Artigo DM: Faltam dois terços

[cardoso]

Terminou o primeiro terço da Liga Sagres. Para os comentadores e adeptos é tempo de balanço. Por mim, prefiro que seja tempo de perspectivar os dois terços que faltam. Por outro lado, aproxima-se a abertura do chamado mercado de Inverno. É importante, portanto, pensarmos em termos de futuro.
De nada adianta agora lembrar as decepções; todos sabemos como é difícil manter um bom desempenho em várias frentes. Neste momento penso que o mais importante é melhorar o desempenho na Liga porque é aí que se joga a afirmação do S. C. de Braga em termos de futuro.
Mau grado os referidos percalços, penso que o nosso clube tem neste momento o melhor plantel dos últimos anos. E o melhor treinador, na minha opinião.
É quase consensual que Eduardo é um dos melhores guarda-redes portugueses, senão o melhor. Dificilmente encontramos uma dupla de centrais tão segura como aquela que é formada por Moisés e Rodriguez. Nem nos chamados "grandes" encontramos esta qualidade. João Pereira é um lateral direito com raríssima capacidade técnica, com uma capacidade única de entrega à luta. Do lado esquerdo temos um jogador que, no princípio da época foi apontado por alguns "iluminados" como o ponto fraco da equipa; mas, neste momento, Evaldo é um dos melhores jogadores do plantel.
O losango de meio campo foi a principal novidade táctica trazida por Jorge Jesus. Sinceramente nunca esperei ver ressurgir, tão depressa e bem, o grande Vandinho, o mesmo que nos deslumbrara há dois anos. Luís Aguiar é, a meu ver, o melhor "número 10" que o Braga teve nas últimas décadas. E que dizer dos avançados? Meyong tem-se revelado um jogador fabuloso: esforçado, oportuno no remate à baliza, capaz de discernir como poucos quando é preciso rematar à baliza e quando é preferível assistir um colega. Renteria é senhor de uma capacidade "de explosão" invulgar; Paulo César e Linz têm valor para ser titulares em quase todas as equipas portuguesas. E como se não bastasse temos "na reserva" um jogador que será, muito provavelmente, o novo Pauleta da selecção nacional: Orlando Sá.
A qualidade do plantel é tão boa que temos ainda sem jogar regularmente alguns atletas de inegável valor: Jorginho, Paulo Jorge e Madrid, por exemplo.
Alguns estão a jogar mal? Talvez. Mas isso não me interessa; são todos jogadores do meu Braga e darão o seu máximo para triunfar sempre.
Quando à equipa técnica, já em artigos anteriores afirmei que estamos muito bem "servidos": independentemente dos resultados, a equipa pratica um futebol que, pela sua beleza, justifica aplicar tempo e dinheiro para ver o Braga jogar. Em termos de beleza do espectáculo, penso que atingimos o melhor das últimas décadas. É claro que há lacunas neste plantel ou, pelo menos, sectores em que podíamos estar mais fortes; mas, quanto a mim, deve ser prioritária a manutenção do actual plantel. Temos "matéria-prima" mais que suficiente para conquistar uma excelente classificação e voltar a "morder os calcanhares aos grandes".
Há dias foi revelado que o S. C. de Braga é uma das duas únicas equipas portuguesas que tem tido menos espectadores no estádio do que no ano passado. Logicamente este decréscimo deve-se ao facto de naquela época termos "aberto as portas" às escolas e facilitado as entradas em várias ocasiões. E muito bem o fizemos. No entanto, continua a pensar que é necessário fazer mais para atrair os bracarenses ao estádio: é preciso melhorar os horários dos jogos, por exemplo. Mas é preciso, acima de tudo, continuar a tentar mudar mentalidades nesta cidade. O S. C. de Braga é o emblema da nossa cidade; é o símbolo daquilo que é nosso. Portanto, aqui fica o apelo: o Braga tem jogado um futebol digno de ser visto! Sejamos também nós dignos da cidade e do Clube que temos!

