NOTICIAS DO ENORME DO DIA 04/11

[JotaCC]

Seis pontos na escala da Champions



Foi um Sporting de Braga personalizado aquele que apareceu em Belgrado. A equipa de Domingos mostrou, nomeadamente ao longo da primeira parte, que tinha a lição estudada e ao que vinha.
Deixando Matheus na frente sempre com o apoio de Mossoró que ora descaía para a direita ora para a esquerda, a equipa minhota colocou em sentido a formação sérvia. Tanto assim é que, tirando o remate de Cléo, aos sete minutos, mais não fez a formação do leste da Europa na primeira parte.

Ao invés, o Sporting de Braga ameaçou por duas vezes, primeiro após um excelente trabalho de Luís Aguiar e, depois, num remate de Paulo César, ambos mal direccionados. À terceira foi de vez: Moisés deu o melhor seguimento a um livre cobrado por Luis Aguiar e cabeceou para o golo.

Os adeptos do Partizan, sempre muito ruidosos e constantes no apoio à sua equipa, parece que previam a situação, pois à passagem dos vinte e cinco minutos, surgiram os primeiros assobios à sua equipa.
Mas a verdade é que a equipa sérvia acabou por entrar bem melhor na segunda parte, pese embora Matheus ainda tenha a ssustado Stojkovic. Pressionou o Sporting de Braga, empurrou-o mesmo para junto da sua área e aí foi a vez da equipa portuguesa sofrer. Foi a vez da defesa mostrar serviço.

Estiveram intransponíveis os centrais arsenalistas quer no jogo aéreo quer no jogo junto ao relvado. O Partizan nunca encontrou soluções para ultrapassar os bracarenses, desesperavam os adeptos, mas a noite era minhota. Mais uma página estava prestes a ser escrita na história pelo clube português. Uma vitória arrancada com mestria pela equipa de Domingos Paciência que realizou um bom jogo e acabou com a malapata que ameaçava instalar-se de não vencer fora de portas.

O Sporting de Braga jogou sempre de forma personalizada, bonito quando necessário e feio quando não havia mais nada a fazer. Já no tempo concedido pelo árbitro sueco, Petrovic poderia ter igualado, mas seria injusto para os jogadores arsenalistas que lutaram bastante para conseguir este resultado.
Assim o Braga mantém-se na montra do futebol, ganha prestígio e dinheiro e demonstra que ainda se pode contar com os comandados de Domingos.


CORREIO DO MINHO

[JotaCC]

Moisés de luxo apaga inferno em Belgrado

Domingos Paciência prometera na véspera entrar para vencer, quase indiferente ao ambiente infernal que o Braga encontraria no estádio do Partizan, completamente cheio - mais de 30 mil pessoas - e que nem após o primeiro golo ficou em silêncio. Aqui não se viram claques, ou melhor, todo o estádio era uma claque apaixonada que apoiava o seu clube. Fantástico para os da casa, terrível para os visitantes. Mas também aqui as palavras de Domingos, num passado recente, bateram certo: o Braga está mais maduro, esqueceu o desastre de Londres, frente ao Arsenal, na sua estreia na fase de grupos da Liga dos Campeões, e manteve-se frio, calculista, a jogar rodeado por uma enorme fogueira.

Organizado num surpreendente 4x2x3x1 baseado numa equipa com seis elementos, no meio-campo e ataque, que na época passada levaram o clube a discutir o título nacional até ao último apito, o Braga resistiu com classe ao 4x3x3 do Partizan, anulando a tal vontade, muito apregoada pelo seu técnico, de jogar declaradamente ao ataque. Ou não fosse um jogo decisivo. Cléo, Iliev e Boya, as unidades mais adiantadas, foram engolidos pela defesa arsenalista, onde as marcações raramente foram iludidas e a dobra nunca faltou quando foi necessária. Antes disso, na fase de construção dos sérvios, o Braga teve sempre resposta: preencheu os espaços, soube pressionar alto - até Rodriguez apareceu a fazê-lo -, e cortou as linhas de passe com mestria, retardando a organização do Partizan e montando a teia onde o adversário cairia.

Sempre sem se encolher, erro que pagou caro em Londres, embora neste caso o nome do adversário crie pesadelos a qualquer equipa que o defronte, o Braga soube fazer a tal gestão dos momentos do jogo e apareceu muitas mais vezes do que os anfitriões junto à área a criar perigo. Os lances rápidos de contra-ataque foram mais do que muitos, contrastando com o menor perigo que os alvinegros de Belgrado criaram junto da baliza de Felipe, normalmente em lances de bola parada. Paradoxalmente, seria de bola parada que os arsenalistas abririam o marcador, quando Luis Aguiar colocou milimetricamente a bola na cabeça de Moisés para um grande golo.

