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Petição "Por uma revolução no futebol em Portugal"

Started by Olho Vivo, 11 de May de 2009, 12:37

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Olho Vivo

http://www.ipetitions.com/petition/revolucaofutebolportugal/

Já sabemos que as petições valem o que valem, mas não deixa de ser uma iniciativa de mérito e coragem, vinda de dois adeptos do Estrela da Amadora - o que propõem no limite poderia ser contrário aos interesses de curto prazo do seu clube. Sublinho as questões do controlo da gestão financeira através de um organismo independente das estruturas desportivas e da centralização da gestão e repartição das receitas do marketing - algo que urge há muito tempo para permitir outras condições de equilíbrio desportivo à competição e garantir um mínimo de condições económico-financeiras a todos os clubes.

Há outras questões importantes - por exemplo, a criação de um Tribunal desportivo de última instância à semelhança do que acontece em Itália - mas aqui fica...

Cici

Petição "Por uma revolução no futebol em Portugal"

Dois sócios do clube Estrela da Amadora iniciaram uma petição online que visa « revolucionar » o actual modelo estrutural do futebol português e pretendem fazê-la chegar aos organismos máximos da modalidade.

Jorge Pereira da Silva e Rui Martins da Silva , os mentores deste projecto, estão também à frente do " Movimento Sempre Tricolores " e já há algum tempo que andavam a trabalhar nesta petição, lançada online no último fim-de-semana, que pretende uma « salvação » do actual estado do futebol em Portugal.

O objectivo é também fazê-la chegar à Liga de clubes, à Federação Portuguesa de Futebol e à Secretaria de Estado do Desporto.
http://relvado.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=rv.stories/80698

Olho Vivo

Benfica afasta hipótese de venda colectiva dos direitos televisivos em Portugal

14.07.2009, Hugo Daniel Sousa

Tendência europeia é negociar em bloco e tem garantido maiores receitas. Clube da Luz garante que negócio individual defende melhor os seus interesses e deseja receber 40 milhões.

Em quase todos os países da Europa, os clubes vendem os direitos televisivos dos campeonatos de futebol de forma colectiva. Espanha e Portugal são as excepções e a Liga portuguesa deverá continuar a sê-lo. "O Benfica considera que a melhor forma de defender os seus interesses é uma negociação feita pela SAD e não uma negociação centralizada", disse ontem ao PÚBLICO Domingos Soares Oliveira, administrador da SAD do clube da Luz, quando confrontando com a hipótese de Portugal seguir o modelo habitual na Europa.

"De qualquer forma, mesmo que essa negociação individual venha a avançar, acreditamos que pode beneficiar os outros clubes, por uma maior tomada de consciência dos montantes que podem ser alcançados", acrescentou. Numa entrevista ao PÚBLICO em Outubro de 2008, Soares Oliveira tinha apontado 40 milhões de euros anuais como o valor justo pelos direitos dos jogos do Benfica.

O clube da Luz, que tem contrato com a Olivedesportos até 2012-13, recebe oito milhões de euros, um pouco menos do que os rivais. "O FC Porto tem contrato até 2014 e ainda não discutiu internamente a questão [da negociação em bloco]", disse ao PÚBLICO Fernando Gomes, administrador da SAD portista. Do Sporting, que tem contrato até 2012-13, não foi possível recolher uma reacção em tempo útil. Os clubes de média dimensão recebem anualmente perto de 3,5 milhões de euros e os mais pequenos 1,5 milhões por época.

