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NOTICIAS DO ENORME DO DIA 14/11

Started by JotaCC, 14 de November de 2010, 08:14

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JotaCC

Sp. de Braga derrotado no 'Berço' com arbitro como protagonista



Uma questão de honra. A rivalidade histórica entre os dois princiais emblemas do Minho não deixa espaço para meiguices e o duelo de ontem entre Vitória de Guimarães e Sp. Braga fez jus à tradição, que continua a ser o que era. Ambiente infernal no estádio, apoio fervoroso dos adeptos e picardias do início ao fim. Dentro do relvado, nervos também à flor da pele, emoção qb e arbitragem a condizer: nervosa e ao sabor do turbilhão de sentimentos.

O juíz João Ferreira ficou ligado a este dérbi escaldante, e infelizmente pelos piores motivos, com principal prejuízo do Sp. Braga, quando no cair do pano para o intervalo expulsou mal Alan, por uma inexistente agressão ao João Alves. Lance impetuoso, quiçá a pedir o amarelo, mas não vermelho. Consequência desta desastrosa decisão do árbitro, os Guerreiros do Minho ficaram reduzidos a dez unidades para os segundos 45 minutos, e fragilizados perante um Vitória de Guimarães motivado, muito forte, e a atravessar um grande momento no campeonato, pois começou este duelo, sensacionalmente, instalado no 2.º lugar da Liga Portuguesa e lá permaneceu.

Disposto a acabar com a malapata de duas derrotas seguidas na Liga, e ferido no orgulho, o Sp. Braga até entrou muito personalizado em Guimarães, sustendo a força vitoriana, e pautando-se mesmo como a melhor equipa na primeira parte. Controlo, domínio, e as melhores oportunidades para resolver. Aos 17 minutos, Lima esgueirou-se aos defesas do Vitória e disparou com estrondo, mas a bola acertou na barra de Nilson.

Sinal mais para o Sp. Braga, e dois minutos depois, os 'guerreiros' colocaram-se em vantagem, num lance confuso na área do Vitória, com Alan a encostar para golo, após livre de Aguiar. O extremo beneficiou, todavia, de fora-de-jogo.
Aos 34 minutos, foi Sílvio a surgir com espaço e a disparar ao lado. A resposta do Vitória foi surgiu aos 36 minutos, com João Alves a cabecear para defesa de Felipe, após cruzamento de Maranhão. Mas era o Sp. Braga quem mandava no jogo e aos 41 minutos, Nilson rubricou mais uma grande defesa entre os postes do Vitória, negando o golo a Matheus. Seria o xeque-mate.

Quase do céu empurrado ela chuva, a um minuto dos 45, caiu o empate dos vitorianos, num autêntico míssel de Maranhão, disparado de pé esquerdo, de fora da área, a bater Felipe, ficando, porém, a sensação que o guarda-redes do Sp. Braga podia ter feito melhor... Balde d'água fria sobre os bracarenses e nos descontos outro ainda mais gelado, com a expulsão forçada de Alan, arrancada por João Alves, e que o João Ferreira foi inexplicavelmente no engodo.

Reduzidos a dez, o Sp. Braga cerrou fileiras na segunda parte, à espreita de um contra-ataque venenoso (que nunca saiu), perante um Vit. Guimarães totalmente ao ataque em busca da almejada vitória (Manuel Machado apostou tudo, com entrada de três avançados), mas foi Miguel Garcia, num lance de infelicidade para os bracarenses, a meter auto-golo, e oferecer o triunfo feliz ao Vitória, num destino cruel entre rivais.
Péssima arbitragem de João Ferreira, com principal prejuízo para o Sp. Braga. Na segunda parte ficou ainda um pénalti por assinalar a favor dos arsenalistas por falta sobre Matheus (60m).


CORREIO DO MINHO

JotaCC

V. Guimarães derrota Braga no dérbi minhoto


O Vitória de Guimarães venceu o Sporting de Braga por 2-1, no Estádio Dom Afonso Henriques. A equipa de Manuel Machado começou por estar em desvantagem, fruto de um golo de Alan, aos 18 minutos, mas deu a volta ao resultado, através de Maranhão aos 44, e de um auto-golo de Miguel Garcia, aos 83.

Os golos foram apontados por Alan, aos 18 minutos, e Maranhão, aos 44.

