NOTICIAS DO ENORME DO DIA 26/09

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SCB: Pequeno génio reapareceu

O pequeno génio reapareceu. E da melhor maneira possível. Mossoró trouxe uma espécie de 'lufada de ar fresco' ao meio-campo do Sp. Braga no jogo com a Naval 1.º de Maio, voltou à titularidade depois de seis meses de calvário devido a uma fractura do perónio e estreou-se com o golo que abriu caminho ao triunfo. Moralizador para a equipa arsenalista e com sabor a dose extra de confiança para o médio brasileiro.
O duelo que abriu a sexta jornada da Liga tinha esse papel de sarar as feridas dos últimos resultados e Domingos Paciência mexeu na equipa à procura de maior frescura física e já a pensar no desafio da 'Champions', na terça-feira. Não só conseguiu regressar às vitórias, como ganhou mais um 'guerreiro'.
Principal referência criativa da equipa na temporada passada, Mossoró voltou a mostrar em campo que pode fazer a diferença, com toques de criatividade de um médio de palmo e meio que assumiu o papel de maestro na recuperação da equipa para os dois jogos de dificuldade elevada que se avizinham (Shakthar Donetsk e Benfica).
Conside rado o destaque do jogo pelo 'Correio do Minho' - numa noite mágica que ditou oito pontos ao brasileiro (ver quadro) - Mossoró foi um dos motores da equipa durante a primeira parte . Jogou 62 minutos, suficientes para elevar a moral e revelar a Domingos e aos adeptos que está disposto a marcar a diferença e a voltar a brilhar como aconteceu há um ano.


Moisés: Foi importante voltar às vitórias. O pensamento é esse, vencer e, se possível, com uma boa exibição. As coisas não estavam a correr bem, mas isso acontece a todas as grandes equipas. Agora, estamos focados no jogo com o Shakhtar, para a Liga dos Campeões, que acreditamos que temos condições para vencer. O Shakhtar venceu na primeira jornada da 'Champions' e, por isso, a luta, por agora, é entre nós e eles. O nosso desejo é passar à próxima fase e, por isso, nada melhor que vencer o jogo de terça-feira. O Benfica? Primeiro, temos de vencer o Shakhtar. Para já não pensamos nisso. Vamos defrontar dois grandes adversários e estamos preparados. Em Braga e na Luz queremos somar os três pontos"


CORREIO DO MINHO

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Rodriguez poderá jogar

El Mudo Rodriguez estará apto para ajudar a calar o Shakthar Donetsk. O peruano apresentou ontem sinais claríssimos de melhoras a propósito da lesão na coxa esquerda sofrida em Paços de Ferreira e até pode ser já hoje reintegrado. Se não for será apenas por precaução, até porque a importância do jogador na defesa não aconselha ao risco. Mas terça-feira, o defesa mais antigo do clube estará a 100 por cento na equipa titular, ao lado de Moisés, com quem forma uma das melhores duplas do campeonato. Isto se nada de anormal voltar a acontecer.

A lesão de Rodriguez foi tratada com pinças desde o começo. O defesa já teve várias lesões musculares noutras épocas e, apesar de ter começado muito bem a actual, o departamento médico do clube quer minimizar ao máximo o risco de reincidência. Por isso, a ausência do jogo de sexta-feira foi decidida logo depois da infelicidade em Paços de Ferreira. Importante mesmo é ter o jogador disponível para o futuro próximo. É que nem só o Shakhtar é importante. Depois de jogadas as ambições minhotas na Liga dos Campeões, segue-se o Benfica para a Liga Zon Sagres e também nessa data a operacionalidade do jogador é obrigatória. A paragem para compromissos de selecções ajudará então ao repouso.

Há cerca de um mês, antes de visitar Sevilha, Rodriguez já havia sido poupado do jogo com o Setúbal. E no futuro esta situação repetir-se-á, a bem da equipa e do próprio atleta.

Neste momento, a recuperação do valioso central é um tónico importante para Domingos Paciência, que no final do último jogo se mostrou apreensivo por causa de Paulão, que teve de ser substituído por Léo Fortunato aos 83 minutos. Ontem ficou mais descansado, uma vez que Paulão se apresentou bem e não sofre de qualquer mazela.


Renovação emperrada à espera de nova conversa

A importância de Rodriguez no plantel motivou já António Salvador a abordá-lo no sentido de lhe renovar o contrato que termina em 2011, impedindo assim que o peruano assine já em Janeiro por outro clube. O acordo carece, porém, de nova conversa, desta feita mais a sério e com outros números que ajudem a convencer o jogador. El Mudo é um dos três jogadores que já falaram com a SAD a propósito da renovação de contrato: os outros são Moisés e Matheus.



