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NOTÍCIAS DO ENORME DO DIA 11/06

Started by nandes, 11 de June de 2007, 08:55

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nandes




Sérgio Conceição: «Tudo conversado»


ASSINATURA DO CONTRATO ESTÁ POR DIAS



Sérgio Conceição ainda não fala como jogador do Sp. Braga, mas, ontem, a Record não escondeu que a rescisão com o Standard Liège está alinhavada. "Está tudo conversado", começou por referir o extremo-direito. Falta, então, apenas a assinatura para que a ligação ao clube belga termine. Depois, é rubricar com a equipa orientada pelo amigo Jorge Costa. "Só depois de assinar contrato é que posso falar sobre o Sp. Braga", fez questão de nos afirmar.

Mesmo assim, no final do jogo "All Stars", o internacional português assumiu de forma clara o regresso ao campeonato português: "Está tudo muito bem encaminhado, mas ainda não está nada definido. É uma forte possibilidade, sem dúvida!"

Entre hoje e amanhã, Sérgio Conceição deve consumar a rescisão com o Standard Liège. A apresentação oficial pela equipa arsenalista deverá ter lugar no final desta semana.

Para fechar o plantel, Jorge Costa tem três prioridades: um guarda-redes, um defesa-central e um ponta-de-lança.



In Record




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Baylón

"Não sou Cubillas mas quero triunfar"




Jair Baylón cencedeu uma entrevista ao "El Bocon" do Peru, onde deu conta das ambições que o motivaram a ingressar no Braga. Sem pretender comparar-se a Teófillo Cubillas, o peruano que na década de 70 brilhou no FC Porto, o jogador não desmente querer atingir em Portugal, a notoriedade de um dos mais famosos jogadores daquele país sul-americano. O interesse do Braga, conta o jogador, nasceu quando o seu irmão Júlio "contactou uns empresários argentinos que lhe falaram do Braga". O passo seguinte foi um contacto que o "entusiasmou", acabando por rubricar contrato válido por três temporadas. Do jogador que será fundamental na sua adaptação a Braga - Alberto Rodriguez - Baylón disse não conhecer, ainda que para ele, ambos representarem o Braga, "seja uma bonita oportunidade" para serem amigos. E depois uma revelação: "Estive em Braga a ver o último jogo da equipa (n.d.r. contra o Nacional)". Elogios também para a qualidade técnica do futebol português, destacando como máximos intérpretes Anderson - entretanto transferido para o Manchester United - e Quaresma, além da questão do idioma, bem mais fácil de aprender para o peruano que o alemão. Com chegada a Portugal prevista para 1 de Julho, o avançado assegura que vem para triunfar: "Vou decidido a isso, pois estou muito entusiasmado por ir jogar na Europa, um sonho para mim e uma oportunidade única na minha vida", sublinhou. Entretanto, usou o termo "apressados" para explicar a comparação feita com Cubillas, um jogador a quem trata por "professor" e que disse admirar muito. "Falta-me muito para conseguir igualá-lo", justificou-se, não escondendo o desejo de conseguir, em solo nacional, atingir a notoriedade de Cubillas.




Dossiês para fechar... já


Andrade e Kazeem são, nos próximos dias, dossiês para fechar e rapidamente, atendendo às prioridades da SAD e de António Salvador, desde que terminou a Liga numa corrida contra o relógio no sentido de corresponder o mais depressa possível aos anseios da equipa técnica. Para o Fulham vai seguir em breve a proposta para a aquisição de Kazeem e, do Fluminense, espera-se o mesmo para poder atender aos anseios do clube tricolor sobre Andrade. Resolver ambos os casos esta semana seria um importante balão de oxigénio e de tempo para a SAD minhota, numa semana em que volta a ter clubes a bater à porta por Madrid.




