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NOTÍCIAS DO ENORME SC BRAGA DO DIA 27/10

Started by Bruno3429, 27 de October de 2018, 10:35

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Bruno3429

Dérbi quente no minho teve tudo menos um vencedor
Redacção

Disputado ao máximo pelas duas equipas, o dérbi terminou empatado a uma bola. Guedes começou por dar vantagem aos da casa, mas Claudemir empatou logo a seguir. Braga passa noite na liderança.

Intensidade máxima em Guimarães, no duelo da 8.ª jornada entre Vitória e Braga. Ninguém ficou a sorrir, mas todos puderam experimentar 90 minutos de emoções fortes, como manda a tradição. A equipa de Abel sobe ao primeiro lugar de forma isolada e fica agora à espera do que vai fazer o Benfica, mais logo, com o Belenenses. O ponto acaba por ser uma divisão justa para as duas equipas, que não arriscaram em demasia e, a certa altura, pareciam algo conformadas com o desfecho.
Entrada mais forte dos homens de Luís Castro, sempre a espreitarem as transicções rápidas para o ataque, muito à boleia da velocidades das três setas da frente. Do outro lado, alguma dificuldade para o meio-campo arsenalista conter o maior ascendente vitoriano. Ainda assim, veio da cabeça de Ricardo Horta o primeiro lance de perigo. O Vitória sentiu o toque e respondeu à altura, por intermédio de Alexandre Guedes. O placard marcava o minuto 14 quando Davidson surge do lado esquerdo a bailar sobre os defensores contrários até encontrar o melhor ângulo para tirar um cruzamento perfeito para a cabeça do avançado vimaranense. A este coube-lhe aplicar um excelente gesto técnico e, face à desatenção dos centrais contrários, aconteceu o golo inevitável. O D. Afonso Henriques veio abaixo, mas a festa durou pouco mais de cinco minutos. Num canto, a bola sobra, meio aos repelões, para Claudemir que, ao segundo poste, só teve de a direccionar para o fundo da baliza de Douglas. Caso a bola não tivesse entrado, contudo, certamente Hugo Miguel marcaria penálti por uma mão de Tyler Boyd. Sem tempo para respirar, o jogo entrava numa toada de bola cá, bola lá e a defesa do Braga, estranhamente muito permissiva ontem à noite, ia concedendo espaços que Tozé e André André iam aproveitando para carregar a equipa para junto da baliza de Tiago Sá.
O segundo tempo trouxe, como se previa, alguma contenção de parte a parte, porque mais importante do que vencer o jogo seria, certamente, não o perder. Davidson teve a primeira chance de desfazer o empate aos 54, mas viu as suas intenções travadas por Bruno Viana, em cima da linha. A partir daqui a equipa de Luís Castro pareceu começar a ceder fisicamente e as suas saídas rápidas para o ataque diminuíram drasticamente. Aproveitou o Braga para exercer um forcing final. Dyego Souza ainda introduziu a bola na baliza, mas os festejos foram interrompidos por uma alegada falta.

Correio do Minho

Bruno3429

Adeptas do Braga feridas após apedrejamento em Guimarães

A caixa de segurança com cerca de 1500 adeptos do Braga foi alvo de pedras e outros objetos arremessados a partir das janelas de prédios da rua Teixeira de Pascoais, enquanto se dirigia do estádio D. Afonso Henriques para a Universidade do Minho.

Duas adeptas, de 22 e 24 anos, ficaram com ferimentos ligeiros e precisaram de assistência médica. Os bombeiros confirmam terem sido acionados para uma ocorrência de agressão na via pública. As mulheres foram transportadas para o hospital de Guimarães.

JN

Bruno3429

#2
Abel Ferreira: «Sinto um pouco de vergonha por pertencer a uma modalidade que tanto me dá»
Condena o ataque ao autocarro do Sp. Braga e ao carro de António Salvador

Abel Ferreira, treinador do Sp. Braga, destacou o facto de a sua equipa ter jogado para ganhar na casa do V. Guimarães (1-1) e sublinhou que, "a haver um vencedor, teríamos de ser nós".

"Produzimos muito, ou pelo menos o suficiente para marcar mais do que um golo. Entrámos muito bem na partida. Tivemos uma primeira oportunidade na cabeça do Horta. O nosso adversário também entrou bem no jogo e acabou por marcar um golo num cruzamento onde estamos bem posicionados, mas não atacámos no duelo. A partir desse momento, voltámos a carregar. Queríamos vencer o jogo, mas antes queríamos fazer por acontecer, e conseguimos o golo do empate.  Na segunda parte, entrámos com o mesmo intuito de fazer golos. Acabámos por fazer [por Dyego Sousa]. Não sei se está ou não fora de jogo, mas parece-me que sim. Não houve falta, e daí os meus protestos, mas como havia o fora de jogo, o árbitro estava correto. Depois, tivemos duas oportunidades, num cabeceamento do Dyego Sousa e num lance do Fábio Martins, em que podia finalizar. Hoje, jogámos olhos nos olhos do adversário. Viemos à casa do nosso ´rival'. Foi isso que fizemos. A haver um vencedor, teríamos de ser nós, sem tirar qualquer mérito ao nosso adversário", referiu, sobre o dérbi.

Sobre o atraso na entrada dos adeptos bracarenses: "Fico triste porque, nesta indústria em que se tornou o futebol, custa-me ver 30 minutos em que não podes ter os teus adeptos. Devemos todos - treinadores, dirigentes, secretário de Estado do Desporto e adeptos - refletir para perceber o que nós queremos do desporto. O desporto é um espetáculo que me ensinou a ganhar e a perder."

A fechar, condenou o apedrejamento do autocarro da equipa e o ataque ao carro do presidente: "É lamentável o que aconteceu [apedrejamento] com o nosso autocarro e com o carro do nosso presidente [António Salvador]. Às vezes, sinto um bocado de vergonha por pertencer a uma modalidade que tanto me dá. Acontece em todo o lado, mas temos é de nos defrontar dentro das quatro linhas."

Por Lusa
Record

Bruno3429

V. Guimarães-Sp. Braga, 1-1 (crónica)
Muita rivalidade, pouco proveito
Bruno José Ferreira

Rivalidade milenar esplanada em noventa minutos à flor da relva. Duelo intenso com o D. Afonso Henriques com 26170 espectadores e um ponto para cada lado. A rivalidade foi o prato forte do encontro, o jogo foi aguerrido, mas nenhum dos rivais conseguiu capitalizar a carga emocional do jogo.