A recusa do Benfica deita por terra uma venda colectiva. Emanuel Medeiros, director executivo da EPFL (Associação das Ligas Europeias de Futebol), reconhece que em Portugal há uma realidade "consolidada e até cristalizada", mas destaca que a Liga italiana inicia agora este novo modelo, que "garante maiores receitas". Medeiros recorda que as receitas televisivas das cinco maiores Ligas aumentaram 521 milhões de euros (17 por cento) em 2007/08 e dá ainda o exemplo da Liga grega, que também optou pela venda em bloco, garantindo 72 milhões de euros por ano.
Em Portugal, a Olivedesportos paga anualmente cerca de 45 milhões de euros aos clubes, um valor que é considerado baixo. Um artigo do site Futebol Finance estimava ontem que "o valor real atinja os 120 a 150 milhões de euros".
O PÚBLICO não conseguiu obter uma reacção da Liga de Clubes, nem perceber como correu a venda centralizada dos direitos da Taça da Liga. Mas fontes contactadas apontam precisamente como um obstáculo para uma venda colectiva as experiências da Taça da Liga e Taça de Portugal, que valeram algumas críticas dos maiores clubes, descontentes com as receitas geradas por esse negócio. Outra razão apontada é o fosso entre os três "grandes" e os outros clubes, além da própria negociação entre FC Porto, Sporting e Benfica. O clube da Luz tem insistido que gera mais audiências do que os demais, pelo que terá de receber mais. Até numa venda colectiva seria difícil convencer FC Porto e Sporting a darem uma parcela maior das receitas ao Benfica.

Emanuel Medeiros contrapõe que o fosso entre grandes e pequenos clubes existe noutros países, que aderiram ao modelo de venda colectiva, como a Escócia ou a Grécia. "O Celtic e o Rangers representam 80 por cento das receitas da Liga escocesa e aderiram ao padrão centralizado". O mesmo dirigente destaca que a distribuição das receitas de uma venda em bloco é feita também tendo em conta o comportamento desportivo e as audiências de cada uma das equipas.

A venda colectiva foi uma das ideias colocadas em cima da mesa pelos clubes da Liga de Honra, que estão descontentes com as verbas recebidas, mas não avançou. "Era inviável, porque os clubes tinham contratos em vigor com a PPTV [outra empresa de Joaquim Oliveira]", explicou Lopes de Castro, presidente do Varzim.

Os clubes da Liga de Honra estão, assim, a renegociar individualmente os contratos, mas com melhorias substanciais. "Ainda não assinámos o nosso acordo, mas há clubes que vão receber 125 mil euros, em vez dos 50 mil da época passada", revelou o líder dos poveiros, para quem faria sentido uma venda em bloco dos direitos das duas Ligas profissionais.

Contactado pelo PÚBLICO, Rolando Oliveira, vice-presidente da Controlinveste (grupo que agrega a Olivedesportos e a PPTV), recusou fazer qualquer comentário sobre o assunto.

45  milhões de euros é quanto a Olivedesportos paga todos os anos aos 16 clubes da Liga portuguesa aproximadamente o valor que os clubes portugueses recebem anualmente pelos direitos televisivos

in Público


Assim se vê... quem não quer que nada mude no futebol português! Ou por outra, quem deseja cimentar e acentuar o cenário de desequilíbrio desportivo em que vive o futebol português desde sempre e as relações de dependência de alguns clubes relativamente a outros. E não tenhamos ilusões, esta posição do Benfica, por razões egoístas, terá certamente eco no Porto e em Alvalade - queiram estes clubes ser explícitos quanto ao seu posicionamento ou não...

E depois ainda vêm falar de defesa da verdade desportiva e assuntos quejandos... o "velho" futebol português no seu melhor!