In O JOGO




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"JESUALDO FOI IMPORTANTE NA MINHA EVOLUÇÃO"  

"Tenho valor para representar um clube de topo"




"Não tenho que provar nada a ninguém, mas gostaria de aproveitar melhor, caso fosse possível regressar a um emblema com a grandeza do Sporting"


Luís Filipe nasceu em Cantanhede, há 27 anos, e despontou na Académica, que trocou pelo Atlético de Madrid B. De regresso a Portugal, a primeira passagem por Braga abriu-lhe as portas de um grande, o Sporting, onde foi campeão, na época 2001/02.Depois de períodos de empréstimo ao serviço de União de Leiria e Marítimo, voltou a Braga para se afirmar, definitivamente, como defesa-lateral.

O Sporting de Braga começa a ser pequeno para a ambição de Luís Filipe. O defesa-direito sente-se bem na Cidade dos Arcebispos, mas tornou-se num dos jogadores mais apetecíveis do plantel arsenalista, depois de duas temporadas de excelente nível. Com mais um ano de contrato para cumprir em Braga, Luís Filipe, recentemente colocado na órbita do Benfica, demonstra estar pronto para o próximo voo.



JN|Considera a época positiva, mesmo tendo em conta que ainda não foi desta que o Sporting de Braga alcançou o apuramento para a Liga dos Campeões?



Luís Filipe| No início da temporada, falou-se muito na Liga dos Campeões. Sabíamos que seria sempre complicado, mas o grupo de trabalho estava preparado para tentar esse grande objectivo. Não conseguimos, é certo, mas acabámos por realizar uma campanha francamente positiva, com presenças nos oitavos-de-final da Taça UEFA e nas meias-finais da Taça de Portugal.



Pode falar-se em frustração?

Quando a meta que perseguimos não é atingida, é natural que os jogadores não fiquem totalmente satisfeitos, pois queremos conseguir sempre o máximo para clube. A longa participação europeia teve reflexos na irregularidade do Braga na Liga portuguesa, mas também não deixa de ser verdade que terminámos no quarto lugar, igualando a classificação das últimas épocas. Os objectivos mínimos foram claramente conseguidos.



Em Janeiro, esteve muito perto de voltar ao estrangeiro. Ficou triste por não ter saído para o Anderlecht?

Não posso dizer que fiquei triste. Talvez um pouco desapontado, por as coisas não terem evoluído favoravelmente naquela altura, mas nunca desmotivado. A proposta era proveniente de um clube habituado a ser campeão no seu país, com participações regulares na Liga dos Campeões, embora tenha passado por períodos complicados. Gosto de vencer. E acredito que tenho valor para representar um clube de topo.



Sente falta de títulos?

Tenho noção de que não é fácil conquistar títulos em Braga. Infelizmente para o futebol português, no nosso campeonato é muito difícil alguém intrometer-se entre os três grandes. E não é por falta de condições ou devido à diferença de valores entre os plantéis.



Chegou a hora de sair para um clube de maior dimensão?

A minha ambição passará sempre por ajudar o Braga a chegar cada vez mais longe e elevar o nível do meu desempenho. Mas não nego que gostaria, por exemplo, de voltar ao estrangeiro. Na primeira oportunidade que tive, era ainda muito novo e as coisas não me correram da melhor maneira. De então para cá, adquiri outra estabilidade no plano pessoal, e tornei-me num futebolista mais maduro.



A passagem pelo Sporting e a primeira experiência fora de Portugal, na equipa B do Atlético de Madrid, não lhe deixaram boas recordações...

Não sou de desistir. É mais uma razão para voltar a apostar. Preciso de jogar com regularidade e isso raramente aconteceu em Alvalade. Não tenho que provar nada a ninguém, mas gostaria de aproveitar melhor, caso fosse possível regressar a um emblema com a grandeza do Sporting. Volto, no entanto, a sublinhar que isto não significa que me sinta mal em Braga. Longe disso. Estou num excelente clube, servido por uma grande equipa e com uma massa associativa espectacular. Todavia, pelo que fiz nos últimos anos, acho que mereço uma segunda oportunidade e vou continuar a trabalhar, sempre com a esperança de que ela bata à porta.


Identifica-se, definitivamente, com o posto de lateral-direito?

Comecei por jogar a extremo, mas, neste momento, vejo-me como defesa-direito. É óbvio que posso jogar mais adiantado no terreno, mas estes dois anos em Braga cimentaram as minhas rotinas defensivas.