Depois do domínio quase completo no primeiro tempo, a equipa de Domingos Paciência aguentou a maior pressão do Partizan na entrada para o segundo período e podia ter matado o jogo em vários lances de contra-ataque. Não o fez e depois susteve estoicamente o desespero do Partizan, que tentou de todas as formas alvejar a baliza de Felipe.

Partizan,0-Braga,1

Estádio Partizana, em Belgrado

Árbitro: Martin Hansson (Suécia)

Partizan: Vladimir Stojkovic, Aleksandar Miljkovic, Marko Jovanovic, Mladen Krstajic, Aleksandar Lazevski, Radosav Petrovic, Almani Moreira, Ivica Iliev (Marko Scepovic, 78), Sasa Ilic, Pierre Boya (Stefan Babovic, 59) e Gabriel Cleverson "Cleo"

(Suplentes: Radisa Ilic, Mohamed Kamara "Medo", Stefan Savic, Aleksandar Davidov, Stefan Babovic, Marko Scepovic e Milan Smiljanic)

Braga: Felipe, Silvio, Moisés, Rodriguez, Elderson, Vandinho, Luis Aguiar, Mossoró (Leandro Salino, 51), Alan (Andrés Madrid, 68), Paulo César e Matheus (Lima, 88)

(Suplentes: Artur, Aníbal, Andrés Madrid, Hugo Viana, Leandro Salino, Lima e Elton)

Ao intervalo: 0-1

Golo: 0-1, Moisés, 35 minutos

Amarelos para Almani Moreira (01), Moisés (50), Radosav Petrovic (54) e Ivica Iliev (76)


Arbitragem
Olha os vermelhos

O árbitro do polémico França-Irlanda esteve bem tecnicamente, mas disciplinarmente mal. Não expulsou Ilic por uma cotovelada a Matheus e nova agressão, desta vez de Krstajic a Sílvio.



Momento

35' | [0-1]

Braga adianta-se com cabeça

O jogo com o Partizan decidia o futuro das duas equipas na Europa e o Braga esteve à altura dessa enorme responsabilidade. Foi na defesa que brilhou o herói do jogo de Belgrado. Moisés, um defesa-central,irritou os adeptos locais, mostrando nervos de aço perante mais de 30 mil espectadores e sob um barulho ensurdecedor. Alheio a todo o ambiente que rodeou o palco, marcou um grande golo, não só pela forma como encontrou espaço para cabecear a bola, mas pela trajectória perfeita que lhe deu, deixando Stojkovic pregado ao relvado e impotente para parar o remate. O lance nasceu de um livre da esquerda apontado por Luis Aguiar, o engenheiro que neste lance decisivo puxou de régua e esquadro para traçar a linha que levou a bola direitinha a Moisés. Um golo decisivo e que deixa o Braga com todas as portas abertas no que às competições europeias diz respeito.



FILME DO JOGO

2'

Livre um pouco descaído sobre a esquerda. Luis Aguiar atira por cima da barra.

8'

Cléo ilude Moisés e remata de fora da área. Felipe agarra o pontapé rasteiro.

9'

Canto na esquerda marcado por Luis Aguiar, Rodriguez surge na área e foge à marcação, cabeceando mal a bola.

12'

Alan abre largo da direita para o centro do terreno e Luis Aguiar, de primeira e ainda de fora da área, obriga Stojkovic a boa defesa.

28'

Sai contra-ataque do Braga, com Luis Aguiar a colocar a bola em Mossoró. O brasileiro ganha ao defesa e tenta servir Matheus, no centro do terreno, quando já estava na área dos sérvios, mas Lazevski intercepta o passe.

29'

Luis Aguiar, em excelente posição na área do Partizan, depois de receber um passe de calcanhar de Mossoró, dispara forte mas por cima da barra.

34'

Mau passe de Boya interceptado por Paulo César, que descaído sobre a esquerda, à entrada da área, "pega" mal na bola e remata longe do alvo.

35'

[0-1] Livre de Luis Aguiar sobre a esquerda, que mete a bola para a entrada da área. Moisés desfere uma cabeçada cruzada e colocadíssima que passa por cima de Stojkovic. Só com asas o guardião lhe chegaria.

38'

Saída rápida do Partizan para o ataque. A bola chega rapidamente à direita, onde Boya, com Rodriguez a acompanhá-lo, atira forte mas por cima.