O jogo ficou marcado pela polémica. O golo do conjunto de Domingos Paciência foi precedido de claro fora-de-jogo: Alan encontrava-se em posição irregular quando recebeu a bola após um cruzamento. Nesse momento, um elemento da equipa dos bracarenses foi agredido, na cabeça, com um telemóvel arremessado da bancada. No final da primeira parte, Alan seria expulso após cotovelada a João Alves. Antes, Maranhão tinha empatado através de um excelente golo, num remate de longe distância.

A actuar em superioridade numérica após o intervalo, os vimaranenses tiveram mais tempo de posse de bola na segunda parte, frente a um Braga mais fechado. O golo do triunfo acabou por surgir num lance muito infeliz de Miguel Garcia, que introduziu a bola na sua própria baliza.



Carro de António Salvador e autocarro do Braga alvo de arremesso de objectos
A viagem de comboio dos cerca três mil adeptos do Braga, que ontem, se deslocaram a Guimarães, para o dérbi do Minho, foi atribulada.

Na passagem por Nine, as composições tiveram de parar devido ao accionamento do sinal de emergência no interior do comboio e em Vizela houve paragem mais prolongada, pois ardiam pneus na via férrea. O carro do presidente do Braga, António Salvador, foi atingido e ficou com o pára-brisas estilhaçado.

Após alguns incentivos da população de Vizela em plena estação, a comitiva "braguista" chegou ao Berço. O percurso entre a estação e o estádio foi desviado pela circular de Guimarães. Os insultos e provocações foram muitos, mas não passaram disso, e a entrada no Afonso Henriques foi tranquila, apesar do arremesso de um petardo em direcção aos adeptos do Vitória, já dentro do estádio.

A viagem dos jogadores do Sporting de Braga, no autocarro, foi menos tranquila. Esperava-se o arremesso de bolas de golfe aos comboios, mas estas foram lançadas contra a comitiva liderada por António Salvador. Os vidros do carro do presidente e do autocarro foram atingidos, ficando estilhaçados, mas sem danos de maior.


JN

JotaCC

Outra cambalhota

O Guimarães parece especializar-se em reviravoltas no marcador. Depois da épica vitória em Alvalade, onde ganhou, por 3-2, depois de estar a perder por 2-0, ontem voltou a estar a perder, mas deu a volta e conseguiu mais três pontos contra um dos mais sérios candidatos aos lugares europeus. Com o terceiro triunfo consecutivo no campeonato, o Vitória isolou-se no segundo lugar, distanciando-se ainda mais de um Braga que já está a sete pontos e que ontem conheceu a terceira derrota consecutiva na Liga ZON Sagres. Algo vai mal no seio da equipa bracarense. Disso é prova a forte discussão no relvado entre Luis Aguiar e Vandinho, já na parte final do encontro. O médio fez uma falta, viu o correspondente cartão amarelo e depois protestou com o capitão, responsabilizando-o por não ter estado no sítio certo para recuperar a bola. Domingos tirou imediatamente Vandinho, que continuou a protestar com o uruguaio.

Apesar do nervosismo do Braga, a equipa de Domingos até esteve a ganhar, com um golo de Alan, que marcou à antiga equipa. O brasileiro estava em posição irregular, mas o golo contou mesmo, perante a revolta dos vimaranenses. A equipa de Domingos Paciência parecia mais forte, até porque contava com os regressos de Miguel Garcia, Moisés, Luis Aguiar, Salino e Matheus. Já o Guimarães apresentou João Alves no lugar de Toscano, ganhando aí maior poder de organização, além de muito perigo nos lances de bola parada.

Num jogo com muita alma, mas sem cabeça e muitas vezes mal jogado, o jogo teve alguma emoção. O golo de Alan, independentemente de o brasileiro estar em posição irregular, não escandalizou ninguém, mas para o Braga o pior estava para vir. O número 30 foi expulso no período de descontos da primeira parte e desde logo adivinhava-se uma segunda parte bem diferente. Foi o que aconteceu. Manuel Machado não demorou muito em mexeu na equipa, tirando um apagado Edson Sitta para apostar na qualidade técnica e velocidade de execução de Rui Miguel. Respondeu Domingos. E fez mal. Retirou a referência do ataque, Lima, e meteu Madrid, deixando bem claro que a partir dali só queria segurar o empate. Dessa forma a equipa ficou desequilibrada. Manuel Machado percebeu isso voltou a responder, apostando novamente em jogadores com características defensivas, entrando Targino, o herói de Alvalade, e Toscano.

