NOTÍCIAS DO ENORME DO DIA 01/05

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Liga Betandwin » Jornada 33 » Braga 1 - Gil Vicente 1

"Galo" chegou nos descontos
Explusão de Vandinho condicionou a estratégia bracarense, mas pouco depois o golo de João Tomás levou a pensar no triunfo. Que foi defendido a todo o custo e perdido apenas nos descontos, quando Gregory empatou, justamente, a partida
LINO DEVESAS

O Braga despediu-se ontem do seu público com um empate diante do Gil Vicente, cujo ponto que lhe permitiu igualar o número atingido na época passada (58), quando ainda há uma deslocação a Alvalade para efectuar. Apesar da situação definida na tabela classificativa, a intenção dos arsenalistas ficou clara, nomeadamente pelas alterações efectuadas ao intervalo, quando Jesualdo Ferreira trocou dois médios (Frechaut e Castanheira) por outro médio (Vandinho) e um ala veloz (Matheus), assim como foi visível nos minutos finais a vontade de defender a vantagem conseguida por João Tomás, aos 78'. Do lado do Gil Vicente, a necessidade de pontos era muita e os seus jogadores fizeram o que estava ao seu alcance para os conseguir, apostando muito nos remates de meia-distância, uma vez que em termos de controlo do jogo, esse foi essencialmente bracarense enquanto as equipas estiveram em igualdade numérica. Depois da expulsão de Vandinho, o Braga ainda procurou manter a consistência no seu meio-campo e surpreender o adversário no contra-golpe, o que veio a suceder através de uma insistência de Matheus, que em resultou no pénalti convertido por João Tomás. Curiosamente, o Braga chegava ao golo depois de reduzido a dez unidades... Até então, apenas a expulsão - e os golos do FC Porto ao rival Guimarães... - havia provocado "ondas" entre a massa associativa local, pois em termos de espectáculo a boa vontade dos jogadores era insuficiente para fazer vibrar os espectadores.

A partir da vantagem no marcador conquistada pelos bracarenses, ao Gil Vicente apenas lhe cabia tentar contrariar a tendência da partida e foi o que fez. A equipa de Paulo Alves apostou numa toada ofensiva para tentar chegar ao golo, aproveitando o recuo estratégico do Braga para assediar a sua baliza, por vezes mais com o coração do que com a cabeça. A coesão defensiva dos bracarenses, ainda que aqui e ali se notasse alguma precipitação, causava inúmeras dificuldades à organização ofensiva contrária, que procurava incessantemente explorar os flancos para atingir a baliza adversária. E tantas vezes o cântaro foi à fonte que, numa altura em que o desespero já começava a fazer-se sentir, Carlitos arrancou um cruzamento para Gregory repor a igualdade. E aumentar a confiança para o derradeiro jogo, com o Belenenses, no qual vai decidir a permanência.

Foram muitos os bracarenses (a terceira maior enchente da época) que fizeram questão de marcar presença na despedida da época, aproveitando a ocasião para homenagear os seus jogadores. No final, Jesualdo Ferreira dirigiu-se também até ao meio-campo para os agradecimentos, mas atitude logo causou em muitas pessoas a sensação de uma despedida definitiva...
 

Ficha de jogo

Estádio Municipal de Braga | relvado: em bom estado | espectadores: 16 837 | árbitro: Paulo Pereira, Viana do Castelo | assistentes: Serafim Nogueira (Porto), Henrique Parente (Viana do Castelo) | 4º árbitro: Filipe Araújo

Braga 1 - Gil Vicente 1
GOLOS [1-0] João Tomás 78', [1-1] Gregory 90+3'

Braga
1 Paulo Santos GR
2 Pedro Costa LD 60'
3 Paulo Jorge DC
4 Nem DC
13 Carlos Fernandes LE
23 Madrid MD
17 Frechaut MO 46'
14 Castanheira MO 46'
20 Luís Filipe AD
15 Wender AE
9 João Tomás AV
T: Jesualdo Ferreira
12 Marco GR
29 Wellington DC
45 Filipe MO 60'
88 Vandinho MO 46'
7 David AD
99 Matheus AE 46'
27 Kim AV

amarelos 40' Paulo Jorge; 54'Vandinho, 90+1 João 'Tomás
vermelhos 54'Vandinho

3 [2+1] remates à baliza
4 [2+2] remates fora
12 [8+4] faltas cometidas
4 [2+2] pontapés de canto
3 [2+1] foras de jogo

