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Sistema de votos nos clubes.

Started by jacm, 28 de March de 2011, 00:36

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nando

 "O que eu acho absurdo nesta maneira de votação que está a rigor, é que assim, nunca se saberá o número correcto de pessoas que votaram em X ou em Y porque cada indivíduo pode votar mais que uma vez, e isso mete-me confusão."
Quote from: weasel on 29 de March de 2011, 10:19
Como já tive oportunidade de dizer concordo com o sistema em vigor, mas não nego à partida que se possa mudar. Também já tive oportunidade de dizer que em todos os sistemas há vantagens e desvantagens.

O que me faz acreditar neste sistema específico é precisamente o facto de que todos, todos, podem vir a conseguir o número de votos por antiguidade. Não é um sistema fechado, onde apenas têm maior número de votos certos elementos, não podendo qualquer um ter acesso ao mesmo, chamemos-lhe, "privilégio".

"Hoje tenho um voto, mas se continuar na associação, terei um dia 3, ou 5, ou o número estipulado." Por isso, essa questão de sócios de primeira e segunda, quanto a mim, não se põe porque todos poderão, um dia ter esse número de votos.
 
Os votos não são para distribuir, i.e o boletim de voto é que vale 10 votos, por isso esse número votos vai todo para a mesma candidatura.
 



weasel

Quote from: nando on 29 de March de 2011, 10:42
"O que eu acho absurdo nesta maneira de votação que está a rigor, é que assim, nunca se saberá o número correcto de pessoas que votaram em X ou em Y porque cada indivíduo pode votar mais que uma vez, e isso mete-me confusão."
Quote from: weasel on 29 de March de 2011, 10:19
Como já tive oportunidade de dizer concordo com o sistema em vigor, mas não nego à partida que se possa mudar. Também já tive oportunidade de dizer que em todos os sistemas há vantagens e desvantagens.

O que me faz acreditar neste sistema específico é precisamente o facto de que todos, todos, podem vir a conseguir o número de votos por antiguidade. Não é um sistema fechado, onde apenas têm maior número de votos certos elementos, não podendo qualquer um ter acesso ao mesmo, chamemos-lhe, "privilégio".

"Hoje tenho um voto, mas se continuar na associação, terei um dia 3, ou 5, ou o número estipulado." Por isso, essa questão de sócios de primeira e segunda, quanto a mim, não se põe porque todos poderão, um dia ter esse número de votos.
 
Os votos não são para distribuir, i.e o boletim de voto é que vale 10 votos, por isso esse número votos vai todo para a mesma candidatura.
 




Naturalmente que sim.
Nem afirmei o contrário.

PAF

Se calhar tem mais lógica discutir a diferença de votos entre sócios com poucos e com muitos anos, mais que propriamente existir essa diferença.
Pode não ter lógica um sócio com 2anos de sócio ter tantos votos como um com 20, mas também não tem lógica mesmo nenhuma, num clube ter 20001mil sócios pagantes, e um candidato ter 1001 votantes, e outro ter 19000 e perder as eleições, isto pode ser tudo, menos democracia! Que legitimidade tem o que teve 5% dos votos para dizer que é presidente de todos os sócios? Para mim nenhuma, é um caso extremo, mas que pode acontecer (aconteceu em parte no Sporting).
A possibilidade de entrar sócios massivamente para adulterar as eleições num clube como o Braga é simplesmente impossivel, devido à quantidade de associados, e porque seria facilmente controlado com um ano de antecedência no minimo.
O que leva este sistema é que os velhos do restelo vencem sempre... não significa que isso seja mau! Não há hipoteses é de mudanças, fica quase uma monarquia se assim se pretender.

unabomber

Quote from: PAF on 29 de March de 2011, 11:24
Se calhar tem mais lógica discutir a diferença de votos entre sócios com poucos e com muitos anos, mais que propriamente existir essa diferença.
Pode não ter lógica um sócio com 2anos de sócio ter tantos votos como um com 20, mas também não tem lógica mesmo nenhuma, num clube ter 20001mil sócios pagantes, e um candidato ter 1001 votantes, e outro ter 19000 e perder as eleições, isto pode ser tudo, menos democracia! Que legitimidade tem o que teve 5% dos votos para dizer que é presidente de todos os sócios? Para mim nenhuma, é um caso extremo, mas que pode acontecer (aconteceu em parte no Sporting).
A possibilidade de entrar sócios massivamente para adulterar as eleições num clube como o Braga é simplesmente impossivel, devido à quantidade de associados, e porque seria facilmente controlado com um ano de antecedência no minimo.
O que leva este sistema é que os velhos do restelo vencem sempre... não significa que isso seja mau! Não há hipoteses é de mudanças, fica quase uma monarquia se assim se pretender.