E foi numa altura em que Domingos já se preparava para apostar em mais um médio-defensivo, Custódio, que o Guimarães voltou a marcar, num autogolo de Miguel Garcia. Verdadeira machadada nas aspirações do Braga, que ainda apostou em Eldon e, muito mais tarde, em Meyong. Era tarde de mais para evitar mais uma derrota.

Guimarães, 2 - Braga, 1

Estádio D. Afonso Henriques

Relvado Bom estado

Espectadores 25651

Árbitro João Ferreira

Golos

0-1 Alan 19'

1-1 Maranhão 44'

2-1 Miguel Garcia 83' (p.b.).

Guimarães

Nilson, Alex, Ricardo, João Paulo, Bruno Teles, Cléber, Edson (Rui Miguel, 55), João Alves, João Ribeiro (Toscano, 68), Maranhão (Targino, 63), Edgar.

Treinador Manuel Machado

Suplentes: Serginho, Freire, Flávio Meireles, Rui Miguel, Pereirinha, Targino e Toscano.

Braga

Felipe, Miguel Garcia, Moisés, Rodriguez, Elderson, Vandinho (Meyong, 90+2), Luís Aguiar, Salino (Elton, 85), Alan, Matheus, Lima (Madrid, 57).

Treinador Domingos Paciência

Suplentes: Artur, Aníbal, Custódio, Hugo Viana, Madrid, Elton e Meyong.

Amarelo Rodriguez (26), Vandinho (30), Miguel Garcia (38), João Alves (89), Luís Aguiar (90+1).

Vermelhos Alan (45+3).


O Tribunal de O JOGO
Golo do Braga é irregular


Os três especialistas de O JOGO não têm dúvidas de que o golo do Braga é irregular. Defendem que, no momento do livre apontado por Luís Aguiar, Alan está em fora-de-jogo. É também consensual que ficou por assinalar uma grande penalidade por carga de João Paulo sobre Matheus. Na expulsão de Alan, não há dúvidas: o jogador do Braga

justificou o cartão vermelho por agressão a João Alves.

Momento mais complicado

19'

Golo do Braga. No momento do livre marcado por Luis Aguiar, Alan está em posição irregular?

Jorge Coroado

-

Estava em evidente posição irregular. Provavelmente, o árbitro assistente terá confundido o jogador com a cor da relva ou com algum elemento do estádio que estivesse na sua linha de visão. Erro indesculpável.

Pedro Henriques

-

Alan, no momento do cruzamento (marcação do livre), está mais perto da linha de baliza adversária do que a bola e o penúltimo adversário.

Paulo Paraty

-

Pelas imagens que a televisão nos mostra, Alan joga a bola depois de ter partido de posição de fora-de-jogo. Há uma distracção do árbitro assistente.

Outros casos

43'

Há irregularidade no lance do primeiro golo do Guimarães?

45'+3

Alan é bem expulso por alegada agressão a João Alves?

54'

Há falta para penálti de Rodriguez sobre Edson Sitta?

57'

Há grande penalidade por falta de João Paulo sobre Matheus?

75'

Num lance com Matheus, João Paulo justifica acção disciplinar?

Jorge Coroado

+

Não vislumbrei qualquer infracção que permita alguma dúvida sobre a legalidade da jogada.

+

O jogador do Braga fez um gesto que atingiu o adversário na zona do peito. Foi objectivo e por isso houve razão para o cartão vermelho.

+

Não existe razão para grande penalidade. É uma disputa de bola mais aguerrida, com contacto próprio do futebol.

-

João Paulo empurrou o adversário, fazendo grande penalidade inequívoca que não foi assinalada.

-

Justificava exibição de cartão vermelho, pois foi por demais notória a atitude sobre o adversário.

Pedro Henriques

+

Não se vislumbra qualquer infracção no lance do golo do Vitória.

+

Alan usou o braço de forma excessiva para tentar agredir o seu adversário.

+

Não. Rodriguez toca na bola, não fazendo falta sobre Edson Sitta. Mas o lance já tinha sido anulado por fora-de-jogo do

avançado do Guimarães.

-

Em movimento rápido, é um lance normal de contacto, mas, com o recurso às repetições, vê-se que há um empurrão nas costas de Matheus que o derruba.

-

Ao tentar ganhar posição, João Paulo toca, de forma imprudente, com o braço na cara de Matheus. Infracção passível de advertência.

Paulo Paraty

+

Por aquilo que foi dado a ver na televisão, não me recordo de nenhuma falta a preceder o golo.

+

Visto pela televisão, há algum exagero na exibição do vermelho a Alan, mas há um movimento faltoso e brusco de Alan. Benefício da dúvida para o árbitro.

