade: promover a imagem de um activo com uma dimensão tão "material" quanto um estádio de futebol tal qual a imagem de algo tão imaterial quanto o clube através dos seus símbolos (e.g., equipamentos), recebendo por isso uma renda. Isto sim é um negócio sem paralelo. Mas atenção: não é a originalidade dos termos do negócio que sustenta as minhas objecções. Apenas o sublinho para mostrar que o que aqui discutimos há uns meses atrás e que agora voltei a expor era uma solução que foi adoptada com sucesso em vários casos perfeitamente documentados... Quando ao facto de ser uma solução "especulativa", presumo que quando se tomam decisões, todas as outras possibilidades que foram abandonadas ou nem sequer consideradas podem merecer, de acordo com esse ponto de vista, o epíteto "especulativo". Não creio contudo, que a solução não fosse exequível. Assim como António Salvador teve a iniciativa de propor este negócio aos responsáveis da AXA (como o seu representante esclareceu na altura da celebração do negócio) - admito até que o tenha proposto a outras entidades -, creio que poderia perfeitamente tê-lo considerado noutros moldes - a título definitivo ou por um período muito alargado e consequentemente por uma maior soma (com a Câmara a ser parte relevante no negócio, pelas razões que nos posts anteriores explicitei). Nem voltaria a insistir no assunto se achasse que António Salvador não teria capacidade para o fazer, assim o quisesse. É preciso sublinhar o prestígio e a imagem de excelência hoje associados ao EMB após receber galardões atrás de galardões,  goste-se ou não daquilo que ele é. Certamente não seríamos capazes de atingir os valores em jogo nos exemplos que acima indiquei, mas estou convencido que poderíamos atingir verbas muito significativas.

2. Parece-me muito importante a troca de opiniões entre o Cardoso e o disco. Não concordando totalmente com a opinião do disco (já explicitarei porquê), a verdade é que este negócio, tal qual se apresenta, é percepcionado por muitos bracarenses como mais uma negociata - um apoio "encapotado" da Câmara ao clube. Ainda que formalmente me pareça que talvez não haja nada a obstar à legalidade do negócio, dificilmente algum bracarense, cidadão de Braga, entende como justo que um estádio, financiado pelo erário camarário em cerca de 85 milhões de euros, veja a sua imagem explorada pelo seu locatário (o clube) sem que a CMB, que poderia com isso reaver parte maior ou menor do investimento brutal realizado, seja tida ou achada! A confusão entre Câmara e Clube parece emergir de forma evidente de mais este negócio - o clube precisa e a Câmara faz ou permite. Esta imagem é altamente nociva para o nosso crescimento. Concordo (com o Cardoso) que clube e Cãmara devem ser parceiros institucionais. O clube deve pretender ser uma instituição com relevância social na âmbito da cidade, deve pretender ser o clube dos bracarenses e a CMB é indubitavelmente quem representa, no plano político, os bracarenses. Ora, o clube não pode reclamar a cidade para si sem se envolver com os seus problemas. O facto de a Câmara ter construído um estádio cujo fim a longo prazo seria sempre a sua utilização desportiva pelo Sporting de Braga, endividando-se para tanto de forma astronómica (para os parâmetros da CMB) em 85 milhões de euros; o facto de a imagem de um estádio original, multi-galardoado poder ser explorada sem sequer a entidade promotora da obra ter direito a uma parcela desses proveitos; não são nesse sentido problemas que devam envolver o clube!? Do meu ponto de vista, são-no claramente, porque está em causa a relação entre o clube e os bracarenses. Esta deve ser pautada por critérios de transparência, equilíbrio e justiça. Entendamo-nos: a CMB não é os bracarenses. Mas, como instituição, é um interlocutor fundamental. Ou não será legítimo questionar por exemplo a CMB porque é que os bracarenses ainda não têm uma rede extensiva, universal e tendencialmente gratuita de pre-escolar (*) quando houve 85 milhões de euros para investir num segundo estádio municipal? O investimento realizado corporiza a opção de abdicar de um conjunto de opções de realização política  que potencialmente seriam socialmente mais "úteis". A nossa atitude, porque o dinheiro até nos dá jeito e porque a CMB toma as suas decisões por sua conta e risco, é lavar as mãos como Pilatos? Fazer de conta que não é nada connosco? Desculpem, isto é que é confundir a instituição com a gestão. Uma atitude de alheamento em relação aos problemas da Câmara (como instituição) que têm repercussões na vida das pessoas e que decorrem de opções que de uma forma ou de outra se relacionam connosco (clube), está na origem do afastamento de uma parte da cidade e da hostilidade de outra - e não estou a pensar em adeptos de outros clubes. O meu Sporting de Braga tem que ter princípios e tem que cultivar uma relação sadia com a cidade que é a terceira do país. Aí reside a sua força. Está aí o seu potencial de crescimento.
Falamos muito em marketing, mas poucos se questionam quanto à estratégia. Vender um clube é vender afectos (desculpem a obscenidade da expressão); não é o mesmo que vender batatas ou cebolas. Se o clube quer crescer, tem que se agarrar àquilo que é a sua identidade e lhe confere potencial para atrair aqueles que estão não só afastados do clube mas também do fenómeno desportivo: o facto de ser um clube de cidade. Não podemos ganhar a cidade se nos comportamos como se fosse esta a ter que nos servir. Não podemos apenas exigir. Não podemos ser apenas um peso ou um sorvedouro de recursos da cidade. Temos que ter algo para dar...


