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Braga Europeu

Started by Rvben, 25 de October de 2008, 14:05

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RB_grp006

este gajo nunca recuperou daqueles 3 que levou no Dragão, não sei porquê mas desde essa data o homem tem sempre que falar no nome do Braga e sempre para dizer mal, aquele homem cada vez que fala saem kg de MER D A daquela boca... Sinceramente nao conheço  pessoa mais insuportavel que este individuo.

barinho

Quote from: Zezinho 3005 on 28 de October de 2008, 19:01
Afinal o jornaleco voltou ao normal

"1Parece que um grupo muito especial de adeptos portistas fez uma espera aos jogadores, após a derrota com o Leixões, e, entre outros desacatos, atacou o carro de Cristian Rodriguez, numa triste repetição do episódio sucedido há anos com Co Adriaanse. Não vale a pena tecer grandes considerações sobre o assunto, porque ele é pacífico: este é o futebol que vamos tendo, aqui e lá fora, e é por isso que há cada vez menos gente decente a frequentar o futebol. Diga-se, porém, e em abono da verdade, que as claques organizadas não são apenas um cancro do futebol, mas o reflexo de uma sociedade sem valores. A «coragem cívica» das multidões organizadas em gangues de intervenção é o contraponto exacto da falta de coragem individual. Sozinhos, os portugueses não se atrevem a nada; em bando, atrevem-se a tudo.

Uma das demonstrações da falta de coragem individual é a renúncia à capacidade crítica contra os poderes instalados. A multidão do Dragão, justamente irritada com o que vai vendo, é capaz de fazer esperas aos jogadores, assobiar a equipa e acenar com lenços brancos contra o treinador. Mas ninguém, individualmente, se atreve a levantar a voz e assinar por baixo uma crítica aos verdadeiros responsáveis: a administração do clube, que, ano após ano, vende os melhores para comprar camionetas de jogadores de terceira categoria, com isso destroçando a equipa, arruinando o clube e prestando um péssimo serviço ao futebol português — que exporta para a Roménia, Chipre ou equipas nacionais sem projecção, os jovens valores formados nas escolas, em benefício de sul-americanos de ocasião, que proporcionam negócios rentáveis a quem não devia.

Quando uma simpática e persuasiva funcionária do FC Porto me telefonou em Agosto, lembrando que eu ainda não havia renovado o meu dragon seat, eu respondi-lhe, meio a sério, meio a brincar, que, constatando o esforço titânico que a administração estava a fazer para vender o Quaresma a qualquer preço (como viria a suceder), eu perguntava-me para quê renovar o lugar no Dragão: para ver Adelino Caldeira a fazer cruzamentos de letra ou Pinto da Costa a marcar golos de trivela?

A razão pela qual o FC Porto desta época é o que está à vista é simples, tremendamente simples: porque, como aqui o escrevi há semanas para grande escândalo de outros observadores para quem há gente e coisas intocáveis, é que este FC Porto é a pior equipa da década, pelo menos. A geração que ganhou a Liga dos Campeões em 2003, foi destroçada, e, da que se lhe seguiu, já só restam Lucho e Lisandro. Mas Lucho, que havia começado a época em grande, entrou em crise psicológica e não tem quem pegue na equipa em vez dele, e Lisandro está em guerra surda com a SAD — que é capaz de pagar 200.000 euros por mês ao Cristian Rodriguez (apenas 50.000 a menos do que Quaresma foi ganhar para o Inter), é capaz de pagar alguns 50.000 a jogadores que nem na Segunda B teriam lugar, é capaz de pagar uns trinta ordenados a jogadores para brilharem noutros clubes, mas não tem dinheiro para pagar ao Lisandro o que ele acha que merece. Talvez o Lisandro esteja a exagerar, mas quando os maus exemplos vêm de cima, porque não aproveitar, quando se é um dos raros ali que fazem a diferença?

É fácil, facilíssimo, atirar as culpas para cima do treinador: é sempre assim, quando não se sabe gerir. Eu acho que Jesualdo tem feito o melhor que pode, com equipas que, de ano para ano, são cada vez piores. E, como já aqui o disse, tirando erros pontuais às vezes incompreensíveis — como a insistência no Mariano González ou essa fatal tendência dos treinadores portugueses para mudarem a equipa toda e renunciarem ao ataque, de cada vez que têm um jogo difícil pela frente — Jesualdo só pode, eventualmente, ser culpabilizado por ter sido cúmplice ou testemunha silenciosa dos negócios que desmantelaram a equipa e a puseram a falar castelhano e a jogar um futebol que depende da inspiração de não mais do que dois ou três jogadores.

