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NOTÍCIAS DO ENORME DO DIA 09/03

Started by Pé Ligeiro, 09 de March de 2007, 10:07

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Pé Ligeiro

Como correm estes "bifes"

Quem não tem por hábito acompanhar os jogos das principais ligas europeias percebeu ontem porque a portuguesa permanece numa espécie de segunda divisão, pese embora o apoio espectacular que veio das bancadas por parte de um público que cedo quis ganhar a "batalha" aos ingleses no apoio estridente aos jogadores. Não, não vejam aqui uma crítica aos técnicos portugueses ou aos seus métodos, mas a realidade é que a diferença de andamentos ontem verificada saltou aos olhos e só foi mesmo surpreendente a reacção espectacular do Braga, quando perdia por 0-2, dando para acreditar que era possível continuar a ganhar na Taça UEFA e sonhar com os "quartos".
Temia-se que, se o Braga enveredasse por altas rotações, a contrapartida podia ser perigosa ou até, no limite, fatal. Mas foi isso que sucedeu nos primeiros 15 minutos e a lógica encarregou-se de dar razão aos mais atentos, com o Tottenham a sair muito bem dessas situações e a cedo criar perigo, numa lógica que se estendeu por toda a primeira parte. Invariavelmente pela esquerda e sempre pelas acções de uma espécie de... rato atómico, chamado Lennon, que até tentou forjar um penálti (38').
Não se pense que houve sentido único, nada disso, pois os minhotos também souberam incomodar os "spurs". Do intervalo, Zé Carlos trouxe uma ameaça de golo que fez um "bruáaaa" nas bancadas, mas logo depois Lennon (quem mais!) deu a Keane o golo inaugural, numa jogada com responsabilidades repartidas na defesa minhota, repetindo a gracinha aos 71', ao rematar para uma defesa incompleta de Paulo Santos, a qual Malbranque agradeceu.
O recém-entrado Diego "cavou" pouco depois o penálti que Paulo Jorge, à segunda, tornou em golo, para sete minutos depois Zé Carlos levantar as bancadas do "Municipal", num desvio de cabeça a que Robinson não chegou. A incredulidade misturou-se com a euforia e nas bancadas, por entre o entoar do hino nacional, notou-se a esperança de uma reviravolta completa. Maciel regressou ao jogo e com ele havia a expectativa de mais golos, mas foi do seu lado que Zokora fez o passe longo para o bis de Keane. A estragar uma noite que ameaçara terminar colorida de tons épicos, mas que acabou perdida por detalhes e... comprometedora.
 
Ficha de jogo

Braga 2 - Tottenham 3
Estádio Municipal de Braga
relvado em bom estado
12.904 espectadores
Yuri Baskakov [Rússia]
Tihon Kalugin + Anton Averianov
Alexander Gonchar 4º árbitro
Braga
treinador Jorge Costa
1 | Paulo Santos GR
20 | Luís Filipe LD
3 | Paulo Jorge DC
28 | Rodriguez DC
13 | Carlos Fernandes LE
16 | Andrade MD
10 | João Pinto MO 79'
14 | Castanheira MO
87 | Bruno Gama MO 68'
15 | Wender AE 68'
77 | Zé Carlos AV
-
12 | Dani Mallo GR
5 | Nem DC
8 | Paito LE
21 | Ricardo Chaves MO
11 | Cesinha AE 68'
19 | Maciel AD 79'
18 | Diego AV 68'
GOLOS: 1-2|75' Paulo Jorge; 2-2|81' Zé Carlos
Amarelos Nada a assinalar
VERMELHOS Nada a assinalar
 
Tottenham
treinador Martin Jol
1 | Robinson GR
2 | Chimbonda LD
20 | Dawson DC
30 | Gardner DC
3 | Lee LE
6 | Tainio MD 73'
4 | Zokora MD
15 | Malbranque AD
25 | Lennon AE
9 | Berbatov AV
10 | Keane AV
-
12 | Cerny GR
38 | Charlie Lee DC
22| Huddlestone MD 73'
7 | Stalteri MO
19 | Taarabt MO
14 | Ghaly AD
18 | Defoe AV
GOLOS: 0-1|57' Keane; 0-2|71' Malbranque; 2-3|90+2' Keane
Amarelos: 49' Berbatov |76' Chimbonda
VERMELHOS: Nada a assinalar