Gil Vicente
1 Jorge Baptista GR
22 Paulo Ricardo LD
15 Gregory DC
25 Marcos António DC
20 João Pedro LE
8 Elias MD
6 Bruno Tiago MO 60'
18 Gouveia MO
7 Carlitos AD
26 Willams AE 66'
19 Rodolfo Lima AV 76'
T: Paulo Alves
12 Paulo Jorge GR
16 Braima MD
17 Robélio MO
27 Luís Coentrão MO 60'
13 Nandinho AE 76'
14 Carlos Carneiro AV 66'
77 João Vilela AV

amarelos 77'Marcos , 90+3' Gregory
vermelhos nada a assinalar

[0+4] 4 remates à baliza
[6+7] 13 remates fora
[6+6] 12 faltas cometidas
[2+11] 13 pontapés de canto
[0+0] 0 foras de jogo

O ÁRBITRO
Um bom desempenho
L.D.
A expulsão de Vandinho com vermelho directo deve-se a declarações do jogador ao árbitro, depois de ter visto o amarelo pelas mesmas razões, quando discutiu com o árbitro assistente Henrique Parente a razão de um lançamento lateral. No resto teve um bom desempenho, incluindo os oito minutos de compensação, uma vez que o jogo esteve parado quatro, por altura da exclusão de Vandinho.

O MOMENTO: 90+3'(1-1)
Gregory mantém a fé
O prémio para o labor dos gilistas chegou em período de compensação e graças a uma insistência de Carlitos, que encontrou espaço no flanco esquerdo para um cruzamento à medida das exigências de Gregory. Paulo Jorge fez-se tarde ao lance e confundiu Paulo Santos, o que permitiu o desvio ao central gilista.

Lances-chave

1' Em boa posição na interior da área gilista, João Tomás remata fraco e ligeiramente ao lado.

14' Na sequência de um livre, Gouveia coloca a bola na área arsenalista, João Tomás sacude e Paulo Ricardo, de primeira, remata forte, com o ponta-de-lança bracarense a interceptar o disparo e a fazer a bola rasar o poste da sua baliza...

24' Cruzamento de Wender com conta peso e medida para a cabeça de Castanheira, que cabeceou à figura de Jorge Baptista.

26' Gouveia entra na área arsenalista pelo lado esquerdo e à saída de Paulo Santos a cobrir o ângulo tenta assistir Rodolfo Lima do lado contrário, mas Nem antecipa-se e anula o perigo.

42' Na sequência de um livre, Gouveia cruza para a área, onde surge Gregory a cabecear por cima.

50' Elias assiste Carlitos, que surge isolado e só com Paulo Santos pela frente remata ao lado.

60' 1-0. Livre de Wender, com Paulo Jorge a desviar de cabeça no interior da área, ligeiramente por cima.

78' Matheus aproveitou a sua velocidade para superar Marcos António e o guarda-redes Jorge Baptista, sendo posteriormente derrubado pelo central. Penálti que João Tomás aproveitou para inaugurar o marcador.

90+2' Na sequência de um canto, a bola sobra para João Pedro, que remata muito torto mas faz a bola passar no interior da área, onde surge Marcos António a desviar, mas para fora.

A ESTRELA: CARLITOS (7)
Até cansa de ver jogar
JORGE FONSECA

Não é um Ronaldinho, mas dribla que se farta, nem tão pouco Lance Armstrong, mas tem resistência que nunca mais acaba. Falamos de Carlitos, um jogador que cresceu no Gil Vicente e que, numa das fases mais difíceis da carreira do clube, se assume como um líder. Mais. Continua a ser a alma de uma equipa que sabe contar apenas consigo própria para atingir a manutenção. Ontem, o extremo provou que isso (ainda) pode acontecer e correu e jogou tanto que até cansou... só de ver.

Partida  interrompida quatro minutos
J.F.

