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João Pinto em entrevista ao Público

Started by Olho Vivo, 17 de December de 2006, 04:31

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Olho Vivo

"Tenho pena de não ter jogado no FC Porto"

«A poucos dias de reencontrar o Boavista, João Pinto falou de si e das ambições que tem para o resto da época do Braga. Está em alta na carreira de futebolista, mas já admite construir um futuro como dirigente ou director desportivo.»

Por Matilde Rocha Dias

«Aos 35 anos, e depois de 17 épocas activas na primeira divisão, João Pinto prepara-se para decidir a ponta final de um percurso desportivo invejável. Mas o "menino de ouro" continua a espalhar perfume nos relvados, contribuindo de forma marcante para todos os êxitos do Braga nesta temporada, tanto no campeonato como na Taça UEFA. Ao PÚBLICO, abriu o livro da sua vida para revelar que tem pena de nunca ter representado o FC Porto e que vai reclamar uma dívida que o Boavista tem para com ele, referente à época passada. Conta, também, que é fumador e acompanha de perto a promoção do filho à equipa principal do Sporting, ao ponto de conversar com Paulo Bento sobre o herdeiro mais velho. E diz ainda que esteve para regressar ao Benfica quando saiu do Sporting.
PÚBLICO - Apareceu de novo como goleador, designadamente frente ao Grasshoppers. Deve-se à posição que ocupa no "onze" de Rogério Gonçalves?
JOÃO PINTO - Faço o que os treinadores me pedem. Às vezes, tenho preocupações defensivas. Noutras alturas, posso andar solto e só atento ao trinco adversário. Se jogar mais adiantado, como tem acontecido, é natural que apareça mais vezes a fazer golos.
Os adeptos do Braga já têm cânticos com o seu nome...
Respeitam o meu passado e confiam em mim. Sei que sou uma peça importante e faço tudo para não defraudar os bracarenses.
O que mudou com a chegada de Rogério Gonçalves?
Gostei de trabalhar com o Carvalhal. Não seria elegante compará-los. O Carvalhal conseguiu o apuramento para a fase de grupos. E o Rogério deu continuidade ao bom trabalho, conquistando também um papel na história do clube. Importante é o Braga estar onde queria estar.
Um dos receios dos adeptos era a falta de estatuto de Rogério Gonçalves junto de atletas vindos de clubes grandes...
À excepção do Paulo Bento, não me lembro de um treinador que tenha começado por cima. E o Braga tem um balneário fácil, ao contrário do que se pensa. Embora o nível dos jogadores seja equilibrado - qualquer um pode jogar -, todos aceitam sem complexos as ideias do treinador e os objectivos do clube. Quando um não joga, fica triste. Mas há oportunidades para todos. Eu próprio já fiquei no banco.
Foi estranho reencontrar Jorge Costa na pele de treinador?
Foi esquisito no início [risos]. Por conhecê-lo tão bem, desde os 15/16 anos, sei que vai empenhar-se de corpo e alma.
Como é o vosso relacionamento agora?
Não é necessário tratá-lo por "você", seria estupidez. Respeito-o muito, é uma peça-chave desta equipa, com uma visão muito coerente do futebol. Ganhou muita coisa, tem muita experiência e tranquilidade para transmitir o que aprendeu.
Este Braga pode ir além do quarto lugar?
Se dependesse de mim, ia directo à Champions. Mas a luta pelo terceiro lugar está renhida. Lutamos com o Benfica e não podemos esquecer que Marítimo e Leiria estão perto. Temos que ser organizados e regulares. A seguir aos "grandes", somos a equipa com mais recursos: há equipas com bons jogadores, mas não tão equilibradas.
O Boavista é o próximo adversário. A euforia europeia pode afectar o vosso desempenho?
Os festejos são curtos. Já pensamos nesse jogo. Não será fácil, devido ao desgaste a que fomos sujeitos e sabendo que o Boavista é muito combativo. Temos que recuperar depressa para ganharmos.
O último jogo doméstico correu mal. O triunfo europeu apagou esse deslize?
Demos uma prova cabal da nossa ambição. Deu para esquecer a derrota do Restelo e agora há que dar sequência.
Sentiu como cruel a forma como saiu do Boavista?
Estou habituado a saídas cruéis. Foi assim no Benfica e, no Sporting, apesar do mútuo acordo, a saída foi precoce. Não esperava sair assim do Bessa. Esperei até ao limite, mas não podia esperar eternamente, até porque não queria que me fizessem um favor...
É verdade que o Boavista lhe deve dinheiro?
O que posso dizer é que, assim que acabou o campeonato, não falei com mais ninguém da Direcção. Falei só com o doutor Paulo Gonçalves, que já não está no clube. Vou resolver a situação, reivindicar o que está em falta através do meu advogado.
É um montante elevado?
Não interessa se é muito ou pouco. É o que foi acordado.
Como será o reencontro com João Loureiro?
Não sei se o vou ver.
Quando é que colocará um ponto final na carreira?
Decidirei no final da época.
Se repetir a exibição de quinta-feira e a que fez ante a Académica, dificilmente pendurará as chuteiras...
Tenho que ser capaz de servir bem o clube e não de me servir dele. Continuarei a jogar se for capaz de travar uma batalha como a que tive agora com o meu marcador do Grasshoppers, um miúdo de 19 ou 20 anos.
É da opinião de que a "geração de ouro" deve ser a base dos treinadores e do dirigismo de amanhã?
Sou. É uma geração que emigrou, aprendeu com os melhores, e os que cá ficaram também se cultivaram e coleccionaram internacionalizações. Têm uma mentalidade que pode ser útil, seja a nível de treino seja para aplicar como dirigentes e directores desportivos. O futebol português não pode desaproveitar a chance de rentabilizar um grupo tão marcante.
Vê-se a desempenhar um desses papéis?
Ser treinador não me puxa. Não gosto de andar de um lado para o outro. Os outros papéis são mais apelativos. Estou a adquirir alguma experiência como vice-presidente do Sindicato de Jogadores. Tenho tempo para pensar nisso.
Continua bem cotado entre os adeptos do Benfica. Na impossibilidade de regressar à Luz como jogador, via-se lá noutras funções?
Tenho carinho pelas equipas por onde passei e fui bem tratado, não é só pelo Benfica. Quanto ao futuro, a experiência diz-me que nunca devo dizer nunca.
É verdade que esteve para regressar ao Benfica quando deixou o Sporting?
Sim. Se me pedirem provas, não tenho, porque foram só conversas. Fui abordado, mas rapidamente percebi que havia anticorpos, uma ou duas pessoas que se opunham.
Falou-se que esse regresso teria incomodado o seu ex-colega Nuno Gomes.
Não sei se é ele que manda no Benfica. Acho que não...
Alguma vez o FC Porto se atravessou no seu caminho?
Várias vezes. Confesso que gostava de jogar no FC Porto, tenho pena de não ter jogado. É o clube que melhor tem representado Portugal e que mais conquistas teve nas últimas duas décadas. Tenho as minhas origens no Porto, embora me sinta ligado da mesma maneira a Lisboa, onde construí a vida de adulto.
A sua companheira, Marisa Cruz, tem negócios na área da moda. Perde a cabeça com roupas de estilistas famosos?
As roupas de marca já não me dizem nada. Caí na realidade a partir do momento em que fui para o Boavista e para o Braga. Um jogador, como eu, que atingiu determinados níveis no Benfica e no Sporting, perde, por vezes, a noção da realidade do país. De certa forma, agora vivo-a mais. Dou valor a coisas que me passavam ao lado e que até são de graça.
Investe os seus rendimentos em obras de arte ou carros desportivos?
Não invisto porque não posso.
Por causa do processo de divórcio que está a viver?
Também.
Foi pai pela terceira vez, há 14 meses. Isso alterou a sua maneira de ser?
Sinto-me mais preparado agora do que quando tinha 16 anos. Tento dar ao João a melhor educação, como fiz com os meus primeiros filhos.
É um pai possessivo, o chamado "pai-galinha", ou é mais liberal?
Tenho cuidados. Felizmente, os meus filhos dão muitos motivos de orgulho. Não vejo os mais velhos com tanta frequência, mas faço tudo para mantermos o contacto.
Como é que viveu a promoção do seu filho Tiago à equipa principal do Sporting?
Fiquei orgulhoso. Nunca imaginei jogar com o meu filho na mesma liga. Vai ser engraçado. Ele sabe que tem que trabalhar o dobro por ter um pai conhecido.
Já falou com Paulo Bento sobre ele?
Com o Paulo e com o Aurélio Pereira [responsável das camadas jovens do Sporting]. Não lhe conto o que dizem, mas tento orientá-lo da melhor maneira. Tem evoluído muito e ganhou a agressividade que lhe peço desde os 14 anos. É um lateral-esquerdo promissor.
Você tem fama de fumador.
Sou fumador, confesso. Não tenho orgulho nenhum em dizer isto. Se achasse que estava a afectar a minha carreira, deixaria o tabaco, como fiz noutras ocasiões.
Sente saudade quando vê jogos da selecção?
Só vejo jogos dos adversários do Braga, para saber o que me espera.
Se fosse seleccionador, convocaria o João Pinto?
Já superei essa fase, a sério [risos].
Qual a memória mais importante da selecção?
Podia descrever 23 golos. Sem hipocrisias, foi o convívio e as amizades que fiz.»