BRAGA UM A UM
Big Ben de Castanheira

6 PAULO SANTOS
Adiou os golos do Tottenham até ao limite... do impossível. Sem hipóteses nos golos de Keane e Malbranque.
5 LUÍS FILIPE
Alternou o bom com o sofrível, devido à velocidade de Lee e Lennon. Melhor nas manobras ofensivas, arrancou uma mão cheia de cruzamentos perigosos para a área, que poderiam ter sido melhor aproveitados.
5 PAULO JORGE
Teve uma noite atribulada. Com culpas no primeiro golo do Tottenham, deu o mote, todavia, para a recuperação, ao inaugurar o marcador pelo Braga na cobrança de um penálti, apesar de ainda ter permitido uma defesa a Paul Robinson. O erro logo foi emendado com uma recarga indefensável.
4 RODRIGUEZ
Mais discreto do que é habitual, foi ultrapassado vezes demais por Berbatov e também não ficou isento de culpas nos dois primeiros golos do Tottenham. Coleccionou apenas alguns desarmes vistosos a meio-campo.
4 CARLOS FERNANDES
Sem velocidade para os londrinos, passou por alguns sustos e não se aventurou muito no ataque.
5 ANDRADE
Encarregado de vigiar Robbie Keane e Malbranque, fez pela vida, embora ainda sem o dinamismo ideal. De longe, ainda encheu o pé... para defesa fácil de Robinson.
5 JOÃO PINTO
Foi uma espécie de andorinha na Primavera inicial do Braga. Experiente e sempre com bom toque de bola, funcionou como grande catalisador do ataque.
5 BRUNO GAMA
Surpresa no onze inicial, revelou-se uma das unidades mais activas. Corajoso no um contra um, deu trabalho aos defensores contrários, tendo mesmo assustado Paul Robinson de longe, com um pontapé-surpresa rasteiro. Atento a um cruzamento de Luís Filipe, atirou depois à figura do guarda-redes.
6 ZÉ CARLOS
O seu primeiro sinal de vida aconteceu no começo do segundo tempo, com um perigoso remate à meia volta. Num livre cobrado por Castanheira, apareceu no sítio certo para empatar momentaneamente a partida.
4 WENDER
Vigiado por Chimbonda, sempre mais rápido do que o brasileiro, poucas vezes criou lances de perigo pela esquerda. O seu ponto mais alto foi um excelente passe atrasado para Castanheira, depois de ter trabalhado bem na área.
3 CESINHA
Primou pela discrição.
5 DIEGO
Entrou com fé e até arrancou uma grande penalidade.
3 MACIEL
Pouca coisa de especial.



Jorge Costa
"Sair com um empate seria mais justo"


A forma como o Braga reagiu a uma desvantagem de dois golos e recuperou a igualdade, para se ver novamente a perder e já sem tempo para reagir de novo, deixou Jorge Costa inconformado. O empate a dois golos não tornaria fácil a situação da equipa, no intervalo da eliminatória com o Tottenham. As contas para a passagem aos quartos-de-final da Taça UEFA continuariam complicadas, mas, por uma questão de justiça, o empate teria sido adequado ao jogo. Quando surgiu na sala de imprensa, o treinador deixou para trás um balneário abatido. "Obviamente que os jogadores estão tristes, mas penso que fizemos o possível", defendeu. "Defrontámos uma grande equipa", sublinhou Jorge Costa, apressando-se a defender a equipa: "Pouco ou nada há a apontar aos jogadores".
"É evidente sofremos golos que provavelmente poderíamos ter evitado, mas há que reconhecer que está complicado". "Não é impossível, mas está complicado", admitiu, sem se conformar com o desfecho: "Por tudo o que os jogadores fizeram, se saíssemos daqui com um empate seria mais justo e a eliminatória poderia não ficar mais fácil, mas, se calhar, teríamos mais hipóteses". "O empate não ficaria mal", insistiu, preparado para um reencontro sofrido: "Sabemos que vamos ter uma tarefa difícil. Vamos tentar vencer a eliminatória. Neste momento, está muito mais para o Tottenham, mas teremos sempre que dignificar o Braga e Portugal".
O técnico, que não respondeu às perguntas dos jornalistas ingleses, contou que o lance do golo de Zé Carlos havia sido ensaiado. Foi isso que lembrou a Castanheira, no livre que abriu caminho ao empate: "Fez o que treinamos: tentar aproveitar o primeiro poste, porque na zona central e do segundo poste eles são fortes".



João Pinto fez 40.º jogo na UEFA

Não lhe ficaram grandes motivos para comemorar, mas a verdade é que João Pinto cumpriu ontem um jogo especial: foi o 40.º da sua carreira na Taça UEFA, competição onde é o terceiro com mais presenças entre os que estão em prova. À sua frente estão apenas o guarda-redes do Glasgow Rangers, Stefan Klos (49 presenças), e Bonaventure Kalou (42), que pelo PSG ontem defrontou o Benfica. Os 40 jogos de João Pinto repartem-se entre Boavista, Benfica, Sporting e Braga.
 
Chelsea viu o Tottenham

Entre os milhares de desconhecidos que ocuparam as bancadas de Braga destacaram-se alguns representantes de emblemas nacionais e estrangeiros. De Inglaterra vieram emissários do Chelsea, para ver em acção a equipa do Tottenham, um dos seus adversários na Premier League, mas também FC Porto, Setúbal e Beira-Mar se fizeram representar. Os aveirenses serão mesmo o próximo adversário da equipa orientada por Jorge Costa, este domingo.
 