O Sp. Braga sai de Guimarães líder isolado do campeonato, mas à condição, deixando o primeiro lugar à mercê do Benfica. O dérbi minhoto não deixa nenhum dos rivais completamente satisfeitos, acabando a igualdade por se ajustar ao futebol produzido por cada um dos emblemas. Muita rivalidade, pouco proveito.

Os predicados que à partida já era conhecidos tiveram reflexo no jogo e assistiram-se a disputas de bola musculadas e muita força física, por vezes esforços quase sobre-humanos. De um rasgo de Davidosn na esquerda o V. Guimarães adiantou-se no marcador aos quinze minutos.

Cinco minutos de diferença

O extremo brasileiro trabalhou sobre o compatriota Goiano e cruzou para o coração da área, onde apareceu Guedes a desviar para o fundo das redes. Tiago Sá ainda tocou no esférico, mas foi impotente para evitar o golo. Entrou em ebulição o D. Afonso Henriques, mas a festa durou pouco tempo. Apenas cinco minutos de diferença.

Tremia a defesa da equipa de Luís Castro quando a bola era despejada na área, o Sp. Braga revelou-se muito perigoso nesse tipo de lances e precisamente num pontapé de canto os arsenalistas assinaram o empate. Cruzamento de João Novais, Osorio faz o corte mas deixa a bola à mercê de Claudemir. Wakaso escorrega e permite que o brasileiro empate ao segundo poste.


Estreia a marcar de Claudemir com a camisola do Sp. Braga a levar o embate empatado para o intervalo. O equilíbrio foi o tónico dominante, com momentos de supremacia repartida, mas com o Sp. Braga a causar mais calafrios ao expor as fragilidades defensivas dos vimaranenses quando a bola foi cruzada para a área de Douglas.

Pólvora seca

Mais luta na segunda metade. Clima de guerrilha, no bom sentido, e lances de perigo de parte a parte. Equilibrou os pratos da balança o V. Guimarães ao assumir mais momentos de protagonismo, mas ainda assim longe de o fazer de forma vincada.

Foi a equipa de Luís Castro a primeira a criar perigo. Em boa posição Davidosn desviou a bola de Tiago Sá, mas havia Bruno Viana em cima da linha de golo para tirar. A resposta bracarense não se fez esperar e Dyego Sousa, numa forma física impressionante, cabeceia a centímetros do ferro. Tiros de pólvora seca.

Nos bancos os dois técnicos arriscaram algo mais e introduziram unidades nas suas equipas. Estupiñán foi aposta de Luís Castro, no lado bracarense Abel Ferreira fez entrar Paulinho para o lado de Dyego Sousa. Ninguém conseguiu desfazer a igualdade.

Dérbi que muito prometeu, mas que se ficou pela intensidade. Depois de três triunfos consecutivos na Cidade Berço o Sp. Braga cede um empate e deixa o primeiro lugar em causa. Os sinais de melhoria do V. Guimarães não tiveram os efeitos desejados.

V. Guimarães-Sp. Braga, 1-1 (destaques)
Davidson traído por Bruno Viana
Bruno José Ferreira

FIGURA: Davidson

O mais irreverente do V. Guimarães no um para um. Não teve receio de segurar o esférico, foi para cima e encarou os adversários de frente, a exemplo do que aconteceu antes do cruzamento para o golo de Guedes. Irreverente, o extremo contratado ao Chaves foi a principal arma do Vitória no ataque, mantendo a frescura até ao final. Está no lance de maior perigo dos vimaranenses ao ver Bruno Viana impedi-lo de marcar já na segunda metade.

MOMENTO: golo de Claudemir (20')

Pontapé de canto movimentado na direita por Wilson Eduardo Para João Novais, com o médio a cruzar de forma tensa. Osorio faz o corte mas para zona proibida, os seus colegas foram lestos a fazer-se ao esférico que chegou a Claudemir. Wakaso escorrega ao tentar bloquear o remate e o brasileiro de trinta anos atira para o fundo das redes, estreando-se a marcar com a camisola bracarense. Assinou o empate final do encontro.

NEGATIVO: entrada tardia dos adeptos do Sp. Braga

O cronómetro assinalava 25 minutos, a meio da primeira parte, portanto, quando os adeptos do Sp. Braga deram entrada no Estádio D. Afonso Henriques. Os cerca de milhar e meio de adeptos não assistiram aos golos do encontro por entrarem tardiamente no recinto.

OUTROS DESTAQUES

Dyego Sousa

Está numa forma invejável, um poço de força no ataque do Sp. Braga. É a principal referência ofensiva dos arsenalistas e, com a sua pujança, física constitui-se sempre com uma unidade a ter debaixo de olho. Muito móvel, confundiu as marcações aos defesas centrais adversários.

Tozé

Pequeno em tamanho, grande no meio campo do Vitória. Foi o único com capacidade para transportar jogo no miolo do Vitória de Guimarães, lançando os principais ataques da sua equipa. Foi o responsável pelas bolas paradas.

Claudemir

Pauta o jogo do Sp. Braga à frente dos defesas bracarenses com classe e experiência. Tranquilo, faz a equipa montada por Abel construir o seu jogo com critério. Apareceu no sítio certo e teve frieza para marcar.

Guedes

Está de pontaria afinada. Marcou pelo terceiro jogo consecutivo depois de se estrear com um bis na última jornada. A unidade mais adiantada do V. Guimarães, cabeceou como mandam as regras e desviou a bola de Tiago Sá.
Liga vai averiguar entrada tardia dos adeptos do Braga no D. Afonso Henriques
Maioria não viu os dois golos que ditaram o empate final
Redação Maisfutebol
@maisfutebol
    
Liga vai averiguar entrada tardia dos adeptos do Braga no D. Afonso Henriques

A Liga anunciou que vai abrir um processo de averiguações para apurar as razões da entrada tardia dos adeptos do Sp. Braga no Estádio Dom Afonso Henriques, esta sexta-feira, no jogo da 8ª jornada da Liga.

A maioria dos adeptos do Sp. Braga só entrou para as bancadas quando já estavam decorridos 25 minutos de jogo, numa altura em que já tinham sido marcados os dois golos que ditaram o empate final.

Comunicado da Liga:

«Face ao ocorrido no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, com a entrada tardia dos adeptos afetos ao SC Braga, a Liga Portugal vai abrir um processo de averiguações, na defesa do bom nome de todos os que querem verdadeiramente dignificar o futebol. Não permitiremos que forças externas ao terreno de jogo tentem denegrir o trabalho de quem está em pleno no futebol.

Na manhã desta sexta-feira, durante a reunião de organização do encontro entre o Vitória SC e o SC Braga, na qual a Liga Portugal esteve representada pela Diretora Executiva de Competições, foi assegurada pela representante da força policial que tudo estava devidamente organizado e acautelado, para que o início do encontro tivesse início sem percalço, como seria expectável por todos.