Notas finais:

a) Parece-me que alguns viram nesta minha opinião uma crítica (mais ou menos) velada a A. Salvador. Apenas digo que Salvador, no aspecto que aqui está em causa, da relação clube-cidade (e suas instituições) não é melhor nem pior que outros que o antecederam. Neste aspecto, pouco mudou. Sem dúvida que no aspecto economico-financeiro os méritos de Salvador são inegáveis - ainda que eu questione a sustentabilidade das nossas contas. É que esta só depende do crescimento que o clube conseguir...

b) Recusar discutir estes temas porque a política não cabe neste fórum é, uma vez mais, confundir instituições (clube , CMB e outras entidades), com os actores que pontualmente exercem funções nessas instituições.

Nem mais...

ric

amigos:

estou deliciado ao ler estas exposições. Apesar das diferenças existentes, nota-se um verdadeiro apego ao clube o que só nos fica bem...
talvez imbuído de um espirito simplista depois de umas curtas férias, possa realçar que esta história é simples e , para mim, não tem nada de extraordinario. E isto porquê?
1- o Braga tinha a opoprtunidade do negócio
2- AS decerto conversou co  MM sobre a viabilidade da questão
3- MM de certeza que pediu pareceres ao seu dep juridico
4- em sintonia de ideias avançou-se para o negócio
5- é divulgado o negócio. Bom ou mau foi o que ambas as partes acordaram
6- a oposição levanta questões. faz o seu  papel. É esclarecida em reunião de CMB. Na altura, foi considerado que seria mais "ético" haver sintonia e discussão prévia na CMB.
7- O Braga lá continua com o seu negócio. O EMB continua EMB e AXA para a Liga. A oposição camarária lá avança com mais umas ideias de apoio á formação.

Parece-me que todas as partes estão satisfeitas.

A CMB porque não perde a sua "propriedade"
O SCB, porque bem ou mal lá mete 4,5 milhões ao bolso
a oposição porque fez o seu papel e avançou com a hipotese de um centro de formação (projecto há muito ansiado)

Tudo o resto é ...fait-divers... o negócio está feito. Não há volta a dar. O que pode continuar é a polémica e a natural controvérsia de um assunto que diz respeito a muitos.

aurelio

Quote from: perrinchon 66 on 17 de July de 2007, 00:33
...subscrevo(ja me descobriste o AURELIO-LELO)

Caro Perrinchon, tu és o Zé Maria, mais conhecido pelo Pia, dos tempos áureos em que eras um craque da bola. Agora estás velho e as canhas ocuparam o espaço cerebral que te permitiam ter as qualidades futebolísticas anteriormente referidas. Obviamente que nesse tempo tinhas um adversário à altura que era o Lelo, no entanto, este, ao contrário de ti, mantém a sua performance e continua a emanar o seu perfume futebolístico pelos campos que passa...

;) :D ;D

PAF

Quote from: Jazzdevill on 16 de July de 2007, 21:56
Quote from: PAF on 16 de July de 2007, 21:18
Quote from: Bracarus on 14 de July de 2007, 18:57

o resto das pessoas não sei, mas pelo menos eu estou-me completamente marimbando para as outras grandes empresas do concelho e para os apoios que a câmara dá ou deixa de dar, pelo menos neste fórum. Neste fórum só me interessa o ponto de vista do SCB.

É por estas atitudes que a cidade continua distante(a anos luz ) do clube, se existem negócios que são duvidosos (não estou a dizer que são ilegais) na relação do Braga  com a Camara as pessoas desconfiam e cada vez se afastam mais do clube, ou têm dúvidas disso?É nesta perspectiva que eu referi as outras empresas... O Braga "vive" na cidade de Braga, não vive isolado do seu exterior. Um negócio que é excelente na parte financeira, pode ter inconvenientes por outro lado, na credibilidade do clube perante
a cidade e a imagem que esta constroi do clube.
As coisas quando são feitas têm que ser claras, unicamente isso!
E se leste os meus posts, já deves ter lido que eu disse que para o Braga foi um excelente negócio...
Se te perguntar como vês a relação do Maritimo e Nacional com o Governo Regional o que dizes? Uma vergonha obviamente...
São estes pormenores muitas vezes que levam ou não as pessoas aos estádios.
Eu continuo a dizer que sou Bracarense, não sei onde está o mal disso?! Braguista a mim não me diz nada, e vou ver o Braga há 22anos.
Se não estou enganado até já existiu uma claque que se chamava Juventude Bracarense... não sei se eram braguitas!