À vista de todos, a este FC Porto falta, para começar, um guarda-redes a sério e é incrível que não o tenha. Todas as equipas que conheço devem vitórias e resultados aos guarda-redes: não me lembro, desde que Adriaanse reformou Baía, de um só jogo em que se possa dizer que o FC Porto ficou a dever o resultado ao guarda-redes. Depois, falta-lhe um lateral-esquerdo de categoria internacional, até para libertar o Fucile para a direita, onde ele é bem melhor do que Sapunaru. E mais uma vez é incrível como é que, tendo comprado 13 (!) defesas-esquerdos nos últimos dez anos, não se comprou um único que desse garantias. Falta-lhe, a seguir, pelo menos dois grandes médios de ataque, que libertem o Raul Meireles para o lugar de trinco (onde, entre os cinco vindos este ano, não há um só que preste!) e libertar o Lucho (enquanto lá está...) do peso de ter de carregar em exclusivo a equipa para a frente. E falta-lhe, para terminar, dois extremos a sério, pois que só tem um e Jesualdo nem sequer gosta de apostar nele: o Candeias. Borda fora foram, além do Quaresma, o Pittbull, o Vieirinha, o Alan, o Hélder Barbosa, o Diogo Valente. É preciso ir às compras em Dezembro, mas calma: não vale a pena ir já a correr reservar um charter para a América do Sul. Há muita gente aí, emprestada, que deve ser mandada voltar para casa e, embora eu duvide, se possível, trocada por uma dúzia de inutilidades que por lá andam.

Com esta equipa, não vale a pena alimentar ilusões nem agitar lenços brancos. Não vale a pena caírem em cima do treinador, porque nem Mourinho conseguia fazer daquilo uma equipa a nível europeu. E, depois, também manda a verdade que se diga, que Jesualdo não tem tido sorte. O Dynamo de Kiev não fez nada para merecer ganhar no Dragão: fez tanto como o Sporting fez para merecer ganhar em Donestk. Com a mesma sorte do Sporting (aquele remate de Lucho ao poste, por exemplo), o FC Porto teria ganho ao Dynamo e com justiça. E com a sorte que o Benfica teve contra a Naval, teria ganho, ou pelo menos empatado, com o Leixões e não se estaria agora a falar em crise. Mas as coisas são o que são e estamos todos habituados a ver o FC Porto a superar erros de arbitragem e bolas ao poste. Foi o que fizemos em Alvalade, contra o Sporting e contra Lucílio Baptista e aí escreveu-se que estava de volta o FC Porto dos últimos anos. Não estava e logo se viu. Nem tanto ao mar nem tanto à terra. A fórmula actual é simples: em dia de inspiração de Lucho e Lisandro, o FC Porto ganha; em dia de desinspiração deles, não ganha, porque não há ali ninguém mais que tenha categoria para desequilibrar um jogo.

2No momento em que escrevo, não sei o desfecho do Braga-Estrela da Amadora, mas, ao ler que Jorge Jesus afirmou que este jogo era mais difícil do que o confronto com o Portsmouth, dá-me ideia de que estava já a preparar os adeptos para um fracasso e a desresponsabilizar os seus jogadores, por antecipação. Ele lá sabe, melhor do que ninguém, o que a equipa pode ou não dar. Agora, há uma coisa que, francamente, já enerva como desculpa: que é a do cansaço do jogo europeu a meio da semana (ainda para mais, jogado em casa e sem necessidade de viagens). Nunca percebi porque razão as equipas ditas pequenas se batem tanto por um lugar europeu, quando depois, na época seguinte, vivem a queixar-se do cansaço dos jogos europeus a meio da semana. E também nunca percebi porque é que o cansaço há-de atacar mais os pequenos do que os grandes: alguém se lembrou de justificar as más exibições de FC Porto, Sporting e Benfica, nesta jornada, com o cansaço do jogo europeu?


in abola"

Ja andamos mesmo a incomodar,agora esse tone ja sabe o resultado de ontem...

Nem sabem a volta ao estômago que ler isto me deu.Este tipo de gajos eram tão bem apanhados por cá,não pra violência mas só pra lhe mandar uns recadinhos pra ver se da próxima já tem mais respeito.