+

Creio que não. Poderá ter existido fora-de-jogo, mas parece-me que Rodriguez joga primeiro a bola.

-

João Paulo, sem possibilidade de jogar a bola, carrega Matheus pelas costas. Lance muito difícil para o árbitro. Só a televisão nos dá a garantia absoluta.

-

Entendo que não há agressão, falta sim. Quando muito, cartão amarelo por imprudência de João Paulo.

Apreciação global

Jorge Coroado

Jogo difícil pelo terreno e atitude dos jogadores. Não soube (não consegue mesmo) o árbitro manter critério disciplinar e impor autoridade. Falhou na disciplina e tecnicamente foi atraiçoado pelo assistente Luís Ramos.

Pedro Henriques

Jogo muito intenso, com picardias e atitudes dos jogadores que em nada contribuíram para o trabalho do árbitro. Com inúmeras e difíceis decisões, nem sempre esteve bem.

Paulo Paraty

Com condições difíceis e um punhado de lances complicados, João Ferreira acalmou tensões e nervos instalados. Todas as falhas neste jogo falarão, contudo, mais alto do que os méritos.


História do jogo
Alan: entrada de herói, saída de vilão
O extremo brasileiro estreou-se a marcar na Liga e viu o primeiro vermelho desde 2005, quando representava o Marítimo

Num espaço de 29 minutos, Alan experimentou duas sensações distintas: uma boa, a de marcar um golo (19'), e uma péssima, a de ver um vermelho directo (45'+3') por alegada agressão a João Alves. Em ambos os casos, era algo que já não vivia há algum tempo para o campeonato. Aliás, o tento que apontou ao Guimarães, um dos seus anteriores clubes, foi mesmo o primeiro na actual edição da Liga. Para se encontrar o último jogo em que tinha sido expulso na competição, porém, já é necessário recuar até 2005, ano em que ainda representava o Marítimo. Foi na deslocação a Barcelos, num encontro em que, além de ter visto os madeirenses perderem por 1-0, o extremo foi expulso aos 86'.


O Braga um a um
Xerifes Moisés e Rodriguez

Felipe 4

Não terá visto a bola partir no golo de Maranhão, mas não a pode deixar passar por baixo dos braços. No segundo é traído.

Miguel Garcia 4

Interventivo enquanto o Braga jogava com 11 e muito atento durante quase toda a partida. O autogolo estragou tudo...

Moisés 6

Implacável no ar, acumulou uma série de cortes fantásticos pelo chão.

Rodriguez 6

Acudiu a todas e sempre no tempo certo. Impulsão fantástica, marcação no mesmo nível.

Elderson 5

Mais consistente e menos subido do que habitualmente.

Vandinho 6

Muito atento e um verdadeiro líder, quer a organizar a equipa quer a galvanizá-la.

Luis Aguiar 6

Esteve na génese do golo arsenalista e noutros bons momentos. De bola parada é sempre perigoso.

Salino 6

Marcou ritmos e definiu a orientação dos ataques enquanto a equipa se bateu em igualdade.

Alan 5

A estreia a marcar não podia ter tido pior seguimento. Expulso numa situação em que iniciava um contra-ataque.

Lima 5

Aos 17' desperdiçou um golo, mas a seguir foi decisivo a abrir caminho para Alan inaugurar. Jogo de sacrifício, até ao ser substituído.

Madrid 4


Acrescentou consistência.

Matheus 5

Aproveitou bem as subidas de Alex e aos 35' e 42' teve ensejos para marcar. Com a saída de Lima, foi para o eixo do ataque e jogou desapoiado.

Elton -

Não teve oportunidades para brilhar.

Meyong -

Dois minutos em campo.


Domingos Paciência

"Vejam os casos do jogo"

Domingos Paciência mostrou-se convicto de que foi a arbitragem a ditar a derrota arsenalista. "A expulsão do Alan e o autogolo acabam por ser os lances que mais influência tiveram", começou por referir, em alusão à infelicidade do conjunto que orienta. Depois, a enumeração dos lances. "Em 10 minutos, uma equipa que vê três amarelos, fica logo condicionada. Depois, eu pergunto que lance pôs mais em perigo a integridade física do adversário; se o João Alves a agarrar Matheus pelo pescoço, se o Alan com o braço no peito do João Alves. No primeiro golo do Guimarães, o Edgar puxa o Luis Aguiar para ele não saltar e o Ricardo estorva a acção do Felipe. E aos 60', há um penálti do João Paulo sobre o Matheus. Vejam os casos deste jogo. Não foi de maneira nenhuma uma boa arbitragem", resumiu. O treinador lembrou que "o Guimarães jogou contra 10 nas últimas três jornadas", enquanto o Braga "jogou com 10 em duas delas." "A diferença num campeonato pode estar aí", frisou. Antes de abandonar a sala de Imprensa, Domingos agradeceu o apoio dos adeptos e prometeu que a sua equipa vai "continuar a lutar e a acreditar que vai sair desta situação e conseguir ser mais forte."



