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Braga em Dublin - Notas de um dia inesquecivel - participa!

Started by ric, 19 de May de 2011, 09:28

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Duarte

Não consegui dormir, também sabia que duas horas depois já tinha de acordar, só pensava no sonho que estava prestes a realizar, só queria que os ponteiros andassem.

O relógio desperta mas não fazia falta despertar, levanto-me e inicia-se a minha primeira viagem sozinho, coisa de adulto! Era o início, está quase, eu vou! Era o meu único pensamento. Saio de casa devidamente equipado rumo ao Sardinha, bem que eram praticamente horas de ir para a discoteca mas o motivo era outro. Chego e encontro o primeiro mar vermelho, pronto a entrar nas camionetas que nos iam levar ao aeroporto e às 4h da manhã já havia quem bebesse cerveja, ou será que devo dizer que ainda bebia cerveja? Fica a questão.

Chego ao aeroporto e visualizo mais um mar vermelho que já la estava e que nós o íamos fazer aumentar naquele momento. O Sá Carneiro estava dividido em dois, um lado do check in era para portistas e outro para braguistas, nessa altura éramos mais porque o núcleo duro do porto saía mais tarde ao invés do nosso que saía bem cedo. Já junto à porta de embarque íamos treinando as vozes com cânticos esporádicos que foram ganhando frequência e perdendo a vergonha ao longo do tempo, fazíamos a festa e os andrades ali presentes apreciavam-nos e tiravam-nos fotos. O avião descola e com ele descolava uma legião cheia de esperança, depois foram duas horas a voar nas asas do sonho e como fiquei junto à janela consegui ver a cidade de Braga de lá de cima, provavelmente estaria a passar mesmo por cima de Vila Verde e olhando para a minha cidade de lá de cima aumentou-me o desejo de trazer a taça para ali.

Aterrei, desaperto o cinto, pego na mochila, levanto-me, digo bye às meninas, nas escadas levo com um frio de rachar e uma ventania que me fez lembrar as tardes de nortada na Apúlia, desço degrau a degrau olhando para o horizonte, ponho um pé e outro pé no alcatrão e estava finalmente no sonho irlandês! Somos gentilmente recebidos pelos funcionários que nos dias anteriores com certeza andaram a aprender algumas palavras em português. É tempo de percorrer o enorme aeroporto cantando músicas do Braga para apanhar os autocarros que estavam à nossa espera para nos levarem à nossa Fan Zone, pelo caminho ainda me ia mentalizando do local onde estava mas aqueles painéis de indicações em Gaélico não deixavam dúvidas, eu estava mesmo lá e como queria aproveitar ao máximo, enquanto olhava a paisagem pela janela deitava o olho aos mapas turísticos entretanto fornecidos para eu planear os meus roteiros como deve ser, embora eu já trouxesse a lição bem estudada de casa.

Fan Zone decorada à Braga, com bastantes animações e divertimentos, loja de produtos, locais de comes e bebes, um ecrã gigante e um palco. Como a fome já apertava fui logo comer, como eles sabiam que éramos portugueses poderiam ter posto comidinha tuga, umas bifaninhas e uns panadinhos, mas não, só hambúrguers e cachorros, lá comi uma salsicha dentro do pão e uma Guinness para desentalar, ouvi falar tanto nela que quis logo experimentar, mas para mim não é nada de mais, é mais a fama que outra coisa, já bebi cervejas bem melhores.

Mas eu e a maioria não quisemos saber da Fan Zone para nada, participámos logo de início nas diversões e depois foi tudo para o centro e só lá voltámos no fim do dia para apanhar os autocarros gratuitos para o estádio. Como havia muito tempo e já que paguei bem, aproveitei para conhecer Dublin o máximo que pude, já me pus a fazer linhas no google e andei sem brincar uns 15Km a pé o dia todo. Adorei as zonas pedonais, principalmente as ruas de Temple Bar, a Custom House é enorme, a City Hall imponente, a Chathedral Church apaixonante,  a St Patrick's apaziguante e a Trinity College Dublin (maneira mais chique de dizer universidade.xb) é lindíssima a fazer lembrar aquelas universidades de edifícios históricos com jardins enormes que estamos habituados a ver nos filmes, mas não me perdoo por ter-me esquecido de ir ao castelo!