Jesualdo Ferreira deu uma boa ajuda nesse sentido.

Aprendi muito com ele, pois quando cheguei a Braga apenas tinha um ano como lateral. Jesualdo Ferreira teve grande importância na minha evolução, pois deu-me oportunidade de jogar com regularidade.



Aquele golo que deu o triunfo ao Braga sobre o F. C. Porto foi uma traição...

Podia ter sido outro jogador a marcar. Mas lembro-me que, após o jogo, disse-me que com ele não fazia golos. Acabou por ser o único na época 2006/07.



Para além de Jesualdo Ferreira, qual o treinador que mais o marcou?

Talvez o Raul Águas, porque me lançou na Liga, quando representava a Académica.



E Jorge Costa?

Tenho a melhor impressão. Quando assumiu o comando da equipa, o Jorge Costa tinha encerrado a carreira há pouco tempo, pelo que cativa grande cumplicidade com os jogadores.




In JN




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Jovem nigeriano

Sp. Braga estuda aquisição de Kareem




O Sp. de Braga está a estudar a hipótese de adquirir o passe do avançado nigeriano Kareem Kazeem, que recentemente cumpriu uma semana de treinos à experiência junto do plantel arsenalista, e deixou excelentes indicações junto da equipa técnica liderada por Jorge Costa.

O jovem jogador, de 18 anos, pertence aos quadros do Fulham, de Inglaterra, clube que pretende vender o jogador, excluindo-se assim um eventual cenário de empréstimo. No entanto, os valores pedidos pelo jovem avançado foram considerados proibitivos pelos minhotos que apresentaram ao emblema britânico uma contraproposta.




In Sportugal
UNS TÊM INVEJA DA NOSSA ASCENSÃO
OUTROS TÊM MEDO DA NOSSA AMBIÇÃO
SCB / BL

Olho Vivo

#1
João Tomás

"O que mais me custou foi decidir ter de deixar Braga"

João Tomás abriu o álbum de recordações e o coração. Falou da sua vivência no Catar, revelou como a calma árabe quase o fez regressar antes de assinar contrato com o Al Rayyan, adiantando que esta foi a última "emigração". Uma viagem pelo passado, mas também pelo futuro, ao sabor das Mil e Uma Noites

João Tomás regressou à Selecção Nacional quase seis anos depois. A convocatória aos 32 anos foi, nas palavras do atleta, "algo de especial, numa idade bonita", e poderá ser a primeira de outras que poderão colocar o futebolista do Braga na rota dos eleitos para os próximos jogos da fase de qualificação para o Euro'2008. A ida ao Kuwait fez o futebolista relembrar o ano que passou no Catar. Num depoimento sentido, em que revelou de forma completa as suas experiências no Catar, o ponta-de-lança adiantou que não volta a emigrar, traçou objectivos individuais e colectivos para o Braga e falou pouco de futebol e muito da vivência no Médio Oriente.

Como é que foram os primeiros dias no Catar? O que pensou quando fazia a viagem para o Médio Oriente?
O que mais me custou for ter de tomar a decisão de sair de Braga, deixar Braga, depois de duas épocas muito boas. Custou-me muito, muito, muito. Nunca me vou esquecer do dia em que deixei a minha família para trás e entrei no avião para um destino que desconhecia totalmente.

É caso para dizer que um homem também chora?
Também caem umas lágrimas de vez em quando. A primeira impressão que tive quando cheguei ao Catar é que o Médio Oriente não é o fim do mundo. Aliás, todos tiveram oportunidade de ver isso no Kuwait. É um país que tem tudo o que temos na Europa. Podia estar aqui a inumerar imensos exemplos sobre as semelhanças entre o que lá existe e o que temos no nosso país. Também não me posso esquecer do dia em que telefonei à minha mulher e lhe disse: faz as malas que isto afinal isto não é o fim do mundo. Disse-lhe que era um sítio bom e onde a segurança era fantástica. A temperatura, obviamente, que incomoda. 45, 48 ou 50 graus centígrados em pleno mês de Agosto incomoda, e de que maneira. Essa foi a maior dificuldade que senti no imediato.