é pá. não resisti.

Eu sei que nem deves ter pensado muito bem nos números que apresentaste. Mas no caso do BRAGA o teu exemplo corre-te mal.

1001 votantes (mais velhos) dá um total de 10.001 votos. Mesmo assim inferior aos 19 mil votantes do "outro candidato".

P.S. Olha que não nada impossível controlar as eleições. Partes de um pressuposto muito errado. Tu acreditas piamente que TODOS os sócios iam votar? Até parece que costumam ir muitos às assembleias. Até vão alguns...o mais velhos... vá se lá saber porquê...

weasel

Quote from: PAF on 29 de March de 2011, 11:24
Se calhar tem mais lógica discutir a diferença de votos entre sócios com poucos e com muitos anos, mais que propriamente existir essa diferença.
Pode não ter lógica um sócio com 2anos de sócio ter tantos votos como um com 20, mas também não tem lógica mesmo nenhuma, num clube ter 20001mil sócios pagantes, e um candidato ter 1001 votantes, e outro ter 19000 e perder as eleições, isto pode ser tudo, menos democracia! Que legitimidade tem o que teve 5% dos votos para dizer que é presidente de todos os sócios? Para mim nenhuma, é um caso extremo, mas que pode acontecer (aconteceu em parte no Sporting).
A possibilidade de entrar sócios massivamente para adulterar as eleições num clube como o Braga é simplesmente impossivel, devido à quantidade de associados, e porque seria facilmente controlado com um ano de antecedência no minimo.
O que leva este sistema é que os velhos do restelo vencem sempre... não significa que isso seja mau! Não há hipoteses é de mudanças, fica quase uma monarquia se assim se pretender.

PAF, compreendo o que dizes e concordo em grande parte. Nomeadamente que uma das questões importantes a discutir é precisamente qual a diferença em termos de número de votos em questão de antiguidade.

Lembro só que a situação que tu retratas e colocas como exemplo é precisamente ilustrativa do que o maior número de votos por antiguidade pretende impedir. Numa associação qualquer, nunca haverá essa diferença esmagadora que referes, ou seja, apenas 5% de sócios mais antigos. O exemplo que dás só poderá acontecer com uma entrada massiva de sócios nos poucos anos que antecedem as eleições, para haver essa enorme disparidade de valores.
Em qualquer coletividade esses rácios não são assim tão acentuados.

E por outro lado, isso aconteceria puramente em teoria porque nem todos os sócios com votos por antiguidade votariam num sentido e todos os sócios só com um voto votariam noutro.
Compreendo naturalmente a questão de legitimidade que levantas. Lembro é que, em dadas eleições, os resultados poderão ser diferentes, dependendo do tipo de sistema que se utilize para traduzir os resultados da votação. Lembro, por exemplo, o caso das eleições presidenciais dos Estados Unidos, na eleição de Bush (filho) com o Al Gore, em 2000, onde Bush foi eleito presidente, apesar de ter tido menos votos que Al Gore no total (menos 543 895 votos).

Candidato      George W. Bush    Al Gore
Partido          Republicano        Democrático
Votos Eleitorais     271                   266
Voto Popular     50,456,002     50,999,897


PAF

Quote from: unabomber on 29 de March de 2011, 12:05
Quote from: PAF on 29 de March de 2011, 11:24
Se calhar tem mais lógica discutir a diferença de votos entre sócios com poucos e com muitos anos, mais que propriamente existir essa diferença.
Pode não ter lógica um sócio com 2anos de sócio ter tantos votos como um com 20, mas também não tem lógica mesmo nenhuma, num clube ter 20001mil sócios pagantes, e um candidato ter 1001 votantes, e outro ter 19000 e perder as eleições, isto pode ser tudo, menos democracia! Que legitimidade tem o que teve 5% dos votos para dizer que é presidente de todos os sócios? Para mim nenhuma, é um caso extremo, mas que pode acontecer (aconteceu em parte no Sporting).
A possibilidade de entrar sócios massivamente para adulterar as eleições num clube como o Braga é simplesmente impossivel, devido à quantidade de associados, e porque seria facilmente controlado com um ano de antecedência no minimo.
O que leva este sistema é que os velhos do restelo vencem sempre... não significa que isso seja mau! Não há hipoteses é de mudanças, fica quase uma monarquia se assim se pretender.