"Como se fosse final"

Com a confiança em alta após o golo marcado à Naval, Mossoró aponta já baterias ao Shakhtar Donetsk. A equipa foi goleada em casa do Arsenal, mas este jogo é bem mais importante. "Fala-se muito do Arsenal porque perdemos 6-0, mas não é fácil defrontar uma equipa que vai lutar pelo título. O que mais nos preocupou foram os golos sofridos, porque sabemos que podemos fazer mais. Terça-feira temos a chance de nos redimir. Ganhar em casa é fundamental se quisermos avançar para a fase seguinte", considerou, garantindo que o grupo está "determinado a enfrentar todos os jogos como se fossem finais. Com o Shakthar, não será diferente.

O mágico promete "o melhor" e, apesar de tão longa paragem, sente-se bem para repetir a titularidade. "O mister é que sabe. Estou à disposição", limitou-se a responder, agora que finalmente está recuperado. "Quero agradecer a Deus, à minha família, amigos e, claro, equipa médica", encerou.



Objectivo: mais de 16 300

É provável que o jogo contra o Shakthar seja a melhor casa arsenalista desde que a época começou. De qualquer forma, nesta fase a venda ainda decorre a um ritmo normal e não é possível quantificar a procura. A SAD espera, no entanto, bater o recorde actual de 2010/11, cifrado em 16 300 espectadores, contra o Sevilha, no play-off da Champions.


Leandro salino volta à titularidade

Poupado para manter os níveis físicos elevadíssimos com que tem pautado toda a sua acção nos nove jogos que já disputou, Leandro Salino voltará à titularidade no jogo da Liga dos Campeões. Falta saber quem sai da equipa para este regresso certo. Mossoró é o maior candidato, mas foi ele que abriu caminho à vitória com a Naval. Aguiar ou Lima também são possibilidades a ter em conta, mas para esquemas tácticos ligeiramente diferentes do habitual.


Miguel Cardoso vê reviravolta do shakhtar

O número 2 da equipa técnica de Domingos Paciência esteve ontem na Ucrânia para recolher impressões sobre o Shakhtar Donetsk. Miguel Cardoso deve ter ficado impressionado com a crença desta equipa que esteve numa situação desfavorável durante bastante tempo, mas acabou por dar a volta e vencer por 2-1 o Metalist.

O golo do empate da equipa de Mircea Lucescu foi apontado pelo croato-brasileiro Eduardo Silva, aos 72'. O triunfo foi já obtido em período de compensações pelo médio da Arménia, Mkhitaryan. O Shakhtar segurou assim a liderança do campeonato.


O JOGO

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Rodríguez é dúvida até à decisão final
PAULÃO DEU SEGURANÇA MAS PERUANO PODE VOLTAR

Depois do regresso a casa para voltar a saborear o doce sabor da vitória, o plantel do Sp. Braga já só tem olhos para a Champions e trabalha com o foco na receção ao Shakhtar.

Domingos Paciência continua a dar prioridade à tranquilidade e fechou as portas dos treinos de ontem e de hoje, pelo que as dúvidas que ainda pairam no ar só poderão ser dissipadas mesmo amanhã, véspera do jogo.

A começar pela questão do peruano Rodríguez, que saiu de Paços de Ferreira com uma lesão muscular impeditiva para o confronto com a Naval, mas ainda tem hipóteses de recuperar a tempo de voltar ao seu posto no eixo da defensiva. A verdade é que esta não é uma dúvida que provoque sobressaltos na equipa técnica, pois Paulão rendeu Rodríguez no jogo de anteontem e deu provas de segurança. O internacional peruano vai realizar um derradeiro teste precisamente amanhã de manhã, pelo que a convocatória de Domingos já vai "dizer" tudo o que falta saber...

Dois regressos

Entretanto, o treinador fez a gestão que se previa no jogo com a Naval, possibilitando algum descanso a Paulo César e a Leandro Salino. Os dois brasileiros voltam a deter o estatuto de titulares no jogo de 3.ª feira e neste momento só falta saber quem vai saltar do onze. Não é uma questão fácil de resolver, mas entre Matheus e Lima, um deles vai sair, para dar lugar a Paulo César, sendo que no trio do meio-campo há também duas hipóteses. Ou sai Luís Aguiar na troca direta com Salino, ou Mossoró volta ao banco de suplentes, depois de um feliz regresso à titularidade, com a abertura do marcador na vitória sobre a Naval.


Shakhtar vence antes da visita ao Estádio Axa
triunfo por 2-1 no clássico com o Metalist Kharkiv

O Shakhtar Donetsk, adversário dos bracarenses na Champions, venceu o clássico frente ao Metalist Kharkiv por 2-1 com o golo da vitória a ser apontado ao cair do pano.