António Salvador

"Árbitro tendencioso e sem coragem"

A derrota do Braga em Guimarães deixou um enorme amargo de boca a António Salvador, que não gostou nada da arbitragem de João Ferreira e tratou de manifestar o seu desagrado ao setubalense, alto e bom som, na zona dos balneários. "Foi um árbitro sem coragem e tendencioso, porque antes de começar o jogo disse aos delegados da Liga de Clubes e aos capitães que, se fossem atiradas bolas de golfe ou outra coisa qualquer para o campo, acabava imediatamente o jogo. Por isso pergunto: onde está a coragem do árbitro, quando o nosso guarda-redes se fartou de levar com bolas e um dos nossos adjuntos levou com um telemóvel na cabeça?", referiu o presidente do Braga, que apontou outros erros, estes com influência no resultado. "O Alan não fez nada para ser expulso, pelo contrário; a falta era ao contrário. No primeiro golo do Vitória, há dois erros da equipa de arbitragem: primeiro há uma falta sobre o Luis Aguiar e depois, na altura do remate, há um jogador em fora-de-jogo que estorva a visão do guarda-redes", apontou, pedindo "coragem" a Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem, para "analisar este jogo e dar uma explicação", tal como tem feito "noutros jogos, quando os ditos grandes falam".

António Salvador lembrou que os dirigentes do Braga "têm estado calados", mas acha que "não foi a primeira vez que o clube foi prejudicado pelas arbitragens". "Sei que temos perdido algumas vezes por culpa própria, mas também por causa de arbitragens tendenciosas. Tenho estado sereno, porque quero contribuir para a verdade desportiva e não para o que se viu hoje [ontem], em que dirigentes do Vitória incentivaram à violência dentro das quatro linhas", acusou o líder dos arsenalistas, convicto de que o clima que se viveu foi resultante destas atitudes.

Apesar de tudo, Salvador acredita "cegamente nos jogadores, nos treinadores e que no final da época vamos alcançar os nossos objectivos", vincou o presidente.


Telemóvel voou para o banco

Alegria breve e choque - foi assim que o banco de suplentes do Braga viveu o golo de Alan. Ao salto colectivo para festejar o lance que colocava a equipa em vantagem no Estádio D. Afonso Henriques seguiu-se o pânico entre técnicos e suplentes quando viram, caído no chão, o adjunto João Carlos. O jovem treinador foi atingido na cabeça por um telemóvel, constatação que gerou o pânico entre os companheiros; enquanto médico e massagista se precipitavam para o assistir, Domingos Paciência entrou no relvado e correu a alertar o árbitro, ao qual viria a ser entregue o telemóvel lançado a partir da bancada vimaranense.

João Carlos acabou por abandonar o banco, mas regressou ao fim de alguns minutos no balneário. A agitação voltou ao banco na expulsão de Alan, o que originou uma debandada até à zona dos suplentes da equipa da casa.

De resto, houve mais objectos a voar para o relvado durante a partida. No primeiro golo do Guimarães, Moisés também recolheu algo, que entregou ao quarto árbitro.


Machado bate Domingos

O Guimarães voltou a derrotar o Braga no D. Afonso Henriques e permitiu a Manuel Machado desempatar o frente-a-frente com Domingos Paciência, que à partida para este jogo registava uma vitória para cada um quatro empates. O treinador vitoriano soma agora quatro triunfos contra o Braga e Domingos continua sem ganhar na Cidade Berço.

Presidentes juntos

A amizade entre os presidentes dos dois clubes é sobejamente conhecida. Por isso, ninguém estranhou que Emílio Macedo da Silva e António Salvador tivessem seguido o dérbi do Minho lado a lado. De resto, os dois têm uma espécie de pacto de cavalheiros para que os clubes não tenham a tentação de cobiçar o jogador do outro.