é pá. não resisti.

Eu sei que nem deves ter pensado muito bem nos números que apresentaste. Mas no caso do BRAGA o teu exemplo corre-te mal.

1001 votantes (mais velhos) dá um total de 10.001 votos. Mesmo assim inferior aos 19 mil votantes do "outro candidato".

P.S. Olha que não nada impossível controlar as eleições. Partes de um pressuposto muito errado. Tu acreditas piamente que TODOS os sócios iam votar? Até parece que costumam ir muitos às assembleias. Até vão alguns...o mais velhos... vá se lá saber porquê...
Acho que não me correu mal porque... em nenhum momento referi que o exemplo era o Braga! Não deves ter lido bem o que eu escrevi , até referi que era um exemplo extremo, e em que efectivamente 20mil iam votar, mas mais até agora ainda ninguém sequer ninguém conseguiu esclarecer quando votos temos no Braga e mais no Braga era impossível ter 20mil votos porque nem 10mil devemos ter...
O meu pressuposto estava correcto, não se deve aplicar é ao Braga.
Mas se quiseres de outra forma, se forem 10 votos no Braga, há 10001, votantes, 9000 votam num e 1001 no outro e no final o que teve 1001 votos, apesar de só ter 10% de votantes em si... é o presidente, mais uma vez é um exemplo extremo, mas que pode acontecer.
Quanto a controlar eleições, é possível, mas muito, muito improvável, quem dirige facilmente daria contra dessa entrada massiva de sócios, que teria de acontecer um ano antes ou 2 consoante os estatutos de cada clube, estatutos que até poderiam ser mudados nesse período sem que os novos sócios nada pudessem fazer, seria uma estratégia quase suicida!
Weasel no Braga não deve haver assim tanta disparidade, mas com menos de 5anos de sócio deve haver perto de 10mil sócios, são os novos sócios desde a renumeração, obvio que grande parte nem voto tem porque são menores, mas como disse antes o que referi é um exemplo extremo, para vincar a não lógica para mim de haver uma grande diferença de votos de cada sócio.
O caso do Sporting só foram 1500 ou por aí, mas em 14mil já é um número razoável de votantes a mais, e no caso o vencedor teve apenas 35% dos votos totais,  logo 65% não estão ao lado dele ou achavam que não era a melhor solução... assim vamos ver se o homem chega ao natal! Só os resultados o podem safar! Para mais com as claques contra.
Por acaso é o que pode acontecer nos EUA, aconteceu com o Al Gore que apesar de ter +500mil votos perdeu para o Bush, lá é mesmo escandaloso porque quem ganha num estado elege todos os deputados, e o outro não elege nenhum, mesmo que ganhe por um voto!  Por acaso acho que também pode acontecer em Portugal, o partido com mais votos, pode não ganhar, ou melhor pode não ser o que tem mais deputados eleitos... já vi as contas penso que no Correio do Minho há uns tempos, e por isso há quem defenda a mudança da lei eleitoral que distribui os lugares no parlamento.

pedroindy

Na minha opinião o sistema de votos instituído está muito bem assim. Pode ser um pouco injusto para muitos, mas protege-nos de males maiores.

De outra forma, os clubes mais ricos, sentindo a ameaça de clubes como o Braga, poderiam tentar colocar aqui alguém para nos destruir. Têm dinheiro para pagar cotas a muita gente durante uns anos e, infelizmente, não falta por aí gente com azia, mesmo em Braga, que não se importaria de ser sócio do Braga durante dois ou três anos, com as cotas pagas por alguém, para depois nos virem estragar a vida!

