NOTICIAS DO ENORME DO DIA 08/01

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Domingos Paciência: "Estamos optimistas e queremos ganhar"

Na antevisão ao jogo de hoje frente ao Sporting, a contar para a 15.ª jornada da Liga Portuguesa de Futebol, o treinador do Sp. Braga, Domingos Paciência, foi peremptório ao afirmar que os arsenalistas se deslocam a Lisboa com o intuito de conquistar a vitória e, consequentemente, reduzir a desvantagem pontual para os leões.

'Queremos fazer acima de tudo um grande jogo. Vamos defrontar uma equipa que tem muito valor, muita qualidade e a jogar em casa, perante o seu público, é natural que vá ser uma equipa muito forte. Espero que a minha equipa esteja bem, como tem estado nos últimos jogos, que aborde este jogo de forma optimista e concentrada de maneira a que a gente consiga fazer um bom resultado em Alvalade e é evidente que um bom resultado é ganhar', afirmou Domingos, acrescentando que a equipa tem vindo a crescer de rendimento: 'Sinto que a equipa está mais confiante, que se vê determinados processos muito melhor assimilados, mas isso também é consequência da subida de rendimento de alguns jogadores. A equipa está mais dinâmica, intensa e, quando isso acontece, é natural que se note um maior entrosamento entre os jogadores e uma equipa mais forte e confiante. Isso foi visto nos últimos dois jogos e é esse o nosso objectivo para este jogo com o Sporting. Uma equipa forte, que consiga criar diversas situações para marcar e que as concretize para ganhar o jogo'.


CORREIO DO MINHO

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Ponto final nas vitórias do Braga em Alvalade

Para o Sporting terá mesmo de haver duas derrotas sem três. Vitória leonina é o fim da tendência dos últimos dois anos. Jogo deste sábado (21.15 horas), em Alvalade, é crucial.

A tendência de derrota das duas últimas épocas em Alvalade, nos confrontos com o SC Braga, é algo a que o Sporting não se pode dar mais ao luxo.

Não são os cinco pontos de vantagem que os leões têm sobre o próximo adversário na Liga que estão em causa - arsenalistas ocupam a 7.ª posição -, mas sim os 13 de atraso que já levam do líder do campeonato, o FC Porto, bem como os cinco de diferença para o Benfica, segundo classificado.

Paulo Sérgio tem adoptado, nos últimos tempos, um discurso mais virado para a sumária importância que cada jogo (seguinte) tem no percurso da sua equipa. Planos classificativos a médio prazo deixaram de fazer sentido. Nesse aspecto, o jogo com o SC Braga assume dimensão crucial. Afinal, é próximo. Mas não é só por essa razão. Um maior fosso pontual entre a posição leonina e a linha da frente só viria sentenciar o desfecho da luta do Sporting pelo título nacional, o que poderia igualmente acabar por criar metástases para o resto da temporada.

Pontapé na história

Os resultados alcançados em Alvalade nas duas últimas temporadas não têm sorrido aos leões. Em 2008/2009, ainda com Paulo Bento no comando técnico, o Sporting ainda marcou dois golos (Derlei e Izmailov), mas não foram suficientes para ultrapassar os três marcados pelo Sporting de Braga, então orientado pelo actual técnico do Benfica, Jorge Jesus.

No ano seguinte, já com Domingos Paciência em Braga, mas com Paulo Bento ainda em Alvalade, os três pontos voltaram a seguir viagem para o Minho. Os golos de Alan e Meyong superaram o tento solitário de Yannick. Uma tendência que Paulo Sérgio quererá inverter, no que poderá até ser o início de um percurso mais saudável, do ponto de vista motivacional para os leões.

O Sporting de Braga, pelo mérito que foi alcançando nos últimos anos, passou a ser um adversário com estatuto de grande, envolvendo os seus encontros com os eternos candidatos ao título num papel de novo clássico do futebol português. Retirando a carga histórica dos confrontos com Benfica e FC Porto, certamente que os adeptos encaram as partidas com o SC Braga como jogos importantes no calendário leonino.