55'

Luis Aguiar rouba uma bola no meio-campo defensivo do Braga, arranca imparável pela direita e serve Matheus. O remate do brasileiro à entrada da área obriga Stojkovic a grande defesa.

58'

Moreira conduz a bola até à área do Braga. Depois de uma série de ressaltos, Cléo, em queda remata para defesa fácil de Felipe.

63'

Petrovic "estoura" a meia altura de fora da área. A bola sai ao lado com Felipe a controlar a trajectória.

79'

Miljkovic faz um cruzamento largo para o segundo poste, onde aparece Moreira a rematar para Felipe agarrar.

83'

Lance rápido na esquerda do ataque do Partizan, com Ilic a cruzar para a entrada de trás de Cléo e cabeceamento a passar por cima da barra.

90+3'

Moisés, em grande, sacode de cabeça a bola da sua área, numa iniciativa perigosissíma do Partizan. Na ressaca, Petrovic remata para fora e o árbitro apita para o final.


A figura

Moisés | Se tivesse um bolso metia-os lá a todos

Fantástico o xerife, na ressaca de um jogo contra o Rio Ave que lhe correu particularmente mal. O poder de recuperação mental é notável, mas a exibição técnica e táctica não ficou nada abaixo desse adjectivo. Não perdeu uma única bola na retaguarda e foi o rei dos alívios, dois deles já em período de descontos, tão decisivos como o golo que marcou num cabeceamento intencional e magnificamente colocado. A marcação a Cléo foi impiedosa e, se os seus calções tivessem bolsos, não só lá meteria o brasileiro como todos os dianteiros do Partizan que lhe passaram pela zona. Autoritário e prático, foi num assombro no ar e o líder que a equipa precisou. A forma como os colegas o saudaram no final é o justo agradecimento por tamanha grandiosidade.



Domingos Paciência
"Equipa foi solidária"

O orgulho era tal que a mensagem não podia ficar limitada ao balneário. "Quero dar os parabéns aos jogadores pela solidariedade, pela entrega", afirmou Domingos Paciência, após a segunda vitória que garantiu ao Braga a Liga Europa e o direito a "lutar para continuar na Liga dos Campeões". A chave do sucesso foi a coesão, elogiou o treinador: "A forma como se abordou o jogo foi importante, especialmente, na primeira parte, em que a equipa conseguiu levá-lo da forma que queria: jogando de forma subida e aproveitando algum momento de desconcentração do Partizan. Fez um golo e teve mais duas situações que não concretizou. Foi pena, porque a segunda parte poderia ter sido diferente. Assim, sofremos mais um bocadinho."

A pressão do Partizan, "normal" numa "equipa que tinha de vencer", esbarrou num Braga mais consistente do que tem sido habitual, graças à composição e à inteligência da equipa. "Este quarteto é o que está mais trabalhado, desde há vários meses. Já dizia o Moisés que joga há três anos com o Rodriguez, e isso é importante", admitiu, estendendo o mérito por todos os sectores: "A equipa toda, principalmente a defesa, conseguiu jogar mais subida e isso foi importante para o Partizan não ter tido mais oportunidades." O esforço posto no jogo, recordou Domingos Paciência, foi precedido de uma noite sobressaltada por um sismo. "Não foi fácil para os jogadores estarem, às três da manhã, na entrada do hotel, em pijama", sublinhou, mas, "conseguiram fazer um bom jogo". "Viu-se uma equipa solidária, resumiu - a equipa que "tudo fará" para passar à fase seguinte da Liga dos Campeões, ultrapassado o "mau começo" na prova: "Há duas equipas com nove pontos e nós com seis; teria sido melhor a vitória do Arsenal, mas, vamos encarar os jogos da mesma forma com que encarámos este, a pensar em vencer."



Moisés
"Enquanto tivermos hipóteses, acreditamos"

Réu em Vila do Conde, herói em Belgrado. Numa questão de dias, Moisés saltou do oito para o oitenta, marcando um golo - o primeiro da conta pessoal na Liga dos Campeões - que deu o triunfo ao Braga num estádio com um ambiente que o central já sabia que "ia ser forte". "Eles têm adeptos que empurram a equipa desde o início, mas sabíamos que se marcássemos seria mais fácil. Na segunda parte sofremos um pouco, como é natural, mas suportámos bem a pressão e conseguimos a vitória, que era o mais importante", comentou o "Xerife, que, na pior das hipóteses, confirmou o apuramento do Braga para a Liga Europa e manteve acesa a esperança de alcançar os "oitavos" da Champions. E esperança é coisa que não lhe falta. "Temos condições de nos qualificarmos. Temos de manter o que temos vindo a fazer, nos próximos jogos. Enquanto tivermos hipóteses de nos apurar vamos acreditar", vincou o brasileiro, que saudou ainda o regresso de Rodriguez e o "crescimento da equipa nos últimos jogos".