Ricardo

um debate muito bonito mas que infelizmente não se aplica ao Braga. A última eleição onde houve mais do que um candidato já vai há mais de 20 anos...
Em Braga, Com o Braga, Pelo Braga
www.mesadaciencia.blogspot.com

weasel

Quote from: PAF on 29 de March de 2011, 14:01
Weasel no Braga não deve haver assim tanta disparidade, mas com menos de 5anos de sócio deve haver perto de 10mil sócios, são os novos sócios desde a renumeração, obvio que grande parte nem voto tem porque são menores, mas como disse antes o que referi é um exemplo extremo, para vincar a não lógica para mim de haver uma grande diferença de votos de cada sócio.
O caso do Sporting só foram 1500 ou por aí, mas em 14mil já é um número razoável de votantes a mais, e no caso o vencedor teve apenas 35% dos votos totais,  logo 65% não estão ao lado dele ou achavam que não era a melhor solução... assim vamos ver se o homem chega ao natal! Só os resultados o podem safar! Para mais com as claques contra.
Por acaso é o que pode acontecer nos EUA, aconteceu com o Al Gore que apesar de ter +500mil votos perdeu para o Bush, lá é mesmo escandaloso porque quem ganha num estado elege todos os deputados, e o outro não elege nenhum, mesmo que ganhe por um voto!  Por acaso acho que também pode acontecer em Portugal, o partido com mais votos, pode não ganhar, ou melhor pode não ser o que tem mais deputados eleitos... já vi as contas penso que no Correio do Minho há uns tempos, e por isso há quem defenda a mudança da lei eleitoral que distribui os lugares no parlamento.

Está claro que no Sporting os problemas precipitaram-se por dois fatores: a diferenciação de votos, tornando possível que alguém com menos votantes fosse eleito, e o facto de se eleger um presidente por maioria qualificada (maior numero de votos) e não maioria absoluta. Isso é de facto algo menos compreensível. Se tivesse de ser disputada uma segunda volta entre os dois mais votados para existir maioria absoluta, talvez não houvesse tanta polémica...

Quanto ao sistema vigente em Portugal, as leis eleitorais da Assembleia da República, Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas, Autarquias Locais e Parlamento Europeu seguem o sistema de representação proporcional e utilizam o método de Hondt, que é um modelo matemático utilizado para converter votos em mandatos.

O método de Hondt, integra a categoria dos métodos de divisores - por contraposição à categoria dos métodos de maiores restos - pois a operação matemática consiste precisamente na divisão do número total de votos obtidos por cada candidatura por divisores previamente fixados, no caso 1, 2, 3, 4, 5, e assim sucessivamente.

Algumas das vantagens que são comummente apontadas ao método de Hondt são as seguintes: Assegura boa proporcionalidade (relação votos/mandatos); muito simples de aplicar em comparação com outros (com apenas uma operação atribui todos os mandatos); efeitos previsíveis e é o método mais utilizado no mundo (amplamente implementado em inúmeros países democráticos, tais como Holanda, Israel, Espanha, Argentina e Portugal).

Por outro lado, a principal desvantagem que lhe é atribuída pelos seus críticos é o facto de, tendencialmente, favorecer os partidos maiores.

O método aplica-se mediante a divisão sucessiva do número total de votos obtidos por cada candidatura pelos divisores (1, 2, 3, 4, 5 etc.) e pela atribuição dos mandatos em disputa por ordem decrescente aos quocientes mais altos que resultarem das divisões operadas. O processo de divisão prossegue até se esgotarem todos os mandatos e todas as possibilidades de aparecerem quocientes iguais aos quais ainda caiba um mandato.

Em Portugal encontra-se legalmente prevista uma correcção ao método Hondt puro, na medida em que, caso falte atribuir o último mandato e se verifique igualdade do quociente em duas listas diferentes, tal mandato será atribuído à lista que em termos de resultados totais tenha obtido menor número de votos.

Exemplo prático (conversão dos votos em mandatos):

O círculo eleitoral "X" tem direito a eleger 7 deputados e concorrem 4 partidos: A, B, C e D. Apurados os votos, a distribuição foi a seguinte: A - 12.000 votos; B - 7.500 votos; C - 4.500 votos; e D - 3.000 votos. Da aplicação do método de Hondt resulta a seguinte série de quocientes:

Divisor                           Partido
                A            B            C          D
1          12000    7500     4500     3000
2          6000      3750     2250     1500
3          4000     2500     1500      1000
4            3000     1875     1125     750

No exemplo constante da tabela, os quocientes correspondentes a mandatos levam à seguinte distribuição:

Partido A - 3 deputados, correspondentes aos quocientes 12000 (1.º eleito), 6000 (3.º eleito) e 4000 (5.º eleito). Note-se que apesar do quociente resultante da divisão por 4 ser 3000, igual aos votos obtidos pelo partido D, o mandato é atribuído ao menos votado, isto é ao Partido D, que assim elege o seu deputado.

Partido B - 2 deputados, correspondentes aos quocientes 7500 (2.º eleito) e 3750 (6.º eleito).