Equipas prováveis:

SPORTING: Rui Patrício; João Pereira, Carriço, Polga e Evaldo; Pedro Mendes, André Santos, Vukcevic e Valdés; Hélder Postiga e Liedson.

SC BRAGA: Artur Moraes; Miguel Garcia, Moisés, Paulão e Sílvio; Vandinho, Hugo Viana, Alan, Mossoró e Paulo César; Lima.


A BOLA

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A certeza que mandar é ir vencendo a crise

São cinco os pontos que separam os dois Sportings que hoje se defrontam em Alvalade, com vantagem para os da casa, de Portugal. Os de Braga, vice-campeões, também não têm correspondido às expectativas e nem ocupam os lugares europeus.

Trata-se, portanto, de um duelo mais pela retoma ou sobrevivência do que pelo sucesso o jogo desta noite entre duas das equipas que, mais ou menos assumidamente, tinham legítimas aspirações no início da época a ter êxito no final. O Braga, que nos últimos anos tem deixado o reduto dos leões em triunfo, ainda não venceu esta época na condição de visitante. O Sporting, em Alvalade, só venceu dois dos seis jogos disputados, desperdiçando nove pontos como anfitrião. Sem Maniche nem Pedro Mendes - pelo menos, de início, ao que se perspectiva - recai no jovem André Santos a tarefa de orquestrar a consistência e agressividade que os leões terão de apresentar para levar de vencida um Braga que apresentará os mesmos argumentos do lado contrário. A luta é por não perder terreno... pela Champions.

Sporting

21H15

TVI

Estádio José Alvalade

Árbitro Bruno Paixão [AF Setúbal]

Assistentes

António Godinho e Paulo Ramos

Sporting

Treinador

Paulo Sérgio

1 Rui Patrício GR

78 Abel LD

3 Carriço DC

4 Polga DC

5 Evaldo LE

21 Zapater MD

26 André Santos MD

47 João Pereira AD

77 Vukcevic AE

23 Postiga MO

31 Liedson AV

30 Hildebrand GR

41 Cédric LD

2 Torsiglieri DC

44 Nuno Coelho DC

6 Pedro Mendes MD

15 Valdés MO

55 Tales MO

33 Salomão AE

9 Saleiro AV

Braga

Treinador

Domingos Paciência

1 Artur GR

15 Miguel Garcia LD

5 Moisés DC

3 Paulão DC

28 Sílvio LE

88 Vandinho MD

45 Hugo Viana MD

30 Alan AD

8 Mossoró MO

9 Paulo César AE

18 Lima AV

26 Marcos GR

48 Aníbal DC

25 Salino MD

27 Custódio MD

40 Guilhermer MD

10 Hélder Barbosa AE

11 Keita AV

19 Meyong AV


A ANÁLISE DE COROADO

Bruno Paixão

AF Setúbal

36 anos

internacional Sim

nº de jogos 168

GRAU DE RISCO

MUITO DIFÍCIL

Difícil

MÉDIO

NORMAL

Jogos anteriores 2,95

personalidade 3,00

controlo disciplinar 3,00

interpretação das leis e regulamentos 3,00

condição física 4,00

média 3,19

Tantos e tantos anos na primeira categoria ( 14), tantos altos e baixos, tantas decisões acertadas a par de muitas outras menos positivas, só agora começa a dar mostras de maturidade, afirmação e assertividade. Já se deparou uma vez com os anfitriões, também na condição de visitados (vitória sobre o Marítimo), mas ainda não se cruzou com bracarenses. Está mais equilibrado nas decisões, menos espalhafatoso nas acções embora não deixe, por vezes, de irritar com minudências sem importância. Nos últimos jogos notou-se-lhe tendência enervante para exigir colocação milimétrica da bola na cobrança de livres. O jogo deverá ser giro, pode aproveitar para mostrar que está realmente melhor.