Discurso directo

"É um alívio por termos alcançado um dos ob-jectivos. Entrá-mos determinados, concentrados e muito fortes. Vamos trabalhar e pensar que temos possibilidades de vencer o Arsenal e o Shakhtar. Fico feliz por ter sido eleito o homem do jogo."

Vandinho, homem do jogo

"Fizemos um grande jogo; de sacrifício, de humildade e saímos daqui com a cabeça bem alta. A luta pela qualificação ainda está aberta. Por isso, vamos fazer o que fizemos com o Partizan ou melhor para tentar vencer os jogos que faltam."

Luis Aguiar, médio


Braga um a um
A pontaria do Xerife

Felipe | Super-concentrado, segurou todas as bolas que foram na direcção da sua baliza. Nenhuma de forma difícil, mas não complicar também é uma virtude. E ao estar bem colocado evitou o empate aos 79' quando Moreira rematou, já na pequena área.

Sílvio | Atacou de forma ponderada e conseguiu dar ao Braga aquilo que o jogo pedia: ora a sair a jogar, ora a usar da falta. E aquele desarme quando Cléo se preparava para marcar, aos 69', foi valiosíssimo.

Rodriguez | Leitura táctica perfeita e capacidade de antecipação incrível. Foi assim que adivinhou muitos possíveis lances de perigo: no chão e pelo ar. Ninguém reparou que é bem mais baixo do que Cléo e a isso chama-se capacidade de superação.

Elderson | Boya foi o adversário mais solicitado e o nigeriano optou por não arriscar um milímetro. Muito consistente, numa das melhores exibições desde que chegou ao Minho. Ajudou bastante Paulo César e só foi pena que na recta final não tivesse concluído um contra-ataque da melhor maneira.

Vandinho | Inteligente na ocupação dos espaços, não saiu muitas vezes a jogar para não deixar o quarteto defensivo sozinho. Prejudicou-se individualmente, mas deu aos homens da frente a confiança que lhes permitiu jogarem bem soltos. Fulcral.

Luis Aguiar | Que grande jogo de um verdadeiro guerreiro! Marcou sempre o ritmo da equipa e não se deixou afectar pelo golo falhado ainda na primeira parte. Pelo contrário, continuou a tentar o remate e a arriscar nas desmarcações. Isto sem se esquecer de defender e a dar o corpo na luta pelos ressaltos. E mais uma vez foi fortíssimo nas bolas paradas. É de um livre seu que resulta o golo de Moisés.

Alan | Cem jogos cumpridos pelo Braga mereciam mais virtuosismo. Não foi tão solicitado como habitualmente e acabou por aparecer apenas nas acções defensivas. Foi substituído cedo, o que também é uma raridade.

Mossoró | Faltou ponta final às arrancadas com que semeou o pânico na área sérvia. Criativo, saiu pouco depois do intervalo pois Salino estava em condições de correr mais. É que o longo tempo de paragem ainda pesa quando é hora de defender.

Paulo César | Regressou ao onze com vontade de não voltar a saltar fora. Muito interventivo e fortíssimo nas diagonais, incomodou Stojkovic e não marcou por muito pouco. No segundo tempo, funcionou como primeira alavanca para o contra-ataque. E por isso espantou que aos 80' ainda tivesse fulgor para correr atrás e cortar uma bola que possivelmente daria o empate.

Matheus 6

Engolido por dois centrais fisicamente muito fortes na fase em que o Braga dominou o jogo, melhorou muito a jogar em contra-ataque e aos 55' podia ter morto o jogo.

Salino | Entrou com cola nos pés e foi decisivo para a ter quando o Partizan lutava desesperadamente por ela. Temporizou a preceito.

Madrid | Reforçou a consistência no miolo e a presença defensiva, mas não foi sempre expedito no passe.

Lima | Sem tempo.