Partido C - 1 deputado, correspondente ao quociente 4500 (4.º eleito).

Partido D - 1 deputado, correspondente ao quociente 3000 (7.º e último eleito), beneficiando da regra que em igualdade atribui o lugar à lista menos votada, arrebatando o lugar ao partido A.

Por isso, não acontecerá em Portugal o mesmo que nos Estados Unidos, uma vez que temos um sistema proporcional, ou seja, a representatividade é sempre proporcional ao número de votos conseguidos.

PAF

É discussão off topic, mas em Portugal pode acontecer o mesmo que nos EUA, embora com muito menos probabilidade, porque há alguma proporcionalidade, isto porque as legislativas são proporcionais mas por distrito, e não totais gerais nacionais (o mesmo não acontece com o Presidente República ou Europeias), eu já li sobre isso.
Tem a ver com os votos "desperdiçados", ou seja em Braga o partido X pode ficar a 1voto de eleger mais um deputado, ou seja desperdiça 4/5mil votos, o mesmo sucede, no Porto e em Lisboa, Setubal, Coimbra, Aveiro, Vila Real, Faro, Leira, no final esse partido desperdiça 30 ou 40mil votos, que sendo votos no partido, não elegeram ninguém. No final em todos esses distritos elege só mais um deputado que o partido Y, ou seja nestes todos o partido X fica com mais 7deputados que o Y, nos outros distritos (penso são 18), o partido Y ganha em todos por um voto (ou por mil, desde que a soma seja menor que a quantidade de votos desperdiçados) e logo elege mais 11 deputados e elege o 1ºministro... com menos votos que o partido X.

weasel

Desculpando-me, desde já, por prolongar um pouco o offtopic, e sem querer por em causa o que o PAF leu e o trabalho jornalístico de onde ele viu a informação, parece-me difícil acreditar que no nosso sistema possa acontecer um partido ter menos votos no total do país e ter mais deputados eleitos.

De facto, os deputados são eleitos por círculos eleitorais (situação parecida com as eleições presidenciais norte-americanas, que elegem uns representantes por estado que depois dão o seu voto a um dos candidatos presidenciais), mas ao contrário do que sucede no sistema eleitoral dos EUA, onde por cada estado, quem obtiver a maioria simples elege todos os representantes, em Portugal, são eleitos os deputados por círculo proporcionalmente ao número de votos obtidos. Ora o número de deputados a eleger por cada círculo eleitoral (que correspondem aos distritos territoriais mais Madeira e Açores) é também calculado proporcionado em função da população que habita nesses círculos. Nesse sentido, sendo tudo considerado por proporções - deputados a eleger em cada círculo e deputados eleitos de cada partido - parece-me estranho que algum partido possa ter menos votos no total nacional e menos deputados eleitos, porque a proporção garante precisamente isso, o que se verifica numa dada unidade (número de votos) verifica-se em igual proporção em outra unidade (número de deputados).

Mas eu compreendo o que disseste PAF. E não recuso completamente o que dizes. Parece-me difícil isso acontecer face ao sistema de proporção utilizado cá, mas não garanto. Apenas me parece, tendo em conta apenas o modelo matemático em que assenta o método de Hondt que isso não seja possível de acontecer... A única fuga possível ao modelo matemático seria nas condicionantes extra modelo, ou seja, na forma de atribuição dos deputados por círculo, por exemplo.

PAF

Continuando OFF topic porque acho este tema interessante e é um pouco de cultura geral...
Weasel tal como te disse em Portugal é possivel um partido com menos votos ganhar as eleições, tenho agora 100%certeza, e se leres o exemplo que escrevi em cima vês que isso é mesmo possivel, bastava acontecer o que eu escrevi. Não tem a ver como método de hont mas sim por ser uma distribuição por distritos. Um exemplo prático com número de votos e tudo em pequena dimensão... com 21deputados a ser eleitos sendo 7 em cada distrito.
partido X 4deputados
10000 votos/1=10000
10000/2=5000
10000/3=3333
10000/4=2500
partido Y 3 deputados
7600votos/1=7600
7600/2=3800
7600/3=2533
7600/4=1900

Outro distrito
partido X 3deputados
8000votos/1=8000
8000/2=4000
8000/3=2633
8000/4=2000
Partido Y  4 deputados
8050votos/1=8050
8050/2=4025
8050/3=2683
8050/4=2012

Outro distrito

Partido X 3 deputados
15000votos/1=15000
15000/2=7500
15000/3=5000
15000/4=3750

Partido Y 4deputados
16000votos/1=16000
16000/2=8000
16000/3=5333
16000/4=4000

Contas finais
Partido X 10deputados
Partido Y 11 deputados

Votos partido X 33000votos
         Partido Y 31650votos

Com menos votos Y ganha as eleições... em Portugal isto só nunca aconteceu porque as votações não têm sido muito equilibradas, mas corremos risco de acontecer.