Em destaque

2

Hugo Viana

O médio está em crescendo de forma e a prova disso foram as duas assistências efectuadas no dérbi do Minho, contra o Guimarães, depois de no derradeiro jogo de 2010 (recepção à Académica) ter feito o seu primeiro golo esta época. Segue-se o Sporting no caminho do barcelense, que em Agosto só não se terá mudado para Alvalade devido a questões financeiras. Hoje tem a oportunidade de provar que os dirigentes leoninos fizeram mal em deixá-lo fugir.

15

Zapater vai completar esta noite o 15º jogo como leão. O espanhol que deixou os italianos do Génova integrado na transferência de Miguel Veloso tem sido segunda escolha de Paulo Sérgio, mas terá hoje oportunidade de confirmar créditos, face ao castigo de Maniche e má forma física de Pedro Mendes. Será a décima vez que será titular.

1

evaldo vai defrontar pela primeira vez o Braga, a sua antiga equipa. O lateral-esquerdo é um dos três totalistas dos leões na Liga, a par de Rui Patrício e do capitão Daniel Carriço, o que atesta bem da preponderância que assume na equipa, na sua primeira época de leão ao peito. Dono da esquerda, afirmou-se desde logo um dos esteios do onze de Paulo Sérgio.


Alan costuma fazer estragos em Alvalade

Se Lima tem tendência para marcar ao FC Porto, Alan fá-lo com frequência ante o Sporting. A época passada foi sintomática, já que nas duas visitas do Braga a Alvalade, primeiro para o campeonato e, depois, para a Taça da Liga, o extremo brasileiro fez o gosto ao pé. Algo que também já tinha conseguido por duas vezes com a camisola do Marítimo.

Alan volta hoje a Alvalade e será um fantasma à solta para o Sporting, que até mostrou interesse em contratá-lo no início da presente temporada. O brasileiro, contudo, acabou por renovar com o clube arsenalista e é curioso que vai regressar a um palco que lhe é talismã numa altura em que atravessa um bom momento de forma. Além da boa exibição na vitória sobre a Académica (5-0), entrou em 2011 a todo gás, ao marcar, de penálti, contra o Guimarães, na Bwin Cup, num jogo em que foi considerado por O JOGO como o melhor em campo.

Puxando a cassete da temporada transacta atrás, recorde-se que Alan marcou o primeiro de dois golos do Braga na vitória em Alvalade (2-1) logo na segunda jornada da Liga. O brasileiro abriu o activo aos 12 minutos; Djaló viria a empatar; mas Meyong, aos 81', sentenciaria o jogo. Depois, em Janeiro, naquele que foi o primeiro jogo oficial das duas equipas em 2010, o Braga regressou a Alvalade, desta feita para a Taça da Liga, e perdeu (2-1). Carlos Saleiro colocou o Sporting em vantagem; Alan restabeleceu a igualdade, mas Miguel Veloso fixou o resultado final, aos 65 minutos. Já na segunda volta do campeonato, os arsenalistas voltariam a ganhar, mas desta vez com um golo solitário de Paulo César.

Importa lembrar que em 2008/09, sob o comando de Jorge Jesus, o Braga também venceu em Alvalade (3-2). Renteria, Meyong e Mossoró foram os autores dos golos minhotos e, por isso, Alan ficou em branco dessa vez, mas anteriormente já havia sido particularmente feliz ante o Sporting. Na época em que marcou mais golos num campeonato (nove, em 2003/04), assinou, aos 90+6 minutos, o golo do triunfo do Marítimo (2-1) sobre os leões, no Funchal, onde, na temporada seguinte, deu início a nova vitória insular (3-0).


Domingos Paciência
"Espero um Braga forte e com onze"

Pode parecer estranho, mas a maior preocupação de Domingos Paciência para o jogo com o Sporting não reside no adversário, mas sim na própria equipa. Afinal, os arsenalistas acabaram cinco das últimas seis jornadas do campeonato em inferioridade numérica, o que levou o treinador a expressar um desejo curioso para o encontro de Alvalade. "Espero não jogar com dez, porque fazê-lo a partir da meia hora de um jogo ou durante 45 minutos é complicado para qualquer equipa, e muito dificilmente se vence um jogo fora de casa assim. É isso que quero, que sejamos uma equipa forte e com 11 jogadores do primeiro ao último minuto, para que consigamos ganhar", afirmou um Domingos optimista na obtenção de um bom resultado contra os leões, para quem espera encurtar distâncias. "É um jogo importante para reduzir a diferença para o Sporting e, portanto, só nos passa pela cabeça a vitória. Se ganharmos ficaremos a dois pontos e esse é o nosso grande objectivo", salientou.