Uma partida que estava a correr em profunda normalidade de repente esteve perto de entrar num perigoso reboliço, quando o árbitro Paulo Pereira puxou de cartão amarelo e, segundos depois, do vermelho para o recém-entrado Vandinho. Corria o minuto 54 e logo começaram a chover da bancada dos associados do Braga objectos direccionados ao assistente Henrique Parente. O árbitro assistente não se fez rogado e correu para o interior do relvado, informando o chefe de equipa do ocorrido. O jogo teve então de ser interrompido, com Paulo Pereira a informar o delegado da Liga do que se passava. Duas tentativas depois, e com os jogadores do Braga a tentarem serenar os ânimos, a partida recomeçou e o bom senso imperou. Ao todo, foram quatro minutos sem que a bola rolasse.
OJOGO.PT

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Sp. Braga-Gil Vicente, 1-1: Fé "moveu" a pedreira
GILISTAS ARRANCARAM PRECIOSO EMPATE AO 4.º MINUTO DOS DESCONTOS 

Um penálti escusado de Marcos António quase deitava tudo a perder. Valeu o enésimo cruzamento de Carlitos e mais uma emenda fatal do "gigante" Gregory

Num dérbi que chegou a assumir contornos dramáticos quando os locais se colocaram em vantagem, o Gil Vicente viu premiada a enorme pressão exercida durante toda a 2ª parte com um golo obtido nos descontos, que mantém a equipa acima da linha de água e a depender de uma vitória caseira na última ronda para se manter na Liga.

O provérbio bíblico de que a fé move montanhas cumpriu-se ontem com a variante de ter feito "deslocar" a pedreira do Municipal de Braga, que testemunhava com frieza granítica o desespero instalado nas hostes visitantes a partir do golo cedido à entrada do último quarto de hora. O bracarenses já estavam reduzidos a 10 elementos (Vandinho foi expulso 10' depois de entrar a render Castanheira, por reincidir nos protestos de um lance banal) e preocupavam-se quase só em defender a magra vantagem, que garantiria um novo recorde de pontos conseguidos na I Liga.

Gregory providencial

O problema foi que os gilistas nunca deixaram de acreditar que ainda iriam repor a igualdade. Acabaram por consegui-lo já em desespero de causa, a meio de um período de descontos excepcionalmente alargados a 8 minutos, para compensar a interrupção motivada por incidentes com os adeptos locais após a expulsão de Vandinho. Os louros vão para o providencial defesa Gregory (pelo 7º golo da época), mas o maior mérito pertence ao incansável Carlitos, que voltou a carregar a equipa "às costas", com fintas, mudanças de velocidade, "raids" estonteantes e cruzamentos em barda para a área bracarense.

Embora os visitantes se tivessem apresentado com a notória intenção de discutir o resultado, foram os bracarenses a dar o primeiro sinal de vida quando ainda mal se tinha esgotado o primeiro minuto, mas João Tomás estava apertado por um defesa gilista e não deu o melhor seguimento ao cruzamento de Wender. A primeira oportunidade dos barcelenses surgiu num corte arrepiante do mesmo Tomás (8'), que teve o condão de moralizar os gilistas e colocar os locais em respeito. Mesmo sem oportunidades flagrantes de golo, foi a turma de Paulo Alves que fez as maiores despesas do jogo até ao intervalo.

Ouvidos no Dragão

Jesualdo Ferreira percebeu que precisava de mexer na equipa e, de uma assentada, trocou Frechaut e Castanheira por Vandinho e Matheus, apostando tudo na conquista dos 3 pontos. Se Vandinho entrou de cabeça quente e só se aguentou 10' até receber ordem de expulsão, já Matheus confirmou os excelentes dotes que possui e "cavou" o penálti que pôs a equipa em vantagem, forçando Marcos António a precipitar-se no corte junto à linha, depois de fintar o guarda-redes.

O Gil já tinha esgotado as substituições e foi para cima do adversário com todas as forças que ainda possuía. A aposta no adiantamento de Gregory para a área contrária teve a devida compensação, no período em que Carlitos – que aos 50' errou o remate "na cara do golo", só com Paulo Santos pela frente – decidiu "abrir o livro" e dar espectáculo com sucessivas incursões em velocidade pelo flanco direito. Foi ele (só podia!) a inventar o lance do empate, numa altura em que a plateia já só se entretinha a comemorar os golos do FC Porto ao V. Guimarães.

O tento de Gregory uniu os adeptos dos dois clubes, que celebraram juntos a condenação dos vimaranenses: se os rivais rejubilavam com a desgraça dos rivais, os de Barcelos respiravam de alívio.

Árbitro

Paulo Pereira (3). Num jogo sem "casos", o juiz de Viana rubricou actuação positiva, sem lapsos de monta. As palavras que motivaram a expulsão de Vandinho só ele as ouviu. Ficou o lapso do amarelo a João Tomás, sem que se vislumbrasse qualquer falta.