A Liga Portugal reitera o desejo que os restantes jogos desta jornada da Liga NOS e da LEDMAN LigaPro possam decorrer num ambiente de fair play, que dignifica o futebol.»


Abel Ferreira: «Não estou contente com o resultado»
Bruno José Ferreira
    
Declarações de Abel Ferreira, treinador do Sp. Braga, na sala de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques, após o empate a uma bola no dérbi minhoto frente ao V. Guimarães:

«Produzimos muito, pelo menos o suficiente para marcar mais do que um golo. Entrámos muito bem, a assumir o jogo, o nosso adversário também entrou bem no jogo e num cruzamento em que não fomos fortes no duelo o adversário fez golo. Voltámos a carregar, queríamos vencer aqui o jogo e conseguimos fazer o golo do empate. Na segunda parte entrámos com o mesmo intuito, acabámos por fazer, mas na minha opinião não houve falta. Depois tivemos duas oportunidades. Foi um grande espectáculo dentro das quatro linhas. Não estou contente com o resultado, mas na minha opinião jogámos olhos nos olhos do nosso adversário, viemos a casa do nosso rival para vencer e a haver um vencedor penso que devíamos ser nós».

[Golo anulado?] «Na minha opinião não há falta, mas é precedida de fora de jogo. Errámos nos protestos, não houve qualquer falta de respeito, o árbitro esteve correto na sua decisão».

[Entrada tardia dos adeptos] «Fico triste. Esta indústria em que se tornou o futebol é uma modalidade que traz muito dinheiro, e aos cofres do estado também. Custa-me estar trinta minutos sem os adeptos, temos todos de refletir. Os dirigentes, o Ministro do Desporto, os adeptos em si. Nem sempre os comportamentos são como deveriam ser, falo também para dentro do meu clube. A mesma coisa em relação à nossa chegada, lamento isso. É mais o que une estes clubes do que os separa. Não alastro isto a todos os adeptos, há um ódio que não consigo perceber. Um cântico provocatório é o sal e a pimenta. Enquanto líder do meu grupo de trabalho, e tenho a certeza que o Luís Castro pensa igual, temos de fazer a nossa parte. Vou continuar a valorizar o espectáculo».

[O que se passou à chegada do autocarro ao estádio?] «Cenas lamentáveis. Acontece em todo o lado. Temos de nos defrontar dentro das quatro linhas, aí é que se vê quem é o melhor. Não são imagens que dignifiquem o nosso futebol. É lamentável o que se passou quer com o nosso autocarro quer com o carro do presidente».

Maisfutebol

Bruno3429

Um golo para cada, emoção para todos
Texto por Gaspar Castro

Vinte minutos iniciais frenéticos e um equilíbrio intenso até ao final resultaram esta sexta-feira num dérbi minhoto empatado a uma bola. O Braga, um dos líderes da tabela, reagiu bem à boa entrada dos vitorianos no D. Afonso Henriques, conseguiu pelo menos empatar a partida e equilibrar o jogo e até chegou, no segundo tempo, a festejar uma vantagem que não valeu. Fica a divisão de pontos no dérbi escaldante e fica a oportunidade de liderança isolada para o Benfica nesta oitava jornada.

Guedes somou o terceiro jogo seguido a marcar ©Vítor Parente / Kapta+ Ia faltando numa primeira fase a claque do Braga, que só conseguiu chegou perto da meia hora de jogo, e por isso só se ouvia gritar pelos da casa, que corresponderam ao apoio com um arranque positivo premiado por um golo ainda no primeiro quarto de hora. Ricardo Horta tinha ameaçado de cabeça um pouco antes, mas foi a cabeça certeira de Alexandre Guedes que mexeu com o marcador, depois de um cruzamento de Davidson. Bancadas eufóricas, como não podia deixar de ser, na reação ao quarto golo de Guedes nos últimos três jogos.

A claque do Braga só conseguiu entrar no estádio aos 25 minutos ©Vítor Parente / Kapta+ Os melhores indicadores pertenciam nesta fase aos homens de Luís Castro, mas a reação bracarense foi quase imediata e Claudemir, peça em destaque no meio-campo dos guerreiros, aproveitou uma escorregadela de Wakaso na grande área na sequência de um canto para colocar a bola no fundo das redes de Douglas. Equilibrava-se o marcador, equilibravam-se as forças, conquistadores e guerreiros encaravam-se olhos nos olhos no campo de batalha.

Júlio Mendes e António Salvador assistem ao dérbi ©Vítor Parente / Kapta+ Tínhamos já visto o melhor da primeira parte e o ritmo acabaria por baixar, com largos minutos a caminho do intervalo a serem dominados por um futebol mais combativo do que construtivo, e com a expulsão de um elemento da equipa técnica vitoriana lá pelo meio. Manteve-se o equilíbrio depois da pausa, com Davidson a aproximar-se do golo - valeu o corte de Bruno Viana - e Dyego Sousa a falhar o alvo, como Guedes um pouco depois.
A boa fase a nível de ocasiões, para um lado e para o outro, culminou mesmo num golo... que não valeu. Dyego Sousa finalizou, o árbitro anulou bem o lance, já que Dyego Sousa estava em posição irregular e ainda pareceu fazer falta sobre Sacko, e Abel Ferreira exaltou-se muito, vendo fugir a oportunidade de voltar a bater o arquirrival, como fez por duas vezes na temporada passada. Desta vez houve igualdade entre duas equipas com a mesma ambição de se juntarem em definitivo ao lote dos grandes na luta por troféus.

Zerozero

JotaCC

Empate como mal menor num dérbi bem quentinho
O Vitória entrou melhor, esteve a ganhar, mas o Braga respondeu de imediato. As equipas tiveram períodos distintos de domínio e a igualdade aceita-se

Tozé quase sempre em bom plano nos locais, Davidson criou muitos desequilíbrios e Guedes bem no golo.
Claudemir tem ganho pontos no meio campo defensivo e estreou-se a marcar pelos braguistas.
Dificuldades da defesa do Vitória nas bolas paradas. Novais abaixo do habitual.
O falhanço do plano de segurança, com os adeptos do Braga a só entrarem aos 25 minutos – não viram nenhum golo.
No lance mais polémico (golo anulado a Dyego, aos 73 minutos), pareceu haver falta sobre Sacko e ainda fora de jogo do braguista.
Irregular e incoerente na vertente disciplinar.


