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Zé Maria Vieira (entre outros)

Started by DiogoEA, 28 de July de 2013, 17:04

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Sérgio Gonçalves

Quando foi a final da Taça da Liga arranjaram uns balões todos catitas rapidamente, para amanha ninguém consegue fazer uma faixa com o dizer do Freitas?
Sócio nº 2014

Trovisco7

Quote from: Old School on 30 de July de 2013, 19:08
Julgo que a missa de sétimo dia será na sexta, dia 2, quando temos o jogo de apresentação penso que seria um gesto bonito fazer um minuto de silêncio em sua homenagem.
Qualquer clube com um mínimo de sensibilidade é o que faria.
No nosso não sei.
Há coisas que esquecem a quem não sabe...

Sérgio Gonçalves

À procura de mais dados sobre Zé Maria Vieira, descobri este artigo na internet http://www.tvi24.iol.pt/benfica/benfica-braga-sp-braga-jose-maria-vieira-palmeiro/1336750-1456.html.

Destaco estas palavras porque me parecem as mais adequadas:
"E a tal lesão do senhor Zé Maria? «Uma rotura muscular de 30 centímetros. O médico injetava-me nos jogos e a dor passava. O músculo é que abria cada vez mais. Até ao dia em que já não andava. Fui operado e fiquei 33 dias na cama do hospital. Pelo Sp. Braga valeu a pena.»"

E o clube nem uma linha se digna a escrever uma palavra no seu site oficial...espero hoje à noite ver alguma referencia a este antigo capitão de equipa.
Sócio nº 2014

Freitas

Infelizmente, estive a trabalhar e não fui ver o jogo. Foi feita alguma homenagem ao ZÉMARIA?
ORGULHOSAMENTE  BRACARENSE

ComContaPesoEMedida

Quote from: Freitas on 01 de August de 2013, 11:00
Se a SAD do nosso clube não faz nada, porque é que o SUPERBRAGA não o faz??!!!  

Teoricamente, estaria mais vocacionada para este tipo de ação a «Associação Braguista» do que o Superbraga. Mas quem não tiver culpas no cartório, que atire a primeira pedra ... porque eu não vou atirá-la!!!

Quote from: Freitas on 01 de August de 2013, 11:00
A nossa SAD é top a nível de gestão financeira, mas a nível de gestão social é zero!!!  

Não compete à SAD este tipo de atuação. O clube, esse sim, tem que estar mais atento, tem que se organizar internamente. Mas, para tal, é preciso primeiro ter consciência desse facto e eu duvido muito que a atual Direção do nosso clube, presidida pelo mesmo senhor que é o Presidente do Conselho de Administração da SAD, alguma vez a venha a ter!

Dizia o nosso atual treinador, Prof. JuJu, quando cá esteve há uns anos: falta-nos (ao SCBraga) ter uma cultura de vitória! Eu acrescentaria: de vitória ... e não só!!!

Só através de «ações subversivas» que permitam a entrada nesta organização, bem fechada, de pessoas com alguma «cultura associativa», trabalhando gratuitamente porque os tempos não estão fáceis, conseguiremos inverter esta lamentável situação.

Lá está: a existência de um Provedor dos Sócios poderia ajudar! Mas «eles» não querem.

Quote from: Freitas on 01 de August de 2013, 11:00
Os clubes podem ser ricos, podem ser pobres, podem ter muitos adeptos, podem ter poucos, podem ter muita história, podem ter pouca.....mas a mística e a alma  de um clube é feita destes pequenos/grandes pormenores

Subscrevo completamente!!!

Quote from: Freitas on 01 de August de 2013, 11:00
Parafraseando o meu pai: o SCBRA tinha muita mais mística e alma quando andava pela 2ª divisão do que agora que anda nas altas lides do futebol europeu e a culpa é de quem? não sei, nem me interessa...mas é urgente reverter esta situação....

O teu Pai deve ser da minha idade ... ou quase. Sabes porquê? Eu digo o mesmo que ele!!!

Além disso estamos a perder uma excelente oportunidade de capitalizar os resultados desportivos e financeiros destes maravilhosos 10 anos do nosso querido clube. Que desperdício!!!

