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Art DM - Passado e Presente

Started by cardoso, 08 de April de 2009, 16:43

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cardoso

(não sei bem se aqui é o sítio certo para este assunto; se a moderação entender movê-lo, estejam à vontade)

Há dias alguém me dizia que, nos últimos artigos, tenho andado obcecado com as arbitragens e com a crise do futebol português. Mas não, eu não ando obcecado com a porcaria que para aí vai; eu até acho tudo isso normal. Simplesmente, tenho escrito sobre esses assuntos porque é divertido. Só isso; é de rir, mais nada! Portanto, vamos lá desdramatizar! Há coisas muito mais importantes na vida do que os erros dos árbitros, a corrupção, o jogo de influências, os castigos sem critério... bem, é melhor ficar por aqui senão ainda me castigam a mim por ter demasiada piada.
Aliás, nem tenho razão nenhuma para andar obcecado, nem sequer chateado ou zangado. Tudo o que se tem passado encaixa como uma luva neste país tão engraçado e pitoresco. Nós gostamos da brincadeira, somos um povo porreiro e muito divertido. Temos mesmo montes de piada. Algumas pessoas mal intencionadas é que andam por aí a dizer cobras e lagartos, como se fossemos um país atrasado, onde reina a desordem.
No nosso país não há injustiças nem desgoverno, o que há é falta de sentido de humor.
Repare-se: o escândalo da Casa Pia vai parir um rato, o caso Freeport é um fait-divers, o autarca do Marco de Canaveses foi absolvido, montes de crimes prescrevem porque a justiça é lenta (ponderada, digo), enfim, um nunca mais acabar de piadas que a crise embrulha em papel colorido, com lacinho e tudo. E no meio de tantas prendas engraçadas, o Apito Dourado sempre vai dando para entreter, enquanto os clubes grandes continuam a mandar nos árbitros. Digam lá se isto não tem piada?
Mas falemos de futebol, antes que alguém me acuse de estar obcecado com estas anedotas.
Numa altura em que o S. C. de Braga vem afirmando, em definitivo, na alta-roda do futebol europeu, está a fazer trinta anos que o nosso clube teve uma das primeiras e mais importantes participações na taça UEFA. Decorria a época de 1978-79; o Braga tinha obtido um brilhante quarto lugar (o primeiro da sua história) no campeonato nacional.
Para os mais novos, tendo em conta a situação actual, isto parece banal, quase irrelevante. Mas é preciso dizer que as condições da época eram completamente diferentes da realidade actual; não havia jogadores milionários, muitos campos não tinham relva (eram "pelados"), a diferença entre "grandes" e "pequenos" era ainda maior que hoje em dia. Além disso, o clube tinha regressado da segunda divisão apenas três anos antes.
Por estas razões, considero como verdadeiros heróis os jogadores daquele tempo. O que conseguimos na Taça UEFA não foi nada de brilhante (chegamos à segunda eliminatória onde fomos derrotados pelo poderoso West Bromwich Albion, de Inglaterra). Mas o feito teve uma carga simbólica tremenda pela forma como mobilizou a cidade. Recordo-me de vir desde a minha terra (Soutelo), tinha eu catorze anos, numa carrinha de caixa aberta, com o meu pai e mais umas vinte pessoas. Foi uma noite de festa, mau grado o resultado negativo.
Por mais sucessos que o Braga do século XXI consiga, nunca esquecerei a genica de dois laterais demasiado modernos para a época: Artur Correia e João Cardoso; um guarda redes destemido como foi Conhé; dois defesas centrais de qualidade superior: Fernando e Ronaldo; médios criativos e rápidos como Marinho, Paulo Rocha e Rodrigo; e uma linha avançada como (talvez) nunca se viu em Braga: Chico Faria, a calma, a experiencia, a inteligência em campo; Lito e Nelinho, duas setas letais permanentemente apontadas à baliza adversária; e o grande, o enorme Chico Gordo, um fenómeno, um goleador nato e um homem extraordinário. Certamente havia outros, perdoem-me a selectividade de uma memória que não dá para tudo, mas já lá vão trinta anos. E se me permitirem mais uma confidência, de todos estes heróis, há três que conservo como ídolos intemporais: Fernando, Marinho e Chico Gordo.
Depois disto, diga-me lá o leitor: prefere o passado ou o presente?

Mau Maria

boas...