Domingos sente que o Braga "está mais confiante" que no passado, muito por culpa da melhor assimilação de processos e à "subida de rendimento de alguns jogadores", mas sabe que do outro lado estará uma equipa que, apesar de ainda não ser constante, é bastante perigosa. "O Sporting tem momentos de grande caudal ofensivo, conseguindo chegar com facilidade à baliza do adversário, como tem momentos em que passa por alguma desorganização que é muito bem aproveitada pelos adversários", explicou o técnico, que recusa a ideia de alterar processos só porque o opositor é um dos denominados "grandes". "O Braga é destemido em qualquer estádio. A nossa forma de encarar os jogos é sempre para ganhar, seja em Alvalade, na Luz ou no Dragão", sublinhou.

A reabertura do mercado possibilitou ao Braga encurtar o grupo de trabalho e Domingos não escondeu que tem agora uma missão mais fácil. "Sinto que o plantel está melhor", referiu, embora não atribua o ambiente animado que agora se vive com a saída de determinados jogadores.


"Poucos jogam como Matheus"

A saída de Matheus para o Dnipro fez o Braga perder um jogador com características difíceis de encontrar em Portugal. A teoria é de Domingos, que nos últimos tempos alterou ligeiramente a forma de jogar da equipa para tirar o máximo rendimento do avançado. "O modelo de jogo de uma equipa por vezes assenta nas características de jogadores como o Matheus. Perdemos um jogador da sua velocidade, mas temos outros com muita qualidade", ressalvou o treinador arsenalista, que admitiu esperar a entrada de mais um ou outro atleta. Mas se não vier, não há problema. "Teremos sempre os jogadores do Vizela ou da formação do clube", atirou, embora lembrando que o mercado encerra dia 31.


Boas vindas a Agostinho

A chegada de Agostinho Oliveira foi bem recebida por Domingos, pois considera que é "uma forma de projectar o futuro". "O crescimento do clube passa pela aposta na formação, logo, é natural que se trabalhe nesse sentido", declarou.


O JOGO

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Domingos quer ficar a dois pontos do Sporting, há um ano levava oito a mais na 15.ª jornada

O Sp. Braga venceu em Alvalade no ano passado e registou a maior diferença pontual da década entre os dois emblemas nesta ronda. A média é favorável aos "leões"

Na época anterior, os 71 pontos com que o Sp. Braga chegou ao final do campeonato dariam para os bracarenses se sagrarem campeões em quatro dos últimos cinco anos. Desde o título do Benfica em 2005 (65 pontos) e os três do FC Porto (69, 69 e 70 pontos entre 2007 e 2009) só a equipa de Co Adriaanse conseguiu melhor (79 pontos em 2006). Há um ano, o furacão bracarense só ficou atrás dos 76 pontos do Benfica de Jorge Jesus. Na sua cavalgada, a formação de Domingos chegou a Alvalade logo na segunda jornada, venceu por 1-2 (golos de Meyong e Alan) e atingiria a 15.ª ronda com mais oito pontos que os "leões". Algo nunca antes visto.

Meio ano depois, o Sporting volta a receber o Sp. Braga com uma vantagem de cinco pontos, uma média normal entre os dois emblemas favorável aos da casa na última década. Só quebrada em 2005-06, quando os minhotos chegaram à 15.ª jornada com mais dois pontos que os lisboetas. Mas nem isso bastou para chegarem ao fim na frente dos "verde e brancos" nesse ano. Mesmo assim, Domingos está, agora, optimista.