Autor: ANTÓNIO POÇAS / RECORD.PT
Data: Segunda-feira, 1 Maio de 2006 - 02:08

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Galos conquistam um ponto em Braga
O Gil Vicente conquistou um ponto no derby minhoto e ficou às portas do paraíso. O galo possui uma bandeja de prata na mão para confirmar a permanência na Liga. O resultado ajusta-se face à entrega dos dois conjuntos, premiando a crença barcelense. Os bracarenses despediram-se dos seus adeptos com uma exibição positiva.
Rui Miguel Graça

Um golo de Gregory, em período de descontos, lançou o Gil Vicente na rota da manutenção, colocando-o às portas do paraíso à entrada para a última jornada da Liga. O galo, beneficiando das derrotas dos adversários directos, aumentou ainda a vantagem pontual e tem agora nas mãos uma bandeja de prata para confirmar a permanência entre os grandes do futebol português. Por seu turno, o Sporting Clube de Braga, sereno e tranquilo, já com o bilhete de comboio para a Taça UEFA confirmado, procurava despedir-se dos seus adeptos, do Estádio Municipal de Braga, com um triunfo, oferecendo um manjar de galo. A equipa de Jesualdo Ferreira deu uma lição de verdade desportiva, sempre com os olhos na baliza de Jorge Batista, entregando-se ao jogo com alma, chegando a estar mesmo na frente do marcador quando se encontrava reduzido a dez unidades.

Jesualdo Ferreira apresentou o seu típico 4x3x3, com uma novidade no onze inicial, optando por Castanheira no lugar de Sidney. À parte dessa nuance, não houve alteração nas pedras que venceram de forma convincente, e com um resultado robusto, em Coimbra.
Por seu turno, Paulo Alves optou por um desenho táctico idêntico ao dos bracarenses, e foi obrigado a fazer duas alterações no onze que derrotou o Rio Ave. Para o lugar do castigado João Pereira lançou o jovem Paulo Arantes, enquanto que Williams foi o eleito para o lugar de Nandinho, que ao longo da semana trabalhou bastante condicionado.

O factor casa pesou nos primeiros suspiros, já que foram os arsenalistas a mostrarem-se mais expeditos, ao passo que os gilistas acusavam alguma ansiedade, com uma pitada de necessidade pontual à mistura. Contudo à beira do quarto de hora uma bola que embateu em João Tomás e quase resultava em auto-golo foi o tónico que despertou o Gil Vicente. Um golpe que serviu de fio condutor, que lançou electricidade no corpo do galo, levando mesmo o conjunto de Paulo Alves a criar as duas melhores oportunidades de golo do primeiro tempo.

Não satisfeito com a inépcia ofensiva do primeiro tempo, Jesualdo Ferreira mexeu no seu xadrez, lançando Vandinho e Matheus para os lugares de Frechaut e Castanheira. O Sporting Clube de Braga ganhava no plano teórico mais velocidade e mais capacidade de  explosão, perdendo porém o controlo e a posse de bola habitual e ao estilo de Castanheira.
Todavia os arsenalistas não puderam colocar em prática a estratégia desenhada nos balneários, já que nove minutos depois ficava reduzido a dez unidades por expulsão de Vandinho.

O Gil Vicente voltava a assumir as despesas do encontro, mas seria o Sporting Clube de Braga a inagurar o marcador, na cobrança de uma grande penalidade por João Tomás, que igualou a sua marca da temporada passada, com a obtenção do seu 15.º golo. No tento arsenalista o mérito vai por inteiro para Matheus, que pressionou Marcos António a cometer um atraso defeituoso, conquistou o esférico e acabou mesmo por ser rasteirado pelo defesa gilista.
Paulo Alves arriscou tudo, lançou inclusivamente Gregory para o eixo ofensivo, jogando ao lado de Carlos Carneiro e no quarto minuto dos oito de compensação seria mesmo o defesa, qual central nuclear na conquista de um ponto, a dar a melhor sequência a um cruzamento de Carlitos, levando os barcelenses ao delírio, colocando-os às portas do paraíso.
O trabalho do juiz de Viana do Castelo foi bastante contestado pelos bracarenses, que não se conformaram com a expulsão de Vandinho.
CORREIODOMINHO.COM