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A propósito da final: a relação e a comunicação do clube com os sócios e adeptos

Started by ArcticStunt, 21 de May de 2011, 18:42

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ArcticStunt


Agora que o clube já entrou de férias, já não é um mau momento para se falar nestas questões, e sobretudo, na total falta de respeito que o clube mantém para com os sócios.

Muitos falam em marketing, mas nem me parece que o problema esteja tanto aí. A esse nível acho que até estamos muito bem. Falta sobretudo comunicação, o que equivale a dizer que falta respeito.

Não basta termos uma grande equipa, com grandes resultados, e os 10.000 (habituais) que se lixem, que embrulhem, que procurem, que comprem os pasquins desportivos (os mesmos que nos tentam deitar abaixo).

Os resultados desta falta de respeito podem-se fazer sentir em pouco tempo: enquanto se ganha, todos estão dispostos a tudo, quando as coisas começarem a correr pior, basta uns pingos de chuva para muitos desistirem, e, sobretudo, se lembrarem do respeito que não têm por parte do clube.

Isto para não falar das novas gerações de adeptos que o clube quer e deve cativar: a malta das escolas não passa na Arcada ou no meio da Avenida da Liberdade para ver os cartazes com os horários dos jogos, como há 20 anos atrás. A malta agora vai à internet buscar informação!!! E fica incrédula quando, como num jogo como o de quarta, tem que ir aos pasquins que tanto criticam e até visitar sites de clubes adversários para saber onde vão ser as concentrações do próprio clube em Dublin. Verdadeiramente lamentável!!!

Não se esqueça, caros responsáveis por isto, que por muito que façam noutros campos, nunca havemos de ser um grande clube sem este respeito. Dê por onde der, isso não será possível. Nunca haverá verdadeira mobilização, nunca iremos atingir o potencial total a que podemos estar destinados (a começar pela região do Minho), se continuarem fechados numa sala a mandar umas migalhas para fora de vez em quando.

E não se esqueçam que nem se trata de nenhum favor. Com a confusão de hoje em dia que é o futebol, clubes, SADs e mais não sei o quê, parece que muitos se esqueçem que os sócios PAGAM e têm direito a um serviço, e que, no nosso caso, não tem sido prestado em condições.

Não se esqueçam também, acima de tudo, que não vivemos numa ilha, e é fácil a qualquer um perceber, a forma como somos tratados em comparação com os potenciais rivais.
Sugiro aos responsáveis do Braga, neste particular, que se vão às páginas dos 100 clubes melhores colocados no ranking da UEFA (onde felizmente nos encontramos), as estudem bem, e verifiquem o amadorismo e até ridículo que somos neste aspecto. Eu pessoalmente só vou à página do Braga quase por pena, por ser o meu clube, porque, em termos práticos, não têm absolutamente nada para oferecer!


Por isso, agora que vem aí a venda de lugares anuais, deviam pensar bem nisto, e talvez achar que, para o nosso potencial, e dado aquilo que os adeptos recebem em troca, não temos actualmente compradores de cadeiras a menos, mas, provavelmente, a mais!!


Para além da questão do site, comunicação, etc há muitas outras questões semelhantes relacionadas com a falta de respeito com os sócios... a começar por exemplo pelo estacionamento, nunca houve qualquer preocupação em tentar resolver isto, nem que fosse provisoriamente. Temos um estádio já com sete anos, cheio de terrenos em redor, e nunca se fez nada, para, pelo menos, tentar acomodar provisoriamente a situação (não seria assim tanta a dificuldade, numa cidade onde todos se conhecem). Mas isto é só mais um exemplo do desprezo pelos associados.


Por isso, quando vamos a Dublin e  percebemos que somos uma grande minoria, será que isto se explica só pela dimensão que o porto atingiu, e pelo maior número de adeptos que tem? Claro que não. Qualquer pessoa com um computador percebeu, nestes dias, a diferença que foi o tratamento de uns e de outros, e, claro, porque é que uns foram em muitíssimo maior número que os outros.

A questão da venda de bilhetes foi uma absoluta vergonha, de um desprezo total pelos adeptos. Ainda tentei perceber a questão pelo facto de haver diferentes categorias, umas melhores que outras, e até pela inexperiência do clube nesta matéria...

Mas entregar os bilhetes mais pretendidos pelos associados à agência oficial do clube rival e dos árbitros que o apoiam?? Tenham dó!!!!!!!!