"Estamos optimistas. Sabemos o que temos de fazer e que é perfeitamente possível ganhar em Alvalade", disse. Estas contas já são outra história e, sim, o Sp. Braga pode acreditar em pontuar na casa do seu adversário. Nos últimos dez anos, os bracarenses ganharam três vezes (nas duas últimas visitas, 1-2 e 2-3, e 1-2 em 00/01) e empataram duas (0-0 em 2004-05 e 2-2 em 01/02).

Mas Paulo Sérgio também tem razões para sorrir. Foi ele quem, ao serviço do V. Guimarães, acabou com a invencibilidade do Sp. Braga na época passada, com uma vitória por 1-0 no D. Afonso Henriques. Decorria a jornada 10. Agora está no Sporting. "Queremos andar no grupo da frente e ter os nossos adeptos de volta. Antes de um jogo nunca tenho na minha cabeça que as coisas não vão correr bem", contou o treinador, reconhecendo, no entanto, que "em termos pontuais" o Sporting vai concluir a primeira volta do campeonato aquém das expectativas.

"Este jogo não vale mais pontos do que o próximo. O Sp. Braga é obstáculo suficientemente duro, não temos necessidade de outro", concluiu.

PUBLICO

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Sporting recebe Braga no jogo grande da ronda

Sporting e Sp. Braga medem forças este sábado, no Estádio José Alvalade, naquele que é considerado o jogo grande da 15ª jornada da Liga Zon/Sagres.

Os "leões" estão na terceira posição da tabela classificativa e terão de bater o Sp. Braga, sétimo classificado, de modo a marcar diferença relativamente aos seus mais directos perseguidores, a União de Leiria e o Vitória de Guimarães.

O FC Porto vem de uma derrota com o Nacional, para a Taça da Liga, que colocou um ponto final numa longa série de invencibilidade azul e branca, e procura hoje, ante o Marítimo, retomar a senda vitoriosa na Liga Zon/Sagres.

Programa e resultados da 15.ª jornada
- Sexta-feira (07 jan):
Portimonense - Vitória de Setúbal, 3-4.

- Sábado (08 jan):
FC Porto -- Marítimo, 19:15.
Sporting - Sporting de Braga, 21:15.

- Domingo (09 jan):
Rio Ave -- Olhanense, 16:00.
Nacional - Beira-Mar, 16:00.
Académica - Paços de Ferreira, 16:00.
Vitória de Guimarães - Naval 1.º Maio, 18:00.
União de Leiria -- Benfica, 20:15.

O JOGO

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Entrevista: Sílvio
"Mourinho ajudou-me quando o meu pai morreu"

Sílvio recua no tempo para falar, pela primeira vez, da tragédia que o aproximou do 'Special One'. O defesa do Sp. Braga também analisa o jogo de hoje com o Sporting, o super-empresário que o representa (Jorge Mendes) e o interesse do FC Porto.

Correio Sport - O que espera da deslocação a Alvalade (hoje)?

Sílvio – É um jogo que acontece na altura ideal, porque vimos de duas goleadas seguidas [3-1 frente ao V. Guimarães e 5-0 à Académica] e queremos prolongar esse ritmo bom. Vamos lá para ganhar.

- Como é que o Sp. Braga pode ganhar ao Sporting?

- Com a agressividade que mostrámos na Taça da Liga e no jogo com a Académica. Quando temos a bola, somos perigosos. É jogar focados no nosso objectivo. Temos capacidade para anular o Sporting.

- Este é o melhor momento da equipa?

- Já tivemos uma fase muito boa, no início da época, quando nos apurámos para a Liga dos Campeões. Estamos numa fase crescente.

- Ainda dá para o Sp. Braga alcançar o seu objectivo mínimo (4º lugar) na Liga?

- O quarto lugar, sim. Repetir o segundo será mais difícil. Se continuarmos com este andamento e trouxermos uma vitória de Alvalade, vai ser difícil alguém travar-nos. Este jogo com o Sporting é muito importante para nós.

- Com a eliminação da Taça de Portugal e da Liga dos Campeões, a Taça da Liga virou prioridade para o clube?

- É um dos nossos objectivos.

- E a Liga Europa?

- Temos o sonho de chegar longe, depois de termos experimentado a Champions. Mas queremos, sobretudo, deixar uma boa imagem.