Sendo eu um amante de parques verdes queria muito ir visitar o gigantesco Phoenix Park mas ficava longe, fui então ao pequenino mas romântico e lindíssimo Saint Stephen's Green por essa altura o vento já tinha ido embora e levado com ele o frio, eu já estafado de tanto caminhar e encantado com as crianças a brincar naqueles jardins e a dar comida aos patos do lago, deito-me na relva e deixo o sol que então começou a brilhar e desfrutar da calma que ali se sentia. Aproveitei também para ver as fotos que tinha tirado e estiquei os meus dois cachecois na relva para lhes tirar fotografias principalmente ao das assinaturas, sentei-me e o sol permanecia, os pássaros cantavam e eu pensava em todos vós, todos os Braguistas que queriam estar a viver aquele sonho.

Estive nas ruas de Temple Bar por várias ocasiões pois era a zona mais movimentada, todos os caminhos iam lá ter e lá animação e gente era o que não falava, era o ponto de maior reunião de adeptos, adeptos dos dois clubes confraternizavam, tiravam fotos em conjunto, bebiam, saltavam, cantavam cada um para seu lado, sempre tudo num clima de respeito e grande festa, era uma festa portuguesa com certeza! Da ultima vez que por lá estive apareceu um grupo de universitários que nos convidou para ir jogar rugby com eles para os campos da universidade, alguns de nós lá foram incluindo portistas, ali éramos todos amigos. Explicaram-nos as regras direitinhas e lá tentamos jogar, uns deles vieram para a nossa equipa e alguns dos nossos foram para a deles para as coisas ficarem equilibradas e a minha equipa ganhou. No fim do jogo ficamos por lá a beber e a confraternizar com a malta universitária principalmente feminina, as irlandesas são simpáticas mas a beleza não abunda naquela ilha infelizmente.

Antes disto já tinha visto a rainha de Inglaterra, ia a passar junto ao rio Liffey para ir a um supermercado na marginal, oiço as sirenes e o barulho dos helicópteros a sobrevoar a zona, já que estava ali encostei-me às grades de segurança e pouco tempo depois passa ela, no momento em que passa por mim ela acena para o meu lado, e eu "ah, estou muito mais feliz agora". Térice.

Resumindo, via-se portugueses por todas as ruas e sempre em festa. Dublin, uma cidade lindíssima e bem organizada que soube respeitar a sua história embora com alguns mamarrachos pelo meio também mas que pouco se notam. Muitos parques verdes! Será pedir muito pelo menos um do género para Braga, onde as pessoas se possam deitar na relva a ler, passear de bicicleta, caminhar, dar comida aos patos, dar uns pontapés na bola? Será que aquele dinossauro político saiu do Hotel e foi ver como se fazem cidades?

Eram cerca de 17h e comecei a caminhar em direcção à Arena O2, local da nossa Fan Zone para comer qualquer coisa e preparar-me para ir para o jogo de uma vida.

Na Fan Zone já se notava algum nervosismo em todos nós, sabíamos que o tempo de conhecer a cidade tinha acabado e estava a chegar o momento fatal, de todas as decisões. Aproveitei para comer, voltar a divertir-me nas diversões e descansar, enquanto isso tocava uma banda, eram sorteados prémios e passavam imagens da nossa caminhada europeia no ecrã gigante ali instalado.

Chego às imediações do estádio e ainda havia tempo para estar cá fora a desfrutar daquele ambiente, muitos pontos de animação mas os dois mais concorridos eram onde se encontravam as meninas da Seat bem atrevidas para tirarmos fotos com elas, eu como é óbvio e porque não se encontra todos os dias beldades daquelas (uma delas era igualzinha à Blake Lively!  :o) fui aos dois lados e lá me tiraram as fotos com a polaroid.
Junto às entradas por onde iam passar as camionetas dos jogadores concentravam-se milhares de Braguistas e portistas, nessa espera aconteceu uma excelente demonstração de fair play e desportivismo, de um lado cantava-se Porto, do outro Braga e no fim todos juntos Portugal, as músicas anti benfica também não faltaram. Porque é que o futebol não é sempre assim? Foi a festa do futebol mais animada e sem conflitos que já vi.