O dérbi regional prometia muito e de certo modo correspondeu às expetativas. O jogo foi intenso, agressivo e com as duas equipas quase sempre a procurarem o golo. O Vitória marcou primeiro, sofreu o empate cinco minutos depois e o que se assistiu a seguir gerou muita emotividade, mas sem resultados práticos. O empate foi um duplo mal menor e deve ter sabido a pouco às duas equipas.
Ainda assim, com o ponto somado, o Braga assumiu, à condição, o comando isolado da Liga, agora com 18 pontos, ficando à mercê do Benfica, que hoje joga no Jamor, frente ao Belenenses e, em caso de triunfo, passa a comandar o campeonato. Já o Vitória de Guimarães tem agora 11 pontos, tendo desperdiçado a hipótese de agarrar, provisoriamente, o Sporting na quinta posição.
Em relação ao dérbi propriamente dito, Luís Castro e Abel Ferreira apostaram em onzes sem surpresas, com as duas equipas a entrarem apostadas em vencer. A primeira parte valeu sobretudo pelos 20 minutos iniciais, período em que surgiram os dois golos do encontro, um para cada lado. O Vitória entrou melhor e marcou primeiro, com Guedes a desviar de cabeça um cruzamento milimétrico da esquerda de Davidson.
A vantagem vimaranense durou apenas cinco minutos. Na sequência de um pontapé de canto, gerou-se alguma confusão na área local, surgindo depois Claudemir a apontar o 1-1.Com o resultado a subsistir, o Vitória acusou um pouco o golo sofrido, mas até ao intervalo quase não houve lances de perigo.
No recomeço, o Braga entrou mais afoito, mas o Vitória não demorou a responder e aos 54 minutos foi Bruno Viana a salvar o 2-1 para os da casa, num remate de Davidson. Responderam os bracarenses, por Dyego Sousa, primeiro a desviar de cabeça com muito perigo e a seguir introduzindo mesmo a bola na baliza vimaranense, mas aparentemente em falta atacante sobre Sacko, sancionada pelo árbitro – Dyego Sousa também estaria em fora de jogo –, apesar dos muitos protestos braguistas.
No último quarto de hora, notou-se a preocupação das equipas em, essencialmente, não perder, mas nem por isso deixou de haver emotividade até ao fim. Contudo, o empate prevaleceu e foi o resultado mais justo.


"Deixámos aqui dois pontos..."
"Jogo grande. A ter de haver um vencedor, tinha de ser o Braga, porque foi quase sempre superior. Mas também há que ver que do outro lado esteve uma equipa do Vitória que nos deu muita réplica", disse o treinador do Braga.
"Deixámos aqui dois pontos. Queríamos muito ganhar e foi com essa motivação que entrámos no jogo. Tivemos quase todos os dados da estatística a nosso favor, mas o que conta são os golos e temos de aceitar o empate", acrescentou Abel.
Para o treinador do Braga, foi "um grande espetáculo" de futebol, que só pecou pela violência fora do relvado. "Os nossos adeptos só puderam entrar com meia hora de jogo. Fomos apedrejados à chegada. Não me revejo nisto. As pessoas têm de pôr a mão na consciência", rematou Abel.

JN

JotaCC

Ataque ao autocarro e mais três feridos
Duas adeptas bracarenses e um agente da PSP com ferimentos após apedrejamentos, antes e depois do jogo
A grande operação montada pela Polícia de Segurança Pública (PSP) não evitou alguns episódios de violência antes do início do encontro. O mais grave aconteceu à chegada da equipa do Braga ao Estádio D. Afonso Henriques. O veículo que transportava os jogadores foi atingido por pedras e garrafas. Ninguém ficou ferido, mas um dos vidros foi estilhaçado. Mais tarde, já com o encontro a decorrer, os cerca de 1500 adeptos do Braga chegaram ao estádio. A PSP obrigou-os a esperar vários minutos à saída da autoestrada e só quando as ruas da cidade foram evacuadas é que os veículos tiveram autorização para entrar em Guimarães. Os adeptos saíram e foram numa caixa de segurança da Universidade ao estádio. Os primeiros braguistas só entraram à meia hora de jogo. Durante a evacuação das ruas, a PSP desentendeu-se com alguns adeptos do Vitória de Guimarães e foram arremessados objetos contra as autoridades. Dos desacatos resultou pelo menos um ferido, um agente policial que teve de receber assistência hospitalar.
Após o jogo, no regresso dos adeptos bracarenses, houve apedrejamentos e duas adeptas, feridas, foram assistidas.
As medidas de segurança foram consequência de pelo menos uma semana de provocações entre braguistas e vitorianos. Nos últimos dias, adeptos de ambas as equipas foram à cidade rival colocar tarjas provocatórias, que foram fotografadas e colocadas nas redes sociais. Os do Vitória colocaram-nas no Bom Jesus, e os do Braga em três pontos da Cidade Berço. Na madrugada de ontem os episódios de "visitas" à cidade rival ganharam novos contornos com duas tochas atiradas para o café Beirão, em Gualtar, Braga. O local é frequentado por muitos membros da claque Bracara Legion e ficou com as montras partidas. Vizinhos viram cerca de dez encapuzados vestidos de preto a fugir.
MORTE DE ADEPTO
O jogo ficou ainda marcado pela morte de uma adepto do Vitória, que não resistiu a uma paragem cardiorrespiratória quando se encontrava na bancada.


Associados aprovam resultado negativo de 656 mil euros
Ex-candidato Pedro Peixoto entre os sócios que se abstiveram
Os sócios do clube minhoto aprovaram, em assembleia-geral, o relatório e contas referente a 2017/18, que apresentou resultado negativo de 656 mil euros.
Com um voto de louvor, 95,5% de votos a favor e a abstenção de cinco sócios, entre os quais o antigo candidato à presidência do Braga, António Pedro Peixoto, os associados do clube liderado por António Salvador aprovaram as contas da época passada. Em comunicado, o Braga justificou o resultado negativo das contas devido à incorporação do resultado da SAD, com um prejuízo de 1,83 milhões de euros. Já o orçamento para a presente época desportiva foi aprovado, com 96,4% dos votos a favor.