-O próximo adversário é o Lech Poznan...

- Ainda não estamos focados nesse jogo.

- O que custou mais: a eliminação da Champions ou as derrotas no campeonato?

- Ainda é cedo para haver decisões na Liga e estamos bem embalados para subir na classificação. Na Champions, custou perder em casa (0-3) com o Shakhtar, mais do que a goleada (0-6) em Londres com o Arsenal. As pessoas esperavam que estivéssemos fora da competição à terceira jornada, mas acabámos por estar bem na Liga dos Campeões até ao fim.

- Arrepende-se de ter saído do Benfica?

- Não. Ofereceram-me um contrato que não era bom para mim. Os valores eram os piores que me podiam ter apresentado. Tinha 18 anos, muitos sonhos, quis logo sair.

- A sua carreira teria tomado outro rumo se tivesse ficado?

- Diferente seria de certeza, até porque só no ano passado seria um jogador livre. Mas acho que fiz a opção certa ao não assinar. Tenho colegas meus que assinaram e andam esquecidos em escalões baixos. Vim para o Sp. Braga, joguei na Champions e cheguei à Selecção A. Não me posso arrepender.

- Depois do Benfica, foi para o Chelsea. Como é que tudo aconteceu?

- Foi um tio meu que falou com o assessor de imprensa do José Mourinho [Eládio Paramés]. Treinei lá uma semana, mas não cheguei a ver o Mourinho, porque ele estava num estágio de pré-época em Seattle (EUA). Acho que não me quiseram por ser pequeno e franzino. Muito diferente do que sou agora. Dei um pulo e ganhei corpo depois dos 18. Estava lá o William Gallas, que ia sair para o Arsenal, e parecia um bicho ao pé de mim.

- Chegou a conversar com Mourinho?

- Não o vi nem falei. Não tinha confiança para tal, apesar de o conhecer do tempo em que treinava o Benfica. Ele esteve presente no momento mais doloroso da minha vida.

- A que se refere?

- Ajudou-me muito quando o meu pai morreu. Nunca falei sobre isto. Foi uma tragédia que aconteceu quando tinha 12 anos (2000), nos iniciados de primeiro ano do Benfica. O meu pai estava a ver o treino e rebentou-lhe uma veia. Faleceu ali mesmo. Foi complicado para mim, fechei-me e não compreendi a morte. O 'mister' Mourinho e o Mozer, que na altura treinavam o Benfica, souberam do que aconteceu e levaram-me para estágio no fim-de-semana seguinte. Fui com a equipa principal a Paços de Ferreira e acabei por esquecer um pouco o pesadelo que estava a viver.

-Foi aí que decidiu tornar-se futebolista profissional?

- Decidi isso aos 6 anos. O meu pai jogou nas camadas jovens do Sporting e do Belenenses, o meu irmão mais velho joga agora nas distritais, o futebol faz parte da família. Nesse estágio do Benfica, conheci jogadores com quem me cruzei mais tarde. Por exemplo, reencontrei o João Tomás no Rio Ave.

- Manteve a ligação a José Mourinho?

- Não, não. Como disse, não cheguei a vê-lo no Chelsea. Mandaram-me embora antes de ele chegar.

- Mourinho disse numa entrevista ao CM que Sílvio era o melhor jogador do campeonato português.

- Sim, mas não mantivemos contacto. Quando vi a entrevista não queria acreditar nos elogios.

- Foi uma forma de Mourinho dizer que continua atento?

- Gostava muito que ele estivesse atento ao meu trabalho, mas não sei. Ele tem tanta coisa para ver em Espanha [risos].

- Passou também pelo Portsmouth. Como foi?

- O Manuel Fernandes, meu amigo desde a formação do Benfica, ligou-me para ir lá treinar. Ficava em casa dele, não gastava um tostão. Estive lá um mês e uma semana, gostaram de mim, mas o Benfica tramou-me.

- Como assim?