Passada a camioneta do ENORME é então tempo de pegar no bilhetinho mágico, fazer aquele rodar mágico do torniquete, entrar então naquele estádio mágico e sentar-me naquela cadeira mágica, onde eu iria viver todas as emoções e momentos mágicos. A nervoseira atinge o seu expoente máximo enquanto eu a tentava disfarçar entoando cânticos e apreciando aquele fantástico estádio.

Começa a cerimónia de abertura e aí começa a a emoção, não consegui conter as lágrimas, não deu, aquelas coreografias com aquela música emocionante era impossível, eu estava a viver um sonho e acho que só aí caí na realidade, pensei no quão a vida tem sido madrasta para mim mas que me estava a proporcionar aquele momento fabuloso, ainda hoje ao ver o vídeo da cerimónia me emociono, eu estava ali a viver o que eu sempre ambicionei com a restante legião, o meu Braguinha cresceu e na parte final da cerimónia em que o emblema de todo o orgulho estava a ser estendido no relvado para os olhos de todo o mundo ninguém conseguiu ficar indiferente. Levei uma pulseira de ouro do meu avô que tem a inscrição BRAGA e apertei-a com muito força, se ele cá estivesse concerteza que ficaria muito orgulhoso por ver o seu clube ali, e quase que o via!

No final do jogo o resultado não era o esperado e senti que a taça estava ao nosso alcance mas fugiu-nos! Não sei, mas foi um misto de emoções tão grande, era a felicidade de estar ali a viver esta final única e a tristeza de não ganhar, sabia que o belo sonho estava a chegar ao fim, eu no fim queria aplaudir mas não tive forças, sentei-me e desatei a chorar como um bebe, soluçava e não tinha ninguém a quem me amarrar, parecia que o mundo tinha desabado e perguntava a mim mesmo porque não posso ser feliz, porque é que todos os meus sonhos acabam mal, porque é que deixam criar em mim a ilusão da felicidade e depois tiram-ma. Por incrivel que pareça ás 22h lá ainda era dia, mas a partir desse momento a minha alegria ficou escura como a noite mas o orgulho manteve-se intacto, já estou habituado a levar com machadadas. Um senhor já com os seus 50 e tal anos, mais contido mas com a lágrima no olho estende-me a mão nas costas e diz-me "Deixa lá, tu es novo e ainda vais ver o Braga noutra final europeia, eu é que não sei se vou". Nunca vou esquecer.

O regresso a casa foi penoso, viveram-se momentos de angustia e não era difícil encontrar lágrimas nos rostos que outrora tinham a esperança de um final feliz. Na sala de embarque pairava um silêncio aterrador, com as cabeças caídas, pessoas sentadas e deitas pelos cantos, umas a dormir outras a aproveitar para comer algo, trocavam-se olhares como gestos de partilha da nossa tristeza, o voo levanta e o sonho fica, não o conseguimos trazer de volta, mas nas asas do avião regressa o orgulho por tudo o que fizemos e da maneira como nos batemos, raça, humildade, união - fomos Gverreiros.

Já em Braga, dou por mim às 4 e meia da madrugada a passar na avenida central e a descer a rua do souto sozinho até às estação para apanhar um taxi, nessa caminhada foi altura de reflexão, sentia os meus pés em ferida de tanto andar, só me apetecia parar e deitar-me num canto como um bandido sem abrigo.

Por enquanto ainda penso muito naquilo tudo e ponho-me a recordar sem fim, nunca irei esquecer 18.05.2011

Amanha se tiver tempo coloco fotos e vídeos.  ;)
O FÓRUM DE BRAGA:
www.forum.bracarae.com

Maria

Quote from: El Che on 21 de May de 2011, 23:58
Para mim foi um dia memorável e inesquecível. Na viagem para lá no voo Povoa de Lanhoso, fiquei bem lá atrás na penúltima fila, julgo que à frente do Braga.com e do brigada da relote, foi todo o caminho rir, um calor terrível, comecei por me descalçar tirar a camisola do ENORME, mas fiquei por aì.
Depois outro momento alto foi a zona dos bares (passei grande parte do dia lá), que festa, confraternização total (principalmente com as meninas Guinesses ;D ;D), com portistas e Braguistas foto com o Wender e com a Maria junto de Temple Bar.

Momento alto: inicio da cerimonia, parecia mentira, fiquei bastante emocionado, ainda hoje me parece mentira.