4338

Quote from: Carvalhinha on 28 de March de 2011, 08:20
Eu concordo com o ponto de vista do jacm. Isto de um sócio mais antigo ter direito a muitos votos é uma coisa estúpida. Cada pessoa deveria ter dierito a um voto, e mais nada. Nas eleições Presidencias é a mesma coisa. Em relação aos mais novatos, só a partir de um X de anos de sócio é que eu os deixaria votar.

Por mim qualquer sócio para poder votar deveria:

a) Ter as quotas em dia;
b) Ter mais de 3 (por exemplo) anos de filiação com o clube;
c) Ter direito a apenas 1 voto

No caso de nenhum candidato conseguir obter mais de 50% dos votos seria realizada uma segunda volta entre os 2 mais votados, logicamente, o que eu me ri quando vi na capa do jornal que o Godinho ganhou com uma diferença de 0,5 ou 0,6 pontos percentuais, 300 votos segundo as notícias, e depois o Alberto João é que é ditador ;)

Força SCB, rumo ao 3º!

weasel

Quote from: PAF on 30 de March de 2011, 23:38
Continuando OFF topic porque acho este tema interessante e é um pouco de cultura geral...
Weasel tal como te disse em Portugal é possivel um partido com menos votos ganhar as eleições, tenho agora 100%certeza, e se leres o exemplo que escrevi em cima vês que isso é mesmo possivel, bastava acontecer o que eu escrevi. Não tem a ver como método de hont mas sim por ser uma distribuição por distritos. Um exemplo prático com número de votos e tudo em pequena dimensão... com 21deputados a ser eleitos sendo 7 em cada distrito.
partido X 4deputados
10000 votos/1=10000
10000/2=5000
10000/3=3333
10000/4=2500
partido Y 3 deputados
7600votos/1=7600
7600/2=3800
7600/3=2533
7600/4=1900

Outro distrito
partido X 3deputados
8000votos/1=8000
8000/2=4000
8000/3=2633
8000/4=2000
Partido Y  4 deputados
8050votos/1=8050
8050/2=4025
8050/3=2683
8050/4=2012

Outro distrito

Partido X 3 deputados
15000votos/1=15000
15000/2=7500
15000/3=5000
15000/4=3750

Partido Y 4deputados
16000votos/1=16000
16000/2=8000
16000/3=5333
16000/4=4000

Contas finais
Partido X 10deputados
Partido Y 11 deputados

Votos partido X 33000votos
         Partido Y 31650votos

Com menos votos Y ganha as eleições... em Portugal isto só nunca aconteceu porque as votações não têm sido muito equilibradas, mas corremos risco de acontecer.

;D ;D
Bem, voltando ao assunto, o exemplo que dás enquadra perfeitamente aquilo que disseste e mostra como, de facto, é possível haver uma eleição onde sejam eleitos mais deputados com menos número de votos.
Há, realmente, essa possibilidade - I'll give you that...  ;)

O problema está mesmo na distribuição de deputados por círculo eleitoral e no facto de os resultados serem muito idênticos nos distritos à exceção de um onde a diferença de votos é maior.
Agora a probabilidade de algo deste género acontecer, de facto, muito reduzida. O exemplo que dás é um episódio muito controlado. Conforme se forem aumentando as condições - número de deputados, número de círculos eleitorais, número de partidos concorrentes e por exemplo uma distribuição proporcional de deputados a eleger por círculo relativamente aos eleitores de cada círculo - torna-se mais complicado de isso acontecer. Mas pode acontecer, é verdade.


E regressando à discussão do tópico propriamente dita, o que se viu no Sporting, uma lista ganhar com menos eleitores votantes, pode acontecer também, no Sistema Eleitoral Português, e portanto o argumento de o voto por antiguidade não ser tão democrático assim, perde alguma força... Também nas democracias governamentais casos assim podem acontecer! O que não deixa de ser uma eleição democrática à mesma!