Sismo obriga Braga a abandonar hotel

Um abalo sísmico que atingiu os 5,4 na escala de Richter, com epicentro em Kragujevac - onde duas pessoas morreram e 50 ficaram feridas -, a 125km de Belgrado, fez com que o Braga vivesse momentos de desassossego. Eram 1h56 em Belgrado, menos uma em Portugal, quando jogadores, técnicos e dirigentes deixaram os quartos e saíram do hotel onde se encontravam face ao abalo sísmico e à incerteza quanto ao que se estava a passar. Dez minutos depois, e sem danos pessoais a lamentar, todos recolheram aos quartos. Antes do pontapé de saída, as equipas fizeram uns segundos de silêncio, em memória das vitímas.

Jokanovic na pele de inimigo

O Partizan "serviu-se" de um compatriota para estudar e conhecer o Braga. De acordo com a Imprensa sérvia, foi Jokanovic, treinador do Nacional, quem descreveu a equipa portuguesa. Em sentido inverso, a ver o Braga esteve um velho amigo: Karoglan, goleador arsenalista na década de 90. Veio da Croácia de propósito para matar saudades.

Matheus pode ter fractura

Matheus deixou o estádio do Partizan com a mão esquerda imobilizada, por suspeitas de fractura, que serão esclarecidas durante o dia de hoje. O voo com destino ao Porto sofreu um atraso de duas horas, pelo que o Braga tinha a chegada ao Aeroporto Francisco Sá Car-neiro prevista para as cinco da manhã, com treino marcado para as 16h30.

Fernando Couto aplaudido

Fernando Couto deixou de jogar há anos, mas ainda é reconhecido por toda a Europa. O manager foi, com António Salvador, Domingos e João Carlos, dos primeiros a entrar em campo, duas horas antes do jogo, e foi logo aplaudido. Pouco depois chegaram os adeptos do Braga, que foram distribuídos por dez camarotes no estádio por falta de espaço na bancada.

Fernandez oferecido

O guarda-redes Raul Fernandez, internacional peruano, foi oferecido ao Braga, segundo a Imprensa local, que aponta também os franceses do Rennes e do Toulouse como alternativas. No plantel bracarense é certa a cedência do médio-ofensivo Guilherme, desde ontem partilhado com o clube-satélite, e que poderá voltar, sempre que Domingos entender.


O JOGO

[JotaCC]

Braga vence em Belgrado


O Braga ganhou ao Partizan, em Belgrado, por 1-0, na quarta jornada da Liga dos Campeões. A equipa minhota continua, assim, a ter hipóteses de se apurar para os oitavos-de-final e já garantiu, pelo menos, a passagem para a Liga Europa.

O Braga somou a segunda vitória na fase de grupos da Liga dos Campeões, novamente diante do Partizan. Moisés marcou o único golo da partida, com um cabeceamento certeiro, aos 35 minutos.

Apesar da vitória, a equipa minhota continua no terceiro lugar do Grupo H, com seis pontos, menos três do que Arsenal e Shakhtar, já que, no outro jogo desta quarta-feira, os ucranianos bateram os londrinos, por 2-1. Os bracarenses continuam, assim, a ter hipóteses de apuramento para os oitavos-de-final, tendo já garantido, pelo menos, a passagem para a Liga Europa.

Na partida de Belgrado, o Braga foi mais forte na primeira parte, mas recuou muito no terreno durante o segundo tempo, tendo escapado por pouco ao golo do empate em diversas jogadas de perigo da equipa sérvia.

No final do jogo, Domingos Paciência regozijou-se pelo facto de os bracarenses terem seis pontos antes da recepção ao Arsenal (perdeu no reduto do Shakhtar) e garantiu que o Sporting de Braga está "preparado para ir mais além".

"Não começámos bem, mas está tudo em aberto. Temos de jogar com o Arsenal, que tem mais três pontos, e vamos abordar esse jogo preparados para lutar pela vitória, sabendo das dificuldades", disse o técnico do Braga, a primeira equipa portuguesa a vencer em Belgrado em competições europeias.

O responsável do Sporting de Braga salientou o facto de a equipa ter conseguido "o grande objectivo do terceiro lugar" no Grupo H e por os bracarenses terem feito "um bom jogo, principalmente na primeira parte".

"Conseguimos levar o jogo para onde queríamos e é pena que não tivessemos concretizado mais, frente a uma equipa que tinha tudo a ganhar. Acabámos por sofrer na segunda parte, mas devíamos ter sido mais frios e precisos no último passe", salientou Domingos Paciência, em declarações à Sport TV.

O técnico considerou que "a equipa foi solidária", num reduto onde se esperavam "dificuldades".