- Para fazer um jogo oficial, era preciso uma autorização do Benfica por causa dos direitos de formação. Fui a Lisboa pedir o documento, segui as formalidades todas e eles prometeram enviá-lo para Inglaterra. Mentiram. Foi-se a oportunidade. Quando voltei a Portugal, só tinha aberta a III Divisão.

- Foi difícil vir da Premier League para o Atlético do Cacém?

- Foi a única altura em que me arrependi de ter saído da Luz. Chorei.

- Alguma vez pensou em desistir do futebol?

- Nem quando fui enganado por um empresário.

- Pode concretizar?

- Apareceu-me com promessas de um contrato com o Maiorca, viajei para assinar e o avião parou nas Canárias. No aeroporto, veio ter connosco um dirigente do Vecindario, da segunda divisão espanhola. Nunca tinha ouvido falar nesse clube. Virei costas, o empresário revoltou-se e fui insultado até Lisboa.

- E o Rio Ave?

- Saí do Atlético para o Odivelas e fiz uma época espectacular. Num jogo para a Taça de Portugal contra o Rio Ave, repararam em mim. Mal acabou o jogo, um ex-director desportivo do Rio Ave veio ter comigo, elogiou-me e disse que iam estar atentos à minha evolução. No final da época, contrataram-me e assinei com o empresário Paulo Barbosa.

- Depois veio o Sp. Braga e o agente FIFA Jorge Mendes?

- Já ouvia falar no interesse do Sp. Braga desde a primeira época no Rio Ave, mas só assinei neste Verão. Acabei contrato com o Paulo Barbosa a 30 de Setembro e só depois apareceu o Jorge Mendes.

- Com Jorge Mendes, sente a carreira mais segura?

- É o melhor do mundo. É claro que me dá segurança para o futuro.

- Prefere sair para um grande ou para o estrangeiro?

- Antes, preferia um grande português. Agora, vejo-me a jogar mais depressa em Espanha ou Inglaterra.

- Foi sondado pelo Sporting...

- Falaram-me do interesse do Sporting... depois foram contratar o Evaldo ao Sp. Braga.

- Está na lista de reforços do FC Porto. Sabia?

- Não sabia. Li sobre o CSKA, mas não tenho vontade de jogar na Rússia, pelo menos por enquanto.

- Agora que Bosingwa voltou à Selecção, espera ser chamado?

- Se for, será para lateral-esquerdo. Importante é ser convocado. Antes de vir para o Sp. Braga, ninguém me via como jogador de selecção. Agora que subi de nível, vou dar tudo para continuar lá e merecer a confiança de Paulo Bento.

- Mas em que lado prefere jogar?

- Fiz a minha formação na esquerda, mas, como sénior, tenho jogado mais na direita. Prefiro a direita, mas fiz os últimos jogos do Sp. Braga na esquerda e estive bem.

- Paulo Bento mudou a Selecção para melhor?

- Não comento porque não estive no tempo do Carlos Queiroz. Paulo Bento parece-me um excelente treinador. Acredito que vai apurar Portugal para o EURO 2012.

- Quando foi avançado mais difícil de travar que já teve enquanto jogador do Sp. Braga?

- O Hulk, sem dúvida. Mais do que os avançados do Arsenal.

TATUAGENS E AMIZADE COM VIANA

"Adaptei-me bem em Braga com a ajuda do Hugo Viana. É o colega com que me identifico mais, mas dou-me bem com todos. O Viana é tranquilo como eu. A única excentricidade que tenho são as tatuagens. Tenho duas e vou fazer mais"

PERFIL

Sílvio Sá Pereira nasceu em Lisboa a 28 de Setembro de 1987 (23 anos). Ingressou no Benfica aos 7 anos e saiu aos 18, em busca de um contrato vantajoso. Na Luz, venceu um campeonato distrital de infantis, mas perdeu o pai aos 12 anos. Prestou provas no Chelsea e no Portsmouth em 2006, antes de jogar na III Divisão. Mudou-se em 2008 para o Rio Ave e, no Verão passado, para o Sp. Braga, onde somou a primeira internacionalização A. Diz-se avesso à fama, passa muito tempo em casa e dedica-se ao surf nas férias.

CORREIO DA MANHA