Artigo DM: Uma crónica mais ou menos importante

[cardoso]

No próximo fim de semana o S. C. de Braga tem um jogo aparentemente fácil frente ao Rio Ave. No entanto, a sensação de relativa facilidade e o facto de termos dois jogos seguidos em casa podem esconder a verdadeira importância deste jogo. Na verdade, penso que a época se encontra numa fase decisiva. O nosso clube tem agora oportunidade de fazer a viragem para um grande campeonato e arrancar para a classificação que tanto desejamos: dentro dos quatro primeiros. Apetece dizer, é agora ou nunca!
Depois, mais uma vez, a Liga Sagres vai parar. Nós, os portugueses somos bons nisto: temos uma habilidade muito especial para encontrar ocasiões e justificativos para descansar. Agora é por causa do Natal. Depois, curiosamente, toda a gente critica. Isto é interessante precisamente porque não só temos um espírito crítico muito apurado, como somos nós próprios que fabricamos os motivos da crítica.
Um exemplo: há pouco tempo, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, disse que 2008 foi um "ano horrível" para o futebol português. Não sei bem quais os aspectos que ele tinha em mente. Mas talvez se referisse às exibições da selecção, como por exemplo naquela humilhação frente ao Brasil ou em Braga, no empate frente à magnífica selecção albanesa. Até entendo a opinião dele, embora não concorde. Mas Gilberto Madaíl não estará a esquecer que é ele um dos maiores responsáveis pelo próprio futebol português? Quer dizer, se ele tem responsabilidades no insucesso, é a ele próprio que deve dirigir as críticas!
Nós gostamos tanto de maldizer que até dizemos mal dos nossos próprios actos. No entanto, este espírito crítico parece servir mais para divertir do que para melhorar seja o que for. Uma boa prova disso é o facto de serem os humoristas os que mais e melhor exercem o espírito crítico. Não me refiro aqui a humoristas amadores como os nossos políticos, que nos divertem sem intenção (o que não deixa de ser genial, note-se), mas àqueles que fazem do humor a sua profissão, como os Gato Fedorento ou os Contemporâneos. Aliás, parece-me que há aqui uma certa inversão de papéis: os políticos dizem que governam mas conseguem fazer-nos rir, enquanto os humoristas fazem humor e são os que melhor compreendem a realidade política portuguesa. O problema é que, infelizmente, Portugal não é governado pelo Ricardo Araújo Pereira ou pelo Nuno Markl.
Uma coisa é certa, não falta quem nos faça rir: políticos, humoristas, dirigentes. Até os jornalistas desportivos são, cada vez mais, verdadeiros artistas da pilhéria; repare o caro leitor na finura com que se referem a alguns jogadores de futebol: o "Katso", o "Roca", o "Tacuara" e  o "Levezinho"... é caso para perguntar: mas isto são jogadores ou animais de estimação? Claro que se o Liedson jogasse no Braga ou no Paços de Ferreira seria sempre Liedson, mas como joga num grande tem direito a uma alcunha ridícula, embora inventada com todo o carinho pelos senhores jornalistas.
Mas enfim, levemos isto com a "leveza" que o assunto requer, ou seja, estamos a reinar! Nem outra coisa seria de esperar num país em que a Liga principal se chama "Sagres" (marca que também patrocina a selecção) e a Taça da Liga é "Carlsberg". Qualquer dia ainda vamos ter uma Taça com nome de tinto carrascão e uma Liga patrocinada pela água-pé.
Seja como for, é esta a Liga que temos. É nela que queremos ser felizes. Por mais longe que consigamos chegar na UEFA é preciso não esquecer que a Taça de Portugal já lá vai e a Taça da Liga já foi. Portanto, o jogo com o Rio Ave é obrigatoriamente para ganhar. E nós, bracarenses, temos de estar lá todos, enfrentando o frio, para apoiar o nosso S. C. Braga no estádio AXA.

[1]

Taça tinto carrascão acho que o slb ganhava tendo em conta o nível de alcoolemia habitualmente alto entre a generalidade dos seus adeptos.

Importante ganhar sábado vamos todos ajudar o Braga, cantar do 1º ao ultimo minuto.

[Pat_Navarra]

Lá estarei na Nascente a cantar e gritar pelo meu Braga, pois quero que ele nos ofereça a vitória para o Natal!
Merecemos essa prenda!

[canibal]

Não me refiro aqui a humoristas amadores como os nossos políticos, que nos divertem sem intenção (o que não deixa de ser genial, note-se), mas àqueles que fazem do humor a sua profissão, como os Gato Fedorento ou os Contemporâneos. Aliás, parece-me que há aqui uma certa inversão de papéis: os políticos dizem que governam mas conseguem fazer-nos rir, enquanto os humoristas fazem humor e são os que melhor compreendem a realidade política portuguesa. O problema é que, infelizmente, Portugal não é governado pelo Ricardo Araújo Pereira ou pelo Nuno Markl.

Gostei desta parte.