Ao fim de quanto tempo é que a tua família foi ter consigo?
Ao fim de um mês. Eu saí de casa e nem tive tempo de telefonar a alguns amigos a dizer que ia jogar para o Catar. Ela teve de tratar de uma série de coisas, resolver muita burocracia. Não foi nada fácil.

Quando chegou ao Catar sentiu alguma desconfiança
Lembro-me que os primeiros três dias foram muito difíceis. Para os árabes, é algo que faz parte da sua cultura, a calma impera sobre todos os outros sentimentos. Tudo é feito ao ritmo deles. E isso mexeu comigo. Eram problemas atrás de problemas, o tempo estava a passar e pensei e cheguei a dizer ao empresário que estava comigo: vamos embora. Ou eles resolvem isto rapidamente ou quero voltar a Portugal. Já tinha sido difícil sair de Braga e chegar a um país que não conhecia e era só problemas. Fui três dias consecutivos aos clube para assinar contrato, o preparador físico estava à minha espera para treinar e cada dia havia uma coisa diferente para mudar e eu vinha embora sem assinar e sem treinar. Mas depois tudo mudou. Comecei a treinar e, embora sem ter a família comigo, as coisas ficaram bem melhores.


"Os estrangeiros é que tinham que resolver"

Os futebolistas árabes reagiram, numa primeira fase, de uma maneira curiosa à contratação dos quatro estrangeiros por parte do Al-Rayyan. Quando as coisas corriam mal, a pressão era colocada nos "craques" vindos de outras paragens. "Muitas vezes atiraram para cima de nós estrangeiros - éramos quatro - a responsabilidade de termos de ser nós a resolver os jogos. Os estrangeiros eram um central, um médio defensivo, um médio ofensivo e um ponta-de-lança. E eles faziam comentários engraçados. O defesa tinha que evitar golos, o médio defensivo tinha que ganhar as bolas todas, o médio ofensivo tinha de dar jogo aos avançado e eu tinha que fazer os golos", revelou o futebolista. Uma situação que "não fazia muito sentido", mas que com o tempo se foi diluindo: "Eles faziam esses comentários no princípio, mas foi uma experiência boa. Só foi mau não ter ganho nada. A camaradagem começou a ser grande e inclusive tive um jogador do Rayyan que telefonou para um amigo comum a mandar-me um abraço porque sabia que íamos estar juntos no Kuwait. Fiquei surpreendido".


"Tive de me habituar a uma vida sem pressas"

A família de João Tomás chegou ao Catar no começo do Ramadão. Foi um momento complicado. Só os supermercados estão abertos, é proibido comer e beber em público antes do pôr-do-sol e apenas as crianças podem escapar a esta proibição. Mas aquilo que mais "atrapalhou" o ponta-de-lança foi a calma olímpicas dos árabes.

Foi confrontado com uma cultura completamente diferente, em que alguns costumes são diametralmente opostos dos nossos. Como é que adaptou? A sua vivência no Catar modificou a sua forma de ver a vida em algum aspecto?
Não mudou muito. Temos de nos adaptar ao meio em que estamos e este ano foi isso que me aconteceu. Resumindo, posso dizer que os primeiros quatro/cinco dias foram maus, de seguida houve um período de adaptação e a depois chegou a minha família, curiosamente num momento difícil.

Difícil em termos desportivos?
Não. Quando aterrámos no Catar estava a começar o Ramadão. Foi um período complicado porque não estávamos habituados. Se calhar se ficasse mais um ano, o próximo Ramadão já não seria tão complicado. A única coisa que estava aberta eram os supermercados. Não podíamos beber nem comer em público, os restaurante, cafés e lojas todos fechados. Só podíamos dar de comer e beber às crianças durante o dia. Tudo o resto tinha de ser feito após o por do sol. Dentro do normal, foi um bocado difícil.

O facto das mulheres andarem completamente tapadas não lhe causou confusão?
Foi uma das coisas a que tive de me habituar. Mas também tive de me habituar a uma forma tranquila de viver, em que não gostam de pressas. Outra grande dificuldade foi ter de treinar às 18h30. Foi muito difícil para mim.