Pois é de facto o passado faz-nos pensar... chamem-nos saudosistas... o presente é de facto um conjunto de anedotas a todos os níveis da sociedade... mas também andarmos por aí a fartar-nos de rir num tem muita piada... acabamos por entrar nos limites da idiotice.

Só vejo uma alternativa... é o FUTURO... é esse ainda podemos de alguma forma moldar... só temos é de acabar com a serenidade e o "deixa andar" que nos vai consumindo o espírito... é tempo de agir, é tempo de decidir... vamos acabar com a porcaria de Braga (cidade entenda-se), do Minho e do País. É preciso limpar, varrer, esfregar... temos de mudar as flores dos canteiros... estamos fartos destas... mas a fruta que se apresenta como alternativa também num serve a ninguém...o sumo tem o mesmo sabor da palhaçada actual... e isto vale pra sociedade e pro futebol... temos de acabar com o gozo que nos dão ao viciar resultados, decisões, juizos ...

abraço.
[url="http://maumaria17.blogspot.com/"]http://maumaria17.blogspot.com/[/url]

Pé Ligeiro

Quote from: cardoso on 08 de April de 2009, 16:43
(não sei bem se aqui é o sítio certo para este assunto; se a moderação entender movê-lo, estejam à vontade)

Há dias alguém me dizia que, nos últimos artigos, tenho andado obcecado com as arbitragens e com a crise do futebol português. Mas não, eu não ando obcecado com a porcaria que para aí vai; eu até acho tudo isso normal. Simplesmente, tenho escrito sobre esses assuntos porque é divertido. Só isso; é de rir, mais nada! Portanto, vamos lá desdramatizar! Há coisas muito mais importantes na vida do que os erros dos árbitros, a corrupção, o jogo de influências, os castigos sem critério... bem, é melhor ficar por aqui senão ainda me castigam a mim por ter demasiada piada.
Aliás, nem tenho razão nenhuma para andar obcecado, nem sequer chateado ou zangado. Tudo o que se tem passado encaixa como uma luva neste país tão engraçado e pitoresco. Nós gostamos da brincadeira, somos um povo porreiro e muito divertido. Temos mesmo montes de piada. Algumas pessoas mal intencionadas é que andam por aí a dizer cobras e lagartos, como se fossemos um país atrasado, onde reina a desordem.
No nosso país não há injustiças nem desgoverno, o que há é falta de sentido de humor.
Repare-se: o escândalo da Casa Pia vai parir um rato, o caso Freeport é um fait-divers, o autarca do Marco de Canaveses foi absolvido, montes de crimes prescrevem porque a justiça é lenta (ponderada, digo), enfim, um nunca mais acabar de piadas que a crise embrulha em papel colorido, com lacinho e tudo. E no meio de tantas prendas engraçadas, o Apito Dourado sempre vai dando para entreter, enquanto os clubes grandes continuam a mandar nos árbitros. Digam lá se isto não tem piada?
Mas falemos de futebol, antes que alguém me acuse de estar obcecado com estas anedotas.
Numa altura em que o S. C. de Braga vem afirmando, em definitivo, na alta-roda do futebol europeu, está a fazer trinta anos que o nosso clube teve uma das primeiras e mais importantes participações na taça UEFA. Decorria a época de 1978-79; o Braga tinha obtido um brilhante quarto lugar (o primeiro da sua história) no campeonato nacional.
Para os mais novos, tendo em conta a situação actual, isto parece banal, quase irrelevante. Mas é preciso dizer que as condições da época eram completamente diferentes da realidade actual; não havia jogadores milionários, muitos campos não tinham relva (eram "pelados"), a diferença entre "grandes" e "pequenos" era ainda maior que hoje em dia. Além disso, o clube tinha regressado da segunda divisão apenas três anos antes.
Por estas razões, considero como verdadeiros heróis os jogadores daquele tempo. O que conseguimos na Taça UEFA não foi nada de brilhante (chegamos à segunda eliminatória onde fomos derrotados pelo poderoso West Bromwich Albion, de Inglaterra). Mas o feito teve uma carga simbólica tremenda pela forma como mobilizou a cidade. Recordo-me de vir desde a minha terra (Soutelo), tinha eu catorze anos, numa carrinha de caixa aberta, com o meu pai e mais umas vinte pessoas. Foi uma noite de festa, mau grado o resultado negativo.
Por mais sucessos que o Braga do século XXI consiga, nunca esquecerei a genica de dois laterais demasiado modernos para a época: Artur Correia e João Cardoso; um guarda redes destemido como foi Conhé; dois defesas centrais de qualidade superior: Fernando e Ronaldo; médios criativos e rápidos como Marinho, Paulo Rocha e Rodrigo; e uma linha avançada como (talvez) nunca se viu em Braga: Chico Faria, a calma, a experiencia, a inteligência em campo; Lito e Nelinho, duas setas letais permanentemente apontadas à baliza adversária; e o grande, o enorme Chico Gordo, um fenómeno, um goleador nato e um homem extraordinário. Certamente havia outros, perdoem-me a selectividade de uma memória que não dá para tudo, mas já lá vão trinta anos. E se me permitirem mais uma confidência, de todos estes heróis, há três que conservo como ídolos intemporais: Fernando, Marinho e Chico Gordo.
Depois disto, diga-me lá o leitor: prefere o passado ou o presente?



