NOTICIAS DO ENORME DO DIA 01/01

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Fama de "encrenqueiro" continua a seguir Felipe

A fama, todos a querem, mas nem sempre será fácil conviver com todo o tipo. Felipe está de regresso ao Brasil depois de meio ano ao serviço do Braga, tempo insuficiente para esquecerem, do outro lado do Atlântico, que o guarda-redes costuma significar também "encrenca". A reportagem e entrevista à publicação "Marca.br" está repleta de alusões ao passado conturbado de Felipe no Corinthians, mas também no clube minhoto, com o jogador a ter a necessidade, em diversos momentos, de dar a cara por um novo Felipe, tão novo que passou a ser tão adepto do Flamengo, o seu novo clube, como do Timão. "Felipe é mais um que chega ao Flamengo com fama de encrenqueiro. A torcida, porém, não tem mais paciência para isso", lê-se numa das páginas.

Ora, a publicação recorda a notícia de O JOGO da alegada agressão do jogador à companheira, quando ainda estava ao serviço do Braga, partindo então para o paralelo - porventura exagerado - com Bruno, o antigo guarda-redes do Flamengo, substituído agora por Felipe, que está detido numa prisão, acusado de homicídio. A vida não promete ser fácil para Felipe no Fla, isso parece óbvio, faltando ainda saber qual o desempenho do guarda-redes dentro das quatro linhas.

Garantindo que pretende usar o número 1 que foi também do já citado Bruno e que só não usou no Braga porque já havia quem o tivesse - Artur Moraes, no caso -, o guarda-redes só se refere à experiência portuguesa para se queixar dos... cabeleireiros portugueses. "Uso o cabelo assim [estilo moicano] desde 2008. Mas em Portugal não sabem fazer direito. Vou cortar de novo aqui ou em São Paulo", brincou o reforço do Flamengo.



Centenário será em 2014

Noventa e seis anos depois, 25 linhas amarelecidas numa coluna de jornal podem fazer toda a diferença na história do Braga, que até agora se contava a partir de 1921, mas que remonta afinal a 1914. A primeira data é, de resto, um marco a abandonar: na biblioteca local estão guardados dois exemplares de revistas comemorativas do aniversário, tendo 1919 como ponto de partida. Quem descobriu o testemunho que poderá antecipar já para 2014 o estatuto de centenário do clube foi Evandro Lopes, 56 anos nascidos "no meio livresco", filho de um alfarrabista que tinha banca junto do Café Viana, marco histórico da cidade, onde se julgava ter sido fundado o Sporting Clube de Braga. Quando o desemprego lhe deixou mais tempo do que desejaria para se dedicar à investigação, este bracarense, em parceria com um jovem estudante, João Nogueira Dias, quis contar "A História da Bola em Braga" - o livro foi lançado em Novembro e fez história, literalmente. "A bola" não é apenas futebol, era a expressão que o pai usava para "tudo o que fosse desporto"; ciclismo e automobilismo também mexiam com o entusiasmo minhoto no início do século passado, quando as emoções da I República e o saudosismo monárquico faziam multiplicar os jornais. A "certidão de nascimento" do Sporting Clube de Braga, como lhe chama Evandro Lopes, está na segunda de quatro páginas do diário da manhã "Echos do Minho" de 16 de Setembro de 1914. Nessa terça-feira, no espaço destinado às notícias locais (como a "desordem" nocturna "numa casa de má nota" da Rua dos Biscainhos), surge, sob o título "Sporting Club de Braga", a nomeação "para este novo clube" dos "corpos gerentes". Estes voltam a ser notícia, descobriu Evandro Lopes, a 8 de Outubro. Entre o anúncio do calista que, a troco de 120 réis, promete o céu dos pés e a "Carteira" (onde se noticiavam nascimentos, aniversários ou viagens dos famosos da terra), dá-se conta de uma alteração nos corpos sociais do Braga, que depois disso desaparece dos jornais. O fenómeno é extensivo "ao desporto", que se eclipsou com "a I Guerra Mundial" (1914-1918), desencadeada precisamente em meados desse ano. Por essa altura, o "Echos do Minho" ainda lhe chama "A Guerra Europeia"; nesse 8 de Outubro, até noticia "A França não precisa de mais homens", convicção que o tempo haveria de desmentir. Portugal entrou no conflito em 1916, ao lado da Inglaterra, mobilizando 30 mil cidadãos. Só depois da guerra é que o desporto voltou a ser notícia, no caso do Braga em 1921, no "Diário do Minho"; o "Echos" extinguira-se com o delírio monárquico que em 1919, durante uns meses, instituiu a Monarquia do Norte.