Freitas

Morreu o Zé Maria I, glória maior do S.C. Braga e guerreiro do antes quebrar que torcer

Na passada manhã do dia 27 de julho, Zé Maria I, grande capitão do Braga na década de 50, despedia-se deste mundo com a única jogada permitida a um mortal que, aos 84anos, só pode aspirar a uma glória extraterrena.
Com uma vida inteiramente dedicada ao futebol, a sua grande paixão, José Maria Vieira marcou com uma personalidade forte e determinada uma das fases mais gloriosas do S. C. de Braga. Nessa época, o Braga fazia tremer os grandes, disputava campeonatos taco a taco com os favoritos do costume (Benfica, Sporting, Porto e Belenenses), pelo menos
até ao fim da 1.ª volta, e em diversas ocasiões derrotou-os de forma insofismável, tendo ficado célebres as derrotas infligidas ao Belenenses por 7-0, e ao Benfica por 5-0, no campeonato de 53/54. Zé Maria I integrou uma das melhores equipas de sempre do S. C. Braga, que contava também com Cesário (guarda-redes), Pinto Vieira, Velez, Gabriel (que foi transferido para o Sporting, numa sonante transferência para a época), Imbelloni, jogador-treinador), Baptista e outros. Mais tarde haveriam de se juntar os Mendonças, com destaque para Jorge Mendonça (há quem o considere o melhor futebolista português de todos os tempos, que de Braga passou para o Atlético de Madrid), Zé Maria II, Armando e outros.
Houve também durante algum tempo um Zé Maria III (que veio, segundo creio, do F. C. Porto), e o Braga era então conhecido como a equipa dos três Zés Marias. José Maria Vieira, natural de Matosinhos, onde se iniciou para o futebol (Leixões), prestou serviço militar em
Lisboa, e logo aí foi assediado pelos dirigentes do Sporting Clube de Portugal, que tudo fizeram para o levarem para Alvalade, onde jogava aquela que era considerada a melhor equipa portuguesa da época, pois tinha nas suas fileiras glórias como Carlos Gomes, Passos, Juca, Vasques, Travassos, Vasques, Albano e Martins, todos internacionais. Todavia, as saudades da família ditaram o seu regresso a Matosinhos. Não tardou que toda a direção do S. C. Braga fosse tentá-lo com um bom contrato, muito melhor que o do Leixões, e o Zé Maria mudou-se de armas e bagagens para a cidade dos Arcebispos, terra onde se
radicou para sempre.
As pessoas em Braga que ainda se lembram do Zé Maria I recordam-no sempre na posição de defesa central, posição que jamais abandonou até ao fim da carreira. No entanto, a sua posição original era a de médio, e foi no centro do campo que começou por realizar os primeiros jogos pelo Braga. Porém, num jogo contra a Académica, o Imbelloni pôs o Fantin
(outro argentino) a defesa central e em pouco tempo o Braga sofreu dois golos de rajada. Ao intervalo, o Zé Maria disse ao Imbelloni que o Fantin era muito lento para a
posição e predispôs-se a substituí-lo, na 2ª parte. E assim aconteceu, para bem do Braga, que ganhou outra solidez defensiva.
O Zé Maria I nem sequer era um jogador alto, no entanto tinha um grande poder de elevação, era muito rápido e decidido nos lances, a ponto de raramente ser batido pelos adversários. O próprio José Águas (avançado centro do Benfica), atacante com quem disputou vários prélios, ficava admirado por não lhe ganhar nenhum lance de cabeça. "Não percebo como sendo tu mais pequeno do que eu me ganhas todos os lances aéreos",
dizia-lhe a grande glória benfiquista. E o nosso "guerreiro" respondia-lhe: "Tenho molas nos pés, José!"
Sim, tinha molas nos pés, mas também tinha um coração de leão, pois não gostava de perder, e deixava ficar a pele no campo, como se costuma dizer na gíria desportiva. A sua raça contagiava todos os colegas e também o público, que então acorria ao 28 de Maio (agora 1.º de Maio) em grande número, a ponto de não caber nas bancadas. Na célebre vitória contra o Benfica (5-0) o público teve de vir para a pista de atletismo! Várias
foram as ocasiões em que se lesionou durante o jogo, mas logo a ele regressava, depois de uma primeira assistência. Uma vez, em Coimbra, abriram-lhe uma veia da cabeça, mas
bastou-lhe uma faixa para estancar o sangue e entregou-se novamente ao jogo com a paixão de sempre. E também noutro prélio, segundo contou a amigos, fraturou a clavícula, enfaixou-se a trouxe-mouxe e foi acabar o jogo, pela simples razão de que um capitão tem de ser um exemplo de entrega e sacrifício!
Zé Maria II (antigo defesa lateral do Braga), e grande amigo do José Maria Vieira, em entrevista concedida ao jornal I, na sua edição de 20 de fevereiro de 2010, referindo-se ao seu antigo capitão, confessou que "não havia ninguém como ele em Portugal. Se ele jogasse agora, não tinha preço!". Zé Maria I nem sim nem não, pois na sua modéstia ia dizendo que o Braga dessa altura era uma grande equipa, tão grande que chegava a marcar golos sem que o adversário tocasse na bola.
E se o Braga não ganhou nenhum campeonato na altura, tal ficou a dever-se
ao facto de não ter banco de suplentes à altura. Na época de 54/55, por
exemplo, terminaram a 1.ª volta a apenas um ponto do Benfica, mas depois com as lesões e os castigos a equipa acabou por cair na tabela classificativa (5.º lugar final, a mesma posição
do campeonato anterior).
A única mágoa que talvez lhe fique do seu ofício de futebolista foi a de não ter sido internacional, apesar de ter andado nos trabalhos da seleção.
Mas pertencia a um clube da província e o posto de defesa central esteve quase sempre entregue ao Passos do Sporting Clube de Portugal.
No final da sua carreira chegou a representar um clube francês, em regime pós-laboral, posto o que, regressado a Portugal, fez-se treinador de várias equipas do norte do país, de
todos as divisões nacionais, incluindo da sua antiga equipa, na década de sessenta, pouco tempo depois de o Braga ter ganho a sua única Taça de Portugal (65/66). O Braga teve então também uma bela equipa e nesse período todos os grande levaram que contar, porque tiveram de haver-se com jogadores da estirpe do Armando (guarda-redes), do Coimbra, do Mário, do Nabo, do Adão, do Perrichon, do Estêvão...
O Zé Maria I vai agora repousar no campo santo de Monte de Arcos, não muito longe do lugar onde viveu sempre, na rua de S. Vicente, mesmo voltado para o velho largo do Burgo.