Essa da equipa pequena que se queixa do cansaço a época toda então.Será que este energúmeno tem consciência que vamos em 5 épocas seguidas na europa e que somos dos clubes que mais tem dado pontos a Portugal??Pontos que mantem o seu querido clube se calhar nas competições europeias.E depois diz que nunca se justifica os resultados dos grandes com o cansaço.Não??!!Estes gajos não aprendem mas pode ser que no fim da época engulam alguns sapos bem amargos.

Bvna

Ora toma e embrulha! 5 dedos por aí acima!

edubraga

OS NOSSOS GUERREIROS VÃO DAR COM ***** NA CARA MUITA GENTE

                                 100%BRAGA :D
edubraga3488

Kilo

 Esse gajo éum imbecil! lol

Ele que meta um guarda chuva onde eu cá sei e que o abra la dentro!  :-* :-* :-*

Sérgio_Gonçalves

Quote from: Zezinho 3005 on 28 de October de 2008, 19:01
Afinal o jornaleco voltou ao normal

"1Parece que um grupo muito especial de adeptos portistas fez uma espera aos jogadores, após a derrota com o Leixões, e, entre outros desacatos, atacou o carro de Cristian Rodriguez, numa triste repetição do episódio sucedido há anos com Co Adriaanse. Não vale a pena tecer grandes considerações sobre o assunto, porque ele é pacífico: este é o futebol que vamos tendo, aqui e lá fora, e é por isso que há cada vez menos gente decente a frequentar o futebol. Diga-se, porém, e em abono da verdade, que as claques organizadas não são apenas um cancro do futebol, mas o reflexo de uma sociedade sem valores. A «coragem cívica» das multidões organizadas em gangues de intervenção é o contraponto exacto da falta de coragem individual. Sozinhos, os portugueses não se atrevem a nada; em bando, atrevem-se a tudo.

Uma das demonstrações da falta de coragem individual é a renúncia à capacidade crítica contra os poderes instalados. A multidão do Dragão, justamente irritada com o que vai vendo, é capaz de fazer esperas aos jogadores, assobiar a equipa e acenar com lenços brancos contra o treinador. Mas ninguém, individualmente, se atreve a levantar a voz e assinar por baixo uma crítica aos verdadeiros responsáveis: a administração do clube, que, ano após ano, vende os melhores para comprar camionetas de jogadores de terceira categoria, com isso destroçando a equipa, arruinando o clube e prestando um péssimo serviço ao futebol português — que exporta para a Roménia, Chipre ou equipas nacionais sem projecção, os jovens valores formados nas escolas, em benefício de sul-americanos de ocasião, que proporcionam negócios rentáveis a quem não devia.

Quando uma simpática e persuasiva funcionária do FC Porto me telefonou em Agosto, lembrando que eu ainda não havia renovado o meu dragon seat, eu respondi-lhe, meio a sério, meio a brincar, que, constatando o esforço titânico que a administração estava a fazer para vender o Quaresma a qualquer preço (como viria a suceder), eu perguntava-me para quê renovar o lugar no Dragão: para ver Adelino Caldeira a fazer cruzamentos de letra ou Pinto da Costa a marcar golos de trivela?

A razão pela qual o FC Porto desta época é o que está à vista é simples, tremendamente simples: porque, como aqui o escrevi há semanas para grande escândalo de outros observadores para quem há gente e coisas intocáveis, é que este FC Porto é a pior equipa da década, pelo menos. A geração que ganhou a Liga dos Campeões em 2003, foi destroçada, e, da que se lhe seguiu, já só restam Lucho e Lisandro. Mas Lucho, que havia começado a época em grande, entrou em crise psicológica e não tem quem pegue na equipa em vez dele, e Lisandro está em guerra surda com a SAD — que é capaz de pagar 200.000 euros por mês ao Cristian Rodriguez (apenas 50.000 a menos do que Quaresma foi ganhar para o Inter), é capaz de pagar alguns 50.000 a jogadores que nem na Segunda B teriam lugar, é capaz de pagar uns trinta ordenados a jogadores para brilharem noutros clubes, mas não tem dinheiro para pagar ao Lisandro o que ele acha que merece. Talvez o Lisandro esteja a exagerar, mas quando os maus exemplos vêm de cima, porque não aproveitar, quando se é um dos raros ali que fazem a diferença?