Maior enchente da época

O Estádio D. Afonso Henriques registou ontem a melhor assistência da temporada. No recinto vitoriano estiveram 25 651 espectadores, 4500 dos quais afectos à equipa da Cidade dos Arcebispos. O dérbi do Minho ultrapassou o encontro Guimarães-FC Porto, no qual estiveram 20 540 pessoas, e ainda o Guimarães-Benfica (17 730).


Só descarrilou na relva

À chegada havia uma faixa tímida a recebê-los: "Bem-vindos a Portugal". Eles eram os três mil bracarenses que encheram três comboios com destino a Guimarães desabafando a plenos pulmões: "Graças a Deus, não nasci espanhol!" Encontraram-se todos no berço do Portugal, que partilham, contrariados, depois de uma viagem tão pateta como os equívocos que separam as cidades. Com "a Champions tão perto, a 20 quilómetros", como recordava uma faixa visitante, os comboios especiais tiveram de fazer uma viagem mais longa do que seria razoável: não há ligação ferroviária directa entre as principais cidades minhotas. O absurdo faz com que o percurso demore quase uma hora, o que é não importa rigorosamente nada - pelo menos antes do jogo, quando tudo é festa, de alto risco, mas sem sobressaltos, apesar das paragens provocadas pela irresistível tentação de accionar o mecanismo de emergência, uma, duas, três vezes; um pneu a arder, na linha, também ajudou à folia dentro das carruagens. De resto, uma actuação exemplar da Polícia de Segurança Pública (PSP), com a colaboração de alguns aventureiros, tornou tudo mais simples: ainda na estação de Braga, ao terceiro petardo, que estourou em plena gare, os agentes encostaram à parede uma vintena de jovens, que foram revistados e não ficaram com vontade de repetir a proeza. Em Guimarães, à chegada do primeiro comboio, alguém se entusiasmou e partiu um vidro, mas foi logo detido e, quando as claques chegaram, no segundo trem, não havia quem respondesse às provocações. Na longa, sadia caminhada até ao estádio, feita pela via circular externa, algo voou na direcção dos carros vimaranenses, engarrafados pelo cortejo, e logo um bracarense ganhou o direito a fazer o resto da viagem na carrinha da PSP - perdeu foi o de assistir ao jogo, que se despediu dos visitantes derrotados ao som de "apita o comboio", até ao próximo encontro dos rivais.


Autocarro foi alvo dos vimaranenses

Não há polícia que chegue para evitar actos como o que, à chegada do Braga ao Estádio D. Afonso Henriques, resultou num vidro lateral partido no autocarro da equipa de Domingos Paciência: uma garrafa arremessada com violência contra o veículo sobressaltou a comitiva ainda antes do pontapé de saída.

O autocarro exibia ainda várias amolgadelas num dos lados, alegadamente atribuídas às bolas de golfe que na véspera esgotaram nas lojas da cidade e que teriam como alvo os adeptos visitantes.

Quem também ficou com prejuízo nesta deslocação a Guimarães foi o presidente do Braga: António Salvador viu o pára-brisas do carro partido, também no percurso em direcção ao estádio, numa agitação externa que contrariou a calma da despedida. A chuva e a vitória deram uma grande ajuda a dispersar os adeptos vimaranenses.


As formigas no carreiro

Se a caminhada dos adeptos do Braga até ao estádio foi tranquila, isso ficou a dever-se em grande parte ao trabalho incansável de centena e meia de agentes da Polícia de Segurança Pública, que se certificaram de que o cortejo visitante seguia sem incidentes. O desvio para a circular externa afastou-o do centro, mas obrigou a um rigoroso trabalho de "limpeza" das zonas adjacentes, protegidas pela escuridão e, em parte do caminho, por vegetação. Tudo foi esmiuçado, com incursões rápidas, para desencorajar os vimaranenses a procurar desacatos.


O JOGO

JotaCC

Braga tira primeiros pontos aos dragões

O Braga conseguiu travar a série de vitórias (dez) do líder FC Porto impondo-lhe, em casa, um empate sem golos. Num encontro muito equilibrado, os dois conjuntos protagonizaram bons momentos de futebol, embora sem grandes ocasiões de golo. Só no reatamento os clubes intensificaram a pressão, tendo os locais visto Romário salvar, em cima da linha, um mau alívio de Maia. Do lado dos portistas, Tozé enviou uma bola à barra e Ricardo Ferreira cabeceou rente ao poste nos descontos.