[xpt_nautilus]

No balanço falta na minha opiniao alusao ao Alan que tem sido para mim a grande revelaçao. Nao esperava que ele fosse tao bom. Discordo relativamente ao Luis Aguiar é um excelente 10 sem duvida, mas o Edmilson, era uma coisa superior, se bem que sao jogadores diferentes já que o Edmilson jogava mais à frente.

Sobre o que já se passou lamento a eliminação na Taça de Portugal. Na Taça UEFA uma prestaçao fantastica que hoje vai conhecer mais episodios historicos. No campeonato apenas o empate caseiro ante a Naval me está atravessado. Vamos fazer dois terços de campeonato positivos e vamos de certeza morder os calcanhares aos _grandes

[1]

O jogo de hoje à noite vale muito. Ganhando fizemos 1 primeiro terço do campeonato bom. Perdendo fizemos mau. Infelizmente deixamos tudo para este jogo e perdendo a desilusão vai ser muito grande.

[A.COSTA]

Meu caro colega CARDOSO falta na tua análise um grande ALAN, que tem feito um trabalho fantástico.

Quanto ao resto concordo na generalidade com tudo que foi escrito.

Sublinho a insuficiente adesão da cidade ao clube que a representa, que mesmo vindo em crescendo tem crescido mais devagar do que seria desejável.

O trabalho tem sido muito bom e promete. É preciso que a cultura de vitória que a equipa demonstra seja fortalecida e não repitam lapsos inaceitáveis que custam pontos.

[spinto]

Portanto, aqui fica o apelo: o Braga tem jogado um futebol digno de ser visto! Sejamos também nós dignos da cidade e do Clube que temos!

Isto a mim que ando por cá 365 dias por ano em 32 anos, nascido criado e vivido é que me doi.
Temos gente para muito mais, mesmo os que são camaleões, gostam do braga e podem vir a ser braga e depois terem a sua costela (ao invés do que aconteçe hoje).
quem gosta de futebol e está na cidade para ver a bola tem de ser no AXA, deixem-se de ir uma vez por ano a lisboa ou 2 ou 3 vezes ao porto, temos clube e a lutar de igual com qualquer adversário em qualquer competição.

JUNTA-TE Á LEGIÃO

[HugoSáPinto]

Aqui vai a minha radiografia: 