Como já não está nada em jogo neste momento, a época acabou, fica aqui um pequeno excerto da "crónica" de hoje "del puto amo" da imprensa desportiva nacional, vitor serpa, que como se recordarão tanto tanto ajudou sempre o nosso clube, nomeadamente na época anterior em que, relembre-se, levou o seu clube ao colo durante 10 meses, não hesitando em utilizar nenhum truque, manipulação, e mentira para tentar deitar abaixo o Braga:

"Para festejar a primeira final europeia o presidente do SC Braga teve um gesto de simpatia, convidando várias personalidades do mundo da política, do universo autárquico, do desporto e dos media. No caso da imprensa[??] desportiva todas as direcções foram convidadas e estiveram representadas. Não precisei de pensar muito sobre a aceitação do convite. Não fui trabalhar, apenas estive em representação do jornal, e achei que recusar um convite feito com visível boa fé, e com uma óbvia intenção de partilhar[!!!!!] um momento especial de merecida alegria do SC Braga, seria o que o povo, na sua santa visão, haveria de chamar uma galeguice.

Sr. Serpa, 21 Maio 2011"






Ou seja, resumindo:

> Entregamos os bilhetes a estes ingratos (que têm que se justificar publicamente, não venha o clube a que prestam vassalagem perguntar o que se passou em Dublin)

> Ficamos sem eles para nós (pelo menos sem tempo suficiente para programar o que quer que seja numa complicada deslocação a Dublin em concorrência, em termos logísticos, com os adeptos rivais)

> E temos ainda que os pagar nós!!!! Sim, fomos nós que pagámos a viagem ao sujeito que tudo fez o ano passado para nos roubar o título!!!!!

Olho Vivo

Perguntava o ric noutro tópico se faria sentido a separação entre presidente de clube e presidente da SAD. O enfoque da sua pergunta era o das modalidades ditas amadoras e o ecletismo do clube. Não acho que faça sentido essa separação, sobretudo com um homem com as características de António Salvador à frente do futebol. A experiência foi tentada e, como todos sabem, não resultou.

Mas a questão não é despicienda. Disse noutro tópico que António Salvador é um extraordinário presidente da SAD e um medíocre presidente do clube. E disse-o, não pensando na dicotomia futebol-modalidades amadoras, mas pensando na relação do clube (instituição) com os seus sócios e adeptos. Não me interessa se as competências são estritamente do clube ou se a SAD também abarca parte das funções a que me refiro. O que está em causa é a relação com os sócios e adeptos, afinal o que dita, a prazo, a grandeza de um clube e a sustentabilidade do seu sucesso.

E neste aspecto, como já muitos disseram, estamos muito mas muito aquém do crescimento registado nos últimos anos em termos desportivos (futebol) e mesmo em termos económicos. Não quero ser injusto e dizer que nada foi feito – porque não é verdade. A campanha de marketing  "Guerreiros do Minho", por exemplo, pegou de estaca e hoje esta é uma imagem que se nos cola, mesmo na imprensa (e, ao que parece, causa inveja). Mas se houve momento que mostrou como estas questões estão afastadas das prioridades de quem nos dirige foi o desta final da Liga Europa. Este era um momento único para catapultar a paixão pelo clube para outra dimensão e para reunir a cidade e arredores à volta do clube. Era momento de "investir" a sério nisso, motivar os adeptos a acompanharem a equipa, acender neles a paixão pelo clube, pintar a cidade de vermelho, usando de todos os meios possíveis e imaginários para chegar aos nossos adeptos. O que se viu!? Nada disso. Uma comunicação ridícula – nem sequer os preços dos bilhetes dos bilhetes foram anunciados oficialmente no site do clube – aliada a aparente desorganização e desleixo no acompanhamento da deslocação a Dublin por parte dos adeptos, deixando-os "ao deus-dará, não falando na vergonha que foi a falta de regras na atribuição de bilhetes para o jogo, sem respeitar a regra básica da prioridade aos sócios. Com isto, não só não conseguimos fazer deste evento um momento galvanizador da paixão clubística como, pelo contrário (imagine-se!), conseguimos criar em muitos espíritos, mesmo entre os nossos indefectíveis, alguma desilusão e revolta pelo facto de não poderem acompanhar o seu clube nesta jornada histórica. Dir-me-ão que, tendo em atenção a difícil logística desta final (afinal Dublin fica numa ilha!) pouco haveria a fazer. É evidente que nunca seria possível uma deslocação tão massiva quanto desejaríamos... mas, com boa vontade e algum engenho, seria possível termos preços para a viagem a Dublin mais em conta que permitiriam a mais alguns lá ter estado – e mesmo entre aqueles que mesmo assim não pudessem lá estar, haveria certamente o reconhecimento do esforço do clube. E quando falo em esforço do clube não estou a pensar em "comparticipação" nas viagens. Há muitas maneiras de apanhar moscas... Mesmo com o tal acordo com a Cosmos (que deveria ser explicado aos sócios)! Até porque, todos sabemos, houve quem conseguisse voos relativamente baratos, adiantando o dinheiro da reserva dos charters...