É fácil, facilíssimo, atirar as culpas para cima do treinador: é sempre assim, quando não se sabe gerir. Eu acho que Jesualdo tem feito o melhor que pode, com equipas que, de ano para ano, são cada vez piores. E, como já aqui o disse, tirando erros pontuais às vezes incompreensíveis — como a insistência no Mariano González ou essa fatal tendência dos treinadores portugueses para mudarem a equipa toda e renunciarem ao ataque, de cada vez que têm um jogo difícil pela frente — Jesualdo só pode, eventualmente, ser culpabilizado por ter sido cúmplice ou testemunha silenciosa dos negócios que desmantelaram a equipa e a puseram a falar castelhano e a jogar um futebol que depende da inspiração de não mais do que dois ou três jogadores.

À vista de todos, a este FC Porto falta, para começar, um guarda-redes a sério e é incrível que não o tenha. Todas as equipas que conheço devem vitórias e resultados aos guarda-redes: não me lembro, desde que Adriaanse reformou Baía, de um só jogo em que se possa dizer que o FC Porto ficou a dever o resultado ao guarda-redes. Depois, falta-lhe um lateral-esquerdo de categoria internacional, até para libertar o Fucile para a direita, onde ele é bem melhor do que Sapunaru. E mais uma vez é incrível como é que, tendo comprado 13 (!) defesas-esquerdos nos últimos dez anos, não se comprou um único que desse garantias. Falta-lhe, a seguir, pelo menos dois grandes médios de ataque, que libertem o Raul Meireles para o lugar de trinco (onde, entre os cinco vindos este ano, não há um só que preste!) e libertar o Lucho (enquanto lá está...) do peso de ter de carregar em exclusivo a equipa para a frente. E falta-lhe, para terminar, dois extremos a sério, pois que só tem um e Jesualdo nem sequer gosta de apostar nele: o Candeias. Borda fora foram, além do Quaresma, o Pittbull, o Vieirinha, o Alan, o Hélder Barbosa, o Diogo Valente. É preciso ir às compras em Dezembro, mas calma: não vale a pena ir já a correr reservar um charter para a América do Sul. Há muita gente aí, emprestada, que deve ser mandada voltar para casa e, embora eu duvide, se possível, trocada por uma dúzia de inutilidades que por lá andam.

Com esta equipa, não vale a pena alimentar ilusões nem agitar lenços brancos. Não vale a pena caírem em cima do treinador, porque nem Mourinho conseguia fazer daquilo uma equipa a nível europeu. E, depois, também manda a verdade que se diga, que Jesualdo não tem tido sorte. O Dynamo de Kiev não fez nada para merecer ganhar no Dragão: fez tanto como o Sporting fez para merecer ganhar em Donestk. Com a mesma sorte do Sporting (aquele remate de Lucho ao poste, por exemplo), o FC Porto teria ganho ao Dynamo e com justiça. E com a sorte que o Benfica teve contra a Naval, teria ganho, ou pelo menos empatado, com o Leixões e não se estaria agora a falar em crise. Mas as coisas são o que são e estamos todos habituados a ver o FC Porto a superar erros de arbitragem e bolas ao poste. Foi o que fizemos em Alvalade, contra o Sporting e contra Lucílio Baptista e aí escreveu-se que estava de volta o FC Porto dos últimos anos. Não estava e logo se viu. Nem tanto ao mar nem tanto à terra. A fórmula actual é simples: em dia de inspiração de Lucho e Lisandro, o FC Porto ganha; em dia de desinspiração deles, não ganha, porque não há ali ninguém mais que tenha categoria para desequilibrar um jogo.

2No momento em que escrevo, não sei o desfecho do Braga-Estrela da Amadora, mas, ao ler que Jorge Jesus afirmou que este jogo era mais difícil do que o confronto com o Portsmouth, dá-me ideia de que estava já a preparar os adeptos para um fracasso e a desresponsabilizar os seus jogadores, por antecipação. Ele lá sabe, melhor do que ninguém, o que a equipa pode ou não dar. Agora, há uma coisa que, francamente, já enerva como desculpa: que é a do cansaço do jogo europeu a meio da semana (ainda para mais, jogado em casa e sem necessidade de viagens). Nunca percebi porque razão as equipas ditas pequenas se batem tanto por um lugar europeu, quando depois, na época seguinte, vivem a queixar-se do cansaço dos jogos europeus a meio da semana. E também nunca percebi porque é que o cansaço há-de atacar mais os pequenos do que os grandes: alguém se lembrou de justificar as más exibições de FC Porto, Sporting e Benfica, nesta jornada, com o cansaço do jogo europeu?