jaimec

Um senhor este João Vieira Pinto !

Sobre o fumar ... há uns tempos estive a almoçar numa mesa ao lado dele num restaurante bracarense, no fim de almoço saca de um cigarro e chega-lhe lume ... eu só pensava : o que é que estás a fazer pá ? És maluco ?!? É por isso que não corres ?  ;D Passei-me ! Fiquei um bocado triste ... e eu sou fumador !Paciência !

karon

 ;)

Um dos receios dos adeptos era a falta de estatuto de Rogério Gonçalves junto de atletas vindos de clubes grandes...
À excepção do Paulo Bento, não me lembro de um treinador que tenha começado por cima. E o Braga tem um balneário fácil, ao contrário do que se pensa.


Boa! Quem fala assim não é gago, e não é só este excerto, é toda a entrevista!

VIVA O SC BRAGA!
"Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem vo

El_Gavion

Esta entrevista só demonstra mais uma vez aquilo que eu pensava dele anteriormente:Grande Homem e Grande Profissional(tirando a parte de fumar! ;D)...Grande,não...ENORME!!
SC BRAGA: QUEM NÃO SENTE,NÃO ENTENDE!!

disco infiltrator

Fuma mas com a idade que tem ainda corre bem mais que muitos meninos de 20 aninhos.

O Marcel deve fumar uns 4 macitos por dia...