Estou de acordo com a falta aí do Alan. Sei que tem sotaque hispânico  mas, pelo que tem feito, merece igualmente lugar de destaque, até porque, com a saída do Wender, estávamos órfãos de alguém que soubesse segurar a bola convenientemente.
Na baliza, o guardião do templo: o Eduardo Mãos-de-Tesoura  Se, desde a época transacta, estava fascinado com a sua evolução, mais fiquei nesta época. A forma como tem aperfeiçoado os seus (pequenos) erros tem sido determinante na escalada que teve como pontos máximos a chamada à Selecção Nacional e a marca de maior tempo decorrido sem sofrer golos, batendo Vítor Baía. Que mais podemos esperar? O céu é o limite...
Quanto ao sector defensivo, enfio a carapuça dos 'iluminados' que estavam receosos com o desempenho do Evaldo. É um verdadeiro achado! Lembra-me os bons velhos tempos do Jorge Luiz; contudo, em termos defensivos, penso que terá ainda algo a melhorar, especialmente no que ao posicionamento diz respeito.E não nos esqueçamos da 'promessa' Edimar! Quanto aos centrais, acho que o Moisés é o verdadeiro patrão da equipa, um líder (daí a braçadeira), um relógio: sempre sóbrio, concentrado e prático, com um excelente tempo de corte e um domínio aéreo invejável, tal como o sentido posicional, que lhe permite compensar uma menor predisposição para sprints. Já o Rodriguez é um poço de velocidade e antecipação, contudo, julgo que, por vezes, descansa um pouco à sombra dessa evidência, descurando-se na marcação devida... Vou aguardar, também, pela mostra de valia do Leone, pois a sua performance na pré-época deixou-me com 'água na boca'; aliás, penso que, com ele, o sector defensivo fica uma muralha intransponível em lances aéreos, apesar de ficar mais vulnerável com equipas de contra-ataque rápido. Na direita, ao Joãozinho não lhe falta estatura, como muitos jornaleiros teimam em afirmar; falta-lhe, isso sim, alguma ponderação e sangue frio, de forma a não se envolver nas quezílias que fazem com que os seus desempenhos fiquem sempre manchados por esses laivos pueris, que prejudicam a equipa e ele próprio, pois o 'resto' já ele tem... Frechaut, Frechaut, sempre o 8 e o 80; a eterna relação amor-ódio ao jogador que é indispensável à equipa, pela sua polivalência, mas a quem parece faltar sempre o algo mais para justificar a titularidade absoluta...Ah, e não nos esqueçamos do nosso capitão Choura! 
No sector intermediário, bato palmas ao bem regressado Vandinho, o denominado "artista-malabarista", que já julgávamos perdido nos confins do tal "balneário sem ambição" do homem do pau de marmeleiro...  Ele corre, ele corrige os companheiros, ele até melhorou a qualidade de passe(!); esperemos que continue assim. Deste modo, começo a ficar mais convencido com o trinco titular, embora tenha sempre um bichinho cá dentro a dizer: "E se voltasse o gringo Madrid?". Pois... se, se... Na direita, quanto ao Alan, já têm a minha opinião, sentido técnico-táctico primordial; grande aquisição! Na esquerda, julgo estar um dos bons problemas da equipa, na medida em que julgo estar aí um dos sectores mais flexíveis do sistema táctico implementado pelo nosso Jesus: Matheus, qundo se decide imprimir maior velocidade e espontaneidade na ala ; César Peixoto, quando é necessário maior contemporização e precisão de passe. Para além disso, são também eficientes noutras posições, polivalência esta sempre indispensável a qualquer equipa (César a Nº 10; Matheus a ponta-de-lança mais recuado). De qualquer das formas, tanto um como outro têm o senão da falta de ponderação e humildade que 'equilibra' um balneário. Para distribuidor de jogo, outra pérola, o grande Luís Aguiar. Que pezinhos! Que nervo! Falta, também, ainda alguma constância nas suas exibições, bem como uma predisposição defensiva, quando a isso o jogo obriga... Mas, quem ainda não se lembra dos dois livres que nos puseram na próxima fase?  Na calha está ainda o Mossoró. Aprecio bastante este jogador, pela capacidade que tem em transformar positivamente a dinâmica de jogo, inventando espaços, arrastando os defesas nas suas diagonais diabólicas, na capacidade técnica e de passe. Aliás, acho que, mais cedo ou mais tarde, será um dos titulares habituais dos nosso Gverreiros; aliado a tudo isto, está a sua polivalência, onde consegue ser eficiente tanto à direita, como à esquerda dos vértices do losango, bem como a Nº10. "Ninguém pára o Mossoró, ia, ia, ó!!" 
Lá adiante, duas esperanças: Meyong e Rentería. São o complemento perfeito, um do outro. Um menos veloz, outro mais rápido; um mais eficaz, outro menos; um mais forte dentro da área, outro melhor de trás para a frente. Contudo, penso que o essencial é o facto de as características de ambos se adaptarem como uma luva ao sistema táctico do 4-4-2, que 'exige' jogadores móveis (sim, móveis de dinâmicos e não estáticos  ) na frente de ataque, constituindo-se como a primeira linha de defesa da equipa. E quando o Rentería começar a acertar (como ontem!), ui! Uiii!!  Já quanto ao Paulo César e ao Linz, não estou muito de acordo com o Cardosão. Têm grande valor, é certo, mas será o suficiente para estes patamares? O 'feitio' pouco humilde do Linz (bem como a sua morfologia) assim não o permitem. Será, provavelmente, mais necessário em jogos que exijam um ponta-de-lança estático a prender a defensiva contrária. Já o Paulo César é mais necessário para o contra-ataque, uma vez que não é um primor em termos técnicos, perdendo, várias vezes, a bola, descompensando, assim, a equipa.
O nosso leme, esse está bem entregue, pois temos duas figuras omnipotentes Salvador-Jesus! Tal como o Cardosão o refere, o carisma e a liderança forte são os pilares essenciais de hoje em dia, numa equipa que queira atingir o sucesso. E a eles, nada disso lhes falta!