JN

JotaCC

PASSA-SE ALGUMA COISA NO MUNDO?
Empate fica bem aos vizinhos, que andaram sempre muito equilibrados ao longo dos 93 minutos e proporcionaram um espetáculo sempre vivo

Empate no dérbi é um resultado justo, num encontro que foi mais transpirado do que inspirado, mas sempre muito agradável de seguir e com suspense no resultado até ao fim

Parece que os americanos andam muito perturbados com uns pacotes armadilhados enviados por correio, amanhã há eleições no Brasil, meio país parou ontem por causa da greve da função pública, mas acham que algum destes temas foi preocupação para quem estava ontem no Estádio D. Afonso Henriques? Não, em 93 minutos que o jogo entre V. Guimarães e o Braga durou, os espectadores estiveram agarrados ao jogo, ligados a ele, porque os jogadores fizeram questão de não darem descanso a ninguém, entregaram-se na luta pela bola, encheram-se de brios a defenderem os seus emblemas e estiveram sempre com o pensamento na essência de um dérbi entre dois rivais, que não amam, que herdaram quezílias de uma questão milenar – e isso parece que lhes corre no sangue – e que fazem questão de as mostrarem bem durante os encontros de futebol. Claro que nem todos os adeptos viram os 93 minutos, porque os do Braga entraram no estádio com 26 minutos de atraso. Uma vergonha que a Liga promete averiguar. Concentrados em absoluto no jogo, os jogadores procuraram cedo o golo, melhor o Vitória, num 4x3x3 bem definido, a procurar a velocidade e a imaginação para conseguirem marcar. E conseguiram, num trabalho muito bom de Davidson para um cabeceamento ainda melhor de Guedes.
Que bom que foi o golo para aumentar a emoção que já era a rodos, no terreno e nas bancadas. Os adeptos do Braga não viram o empate alcançado por Claudemir minutos depois. Quando entraram já o resultado estava naquele que viria a ser o dos números finais, 1-1. Alguém os devia indemnizar por isto.
O empate foi um soco para os conquistadores, que estavam bem melhor na partida, a jogarem de uma forma destemida, frente a um adversário que é candidato ao título, que tem um plantel riquíssimo (e um banco bem mais apetrechado que o do V. Guimarães); com o empate, os bracarenses mostraram-se finalmente organizados no jogo e começaram também e lesa procurara balizade Douglas. Não houve muitas oportunidades, mas houve sempre emoção e incerteza sobre quem seria o próximo a marcar. Não seria ninguém até ao final da primeira parte.


Estratégia Dois treinadores que procuraram sempre a vitória
Porque é que o jogo teve um resultado imprevisível até ao último momento? Porque os treinadores transmitiram sempre às respetivas equipas sinais de que a ordem era para procurar o golo, e não para defender um resultado. E esses sinais foram dados através das substituições, sempre no sentido de refrescar o ataque, nunca de dar poder físico ao meio-campo. Alexandre Guedes por Estupiñán, Wilson Eduardo por Paulinho, Tyler Boyd por Rincón, Ricardo Horta por Fábio Martins. Sim, ninguém queria o empate...


FILME DO JOGO
5' Rafa Soares faz um cruzamento na esquerda, a meia altura, Guedes tenta chegar à bola, mas Sequeira antecipa-se muito bem e evita o golo.
12' João Novais cruza na direita, Ricardo Horta, liberto de marcação, desvia de cabeça com muito perigo.
13'[1-0] Guedes marca.
18' [1-1] Claudemir. Canto curto na direita, cruzamento de João Novais para a área, Osorio corta, mas a bolas ob rapara Claud emir que, sem marcação, com a defesa do Vitória a dormir, atira a contar.
26'Adeptos do Braga entram finalmente no estádio.
27' Davidson comanda um bom contra-ataque, mas, desamparado, acaba por perder a bola para a muralha bracarense, que se agrupa bem para evitar o pior.
33' Já dentro da área, e depois de um bom entendimento com André André, Guedes tenta a sorte, mas o remate sai ao lado.
54' Bruno Viana tira em cima da linha de golo um remate de Davidson, depois de bom movimento ofensivo vimaranense.
57'Wilson Eduardo,à entrada da área, recebe uma bola perdida de Sacko e remata forte, mas por cima da barra.
60' Cruzamento de Ricardo Horta e Dyego Sousa, bem posicionado, falha a emenda. O golo estava ali ao lado...
64'Momento de grande aflição na área bracarense, que termina com Davidson a falhar o cabeceamento a um bom cruzamento de Tozé.
67' Boa iniciativa de Sacko, que ganha o corredor direito, depois de uma corrida longa, e cruza para que atira por cima.
Guedes,
71'Potente remate de André André. Ainda fora da área, que leva o selo de golo, mas sai um nada por cima.
73'Dyego Sousa marca, mas o lance é anulado, por falta do avançado sobre Sacko. Boa decisão do árbitro.
90' +2' Dyego Sousa salta mais alto do que todos, cabeceia forte, mas por cima da barra.


Xerife Claudemir apareceu a resolver
BRAGA UM A UM

Wilson Eduardo quebrou na segunda parte, com dores na coxa direita. Claudemir também apresentou queixas, mas aguentou até ao fim

Tiago Sá 6 Sem culpas no golo de Alexandre Guedes (ainda toca na bola no remate do vitoriano), esteve à altura das responsabilidades, revelando uma maturidade impressionante para quem ainda está na flor da juventude. Nem uma bomba de André André o intranquilizou.
Marcelo Goiano 5 Alternou boas intervenções com momentos de alguma fragilidade. Num desses, Davidson aproveitou para cruzar, com relativa facilidade, para o desvio certeiro de Alexandre Guedes.
Bruno Viana 7 É um central de classe internacional e fez questão de mostrá-lo na fase de maior apuro para o Braga, numa altura em que o adversário parecia sitiar a baliza à guarda de Tiago Sá. Negou de forma incrível um golo quase certo a Davidson.
Pablo Santos 6 Travou interessantes duelos com Alexandre Guedes, Davidson e Tozé, funcionando como exemplo para os companheiros da defesa especialmente no primeiro tempo. Era preciso acordar para aquela batalha e o central dispensou, desde o princípio, o despertador.
Sequeira 6 Certinho a fechar o corredor esquerdo, nunca se escondeu na missão de alimentar os companheiros da frente com cruzamentos bem medidos. Foi o suficiente para intimidar Sacko, entre outros.
João Novais 5 Precioso como poucos na meia distância e nas bolas paradas, fez pela vida sem o êxito esperado. Disparos à parte, esteve bem melhor a combinar com os companheiros, como se viu num cruzamento tenso e bem medido para desvio de Horta.
Ricardo Esgaio 5 Ainda longe do Robocop da época anterior, compensou com esforço a falta de génio e de oportunidades para brilhar. Foi um travão permanente para Rafa Soares e Boyd.
Ricardo Horta 7 De movimentação imprevisível e técnica apurada, nunca parou de cuspir veneno. Num desvio de cabeça oportuno, ao primeiro poste, esteve perto de marcar.
Wilson Eduardo 6 Sem grandes oportunidades e espaço para armar o remate, fez os possíveis por desequilibrar. Deu tudo até roçar o esgotamento e, já com dores na coxa direita, deu o lugar a Paulinho.
Dyego Sousa 7 Um castigo permanente para os centrais vitorianos. Fortíssimo no um contra um e a guardar a bola na frente, ameaçou por mais de uma vez o golo.
Fransérgio 6 Trouxe inspiração ao meiocampo.
Paulinho 5 Acrescentou luta e poder de choque ao ataque.
Fábio Martins - Pouco tempo em campo.