JN

[JotaCC]

Crónica de jogo
Sp. Braga chumba adesão da Sérvia à Europa dos 16

Graças a Moisés, Domingos poderá ter de incluir os "oitavos" da Champions no calendário 2010-11. O Partizan é que já não precisa de se preocupar com isso

 
Quando, às 00h56 da madrugada de ontem, um terramoto sacudiu a cidade sérvia de Kraljevo, Belgrado também estremeceu. Quando, às 20h21, Moisés fez abanar as redes do Stadion Partizan, Braga também deve ter sentido o impacto. Num jogo de resistência, o primeiro golo do central brasileiro na Champions valeu 800 mil euros, o segundo triunfo na prova (1-0) e a reabilitação da palavra apuramento.

Nos últimos meses, a Sérvia tem-se empenhado em mostrar o seu lado de menino bem comportado perante os professores da União Europeia, na esperança de que a admissão no grupo dos melhores alunos seja apenas uma questão de tempo. E o Partizan parece seguir-lhe as pisadas na Liga dos Campeões. Lento, macio, sem fio de jogo, sem rasgo, tem levantado poucas ondas aos adversários. O problema é que, na alta roda do futebol, o sistema de avaliação é diferente. Boa vontade não basta.

Voltou a perceber-se isso mesmo pelos números da primeira parte. Voltou a perceber-se que falta quase tudo ao Partizan (incluindo Tomic, que ontem, mistério dos mistérios, nem no banco se sentou) quando se constata que o único lance com cabeça, tronco e membros surgiu aos 38", após um remate de Boya que nem sequer acertou na baliza.

Dois minutos antes, tinha saído o jackpot a Moisés, com um cabeceamento à entrada da área que sobrevoou toda a defesa e os 1,95m de Stojkovic. O Sp. Braga acabava de assinar um contrato "chave na mão": agora, só precisava de cumprir os 54 minutos de prestações que se seguiam. E conseguiu-o. Com mais ou menos solavancos.

Domingos antecipou um pressing acrescido do Partizan na segunda parte e lançou o primeiro antídoto aos 55" (pouco depois de Matheus ter contribuído para a defesa da noite de Stojkovic), trocando o aventureiro Mossoró pelo disciplinado Leandro Salino. A ideia era recuperar o meio-campo sem abdicar do contra-ataque. Mas Moreira & companhia continuavam a atingir o muro português e o Sp. Braga foi obrigado a reforçar a muralha: entra Madrid, sai Alan. Ponto final no jogo pelas alas.

Por esta altura, o Partizan procurava atacar com o que tinha (alma) e com o que não tinha (arte): Moreira perdeu o frente-a-frente com Felipe aos 79", Petrovic girou a cabeça demasiado para cima aos 82". Se não marcou nesse momento - e os minhotos até já usavam Vandinho como terceiro central num 5-4-1 improvisado -, já não marcaria. O Sp. Braga podia sair de Belgrado com o sonho dos oitavos-de-final intacto e com o orgulho de se tornar no primeiro clube português a triunfar no Stadion Partizan.



Reacções

Domingos Paciência

Treinador do Sp. Braga


"Era um grande objectivo o terceiro lugar. Fizemos um bom jogo na primeira parte. Na segunda sofremos mais, frente a uma equipa que tinha de arriscar tudo. Mas se tivéssemos arriscado mais podíamos ter sofrido menos. A noite não foi fácil, porque às três da manhã os jogadores estavam acordados no hall do hotel em pijama. Vamos tentar continuar na Liga dos Campeões. Neste momento, o Arsenal e Shakhtar Donetsk têm nove pontos e nós seis, mas temos de jogar com eles e vamos encarar esses jogos com vontade de ganhar. Mas seria surpreendente o nosso apuramento. Não começámos bem. Mas agora a equipa está mais confiante e está tudo em aberto. É bom chegar a esta fase e ter ainda possibilidades de apuramento para a fase seguinte."


PUBLICO

[JotaCC]

Champions: Vitória em Belgrado garante continuidade nas provas da UEFA
Braga teleguiado para a Europa

Um magnífico golo de Moisés, na sequência de um livre, assegurou ontem em Belgrado a continuidade do Sp. Braga nas provas europeias, numa partida em que se confirmaram as limitações técnicas e colectivas do Partizan, apesar de forte apoio do público e de grande agressividade na disputa dos lances.

O Sporting de Braga nunca se atemorizou, nem sequer perante o forte assédio final da equipa sérvia, tendo resultado bem as intervenções do treinador Domingos Paciência no sentido de fortalecer a equipa em defesa da preciosa vantagem.