ABC continua na frente

Depois do triunfo por apenas um golo na visita ao São Bernardo, o ABC voltou a sofrer para garantir a permanência na frente da classificação. Ontem, diante da Académica de São Mamede, os bracarenses estiveram a perder, por 23-24, a cinco minutos do final, recuperando da perigosa desvantagem com cinco golos e encaixando apenas dois dos matosinhenses.



O JOGO

JotaCC

Minho: centro do poder do futebol jogado
FERNANDO SANTOS

O Guimarães-Braga teve tudo quanto define um bom dérbi. Nervos à flor da pele, cenas de violência dispensável a entremear enorme festa, lances rijamente disputados, golos e, já agora, uma arbitragem polémica.

A histórica rivalidade dos dois principais emblemas do Minho desta vez teve uma particularidade extra: Braga e Guimarães coincidiram no justo puxar de galões numa época em que estão num patamar competitivo elevado e do qual resulta uma outra evidência - confirmam uma implantação social notória.

Perante o evoluir do jogo, haverá com certeza quem por esta altura se divida quanto à justeza do resultado, tanto mais quanto não houve uma equipa esmagadora. Tal subjectividade não afasta, porém, a frieza de números incontestados numa prova de regularidade.

O registo é, de facto, claro.

O Guimarães reconfirmou um sensacional segundo lugar e pôs-se a sete pontos de distância do seu grande rival de ontem. O mérito é por isso assinalável; radica na construção modelar de uma equipa com assinatura de Manuel Machado, um mal-amado.

Deve inferir-se então que o Braga sensacional do último ano, no qual lutou pelo título até à última jornada, está a defraudar as expectativas esta época? Pois...

Fica difícil obter um (elevado) ritmo uniforme quando se joga em simultâneo para o campeonato e para a Liga dos Campeões. E o actual Braga tem o mérito de estar envolvido na prova milionária. Mas a experiência é nova e a manta curta...

Dado objectivo - mais do que politicamente correcto: o Minho foi capaz de se transformar num respeitável centro do poder (jogado) do futebol português.


O JOGO

JotaCC

#5
Crónica de jogo
Guimarães mais feliz num jogo com os ingredientes dos clássicos

Vimaranenses vencem o Braga e cimentam vice-liderança da Liga. O encontro ficou marcado por uma arbitragem polémica

Um autogolo de Miguel Garcia valeu o triunfo ao Vitória de Guimarães, que reforça a sua posição como vice-líder do campeonato. A equipa da casa foi mais feliz, num jogo com quase todos os ingredientes dos clássicos do futebol nacional: ambiente quente fora das quatro linhas, acicatado por uma exibição confusa do árbitro João Ferreira, e um golo fortuito a desatar um embate táctico.

Num embate regional como o minhoto jogam-se mais do que os três pontos. Os dois treinadores optaram, por isso, por tentar controlar o jogo, povoando bastante o meio-campo. O técnico vimaranense, Manuel Machado, mostrou mesmo uma abordagem mais cautelosa, face ao que havia feito frente ao Sporting: deixou o atacante Toscano no banco, trocando-o pelo médio João Alves.

E foi no camisola 80, ex-jogador do Sp. Braga, que esteve uma das chaves do jogo. Foi pelos seus pés que passou grande parte do futebol vitoriano e a liderança do meio-campo. Saiu esgotado, tal como Salino, o bracarense que foi uma verdadeira alma gémea durante quase todo o jogo, na disputa pelo controlo da bola.

Num jogo tão calculado, foi um lance feliz que resolveu a questão. Já no último quarto de hora, o lateral Alex correu pela direita, cruzando a bola para a área, onde Miguel Garcia atirou para o fundo da própria baliza. Até então, apesar de estar em superioridade numérica desde o final da primeira parte, o V. Guimarães nunca tinha feito o adversário passar por dificuldades, ameaçando apenas por duas ocasiões, num cabeceamento de Edgar (71") e num remate de longe de Toscano (74").

A expulsão de Alan, por suposta agressão a João Alves, colocou um ponto final na primeira parte e acabou por condicionar a estratégia do Sp. Braga. Mas antes de estar no pior da sua equipa, o extremo brasileiro tinha também estado no melhor. Saído de posição irregular, finalizou, aos 18", um lance confuso na pequena área do Vitória, na sequência de um livre.

A equipa da casa intranquilizou-se e só depois da meia hora reagiu. Aos 39", Maranhão ameaçou num remate de fora da área e, aos 43", marcou mesmo, num disparo cruzado que bateu Felipe, também na sequência de um livre.