A cidade saberá honrar a sua memória, a memória do grande capitão, do guerreiro que entrava em campo com um único pensamento: a vitória! O seu exemplo de desportista
deve servir de inspiração aos jovens atletas da cidade e em particular a todos os futebolistas que representam o Sporting Clube de Braga.


O Zé Maria I serviu Braga, é hora de
Braga agora o servir.


in Diário do Minho de 29 de Julho de 2013

Autor da crónica: Fernando Pinheiro (escritor)


É COM GRANDE TRISTEZA QUE VI QUE O MEU SCRAGA (SAD OU CLUBE ISSO NÃO ME INTERESSA) NÃO SOUBE HONRAR A MEMÓRIA DESTE NOSSO GRANDE ATLETA. É UMA VERGONHA UMA INSTITUIÇÃO COMO A NOSSA IGNORAR A SUA PRÓPRIA HISTÓRIA!!!
ORGULHOSAMENTE  BRACARENSE

Freitas

Com o falecimento de muitos atletas, perdem-se muitas histórias, perde-se muito da memória da instituição, por isso, eu penso que seria uma boa ideia, fazer um livro com histórias pessoais dos muitos e grandes jogadores que passaram pelo SCBRAGA, muitas seriam relatadas em primeira pessoa e outras (nos casos dos atletas já falecidos como neste caso do Zé Maria I) por familiares, amigos, colegas de equipa. Seria um trabalho muito difícil, de muita procura e investigação, mas seria um enorme êxito e seria uma maneira dos muitos jovens que hoje são bracarenses/braguistas de conhecerem história do seu clube. Eu acho até que já se chegou a falar disto aqui no SuperBraga.
ORGULHOSAMENTE  BRACARENSE