Regresso nem dei pelo avião levantar voo, de tão cansado que estava  ;D ;D ;D

Oh bolas!!! Poe a foto faz favor... ::) Pareco mesmo que sofro de alguma especie de alzheimer. :-\
GVERREIRA DO MINHO

brigada da relote

#82
Olhem só o que eu encontrei. ;D ;D ;D
Aquela do alguns adeptos bracarenses são benfiquistas era escusada, mas prontos. :P

http://videos.sapo.pt/lznkHGFIdESwwd0abvKi

Ahahah, Maria. Tá boa!!! Usar o Karl para insultar o árbitro. :D ;)

Maria

Duarte, o teu texto eh uma paixao. Ao le-lo fiquei mesmo emocionada.
Amei.
GVERREIRA DO MINHO

Heisenberg


Duarte

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Karl


Duarte

Obrigado Karl, também te vi lá na Fan Zone antes da partida para o estádio ;D
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domgouveia

dublin uma cidade fantastica,,,com mta vida a noite,,,,,,,,mas faltou a vitoria para a festa total vitorias morais para mim nao,,,,,,,,,,,quero titulos quero estar de novo numa final e ganhar quero a taça de portugal,,,,,,quero ser campeao,,,,,,,,,,,,,,,,,,,parabens a organizacao pela abertura so quem la esteve sentiu e arrepiante,,,,,,,,,,eu quero mais MOMENTOS como estes ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,maria obrigado pelo vontade ok

















rvx


Bruno3429

Quote from: Duarte on 22 de May de 2011, 02:03
Não consegui dormir, também sabia que duas horas depois já tinha de acordar, só pensava no sonho que estava prestes a realizar, só queria que os ponteiros andassem.

O relógio desperta mas não fazia falta despertar, levanto-me e inicia-se a minha primeira viagem sozinho, coisa de adulto! Era o início, está quase, eu vou! Era o meu único pensamento. Saio de casa devidamente equipado rumo ao Sardinha, bem que eram praticamente horas de ir para a discoteca mas o motivo era outro. Chego e encontro o primeiro mar vermelho, pronto a entrar nas camionetas que nos iam levar ao aeroporto e às 4h da manhã já havia quem bebesse cerveja, ou será que devo dizer que ainda bebia cerveja? Fica a questão.

Chego ao aeroporto e visualizo mais um mar vermelho que já la estava e que nós o íamos fazer aumentar naquele momento. O Sá Carneiro estava dividido em dois, um lado do check in era para portistas e outro para braguistas, nessa altura éramos mais porque o núcleo duro do porto saía mais tarde ao invés do nosso que saía bem cedo. Já junto à porta de embarque íamos treinando as vozes com cânticos esporádicos que foram ganhando frequência e perdendo a vergonha ao longo do tempo, fazíamos a festa e os andrades ali presentes apreciavam-nos e tiravam-nos fotos. O avião descola e com ele descolava uma legião cheia de esperança, depois foram duas horas a voar nas asas do sonho e como fiquei junto à janela consegui ver a cidade de Braga de lá de cima, provavelmente estaria a passar mesmo por cima de Vila Verde e olhando para a minha cidade de lá de cima aumentou-me o desejo de trazer a taça para ali.

Aterrei, desaperto o cinto, pego na mochila, levanto-me, digo bye às meninas, nas escadas levo com um frio de rachar e uma ventania que me fez lembrar as tardes de nortada na Apúlia, desço degrau a degrau olhando para o horizonte, ponho um pé e outro pé no alcatrão e estava finalmente no sonho irlandês! Somos gentilmente recebidos pelos funcionários que nos dias anteriores com certeza andaram a aprender algumas palavras em português. É tempo de percorrer o enorme aeroporto cantando músicas do Braga para apanhar os autocarros que estavam à nossa espera para nos levarem à nossa Fan Zone, pelo caminho ainda me ia mentalizando do local onde estava mas aqueles painéis de indicações em Gaélico não deixavam dúvidas, eu estava mesmo lá e como queria aproveitar ao máximo, enquanto olhava a paisagem pela janela deitava o olho aos mapas turísticos entretanto fornecidos para eu planear os meus roteiros como deve ser, embora eu já trouxesse a lição bem estudada de casa.