A entrada foi excelente, com muita concentração, começando por estancar a previsível iniciativa atacante do Partizan, roubando-lhe a bola e mantendo o jogo sempre na zona intermédia ou mesmo no meio-campo contrário. Por isso, depois de um remate de Cleo (7'), nunca mais a equipa sérvia criou qualquer embaraço e, pelo contrário, os minhotos foram dando trabalho regular a Stojkovic.

Aos 35', num livre, o mais rematador, Luís Aguiar, endereçou a bola com precisão para a cabeça de Moisés, que a introduziu de forma indefensável num ângulo, materializando uma superioridade indiscutível.

No segundo tempo, o Partizan aumentou a velocidade e forçou o recuo bracarense, embora abrindo espaços para o contra-ataque, com a melhor oportunidade a ser desperdiçada por Matheus, lançado por Paulo César. Todavia, mais do que procurar ampliar a vantagem, Domingos apostou na consolidação do triunfo com o reforço do meio-campo, mas foi Felipe a negar o empate a Moreira no fecho da partida.

FICHA DO JOGO

Liga Campeões - 4.ª Jornada - 03/11/2010

Estádio Partizana - Assistência: 25 000

Golo: 0-1 Moisés (35')

PARTIZAN

Stojkovic, Miljkovic, Jovanovic, Krstajic, Lazevski, Petrovic, Ivic Iliev (M. Scepovic 78'), Pierre Boya (S. Babovic 59'), Sasa Ilic, Moreira, Cléo .

Treinador: A. Stanojevic

SP. BRAGA

Felipe, Sílvio, Moisés, Rodríguez, Elderson, Vandinho, Mossoró (L. Salino 50'), Luís Aguiar, Alan (A. Madrid 68'), Paulo César, Matheus (Lima 88').

Treinador: Domingos Paciência

Árbitro: Martin Hansson (Suécia)

Disciplina: amarelos: Moreira (1'), Moisés (49'), Petrovic (54'), Luís Aguiar (87')

Classificação do jogo: 5

SISMO ASSUSTOU EQUIPA

As dificuldades do Sp. Braga começaram bem antes da partida com o Partizan. Pelas 02h00 locais (01h00 em Lisboa) de ontem, os arsenalistas foram surpreendidos por um sismo de magnitude 5,4 na escala de Richter, com epicentro 125 quilómetros a sul de Belgrado.

Por precaução, todo o 'staff' bracarense abandonou os quartos, aos quais regressou cerca de dez minutos depois. Após a vitória, Domingos destacou a união do grupo arsenalista. "Acima de tudo, viu-se uma equipa solidária. Não é fácil estar com os jogadores, de pijama, fora dos quartos, em plena madrugada", disse o técnico.

"Era um objectivo garantirmos o 3º lugar, de forma a permanecermos na Europa. Fizemos um bom jogo, principalmente na 1ª parte. Podíamos ter marcado mais", acrescentou Domingos.


CORREIO DA MANHA

[JotaCC]

Moisés no papel de goleador mantém vivo o sonho minhoto

Depois do susto da madrugada, equipa de Domingos voltou a vencer os sérvios

A madrugada em Belgrado foi de temor e cansaço para os jogadores do Sporting de Braga, devido ao sismo que se sentiu em várias cidades da Sérvia e os obrigou a passar um largo período fora do hotel, alguns de pijama. Mas a noite em campo correu conforme o ambicionado. A equipa de Domingos envergou o equipamento da ambição (esqueceu-se dele no segundo tempo, é um facto) e venceu o Partizan, com um golo de Moisés (aos 36 minutos).

Com este resultado, o Sp. Braga garantiu o acesso à Liga Europa, mantendo-se igualmente na corrida aos oitavos- -de-final da Champions. No entanto, este sonho é praticamente impossível de alcançar, já que Arsenal e Shakthar somam mais três pontos (9 contra 6).

No outro encontro do grupo, os ucranianos do Shakthar surpreenderam os ingleses, por 2-1, dificultando a vida aos minhotos no que diz respeito à permanência na Liga dos Campeões. A equipa portuguesa, que na jornada passada tinha ganho (2-0) em casa a esta mesma formação sérvia, cedo percebeu que a fragilidade destes se mantinha. O Partizan era uma formação desorganizada no meio- -campo, inofensiva no ataque e com uma defesa, que, apesar de consistente, esteve longe de ser um muro intransponível.

Já o Sp. Braga mostrava personalizado e ambição no ataque. Criou várias jogadas de perigo nos primeiros 15 minutos, concluídas com remates, sem a melhor direcção de Luís Aguiar, Rodríguez e Alan. E acabou por ser um central, Moisés, a chegar ao golo, de cabeça, após livre do médio uruguaio.