Abel Ferreira
"Deixámos dois pontos"

Técnico considerou que o Braga foi "superior" e justificou os três pontos

"Fomos superiores, mas o adversário deu boa réplica. A haver um vencedor teria de ser o Braga" "Dados estatísticos pendem para o nosso lado, mas no final contam os golos"

O V. Guimarães"entrou forte e também jogou para vencer", reconheceu o treinador do Braga, mas num "grande espetáculo" os bracarenses tiveram oportunidades suficientes para saírem vencedores
Abel Ferreira não ficou com dúvidas. "Vou ser muito sincero, a haver um vencedor teria de ser o Braga", começou por dizer o treinador do Braga sobre o empate no dérbi do D. Afonso Henriques. "Temos de respeitar o nosso adversário, que entrou bem no jogo e forte. Nós também. A primeira oportunidade é do [Ricardo] Horta, que não conseguiu marcar quase em cima da baliza, o nosso adversário respondeu bem, fez golo, mas não houve nenhum desequilíbrio da nossa equipa e depois foi repartido durante a primeira parte", acrescentou Abel, considerando que "na segunda parte a toada foi a mesma". "Nos últimos 15 ou 20 minutos continuámos a carregar, estivemos em cima da baliza do nosso adversário, tivemos mais uma oportunidade flagrante, com um cruzamento do Horta e o Dyego, por norma, faz golo", recordou o treinador do Braga.
Abel Ferreira defendeu ainda que a sua equipa justificou a conquista dos três pontos. "Fomos, na minha opinião, superiores, mas o nosso adversário deu boa réplica. O futebol é eficácia, ganha quem faz mais golos, mas, por aquilo que foram os 90 minutos penso que deixámos aqui dois pontos", considerou.
Abel Ferreira ficou com a convicção que assistiu "a um grande espetáculo": "Parece-me que foi um jogo de equipas grandes, a quererem ter bola. Foi isso que procuramos fazer. Mas mais do que dizer é passar aos atos. Foi o que fizemos aqui, queríamos levar os três pontos, desde o primeiro ao último segundo, era isso que queríamos e perseguíamos, mas só conseguimos fazer um golo. Os dados estatísticos pendem para o nosso lado, mas no final são os golos que contam. Deixámos aqui dois pontos e a imagem de uma equipa que sabe o que quer. Do outro lado esteve uma equipa que também jogou para vencer", admitiu.


RELAÇÃO MENDES E SALVADOR JUNTOS
Júlio Mendes, presidente do Vitória, e António Salvador, líder do Braga, viram o jogo lado a lado, sinal que imperou o bom senso no meio de tanta rivalidade e também que a relação institucional está acima de qualquer quezília. Um pouco mais ao lado esteve Pedro Proença, presidente da Liga. Paulo Sousa, antigo internacional português, também marcou presença.

O JOGO

JotaCC

Liga abre processo a entrada tardia
Os cerca de 1500 apoiantes do Braga entraram no recinto ao minuto 26. Abel falou em má promoção do futebol

Não permitiremos que forças externas ao terreno de jogo tentem denegrir o trabalho de quem está em pleno no futebol
Comunicado LPFP


Adeptos bracarenses não viram os dois golos do dérbi minhoto. Liga quer apurar todas as responsabilidades do sucedido e falou que na reunião de segurança teve a garantia da polícia de que tudo correria bem
Os cerca de 1500 adeptos do Braga que se deslocaram a Guimarães apenas entraram na bancada norte superior do Estádio D. Afonso Henriques ao minuto 26, numa altura em que as equipas já tinham marcado os respetivos golos.
Certo é que a comitiva de autocarros que transportava os adeptos bracarenses esteve parada na autoestrada a poucos minutos do início do jogo. A Liga, mal terminou o dérbi, fez saber que vai abrir um processo de averiguações, de maneira a apurar responsabilidades. "Não permitiremos que forças externas ao terreno de jogo tentem denegrir o trabalho de quem está em pleno no futebol. Na manhã de sextafeira, durante a reunião de organização do encontro entre o Vitória SC e o SC Braga, na qual a Liga Portugal esteve representada pela Diretora Executiva de Competições, foi assegurada pela representante da força policial que tudo estava devidamente organizado e acautelado, para que o encontro tivesse início sem percalço, como seria expectável por todos", referiu a Liga em comunicado. Também Abel Ferreira, treinador do Braga, falou sobre a situação. "Tenho pena que os nossos adeptos só tenham conseguido entrar à meia hora de jogo. Não promovemos esta modalidade como deveríamos. Fomos apedrejados a chegar ao estádio e não me revejo neste tipo de atitudes. Sinto um pouco de vergonha quando isto acontece. Somos seres humanos e depois queremos vir para o futebol em segurança. Ponham a mão na consciência. O nosso futebol é tão valorizado lá fora, é uma fonte de receita tão grande e não temos comportamentos condizentes. Temos de dar outra imagem se queremos valorizar este grande espetáculo", criticou o treinador. Falta conhecer ainda a posição das forças de segurança face ao sucedido, algo que não foi possível obter após o dérbi minhoto terminar.


Celeuma na colocação de adeptos
Braga não gostou que os adeptos ficassem na bancada superior e o Vitória alegou segurança
O dérbi começou a ser jogado à secretária, numa sequência de comunicados e contra-comunicados devido à organização policial do jogo e à colocação dos adeptos arsenalistas. Depois de, na véspera, o Braga ter estranhado o ponto de partida para o transporte da caixa de segurança para o estádio, ontem lamentou a mudança imprevista dos adeptos da bancada norte inferior para a superior, algo que o Vitória justificou comum a decisão das forças policiais responsáveis pela segurança do encontro. O Braga referiu que, segundo a PSP, o responsável tinha sido o promotor do evento, e o V. Guimarães ripostou com questões de segurança ."O Vitória entende que a colocação dos adeptos na bancada norte superior vai ao encontro das exigências de segurança que um jogo de nível 1 acarreta."
"Por nós , não havia sector visitante e enchíamos o estádio de vitorianos" Tweet do V. Guimarães
Durante o jogo, através do seu Twitter oficial, o V. Guimarães respondeu acríticas sobre a colocação dos adeptos, que deixou vazio um dos três sectores que apareciam na transmissão televisiva: "Por nós, não havia sector visitante e enchíamos o estádio de vitorianos. Mas, pelas regaras, é obrigatório haver lugar reservado para os visitantes. As nossas 'sentidas' desculpas aos telespectadores."