Fan Zone decorada à Braga, com bastantes animações e divertimentos, loja de produtos, locais de comes e bebes, um ecrã gigante e um palco. Como a fome já apertava fui logo comer, como eles sabiam que éramos portugueses poderiam ter posto comidinha tuga, umas bifaninhas e uns panadinhos, mas não, só hambúrguers e cachorros, lá comi uma salsicha dentro do pão e uma Guinness para desentalar, ouvi falar tanto nela que quis logo experimentar, mas para mim não é nada de mais, é mais a fama que outra coisa, já bebi cervejas bem melhores.

Mas eu e a maioria não quisemos saber da Fan Zone para nada, participámos logo de início nas diversões e depois foi tudo para o centro e só lá voltámos no fim do dia para apanhar os autocarros gratuitos para o estádio. Como havia muito tempo e já que paguei bem, aproveitei para conhecer Dublin o máximo que pude, já me pus a fazer linhas no google e andei sem brincar uns 15Km a pé o dia todo. Adorei as zonas pedonais, principalmente as ruas de Temple Bar, a Custom House é enorme, a City Hall imponente, a Chathedral Church apaixonante,  a St Patrick's apaziguante e a Trinity College Dublin (maneira mais chique de dizer universidade.xb) é lindíssima a fazer lembrar aquelas universidades de edifícios históricos com jardins enormes que estamos habituados a ver nos filmes, mas não me perdoo por ter-me esquecido de ir ao castelo!

Sendo eu um amante de parques verdes queria muito ir visitar o gigantesco Phoenix Park mas ficava longe, fui então ao pequenino mas romântico e lindíssimo Saint Stephen's Green por essa altura o vento já tinha ido embora e levado com ele o frio, eu já estafado de tanto caminhar e encantado com as crianças a brincar naqueles jardins e a dar comida aos patos do lago, deito-me na relva e deixo o sol que então começou a brilhar e desfrutar da calma que ali se sentia. Aproveitei também para ver as fotos que tinha tirado e estiquei os meus dois cachecois na relva para lhes tirar fotografias principalmente ao das assinaturas, sentei-me e o sol permanecia, os pássaros cantavam e eu pensava em todos vós, todos os Braguistas que queriam estar a viver aquele sonho.

Estive nas ruas de Temple Bar por várias ocasiões pois era a zona mais movimentada, todos os caminhos iam lá ter e lá animação e gente era o que não falava, era o ponto de maior reunião de adeptos, adeptos dos dois clubes confraternizavam, tiravam fotos em conjunto, bebiam, saltavam, cantavam cada um para seu lado, sempre tudo num clima de respeito e grande festa, era uma festa portuguesa com certeza! Da ultima vez que por lá estive apareceu um grupo de universitários que nos convidou para ir jogar rugby com eles para os campos da universidade, alguns de nós lá foram incluindo portistas, ali éramos todos amigos. Explicaram-nos as regras direitinhas e lá tentamos jogar, uns deles vieram para a nossa equipa e alguns dos nossos foram para a deles para as coisas ficarem equilibradas e a minha equipa ganhou. No fim do jogo ficamos por lá a beber e a confraternizar com a malta universitária principalmente feminina, as irlandesas são simpáticas mas a beleza não abunda naquela ilha infelizmente.

Antes disto já tinha visto a rainha de Inglaterra, ia a passar junto ao rio Liffey para ir a um supermercado na marginal, oiço as sirenes e o barulho dos helicópteros a sobrevoar a zona, já que estava ali encostei-me às grades de segurança e pouco tempo depois passa ela, no momento em que passa por mim ela acena para o meu lado, e eu "ah, estou muito mais feliz agora". Térice.

Resumindo, via-se portugueses por todas as ruas e sempre em festa. Dublin, uma cidade lindíssima e bem organizada que soube respeitar a sua história embora com alguns mamarrachos pelo meio também mas que pouco se notam. Muitos parques verdes! Será pedir muito pelo menos um do género para Braga, onde as pessoas se possam deitar na relva a ler, passear de bicicleta, caminhar, dar comida aos patos, dar uns pontapés na bola? Será que aquele dinossauro político saiu do Hotel e foi ver como se fazem cidades?

Eram cerca de 17h e comecei a caminhar em direcção à Arena O2, local da nossa Fan Zone para comer qualquer coisa e preparar-me para ir para o jogo de uma vida.