Imbelloni

Pedro há uma grande questao que faz o Benfica (neste caso) e possivelmente Porto e Sporting no futuro optar por esta solução. Ambos os clubes dominam o panorama futebolistico portugues no que toca ao numero de adeptos. No resto da Europa nao se verifica uma assimetria assim tão grande, sendo Inglaterra um caso muito claro acerca disto! Em Portugal a generalidade dos clubes (com a honrosa excepção de Braga e Guimaraes) apenas tem casa cheia quando jogam contra os tubaroes. O ideal seria de facto as receitas do Braga (dos restantes 13) ser semelhantes à dos grandes, mas creio que isso não será possivel, pois as receitas geradas por estes clubes (audiencias, por exemplo) nao podem ser comparadas com os restantes. Um exemplo, um jogo particular do Benfica em pré-época tem um share altissimo, incomparavel com um Braga-Belenenses em fim de campeonato com um lugar europeu em disputa! As receitas das transmissoes televisas podiam eram ser indexadas à classificação na ultima época, sendo que o 1º receberia mais do que o 2º e assim sucessivamente. Evidentemente que há muito a fazer, mas sinceramente enquanto que os clube de média dimensao nao tiverem adeptos em numero suficiente toda esta problematica irá arrastar-se.

Bom tema de discussao.

Jazzdevill

É um tema pertinente, sem qualquer dúvida. Na minha maneira de ver são estas posições que denunciam a hipocrisia reinante neste campeonato. Não é possível tornar um campeonato competitivo, interessante, espectacular, quando logo à partida as regras não impedem a eternização  das assimetrias. É bastante natural uma visão das receitas como indexadas ao potencial comercial dos clubes, mas quanto a mim é esta uma das principais razões para que o nosso campeonato seja meramente periférico. É inegável a diferença de potencial comercial entre os clubes mas não nos podemos esquecer que esses clubes só têm esse potencial porque participam numa competição com outros clubes, com os quais jogam e desse modo o "acontecimento" futebolístico é tão dependente do benfica como do rio ave. Ainda por cima, a negociação individual dos direitos apenas faz com que aqui se pague no total dos direitos uma quantia ridícula aos clubes de futebol, comparada com campeonatos da mesma dimensão (França, Holanda, Escócia...). Impedir os clubes "pequenos" de receber o justo por parte das televisões ao obrigá-los a negociar os seus direitos individualmente (que argumentos negociais têm assim os clubes fora dos 3 porquinhos?) é hipócrita e é claramente um círculo vicioso que impede a competitividade do campeonato. Lembro o que aconteceu em Espanha com o Sevilha, que coincidiu com um jogo nosso para a UEFA - o Sevilha pôde dar-se ao luxo de abdicar de qualquer  receita televisiva por entender que não recebia o justo - mas aqui em Portugal não há nenhum clube em condições de continuar a existir fazendo o mesmo. Por uma questão de justiça desportiva e porque o campeonato tem um organizador era obrigatório que fosse a liga a negociar os direitos para toda a competição e as receitas, ainda que eventualmente distribuídas com diferentes patamares, teriam sempre obedecer a algum critério desportivo e não a critérios meramente popularuchos ou de interesses subjectivos.
O mesmo se verificou com o sorteio da liga onde se aplicaram uma série de condicionalismos ao mesmo, sem que se perceba a quem é que isso beneficia. Um campeonato, por respeito e por obediência a princípios desportivos de lealdade e real competição, assim como a igual consideração de interesses de todos os participantes tem necessariamente de passar por sorteio puro. A consideração de "clássicos" e "derbies" implica logo à partida a consideração dos clubes como diferentes e se publicamente se toma estas decisões, o que fará no que se faz nos corredores da liga. Estes condicionalismos ao sorteio só têm um objectivo - potenciar as receitas televisivas.
Os resultados destas políticas estão à vista - estádios desertos, jogos a horas ridículas, clubes cada vez mais pobres e campeonatos consecutivos onde a possibilidade de algum clube colocar em causa o poder estabelecido é ilusória. Mesmo o status quo ainda não percebeu que estas políticas são suicidas porque inevitavelmente a pouca competitividade dos clubes "pequenos" reflete-se nos "grandes" e na sua crescente incapacidade de atrair jogadores. Mas enfim, vamos torcer pelo MÁGICO, porque é o único que pode sonhar com alguma coisa, que tem crescido pela paixão de alguns e pelo talento de outros.