Como é que superou as dificuldades superadas pelas elevadas temperatura?
Isso é uma questão de hábito. No Kuwait alguns companheiros diziam ao segundo dia que já não estava tanto calor como quando chegamos. Estava o mesmo, mas o seu corpo já estava a habituar-se a esse factor. Lembro-me das dificuldades que passei no primeiro jogo. Foi inesquecível. A ansiedade, o calor - mais de 35 graus - e uma humidade a rondar os 90 por cento não é nada fácil para quem vem da Europa. Tinha três semanas de treino, mas foi muito complicado.


"Foi a oportunidade de ver como o Catar era seguro"

Os conflitos no Médio Oriente nunca assustaram João Tomás. Aliás, para ser mais exacto, o futebolista afirma que isso nunca lhe passou pela cabeça. A segurança no Catar era grande, razão pela qual a palavra medo não existia: "Sinceramente, os problemas bélicos foram algo que nunca me passou pela cabeça".

O reforço da tranquilidade foi dado pela organização dos Jogos Asiáticos. Durante cerca de cinco semanas, as forças de segurança do Catar deram uma lição de eficiência. "No ano passado, o Catar organizou os Jogos Asiáticos durante cinco semanas. E foi uma oportunidade de ver como o Catar era um país seguro. Outras questões nunca me passaram pela cabeça", sublinhou João Tomás, relatando situações por si vividas: "Podia enumerar imensas coisas sobre a segurança. Levava a minha filha à escola, deixava o carro a trabalhar, com a carteira e o telemóvel lá dentro. Os centros comercias têm locais para deixar as crianças enquanto almoçávamos tranquilamente, esqueci-me por duas ou três vezes da chave na porta de casa e nunca tive qualquer problema".


"Vim ganhar bastante"

A presença de jogadores europeus no Catar está é vulgarmente associada a contratos milionários. Ganhou muito dinheiro no Catar?
Vim ganhar bastante mais do que aquele que ganhava em Portugal. De outra forma, como é óbvio, não tinha trocado o meu país por uma experiência num país tão longínquo. Foi um negócio bom para mim e foi igualmente proveitoso para o Braga.

Como é que se processou a transferência numa altura em que o campeonato português estava a começar?
Foi tudo muito rápido como já referi. Naturalmente que a transferência tinha de agradar a ambas as partes, porque o Braga não me deixava sair por meia dúzia de tostões e eu também não deixava Braga se as condições não fossem realmente boas.

Foi pressionado de alguma maneira para aceitar jogar no Catar?
Nunca. Lembro-me do presidente do Braga me ter dito que se eu não quisesse aceitar jogar no Catar que não havia problema. Acertámos as condições e foi bom para todos.


Acordar às 6h, treinar às 18h

Como era o seu dia-a-dia no CAtar?
A primeira dificuldade teve a ver com a escola da minha filha começar às sete horas. Levantava-me às 6 horas e, depois, ia buscar a menina às 13 horas, almoçávamos, ficávamos por casa, às 18 horas ia para o treino e depois voltava para casa. As rotinas começaram a ser criadas e posso dizer que a minha vida não se modificou muito em relação ao que fazia em Braga, a não ser em termos de horários.


"Estar na selecção foi uma vitória pessoal"

Seis anos depois regressou à Selecção Nacional, tendo marcado um golo contra o Kuwait e, embora sem jogar, esteve no banco na partida contra a Bélgica. O que é sentiu aos longo destes dias?
Por serem sentimentos, é muito difícil expressá-los em palavras. Passou-me muita coisa pela cabeça. Foi fantástico estar entre a elite do futebol nacional. Estar aqui aos 32 anos, depois de quase seis de ausência, permite-me dizer que foi uma grande vitória pessoal. Foi algo muito especial numa idade bonita, depois de três anos maravilhosos em termos profissionais.

Acredita que vai ser uma experiência para repetir?
Eu quero repeti-la. Vamos ver como é que vai correr a próxima época. Gostava muito de continuar a ser uma opção válida para o senhor Scolari para a qualificação para o Euro'2008 e para o próprio Europeu.