Na Fan Zone já se notava algum nervosismo em todos nós, sabíamos que o tempo de conhecer a cidade tinha acabado e estava a chegar o momento fatal, de todas as decisões. Aproveitei para comer, voltar a divertir-me nas diversões e descansar, enquanto isso tocava uma banda, eram sorteados prémios e passavam imagens da nossa caminhada europeia no ecrã gigante ali instalado.

Chego às imediações do estádio e ainda havia tempo para estar cá fora a desfrutar daquele ambiente, muitos pontos de animação mas os dois mais concorridos eram onde se encontravam as meninas da Seat bem atrevidas para tirarmos fotos com elas, eu como é óbvio e porque não se encontra todos os dias beldades daquelas (uma delas era igualzinha à Blake Lively!  :o) fui aos dois lados e lá me tiraram as fotos com a polaroid.
Junto às entradas por onde iam passar as camionetas dos jogadores concentravam-se milhares de Braguistas e portistas, nessa espera aconteceu uma excelente demonstração de fair play e desportivismo, de um lado cantava-se Porto, do outro Braga e no fim todos juntos Portugal, as músicas anti benfica também não faltaram. Porque é que o futebol não é sempre assim? Foi a festa do futebol mais animada e sem conflitos que já vi.

Passada a camioneta do ENORME é então tempo de pegar no bilhetinho mágico, fazer aquele rodar mágico do torniquete, entrar então naquele estádio mágico e sentar-me naquela cadeira mágica, onde eu iria viver todas as emoções e momentos mágicos. A nervoseira atinge o seu expoente máximo enquanto eu a tentava disfarçar entoando cânticos e apreciando aquele fantástico estádio.

Começa a cerimónia de abertura e aí começa a a emoção, não consegui conter as lágrimas, não deu, aquelas coreografias com aquela música emocionante era impossível, eu estava a viver um sonho e acho que só aí caí na realidade, pensei no quão a vida tem sido madrasta para mim mas que me estava a proporcionar aquele momento fabuloso, ainda hoje ao ver o vídeo da cerimónia me emociono, eu estava ali a viver o que eu sempre ambicionei com a restante legião, o meu Braguinha cresceu e na parte final da cerimónia em que o emblema de todo o orgulho estava a ser estendido no relvado para os olhos de todo o mundo ninguém conseguiu ficar indiferente. Levei uma pulseira de ouro do meu avô que tem a inscrição BRAGA e apertei-a com muito força, se ele cá estivesse concerteza que ficaria muito orgulhoso por ver o seu clube ali, e quase que o via!

No final do jogo o resultado não era o esperado e senti que a taça estava ao nosso alcance mas fugiu-nos! Não sei, mas foi um misto de emoções tão grande, era a felicidade de estar ali a viver esta final única e a tristeza de não ganhar, sabia que o belo sonho estava a chegar ao fim, eu no fim queria aplaudir mas não tive forças, sentei-me e desatei a chorar como um bebe, soluçava e não tinha ninguém a quem me amarrar, parecia que o mundo tinha desabado e perguntava a mim mesmo porque não posso ser feliz, porque é que todos os meus sonhos acabam mal, porque é que deixam criar em mim a ilusão da felicidade e depois tiram-ma. Por incrivel que pareça ás 22h lá ainda era dia, mas a partir desse momento a minha alegria ficou escura como a noite mas o orgulho manteve-se intacto, já estou habituado a levar com machadadas. Um senhor já com os seus 50 e tal anos, mais contido mas com a lágrima no olho estende-me a mão nas costas e diz-me "Deixa lá, tu es novo e ainda vais ver o Braga noutra final europeia, eu é que não sei se vou". Nunca vou esquecer.

O regresso a casa foi penoso, viveram-se momentos de angustia e não era difícil encontrar lágrimas nos rostos que outrora tinham a esperança de um final feliz. Na sala de embarque pairava um silêncio aterrador, com as cabeças caídas, pessoas sentadas e deitas pelos cantos, umas a dormir outras a aproveitar para comer algo, trocavam-se olhares como gestos de partilha da nossa tristeza, o voo levanta e o sonho fica, não o conseguimos trazer de volta, mas nas asas do avião regressa o orgulho por tudo o que fizemos e da maneira como nos batemos, raça, humildade, união - fomos Gverreiros.

Já em Braga, dou por mim às 4 e meia da madrugada a passar na avenida central e a descer a rua do souto sozinho até às estação para apanhar um taxi, nessa caminhada foi altura de reflexão, sentia os meus pés em ferida de tanto andar, só me apetecia parar e deitar-me num canto como um bandido sem abrigo.