in abola"

Ja andamos mesmo a incomodar,agora esse tone ja sabe o resultado de ontem...

pois,mas no final do jogo de ontem comeu muitos sapos...

http://wwwbragablog.blogspot.com

HappyBraga

Quote from: sagg on 28 de October de 2008, 21:34
Quote from: Zezinho 3005 on 28 de October de 2008, 19:01
Afinal o jornaleco voltou ao normal

"1Parece que um grupo muito especial de adeptos portistas fez uma espera aos jogadores, após a derrota com o Leixões, e, entre outros desacatos, atacou o carro de Cristian Rodriguez, numa triste repetição do episódio sucedido há anos com Co Adriaanse. Não vale a pena tecer grandes considerações sobre o assunto, porque ele é pacífico: este é o futebol que vamos tendo, aqui e lá fora, e é por isso que há cada vez menos gente decente a frequentar o futebol. Diga-se, porém, e em abono da verdade, que as claques organizadas não são apenas um cancro do futebol, mas o reflexo de uma sociedade sem valores. A «coragem cívica» das multidões organizadas em gangues de intervenção é o contraponto exacto da falta de coragem individual. Sozinhos, os portugueses não se atrevem a nada; em bando, atrevem-se a tudo.

Uma das demonstrações da falta de coragem individual é a renúncia à capacidade crítica contra os poderes instalados. A multidão do Dragão, justamente irritada com o que vai vendo, é capaz de fazer esperas aos jogadores, assobiar a equipa e acenar com lenços brancos contra o treinador. Mas ninguém, individualmente, se atreve a levantar a voz e assinar por baixo uma crítica aos verdadeiros responsáveis: a administração do clube, que, ano após ano, vende os melhores para comprar camionetas de jogadores de terceira categoria, com isso destroçando a equipa, arruinando o clube e prestando um péssimo serviço ao futebol português — que exporta para a Roménia, Chipre ou equipas nacionais sem projecção, os jovens valores formados nas escolas, em benefício de sul-americanos de ocasião, que proporcionam negócios rentáveis a quem não devia.

Quando uma simpática e persuasiva funcionária do FC Porto me telefonou em Agosto, lembrando que eu ainda não havia renovado o meu dragon seat, eu respondi-lhe, meio a sério, meio a brincar, que, constatando o esforço titânico que a administração estava a fazer para vender o Quaresma a qualquer preço (como viria a suceder), eu perguntava-me para quê renovar o lugar no Dragão: para ver Adelino Caldeira a fazer cruzamentos de letra ou Pinto da Costa a marcar golos de trivela?

A razão pela qual o FC Porto desta época é o que está à vista é simples, tremendamente simples: porque, como aqui o escrevi há semanas para grande escândalo de outros observadores para quem há gente e coisas intocáveis, é que este FC Porto é a pior equipa da década, pelo menos. A geração que ganhou a Liga dos Campeões em 2003, foi destroçada, e, da que se lhe seguiu, já só restam Lucho e Lisandro. Mas Lucho, que havia começado a época em grande, entrou em crise psicológica e não tem quem pegue na equipa em vez dele, e Lisandro está em guerra surda com a SAD — que é capaz de pagar 200.000 euros por mês ao Cristian Rodriguez (apenas 50.000 a menos do que Quaresma foi ganhar para o Inter), é capaz de pagar alguns 50.000 a jogadores que nem na Segunda B teriam lugar, é capaz de pagar uns trinta ordenados a jogadores para brilharem noutros clubes, mas não tem dinheiro para pagar ao Lisandro o que ele acha que merece. Talvez o Lisandro esteja a exagerar, mas quando os maus exemplos vêm de cima, porque não aproveitar, quando se é um dos raros ali que fazem a diferença?

É fácil, facilíssimo, atirar as culpas para cima do treinador: é sempre assim, quando não se sabe gerir. Eu acho que Jesualdo tem feito o melhor que pode, com equipas que, de ano para ano, são cada vez piores. E, como já aqui o disse, tirando erros pontuais às vezes incompreensíveis — como a insistência no Mariano González ou essa fatal tendência dos treinadores portugueses para mudarem a equipa toda e renunciarem ao ataque, de cada vez que têm um jogo difícil pela frente — Jesualdo só pode, eventualmente, ser culpabilizado por ter sido cúmplice ou testemunha silenciosa dos negócios que desmantelaram a equipa e a puseram a falar castelhano e a jogar um futebol que depende da inspiração de não mais do que dois ou três jogadores.