"Rally" com nove viaturas partiu de Braga em 1912

Uma das notícias de iniciativas interessantes guardadas nos jornais minhotos que Evandro Lopes vasculhou, e com a qual deparou já depois de esgotado o prazo para a entrega do material para o livro, é a da realização de um rali, "talvez o primeiro em Portugal", entre Braga e a serra da Estrela. "Vieram carros de Lisboa e Porto. Eram nove, no total; três chegaram à meta", conta. Esta experiência deixou-o com uma enorme vontade de dar corpo a uma nova publicação. Até lá vai partilhando as histórias que encontra, e as que lhe chegam às mãos, num blogue (www.alfarrabiosdebraga.blogspot.com).



Uma descoberta acidental

Evandro Lopes encarna, no melhor sentido, a tradição minhota das tertúlias: conversador, aprecia a discussão e confessa-se viciado na Biblioteca Municipal de Braga, onde, dizem os funcionários, "já faz parte da mobília". Foi graças a essa inesgotável sede de história local que por acaso deu de caras com a notícia que muda a vida do Sporting de Braga. "Como as datas que se conheciam eram de 1919 e de 1921, nem procurei para trás", admite. Foram outras pesquisas, posteriores às que deram corpo ao livro, que o conduziram ao momento mais emocionante desta aventura no passado do desporto bracarense. Recorda "o salto" que deu ao encontrar o "Echos do Minho" de 16 de Setembro de 1914, já o material fora entregue. Como não parou de ler, matéria fascinante continuou a surgir. Em vão, tentava convencer o co-autor e o responsável gráfico a aceitarem mais dados. Tanto insistiu que "já nem atendiam o telefone". As notícias que mudaram o livro foram enviadas por mail, com um comentário: "Tirem as vossas ilações." Desde a publicação do livro, que tem sido divulgado à boa maneira bracarense, em tertúlias, não pára de surgir material que torna mais sólida a história do Braga. O presidente António Salvador ainda não se pronunciou sobre o tema, que, no entender de Evandro Lopes, merecia a atenção do Conselho Geral do quase centenário clube.



A fotografia a cores na barbearia da cidade

Na capa do livro "A História da Bola em Braga" surge a equipa campeã da II Divisão em 1946/47. A foto, a cores, está numa barbearia da cidade. Foi "pintada" por mãos especialistas. As camisolas não exibem emblema, porque era igual ao da cidade e a reprodução seria proibida.



O tempo em que havia Braga para todos os gostos

No início do século XX, quando se multiplicaram os clubes da bola, havia designações para todos os gostos: Sporting Clube de Braga, FC Braga, Sport Lisboa e Braga, Minho Sport Club - os três últimos chegaram a juntar-se para adquirir um terreno para um campo de futebol.


Vandinho, Lima e Moisés a postos para 2011

Terminar o ano a trabalhar pode não parecer o cenário ideal, mas, depois de quase um mês de paragem imposta por lesão, é mesmo muito bom, e foi essa a sensação que, ontem de manhã, longe dos olhares dos adeptos, acompanhou o central Moisés, o trinco Vandinho e o avançado Lima, que, na derradeira sessão de treino, exorcizaram, em definitivo, os fantasmas de um mês de Dezembro para esquecer, passado sob os cuidados do departamento médico. O central Moisés fez um traumatismo numa anca, no jogo com o Leiria (4 de Dezembro) e, cinco dias depois, viu os companheiros juntaram-se-lhe no trabalho de recuperação. Lima parou devido a lesão ligamentar no joelho esquerdo e Vandinho em consequência de um problema muscular. No caso deste último, o regresso não poderia surgir em melhor altura, pois, com Custódio castigado, Hugo Viana é o único médio disponível para o lugar de trinco, no jogo com o Guimarães. Ainda a percorrer o caminho para o restabelecimento total permanecem o guarda-redes Quim e o lateral-esquerdo Elderson. Em contagem decrescente para o reencontro com os rivais de Guimarães, os bracarenses regressam ao relvado do AXA esta manhã, em sessão à porta fechada.


O JOGO

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Plantel já está a treinar

O plantel do Braga está neste momento a treinar-se no Estádio AXA, à porta fechada, continuando a preparação para o encontro com o V. Guimarães, marcado para segunda-feira, a contar para a Taça da Liga.

Ao contrário do que fizeram muitos treinadores, Domingos Paciência não deu a manhã aos jogadores para recuperarem dos festejos da passagem de ano. Por isso mesmo o plantel juntou-se bem cedo, dando seguimento ao trabalho normal, até porque este ano não há mais tempo para pausas e a competição oficial, neste caso a Taça da Liga, volta já este fim-de-semana.

A BOLA