Por enquanto ainda penso muito naquilo tudo e ponho-me a recordar sem fim, nunca irei esquecer 18.05.2011

Amanha se tiver tempo coloco fotos e vídeos.  ;)

Muito bom...fizeste bem não ir ao castelo, eu fui lá e tava fechado ao público por causa da rainha...

Maria

GVERREIRA DO MINHO

sintoosimbolodobraga


Afonso Matos

18 de Maio de 2011, cerca das 4:00 horas, Centro de Saude do Carandá.





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Kramer

Quote from: El Che on 21 de May de 2011, 23:58
Para mim foi um dia memorável e inesquecível. Na viagem para lá no voo Povoa de Lanhoso, fiquei bem lá atrás na penúltima fila, julgo que à frente do Braga.com e do brigada da relote, foi todo o caminho rir, um calor terrível, comecei por me descalçar tirar a camisola do ENORME, mas fiquei por aì.
Depois outro momento alto foi a zona dos bares (passei grande parte do dia lá), que festa, confraternização total (principalmente com as meninas Guinesses ;D ;D), com portistas e Braguistas foto com o Wender e com a Maria junto de Temple Bar.

Momento alto: inicio da cerimonia, parecia mentira, fiquei bastante emocionado, ainda hoje me parece mentira.

Regresso nem dei pelo avião levantar voo, de tão cansado que estava  ;D ;D ;D

Então cheiro a "queijo" vinha de ti ;D , a viagem de ida foi muito divertida sempre com atenções viradas para as "aeromoças" ;D
A abreu na volta é que misturou tudo :-\
Eu estava no banco da frente, colado à janela.
\\\\"Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos

scb-caraibas

o post do Duarte diz tudo aquilo que sentimos antes e depois do jogo ;sobre a cidade os bares e da cerveja hehehe foi por isso que fiquei pela heineken
estou triste mas no mesmo tempo orgulhoso pela equipa que se bateu em campo e pelos braguistas que se mostraram verdadeiros guerreiros fora e dentro do campo ate penso que foi uma desilusao para os jornalistas pois queriam era ver confusao com os adeptos mas enganaram se ( tantas foram as perguntas que faziam sobre os adeptos dos dois clubes estarem sempre juntos e em festa) um dia memoravel que ficara para sempre no meu coraçao
parabens Duarte pelo teu post esta excelente obrigado ao karl; Maria ; srgomes de frança ; mike ; andre e a todos os braguistas que conheci e os nomes ja se passaram da cabeça tantos sao os momentos que por ela passaram
das caraibas para te ver sou do braga ate morrer

Afonso Matos

Oh Duarte, se falasses tinha-te trazido pra estação de carro... ou até te levava a casa cum catano. vocês são masoquistas ou quê?

Duarte

Obrigado a todos.

Obrigado Afonso, mas eu não levei o carro porque não o queria deixar ali o dia todo então para ir o meu pai levou-me e para vir como não sabia hora certa de chegada é que preferi vir de taxi, do sardinha até à estação é um tirinho e até soube bem para espairecer, apesar da dor nas pernas ;D
O FÓRUM DE BRAGA:
www.forum.bracarae.com

(S)oon(C)hampion(B)raga

algumas fotos das pessoas com quem convivi durante a estadia em dublin:




e garanto-vos que adorei todo o convívio com todas as pessoas com quem lá convivi... até mesmo portistas... estava só na brincadeira quando disse que gostei do convivio com "quase" todas as pessoas.
Amei todo mundo nesta estadia.

[url="https://fb.watch/l3N5OntDOI/"]https://fb.watch/l3N5OntDOI/[/url]

A.COSTA

Quote from: Adepto on 22 de May de 2011, 18:00
algumas fotos das pessoas com quem convivi durante a estadia em dublin:




e garanto-vos que adorei todo o convívio com todas as pessoas com quem lá convivi... até mesmo portistas... estava só na brincadeira quando disse que gostei do convivio com "quase" todas as pessoas.
Amei todo mundo nesta estadia.




Foi pena eu não ter estado entre essas pesoas. Seria um prazer ... digo eu.
[b] No S. C. BRAGA só nos baixamos para beijar o símbolo