Mais um excelente texto, para não fugir à regra!
Revejo-me totalmente no que está escrito, quer quanto às "piadas", quer quanto à grande equipa que fez o início da viragem da história futebolística do nosso clube. A partir daí passou a ser olhado de outra forma!
Quanto às "piadas", que cada vez há mais na sociedade portuguesa, podendo até dizer-se que se estão a tornar normais, banais, não sei se devemos rir, ou se devemos chorar! Uma coisa é certa, há cada vez uma maior falta de valores, isso é uma realidade nua e crua. Faz até confusão como a "caravana" passa pelos interstícios da chuva, sem se molhar, sem que nada aconteça. Neste país do faz-de-conta o que está a dar é fazer parte da "entourage" dominante. No futebol, como noutros domínios, os princípios, ou a falta deles, são os mesmos!
Se imaginarmos uma pirâmide, temos na base o povo, o simples adepto, aquele que "come" tudo o que lhe "dão" e o único direito que tem é ir pagando os seus impostos, as suas quotas, sem levantar ondas. Lá pelo meio temos aqueles que melhor ou pior se engalfinham em torno de um "osso" que não chega para todos, mas a quem os que estão mais acima já retiraram quase toda a "carne" que tinha para comer. No mundo destes últimos, vale tudo, compram-se advogados, compram-se juízes, da mesma maneira que se compram dirigentes, que se compram árbitros, pois por cima de tudo isto, no topo da pirâmide, temos a "sacro santa" "justiça" que tudo lava, que oculta na proporção daquilo que o dinheiro e a influência conseguem comprar!

BRAGA SEMPRE MAIS!

Dracul

Aquela equipa dos anos '70 era, de facto, fabulosa e não podemos comparar o futebol de então com o da actualidade. Muita coisa mudou, hoje há mais profissionalismo e as condições são muito superiores.
Neste momento, faz falta ao Braga conquistar um troféu nacional para se impor em definitivo. Todos sabemos que há quem não nos deixe ser campeões, mas seria importante trazer mais uma Taça de Portugal para Braga.
E também continuar as excelentes campanhas europeias, que dão bastante prestígio e experiência.

Imbelloni

O presente é sempre um reflexo do passado!
Tal como o futuro o será do presente.
Se actualmente assim estamos,
Ao passado o devemos.

Ignorar o passado
Impede o futuro

Tenho quase sempre saudades do presente!
Ou entao do passado que já foi presente.

Se o presente nao gosto, devo-o mudar para o futuro me agradar e o passado nao censurar.

Afonso Matos

Tenho pra mim que o Sporting Clube de Braga tem, mais do que nunca, perninhas pra andar.
Não me interessa se o estádiio seja do povo (Estado);
Se o jardineiro que trata seu (belo) relvado é pago pela Câmara Municipal;
Se os equipamentos que veste são da marca que os fornece...
Afinal, os três metralhas não são apoiados da mesma forma, mas encapotada, pelo poder central?
Os grandes grupos económicos (TMN, CGD, BES...) e o próprio estado (p.e. com cedência de terrenos) não lhes constroem infraestruturas a troco da mera afixação do SEU NOME?
Fico por aqui.
Força Braga que o Futuro pertence-nos!

Boa Cardoso!

Carvalhinha

Os anos passam, e muita coisa muda... mas ignorarmos o passado? Nunca!
E ainda bem que há pessoas que nos possam contar estes relatos de antigamente. Obrigada, Cardoso!
Estas situações absurdas que têm acontecido em Portugal vão ter de acabar um dia, e quando isso acontecer o Braguinha será campeão. ;)