Mesmo sem proporcionar grande espectáculo, o Sp. Braga era a única equipa que apresentava futebol, merecendo a vantagem com que foi para o intervalo. O Partizan em momento algum da primeira parte assustou a defesa bracarense, que controlava as tímidas movimentações dos avançados.

Com vantagem no marcador, a equipa de Domingos Paciência passou a jogar como gosta, em contra-ataque, tentando aproveitar a velocidade de Matheus e Paulo César. Só que o Partizan passou a acertar nas marcações, os passes começaram a sair de forma correcta e o perigo começou a rondar a baliza de Felipe. E, com o passar dos minutos, o perigo tornou-se em aflição para a equipa ainda não refeita da cansativa madrugada (depois das 05.00), à porta do hotel.

Na Ucrânia, Walcott colocou os ingleses na frente do marcador logo aos 10 m., mas o Shakthar deu a volta ainda durante a primeira parte, com golos de Chygrinskiy, aos 28, e de Eduardo, ex-jogador dos londrinos, aos 45.


DN

[JotaCC]

Sporting de Braga

Guilherme emprestado ao Vizela

O Sporting de Braga cedeu o médio Guilherme ao Vizela até ao final da temporada. O jovem jogador brasileiro (19 anos) não faz parte das primeiras opções de Domingos Paciência, razão pela qual foi emprestado ao clube satélite. Tal como acontece com Aníbal, Guilherme pode ser chamado a qualquer momento para representar o Sporting de Braga.


PRIMEIRO DE JANEIRO

[JotaCC]

Domingos procura alternativa a Moisés

O herói de Belgrado não vai poder jogar na recepção ao Beira-Mar. Aníbal ou Léo Fortunato – um deles será o substituto de Moisés frente aos aveirenses.

Autor de um golo que, pelo menos, garante a continuidade do SC Braga nas competições europeias, Moisés não poderá jogar no próximo jogo da Liga Zon Sagres. O brasileiro foi expulso na última jornada do campeonato, frente ao Rio Ave, pelo que está impedido de defrontar o Beira-Mar.

Um problema que obrigará Domingos a escalar uma nova dupla de centrais. Rodríguez é presença certa no eixo da defesa, resta saber quem o acompanhará: Léo Fortunato, que foi titular em Vila do Conde, ou Aníbal, que em Belgrado se sentou no banco, relegando Fortunato para a bancada.

Dúvidas que deverão começar a ser dissipadas esta quinta-feira, quando o plantel bracarense iniciar a preparação do jogo frente aos aveirenses.

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Matheus sofreu fratura na mão
deverá falhar jogo de domingo com o beira-mar

O Sporting de Braga informou esta quinta-feira que o avançado brasileiro Matheus fraturou o terceiro metacarpo da mão esquerda no jogo com o Partizan, quarta-feira, para a Liga dos Campeões.

A suspeita de que o jogador "canarinho", titular em Belgrado (saiu aos 88 minutos), teria fraturado um osso da mão confirmou-se após exames complementares de diagnóstico realizados hoje, em Braga.

A lesão deve obrigar Matheus a falhar, pelo menos, o próximo jogo dos minhotos, ante o Beira-Mar, domingo, para a 10.ª jornada da Liga.

RECORD

A equipa arsenalista treinou na tarde de hoje, depois do triunfo por 1-0 em Belgrado, que assegurou, pelo menos, o acesso à Liga Europa, via terceiro lugar.

O Sporting de Braga volta aos treinos sexta-feira, pela manhã, nos campos de apoio ao Estádio Axa, para preparar a receção aos aveirenses.

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Matheus fracturou osso da mão esquerda

Confirmaram-se as piores suspeitas dos responsáveis clínicos do Sporting de Braga: Matheus fracturou mesmo um osso da palma da mão esquerda.

Tudo aconteceu no jogo de ontem, em Belgrado, e a lesão praticamente passou despercebida à maioria dos adeptos presentes no recinto do Partizan e aos espectadores que acompanharam a transmissão do duelo pela TV.

Depois de exames complementares efectuados já em Braga, os resultados não deixaram dúvidas: Matheus fracturou o terceiro metacarpo da mão esquerda, pode ler-se no boletim divulgado pelo Sporting de Braga no seu site oficial.

Se essa lesão será suficiente para afastar o brasileiro da recepção ao Beira-Mar é uma dúvida que só poderá ser desfeita nas próximas horas.

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