AUTOCARRO DO BRAGA APEDREJADO
A chegada do Braga ao Estádio D. Afonso Henriques não foi pacífica. Quando contornava uma das rotundas próximas do recinto, o autocarro da equipa foi apedrejado e um dos vidros acabou mesmo por partir, ao mesmo tempo que dois petardos eram rebentados e a multidão apupava e insultava a comitiva bracarense. A viatura onde seguia António Salvador, presidente do clube, também foi atingida, mas sem grandes danos. Após o jogo também houve relatos de apedrejamentos a adeptos arsenalistas que seguiam na caixa de segurança e duas mulheres terão ficado feridas.


DECEÇÃO PARA AMBOS OS LADOS
Tanto Davidson, atacante do V. Guimarães, como Claudemir, médio do Braga, queriam a vitória num dérbi "emocionante"
Davidson, extremo do V. Guimarães, ficou "com a sensação de um gosto amargo" pelo empate com o Braga. "Somos uma grande equipa. Fizemos tudo para marcar mais um golo, mas infelizmente não conseguimos a vitória", referiu, lamentando o facto de a equipa "não ter sido suficientemente eficaz para sair do jogo com uma vitória". Restalhe a memória da "sensação única, incrível" de ter participado no dérbi. Do lado arsenalista, Claudemir também desejava mais. "Estou satisfeito com o trabalho da equipa e com o meu. Mas estamos um pouco dececionados, porque queríamos os três pontos", disse, partilhando as emoções de Davidson num jogo sempre especial para vitorianos e arsenalistas. "Foi bonito, mas sair com a vitória seria muito mais emocionante. Vamos continuar a trabalhar", prometeu.

O JOGO

JotaCC

"Saímos frustrados, queríamos ganhar"
Médio do Sp. Braga fala em dérbi "bonito", mas não esconde alguma desilusão pelo empate

"FICA UM GOSTO AMARGO. FIZEMOS UM GRANDE JOGO E CONSTRUÍMOS OCASIÕES PARA O 2-0" LAMENTA DAVIDSON

Estreante absoluto no que a dérbis minhotos diz respeito, Claudemir admitiu ter vivido ontem um momento especial, num jogo que considerou "bonito e emocionante".

Ainda assim, o médio brasileiro não escondeu a desilusão por a equipa não ter ido além do empate, sublinhando que o objetivo era somar os três pontos. "Estou satisfeito com o trabalho da equipa e com o meu trabalho, mas estamos um bocado dececionados. Queríamos os três pontos. Na primeira parte mandámos no jogo e saímos frustrados com o resultado. Agora é trabalhar porque há mais jogos pela frente", começou por dizer, garantindo, ainda assim, que a equipa sabia que "não ia ser fácil". Questionado sobre as dificuldades impostas pelo V. Guimarães nos primeiros minutos do encontro, Claudemir disse ser algo "normal" de alguém que joga diante dos seus adeptos. "Estávamos preparados para isso porque jogando em casa é normal eles pressionarem. Ainda assim, tivemos muitas hipóteses, mas o futebol é assim mesmo", asseverou.
Davidson realizou um sonho
Do outro lado da barricada também houve quem cumprisse neste dérbi em particular a sua estreia nestas andanças. Davidson, uma das figuras da formação vitoriana, não escondeu a felicidade de poder disputar uma partida deste nível, falando, inclusive, em "sonho realizado".
"Foi uma sensação única, incrível. Só quem está aqui percebe como é viver algo assim. É um sonho realizado", admitiu o extremo brasileiro, embora confesse que ficou um "gosto amargo pelo resultado". "Fizemos um grande jogo. Estamos em crescimento e somos uma grande equipa. Construímos muitos lances para marcar um golo e sair com a vitória, mas infelizmente não fomos eficazes", lamentou, apontando de imediato baterias ao futuro. "Vamos trabalhar para mostrar resultados, fazer o nosso campeonato e dar o máximo para vencer. Estamos em crescimento", asseverou.


COM VIDROS PARTIDOS
AUTOCARRO DO SP. BRAGA ATINGIDO Chegada atribulada ao estádio e nem a viatura de António Salvador escapou às tochas

ANTES DO JOGO UM POLÍCIA FICOU FERIDO; DEPOIS, PELO MENOS DUAS ADEPTAS DO SP. BRAGA FORAM ASSISTIDAS

Ao fim de várias acusações por via de comunicados, que aqueceram ainda mais o dérbi do Minho, quem pagou à chegada foram as viaturas. Primeiro a de António Salvador, que na rotunda de acesso ao estádio levou em cheio com duas tochas arremessadas por uma franja bem significativa de adeptos vitorianos que, pelos vistos, as forças da ordem não conseguiram manter a uma distância que permitisse uma chegada mais pacífica dos bracarenses. O autocarro do Sp. Braga também levou com pedras e ficou com dois vidros partidos. Já quando a viatura oficial dos arsenalistas entrava no estádio ainda se ouviram mais dois petardos e o barulho que duas garrafas de cerveja fazem quando batem na chapa. Os guerreiros manifestaram, de manhã, estranheza pelo facto de os seus adeptos ficarem posicionados na bancada norte superior, decisão que os vitorianos atribuíram à PSP, mas que o bracarenses desmentiram, frisando que a polícia já tinha dito que a iniciativa partira do Vitória. O Sp. Braga falou de "atropelos gravíssimos ao protocolo e uma afronta inqualificável a todas as entidades que devem zelar pela realização de um evento desportivo desta importância". "O Vitória nunca aceitará alimentar debates acessórios", responderam os vimaranenses.
Feridos
Entretanto, o percurso das claques do Sp. Braga também foi atribulado, já que surgiu um grupo de cerca de 100 apoiantes vitorianos no trajeto. A PSP carregou sobre os mesmos, devido ao seu comportamento, o que originou grande confusão. Um dos polícias acabou ferido e teve de receber tratamento hospitalar. Após o final do jogo, os adeptos bracarenses que seguiam na caixa de segurança foram apedrejados numa rua. Pelo menos duas adeptas receberam assistência médica.