Apesar de nem sempre bem jogado, Guimarães assistiu a um jogo como os verdadeiros clássicos. Com um estádio cheio e forte rivalidade em jogo. Mercê do resultado obtido, o Vitória reforça o segundo lugar, colocando pressão acrescida sobre o Benfica.


Manuel Machado

Treinador do V. Guimarães

"Defrontaram-se duas equipas de valor semelhante e com posturas opostas: uma que assumiu o jogo e a outra que apostou no contragolpe. Acabaram por fazer um golo e felizmente conseguimos ir para o segundo tempo empatados. Continuámos a praticar um futebol positivo, sem perdas de tempo. O Felipe cada vez que marcava um pontapé de baliza perdia imenso tempo. Por tudo isto, a vitória é justa. Na minha opinião, o árbitro só cometeu um erro em todo o jogo: foi ter validado o golo do Braga."Domingos Paciência

Domingos Paciência

Treinador do Sp. Braga

"Tenho enorme respeito pela arbitragem e, por norma, não falo dos árbitros mas já começam a ser demasiadas situações. Em seis minutos levámos três cartões amarelos. Depois analisem o lance da expulsão do Alan e comparem com o lance em que o João Alves agarrou o Matheus pelo pescoço. Vejam o golo do V. Guimarães, houve duas faltas nesse lance. Ao minuto 60 houve um penálti sobre o Matheus, em que o João Paulo se desinteressou da bola por completo. Não foi de maneira nenhuma uma boa arbitragem."Domingos Paciência


PUBLICO

JotaCC

Fraco: V. Guimarães castigou o rival e segurou-se no pódio
Casos e pouco futebol

Casos a mais e futebol a menos no D. Afonso Henriques, mas o V. Guimarães chegou ao fim de peito feito, graças a um triunfo por 2-1 sobre o rival Sp. Braga, que somou a terceira derrota consecutiva no campeonato. O resultado reforça o segundo lugar da equipa de Manuel Machado e é um duro golpe para as aspirações dos bracarenses, antes da paragem do campeonato.


Petardos, objectos atirados ao relvado e um telemóvel arremessado à cabeça do adjunto de Domingos Paciência [João Costa] marcaram a história de um jogo que não deixará saudades ao Sp. Braga e deixou muito a desejar em matéria de arbitragem e futebol de qualidade. O Sp. Braga ainda chegou a sonhar com a vitória, já que Alan colocou os bracarenses em vantagem (19'). O extremo, contudo, estava em fora-de-jogo, quando Luís Aguiar marcou o livre que provocou uma enorme confusão na área dos vimaranenses.

O árbitro mandou seguir e os bracarenses motivaram-se para um futebol mais acutilante do que o do rival. Por pouco tempo, pois Maranhão mudou tudo com um petardo aos 44'. Já em cima do intervalo, Alan foi expulso e obrigou os bracarenses a jogarem com dez. Temeu-se um jogo mais desinteressante no segundo tempo. E foi. O Sp. Braga limitou-se a defender e o V. Guimarães não teve arte para furar a muralha defensiva do rival, chegando ao segundo golo num lance infeliz de Miguel Garcia, que meteu a bola na própria baliza ( 82').

MERCEDES DE SALVADOR ATINGIDO

O carro de António Salvador foi atacado com bolas de golfe e com pedras à chegada ao D. Afonso Henriques e ficou amolgado.

O Mercedes seguia atrás do autocarro bracarense, que também foi atingido (ficou com um vidro lateral estilhaçado). No final da partida, o presidente do Sp. Braga acusou João Ferreira de ser um árbitro "sem coragem". "Reuniu-se com os delegados e os capitães e garantiu que se fossem arremessadas bolas de golfe interromperia o jogo, mas não o fez."

"Os dirigentes do Vitória incitaram à violência dentro das quatro linhas. Espero que Vítor Pereira tenha a coragem de analisar este jogo", frisou Salvador, que recusou falar junto aos painéis publicitários do Vitória "para não dar dinheiro" aos rivais.

PNEUS TRAVAM COMBOIOS


Os quatro comboios que ontem transportavam os bracarenses para a Cidade Berço foram apedrejados e estiveram cerca de 15 minutos parados em Vizela, devido à existência de pneus a arder na linha.

Já em Guimarães, a polícia garantiu a entrada sem sobressaltos no estádio dos quatro mil adeptos do Sp. Braga. As autoridades escoltaram os bracarenses da estação até ao recinto e impediram o encontro com o cordão humano formado pelos fãs locais do V. Guimarães.

CORREIO DO MINHO