À vista de todos, a este FC Porto falta, para começar, um guarda-redes a sério e é incrível que não o tenha. Todas as equipas que conheço devem vitórias e resultados aos guarda-redes: não me lembro, desde que Adriaanse reformou Baía, de um só jogo em que se possa dizer que o FC Porto ficou a dever o resultado ao guarda-redes. Depois, falta-lhe um lateral-esquerdo de categoria internacional, até para libertar o Fucile para a direita, onde ele é bem melhor do que Sapunaru. E mais uma vez é incrível como é que, tendo comprado 13 (!) defesas-esquerdos nos últimos dez anos, não se comprou um único que desse garantias. Falta-lhe, a seguir, pelo menos dois grandes médios de ataque, que libertem o Raul Meireles para o lugar de trinco (onde, entre os cinco vindos este ano, não há um só que preste!) e libertar o Lucho (enquanto lá está...) do peso de ter de carregar em exclusivo a equipa para a frente. E falta-lhe, para terminar, dois extremos a sério, pois que só tem um e Jesualdo nem sequer gosta de apostar nele: o Candeias. Borda fora foram, além do Quaresma, o Pittbull, o Vieirinha, o Alan, o Hélder Barbosa, o Diogo Valente. É preciso ir às compras em Dezembro, mas calma: não vale a pena ir já a correr reservar um charter para a América do Sul. Há muita gente aí, emprestada, que deve ser mandada voltar para casa e, embora eu duvide, se possível, trocada por uma dúzia de inutilidades que por lá andam.

Com esta equipa, não vale a pena alimentar ilusões nem agitar lenços brancos. Não vale a pena caírem em cima do treinador, porque nem Mourinho conseguia fazer daquilo uma equipa a nível europeu. E, depois, também manda a verdade que se diga, que Jesualdo não tem tido sorte. O Dynamo de Kiev não fez nada para merecer ganhar no Dragão: fez tanto como o Sporting fez para merecer ganhar em Donestk. Com a mesma sorte do Sporting (aquele remate de Lucho ao poste, por exemplo), o FC Porto teria ganho ao Dynamo e com justiça. E com a sorte que o Benfica teve contra a Naval, teria ganho, ou pelo menos empatado, com o Leixões e não se estaria agora a falar em crise. Mas as coisas são o que são e estamos todos habituados a ver o FC Porto a superar erros de arbitragem e bolas ao poste. Foi o que fizemos em Alvalade, contra o Sporting e contra Lucílio Baptista e aí escreveu-se que estava de volta o FC Porto dos últimos anos. Não estava e logo se viu. Nem tanto ao mar nem tanto à terra. A fórmula actual é simples: em dia de inspiração de Lucho e Lisandro, o FC Porto ganha; em dia de desinspiração deles, não ganha, porque não há ali ninguém mais que tenha categoria para desequilibrar um jogo.

2No momento em que escrevo, não sei o desfecho do Braga-Estrela da Amadora, mas, ao ler que Jorge Jesus afirmou que este jogo era mais difícil do que o confronto com o Portsmouth, dá-me ideia de que estava já a preparar os adeptos para um fracasso e a desresponsabilizar os seus jogadores, por antecipação. Ele lá sabe, melhor do que ninguém, o que a equipa pode ou não dar. Agora, há uma coisa que, francamente, já enerva como desculpa: que é a do cansaço do jogo europeu a meio da semana (ainda para mais, jogado em casa e sem necessidade de viagens). Nunca percebi porque razão as equipas ditas pequenas se batem tanto por um lugar europeu, quando depois, na época seguinte, vivem a queixar-se do cansaço dos jogos europeus a meio da semana. E também nunca percebi porque é que o cansaço há-de atacar mais os pequenos do que os grandes: alguém se lembrou de justificar as más exibições de FC Porto, Sporting e Benfica, nesta jornada, com o cansaço do jogo europeu?


in abola"

Ja andamos mesmo a incomodar,agora esse tone ja sabe o resultado de ontem...

pois,mas no final do jogo de ontem comeu muitos sapos...

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E mail desse "imbecil"? Não há?
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