No encontro disputado no terreno do Metalist, foi a equipa da casa que abriu o marcador quando o relógio da partida marcava o minuto 56 por Taison.


RECORD

A reação do campeão ucrâniano só surgiu nos últimos 20 minutos. Primeiro foi Eduardo a apontar o golo da igualdade aos 72' e ao minuto 90 foi Mkhitaryan quem carimbou a vitória do Shakhtar.

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Braga
A Liga dos Campeões é uma via verde para alguns negócios na região

Vitória, empate ou derrota? A resposta não é instantânea. Mas os bracarenses acreditam que o sucesso de uma equipa "exerce efeitos positivos no crescimento da economia regional".


Orlando Rocha está sentado no café, que fica entalado entre o Bairro da Senhora do Monte, o Estádio Municipal de Braga e uma montanha de silvas que ameaça engolir o estabelecimento. Durante o Euro 20004, fez uma sardinhada na varanda e convidou "os holandeses". Desta vez, olha para a Liga dos Campeões como quem olha para um forasteiro que ameaça chegar à cidade. "Não vai fazer milagres na cidade, mas vai acordar algumas pessoas e ressuscitar outras".

Para a cidade de Braga, a Liga dos Campeões ainda é um mistério. As pessoas lembram-se da explosão em Sevilha (3-4) e não se esquecem da lição de humildade de Londres (6-0 com o Arsenal), mas a chegada da "Champions" à cidade é outra história, é um jogo dentro do jogo. Existem alguns sinais, mas ao certo ninguém sabe quem vem, quando vem, quanto tempo fica e o que é que deixará para trás.

Sócia há quase 30 anos, Eduarda Araújo resumiria assim o impacto que a prova milionária - que em Portugal ainda só deixou marcas no Porto e em Lisboa - poderá vir a ter em Braga. "São jogos com uma casa boa. Que fossem todos assim. São muito boas notícias como adepta e como comerciante. Traz alegria e dinheiro".

Até aqui, e segundo Paulo dos Reis Mourão, investigador do departamento de Economia da Universidade do Minho, tudo não passou de uma "aventura agradável", proporcionada não só pela competência desportiva do clube, mas suportada por um "espaço urbano, rico e com infra-estruturas adequadas". O sucesso de uma equipa "exerce efeitos positivos no crescimento da economia regional" e oferece "benefícios invisíveis às economias locais como a lealdade e o prestígio", pode ler-se no artigo "Regional determinants of competitiveness - the case of European Soccer teams" que o próprio publicou em Agosto passado na edição do jornal científico "International Journal of Sports Finance" e que sugere que "as equipas de futebol europeias ganham competitividade numa região mais abastada".

"A geografia interessa", conclui o estudo. "Existe uma relação significativa entre o desenvolvimento da economia regional e a performance das equipas de futebol nas competições europeias", comentou ao PÚBLICO Paulo dos Reis Mourão, que vê o clube e a cidade como uma só equipa. "Nesta fase do campeonato, o peso da economia faz-se sentir. Pode haver um campeão de xadrez no Turquemenistão, mas em termos de despesa per capita o futebol é uma modalidade mais cara. E requer uma estrutura muito mais sustentada. Em Braga, para deixar de ser apenas uma aventura agradável tem que haver apoios e sustentação económica", sugere o investigador.

"Ninguém nos visitava"

O efeito de também a cidade disputar a Liga dos Campeões "é pouco palpável", como sublinha Miguel Pedro, director municipal e presidente da Assembleia Geral do clube. "Para já nota-se mais o efeito bairrista e um aumento da auto-estima porque as pessoas sabem que nem todos chegam lá".

Nos últimos dias, Braga preparou-se em silêncio para um fenómeno que dificilmente chegará aos calcanhares do Euro 2004, competição que levou à cidade um Bulgária-Dinamarca e um Holanda-Letónia. A sapataria Arcádia ainda hoje conserva na sua montra uma fotografia da multidão no Campo da Vinha. "Mais do que o S. João, muito mais", recorda um funcionário. "Estamos a receber dividendos desse momento", aponta. "Há muitos mais estrangeiros. Ninguém nos visitava. Agora, a cada passo há pessoas na rua a falar estrangeiro e cicerones a explicar a cidade. Antes do Euro muitos não sabiam sequer que a cidade existia".