Não acredito que volte a emigrar"

Já revelou que tem espírito aventureiro e de emigrante. Será que ainda vai voltar a jogar fora de Portugal ou esta foi a última vez?
Sou uma pessoa de relação fácil. Como já disse custou-me muito sair de Braga e, dez meses depois, também me custou um bocadinho sair do Catar. É muito complicado gerir esses sentimentos. Senti um arrepio imenso quando a minha filha se despediu dos colegas da escola. Se calhar nunca mais os vai ver na vida.

O que é se passou nessa altura?
Foi muito violento para mim ver a minha filha dizer-lhes adeus e eles a dizerem que iam sentir muito a falta dela. Ver as crianças dizer adeus custa muito. Nós, adultos, apesar de tudo conseguimos superar isso de uma forma mais rápida. Não acredito que possa haver outra aventura. Na vida de futebolista as coisas são diferentes e basta ver que deixei Braga para ir para o Catar quando faltavam cinco dias para o início do campeonato português. Não posso dizer nunca. Mas a surgir uma oportunidade terá de ser muito bem ponderada.

Portugal continua a fabricar grandes jogadores, mas não tem capacidade para os manter. Acha que vamos ser capazes algum dia de travar, ou pelo menos diminuir, esta tendência?
Somos um país exportador. E isso aconteceu comigo quando deixei o Benfica para ir para Sevilha. Mas penso que o nosso nível continua elevado. Temos jogadores e treinadores muito bons e temos de continuar o nosso caminho para que Portugal seja um país de referência. Nesse aspecto a selecção tem dado uma ajuda muito grande.


Regresso

"Encantado e muito feliz"

Que perspectivas tem para novo regresso a Braga? Um ano fora pode ser muito tempo?
Não sei, não pensei nisso ainda. Tenho mais um ano de contrato e venho encantado e muito feliz. Passei dois anos muito bons em Braga e este ano no Catar fez-me aprender muita coisa, fez-me pensar em muita coisa e tentei não ver muitas vezes o Braga porque apareciam sentimentos que não eram propícios naquela altura. As únicas coisas de que senti saudades foi da competitividade do nosso campeonato, de jogar em estádios com muito público e daquele friozinho na barriga antes dos jogos grandes. Isso senti.


Na UEFA

"Carreira brilhante"

Conseguiu aguentar não ver os jogos do Braga na Taça UEFA?
Não, logicamente que tive que ver, tive que sentir, desfrutar esses jogos. Fiquei muito feliz por terem conseguido entrar na fase de grupos, terem feito uma carreira brilhante nas competições europeias.

E em relação ao campeonato? Que análise faz da carreira do Braga?
Passaram alguns momentos difíceis, que depois foram ultrapassados com a obtenção do quarto lugar, embora o clube não estivesse habituado a ter de lutar tanto para atingir aquele lugar. O Baga habituou as pessoas a estarem muito próximos dos grandes. Foi um ano fantástico em termos de Taça UEFA.


Duelos com Jorge Costa

João Tomás sorri quando é confrontado com o facto do seu novo treinador ser alguém com quem já travou duros duelos dentro das quatro linhas. "Acho que é uma situação normal, talvez um bocadinho diferente dentro dessa normalidade. Não há qualquer problema", afirmou.


Reforços

Conhecer a mística

Será que este ano o Braga vai ser capaz de se intrometer na luta pelo título? João Tomás mostra ambição: "As pessoas que estão no Braga têm de fazer sentir a todos os novos jogadores que o clube luta por uma posição alta na tabela".


Próxima época

Ambição é grande

O ponta-de-lança gostava que o Braga conseguisse ir longe na Taça UEFA e no campeonato: "Vamos todos tentar voltar conjugar o que foi a época passada em termos de Taça UEFA e as outras em relação ao campeonato", adiantou.


Campeonato

O nível é alto

"Acho que o futebol português está num nível alto. Víamos os jogos através de RTP Internacional e os meus companheiros manifestavam uma opinião muito positiva", revelou João Tomás.

in O JOGO