Às vezes, tenho a sensação de que quem nos dirige pensa que somos mais pequenos do que realmente somos. É verdade que não temos a dimensão humana de um dos metralhas mas não somos só "aquilo". Foi realmente uma pena o que aconteceu. Não sei se isto sucedeu com toda a gente mas acho que eu próprio não vivi a final com o entusiasmo que teria vivido (e que o momento merecia), caso tivesse sentido que tudo tinha sido feito para fazer daquele momento o que ele realmente era: o maior momento da história do clube (com a devida vénia para a final do Jamor de 1966). Senti que faltava nas bancadas muita gente que poderia lá estar e que o clube não esteve à altura da sua ilusão.

Mas as coisas não terminam por aqui. Não é admissível o desleixo continuado à posteriori. O completo black-out quanto à hora da chegada a Braga e o local da chegada, a falta de mobilização no dia do regresso privaram equipa e adeptos (sobretudo os que por cá ficaram) do merecido momento de comunhão que, estou certo, teria reunido milhares de adeptos. Não é possível o nosso presidente ter dito que a festa é apenas para os vencedores, por muita ambição que estas palavras revelem. Desta forma, passámos uma imagem de pequenez e ingratidão (que os media não deixaram de veicular) que não condiz com o que é hoje a massa adepta do Braga. Ficamo-nos pela recepção na Câmara Municipal (sem qualquer comunicação por parte do clube!), já na sexta-feira, a uma hora imprópria (para a maioria dos adeptos), que embora plena de entusiasmo, ficou muito aquém do que poderia ter sido.

Pergunto eu, quem é que se consegue rever num clube que oferece esta imagem no momento mais sublime da sua história!?!? Ou trata-se de um adepto fidelíssimo que, mesmo discordando desta postura, tudo ultrapassa em nome da sua paixão; ou tratando-se de um mero simpatizante, porventura vira costas, desiludido por um clube que assim tão mal-trata os seus. Podem-me dizer que há alguma inexperiência do clube na gestão de um momento destes – e há. Mas, caramba, este era o momento mais alto da nossa história desportiva! Tínhamos obrigação de empenhar todos os recursos, todos os esforços no planeamento deste evento que poderia significar um grande salto em frente na consolidação do clube em termos sociais. Nem que fosse aprendendo com quem tinha mais experiência que nós! Lamento mas, para mim, o que se passou é mero sintoma de uma concepção do clube que atribui pouca importância à sua implantação social, reduzindo atenções à esfera estritamente desportiva. Por isso, digo que Salvador é um extraordinário presidente da SAD mas um medíocre presidente do clube. E, note-se, não exijo que ele tenha uma sensibilidade para estas questões igual à mestria que tem revelado para dirigir o futebol, no quadro da SAD. Mas, se não a tem, reconheça a importância da relação com sócios e adeptos (nas suas várias vertentes) e delegue efectivamente poderes, atribuindo alguma autonomia a alguém (ou uma equipa) capaz. Em bom rigor, nem sei se já dispomos desta estrutura muito profissional e dedicada a que por vezes se faz grandes elogios. Se a temos, há que a deixar trabalhar, definindo as suas balizas de actuação mas conferindo-lhe um mínimo de autonomia. Se não a temos, há que reuni-la. Não podemos continuar assim, sob pena de jamais concretizarmos o potencial de crescimento que temos e que a óptima gestão da esfera desportiva justificaria. Não podemos sentar-nos sobre o sucesso desportivo e esperar que os milagres aconteçam.

Deixámos passar esta oportunidade de ouro – o que, sinceramente, me deixou muito triste e revoltado porque momentos destes são (quase) irrepetíveis. Mas não adianta chorar o leite derramado. É preciso retirarmos as devidas lições do que se passou!

http://arsenaldebraga.blogspot.com/2011/05/proposito-da-final-relacao-e.html [com ligeiras adaptações]

Eksfive

"Às vezes, tenho a sensação de que, quem nos dirige pensa que somos mais pequenos do que realmente somos. É verdade que não temos a dimensão humana de um dos metralhas mas não somos só "aquilo". Foi realmente uma pena o que aconteceu. Não sei se isto sucedeu com toda a gente mas acho que eu próprio não vivi a final com o entusiasmo que teria vivido (e que o momento merecia), caso tivesse sentido que tudo tinha sido feito para fazer daquele momento o que ele realmente era: o maior momento da história do clube (com a devida vénia para a final do Jamor de 1966). Senti que faltava nas bancadas muita gente que poderia lá estar e que o clube não esteve à altura da sua ilusão."

Subscrevo completamente.