Nas próximas semanas, Braga espera receber visitantes ucranianos (Shakhtar, na terça-feira), sérvios (Partizan, dia 19 de Outubro) e sobretudo ingleses (Arsenal, a 23 de Novembro) naquela que será a penúltima jornada do Grupo H. "Traz movimento, traz negócio. Quando vier o Arsenal deve ser aqui um Mundo. Os ingleses gostam muito de borga. Admiro os ingleses porque fazem a festa antes dos jogos. Se perderem, a festa já está feita. Mas tudo depende de como estiver a tabela classificativa".

De Janeiro a Agosto, a cidade contou 62.554 visitantes, registando-se um acréscimo de seis por cento no número de turistas espanhóis, que representam a maior fatia de turistas em Braga (34 por cento). O retrato robot do visitante, que em média permanece dois dias, sugere ainda um aumento na ordem dos 60 por cento no número de visitantes russos (560 contra os 215 em igual período do ano passado) e uma tendência objectiva para o turismo religioso (sendo a Semana Santa a maior referência). Para além da existência do mapa da cidade em russo e do roteiro barroco em neerlandês, os comerciantes da cidade receberam há dias um prospecto com quatro frases em sérvio, ucraniano e inglês ("bom dia", "boa tarde", "boa noite" e "obrigado"). "Braga e o Braga voltaram a estar na moda. A Liga dos Campeões é ouro sobre azul", sublinha o presidente da Associação Comercial de Braga, justificando a distribuição de quatro mil bandeiras dos países em questão pelos lojistas. "Está em causa a notoriedade na cidade", explicou ao PÚBLICO Domingos Macedo Barbosa, que por estes dias se refere ao clube como "maior embaixador da cidade". "Por causa do futebol", sublinha, "todo o comércio vai beneficiar". "É preciso aproveitar, porque as oportunidades não são muitas. Hoje é difícil cativar visitantes. As campanhas dos outros países são muito agressivas e a concorrência é muita". Por um lado, a cidade não inova, oferece o costume: "Património, gastronomia, as tradições, a hospitalidade e um outro produto local, um sorriso largo". A ementa foi elaborada por Domingos Macedo Barbosa, que, como qualquer bracarense que se preze, continua a falar do Euro 2004 como "um fenómeno" de bilheteiras. "Catapultou a cidade, criou uma onda positiva, atraiu novos consumidores. Devia haver o Euro 2005 e o Euro 2006..."

"A prova atrai elites"

Antes de fazer as contas ao deve e haver, a cidade preocupa-se com o marketing territorial. "Tem a ver com o respeito que os nossos compradores passam a ter por nós", completa António Marques, presidente da Associação Industrial do Minho (AIMinho). "Há um ganho de notoriedade cujo impacto não tem uma forma de ser medido. Mas esse não é um aspecto menor. No Campeonato Europeu as pessoas vieram, ficaram e voltaram. Quando vamos a algum lado e gostamos, voltamos. Vamos ver como é que os agentes trabalham o assunto", sublinha, dividindo por etapas o provável impacto da Liga dos Campeões no comportamento e desenvolvimento da cidade. Há o impacto a curto prazo e que se traduz em vendas no comércio local, no número de refeições servidas e até no acréscimo de actividade nas empresas do sector dos transportes. E há o resto, "possíveis negócios". "É importante pensar que a prova atrai elites e líderes de grupos económicos. A "Champions" é uma espécie de via verde para alguns negócios que não se esgotam na parte industrial. É no dia do jogo? Não é. Tudo poderá não passar de contactos tímidos. Mas o certo é que atrás dos clubes há elites que têm negócios", sugere António Marques. "A participação na Liga dos Campeões serve para dar um alento, mas o importante é o futuro, o essencial é o registo a médio-longo prazo", concluiu, lembrando que "estes três jogos não vão resolver os problemas da região".

O mais provável é que Braga, a cidade, não repita a "sorte grande" - expressão que José Cadima Ribeiro, investigador da Universidade do Minho, utiliza para se referir ao Euro 2004. Há seis anos, e segundo um estudo por si publicado, os visitantes ficaram em média entre seis e oito noites na cidade (para 69 por cento dos adeptos foi a primeira visita a Portugal; para 16 por cento foi a segunda). "O grande impacto resultou da divulgação do nome da cidade", conclui José Cadima Ribeiro. "É relevante e explica o facto de recentemente os dirigentes do Sporting de Braga dizerem que preferiam receber na sua casa um Real Madrid ou um Manchester United".

De Belgrado e de Donetsk, Braga não esperará multidões em estação Outono/Inverno. E o sucesso da deslocação do Arsenal estará sempre dependente dos contornos da tabela classificativa. A cidade, que já tinha ementas bilingues, jornais ucranianos e mapas em russo, tem bandeiras nas montras e muito boa vontade. Para o que der e vier.


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