Inquérito ao atraso
A larga maioria dos 1.500 apoiantes do Sp. Braga que marcaram presença na partida apenas entrou no Estádio D. Afonso Henriques quando já estava cumprida cerca de meia hora de jogo, um momento que foi, sem surpresa, assinalado pelos adeptos da casa de uma forma bem audível. O atraso na entrada será alvo de uma inquérito por parte da Liga. "Face ao ocorrido no D. Afonso Henriques, com a entrada tardia dos adeptos afetos ao Sp. Braga, a Liga vai abrir um processo de averiguações, na defesa do bom nome de todos os que querem verdadeiramente dignificar o futebol. Não permitiremos que forças externas ao terreno de jogo tentem denegrir o trabalho de quem está em pleno no futebol", pode ler-se no comunicado emitido ainda durante a partida, acrescentando que na reunião preparatória do jogo "foi assegurada pela representante da força policial que tudo estava devidamente organizado e acautelado, para que o encontro tivesse início sem percalços, como seria expectável por todos".
Alfinetada
No 'combate' saudável entre bancadas, diga-se que os adeptos do Vitória exibiram uma tarja com uma alfinetada ao Sp. Braga, fazendo uso de um recorrente pedido do seu técnico: "Abel, aqui não precisamos de pedir, somos sempre mais de 15 mil."

RECORD

JotaCC

UM POUCO MAIS DE SAL E TERIA SIDO PERFEITO
ESPETÁCULO E JUSTIÇA DE MÃOS DADAS Equilíbrio total, rivalidade positiva e qualidade de jogo. Ao dérbido Minho só se pediam mais uns golinhos...
VITÓRIA CONTROLOU JOGO INTERIOR E SP. BRAGA MEXEU-SE POR FORA. SENSAÇÃO DE PERIGO RONDOU AS DUAS BALIZAS

É raro chegar ao final de um dérbi rijo como é cada vez mais o do Minho e não ter zaragatas, cartões vermelhos, queixumes e queixinhas a lamentar. É raro, mas acontece, como ontem. O grande exemplo de uma rivalidade sadia foi dado dentro de campo – e não nas bancadas ou ainda fora delas –, numa partida intensa e interessante. O empate final assenta bem ao desempenho de duas equipas com princípios e estratégias muito diferentes, mas que ontem se igualaram em tudo. E se tivesse havido mais uns golinhos, ainda mais bonito teria sido... O domínio do encontro viveu numa espécie de ping-pong periódico. Ora controlava o V. Guimarães, ora se sobrepunha o Sp. Braga. Os da casa entraram mais acutilantes e os visitantes fizeram da estabilidade do seu jogo o seu principal argumento. Ricardo Horta até foi o primeiro a criar perigo, com uma cabeçada que passou pouco ao lado do poste, mas o golo inaugural foi de Alexandre Guedes (14'), que, também de cabeça, correspondeu da melhor forma a um cruzamento tenso e certeiro de Davidson. Porém, apenas quatro minutos tinham passado e Claudemir acentuava a tónica geral do encontro, o equilíbrio.
Não se veriam (infelizmente) mais golos no D. Afonso Henriques, mas motivos de interesse não faltaram. Com o jogo mais controlado, a assentar, foi Tyler Boyd que, com um corte acrobático, tirou a Ricardo Horta um golo 'feito', aos 29', e só a partir daí, nesses 15 minutos finais, se veriam algumas picardias de parte a parte, sem excessos.
Como na primeira, a segunda parte arrancou com o V. Guimarães a controlar por dentro – especialmente porque Wakaso 'sobrava' na luta do miolo – e o Sp. Braga a desequilibrar pelos corredores. A partir do banco, Luís Castro tentou espevitar a profundidade, com Estupiñan, e Abel Ferreira solidificou o miolo através da entrada de Fransérgio, qual braço-de-ferro estratégico. Davidson, Dyego Sousa – que até viu um golo seu ser bem anulado – e Alexandre Guedes voltaram a criar perigo, porém ninguém teve mais motivos para festejar. Foi bom e justo, só faltou mesmo um pouco mais de sal...


"Deixámos 2 pontos aqui"
Abel Ferreira considera que a sua equipa fez mais por merecer o triunfo. "A haver um vencedor, tinha de ser o Sp. Braga. Na minha opinião fomos superiores, o adversário deu uma boa réplica, mas o futebol é eficácia e ganha quem faz mais golos. Acabámos com divisão de pontos e penso que deixámos dois pontos aqui", afirmou o técnico dos arsenalistas. "Foi um jogo de equipas grandes. Deixámos mais uma vez a imagem de uma equipa que tem identidade própria", frisou.
Abel lamentou o facto de os adeptos bracarenses só terem entrado no estádio perto dos 30 minutos. "É triste. Não promovemos a modalidade como deveríamos. Fomos apedrejados e não me revejo neste tipo de atitudes. Sinto um pouco de vergonha. Somos seres humanos e depois queremos vir para o futebol em segurança. Ponham a mão na consciência", referiu Abel.

RECORD

JotaCC

Equilíbrio no Minho resultou em empate entre rivais
O resultado ficou definido nos primeiros 20 minutos da partida, em Guimarães. Sp. Braga isola-se de forma provisória no comando
Antes do encontro de ontem, era preciso recuar até à 5.ª jornada da Liga 2011-12 para encontrar um empate entre Vitória e Sp. Braga, no campeonato, em Guimarães. Esse encontro terminou com 1-1 no marcador, o mesmo resultado da 8.ª ronda da presente edição da prova, que colocou os bracarenses de novo isolados na liderança, mas agora ao alcance de FC Porto e Benfica. Começaram melhor os anfitriões, com uma incursão de Davidson pela esquerda: o brasileiro cruzou com precisão para a área e, aos 13', Alexandre Guedes desviou com classe, de cabeça, entre os centrais, e inaugurou o marcador.
Em 4x4x2, com Dyego Sousa e Wilson mais adiantados, o Sp. Braga respondeu, mas de bola parada. Pontapé de canto ao primeiro poste, desvio para o segundo e Claudemir, oportuno a surgir para o desvio que resultou no empate, aos 18'.
Os bracarenses imprimiam maior largura ao jogo, circulavam com mais velocidade para tentar desposicionar o rival, mas no arranque do segundo tempo foi o Vitória a estar primeiro mais perto do golo. Aos 55', Davidson aproveitou um ressalto de um remate de Tozé e desviou fora do alcance do guarda-redes, mas Bruno Viana salvou já perto da linha.
O V. Guimarães mostrava-se mais perigoso nas transições rápidas, com Tozé normalmente a conduzir com critério, mas o Sp. Braga evidenciava mais atributos em ataque organizado. Aos 74', o goleador Dyego Sousa ainda colocou a bola na baliza, de cabeça, após cruzamento da direita, mas o lance foi invalidado por falta do avançado brasileiro.
Com mais um par de lances de perigo de parte a parte, o empate não se desfez, valendo ao Vitória o sétimo lugar na tabela, à condição.

PUBLICO