Ambiente perfeito e... ensurdecedor

Criticados, há pouco tempo, pelo presidente do clube, os adeptos do Braga deram, ontem, uma resposta emocionante a António Salvador. Apesar de continuarem a lamentar o preço dos bilhetes – estava menos de meia casa –, viveram o jogo... à inglesa: incansáveis e ensurdecedores, aqui com a ajuda de uns leques distribuídos pelas cadeiras, que poupam as mãos e acentuam o impacto dos aplausos, uma ideia importada do jogo com o AZ Alkmaar. Foram fantásticos.
 
Laurentino Dias de olho no Benfica

Quem diz que o secretário de Estado do Desporto persegue o Benfica ficaria surpreendido com o ar apreensivo com que Laurentino Dias seguiu, ontem, os minutos finais da transmissão televisiva da derrota encarnada no Parque dos Príncipes. O governante trocou mesmo o aconchego da zona VIP do estádio de Braga para, sozinho na bancada, de cigarro na mão e olhos colados no ecrã, acompanhar o jogo com o PSG. Só no fim se lhe juntou a multidão de representantes de entidades oficiais.
 
Carvalhal e presidentes na bancada

O Braga recebeu a eliminatória ao som de "Friends will be friends", música dos Queen que celebra a amizade, sentimento que tomou conta do clube numa noite tão importante para o futuro da equipa na Taça UEFA: na bancada esteve Carlos Carvalhal, o treinador que iniciou a época e se demitiu. Viu o jogo ao lado de Jorge Gomes, ex-atleta do clube, dos tempos do primeiro confronto com o Tottenham. A amizade estendeu-se às relações entre clubes: Leixões, Rio Ave e Gil Vicente foram representados pelos respectivos presidentes.



Estes homens são do Norte!

Há uns anos, a ideia de receber adeptos ingleses era tão animadora como a aproximação de um tornado, mas a mudança no comportamento abriu-lhes as portas da simpatia continental. Braga não foi excepção e eles sentiram-se tão bem que aproveitaram também as janelas. Isso mesmo. Mais de 1500 seguidores do Tottenham concentraram-se em estágio, durante toda a tarde de ontem, na zona das Arcadas, ao fundo da Avenida Central. Inundaram os cafés tradicionais, Astória e Vianna, beberam rios de cerveja e foi quando subiram ao primeiro andar, para aliviar o excesso do líquido que os anima, que descobriram as janelas, onde penduraram as faixas de apoio ao Tottenham. Os panos multiplicaram-se, subiram até ao topo da fachada, para euforia dos muitos que, do lado de fora, saboreavam o espectáculo (os portugueses) e a cerveja (os visitantes cantantes). Quando a igreja da Lapa, que mora entre os dois cafés, se encheu para o culto do fim da tarde, o que se ouvia era o coro londrino. "Oh when the spurs/Go marching in", cantavam, trocando os santos da letra original pelo clube, num ritmo muito lento, adulterado por incontáveis litros de cerveja e por aquele Sol português na moleirinha.
Para os que se instalaram cedo em Braga, como para os que primeiro estagiaram na Ribeira, no Porto, o álcool foi a impressionante companhia de todos os momentos. Pelo menos, até a multidão do Tottenham ser dirigida, em autocarros, para o estádio. Aí, o dispositivo de segurança trouxe à memória por que razão o Euro'2004 foi um sucesso. A forma como a polícia acautela quaisquer confusões acentua o bem-estar da contagem decrescente para um grande jogo de futebol.
Em Dume, onde mais de três mil desaguaram, apenas uma pequena parte, que andaria pelas centenas, pôde conhecer a "catedral" que, ali junto da entrada, reunia duas das palavras preferidas dos ingleses: "Estádio Bar". A cerveja rolou num ambiente de respeito que o álcool também explicava. "Bebem, mas estão de pé", comentava um bracarense, com uma certa admiração na voz. Não se surpreenderia tanto se tivesse visto a faixa do Tottenham que ilustrava o "orgulho de ser do Norte". Do Norte de Londres, mas que importa isso?


Revista de Imprensa

BBC.com
"Keane dá vitória importante aos 'Spurs' na primeira mão. Um golo já em tempo de descontos, apontado por Robbie Keane, deu ao Tottenham uma vantagem importante, face a um Braga que teve de recuperar de uma desvantagem de dois golos"
SkySports.com
"Keane brilha e salva 'Spurs' já nos descontos. O Tottenham desperdiçou uma vantagem de dois golos. Mas um golo nos descontos deu-lhe depois uma preciosa vantagem. O holandês Martin Jol consegue, com este resultado, alguma segurança para a segunda mão"
Sportinglife.com
"Bis de Keane derrota Braga. O avançado abriu e fechou o marcador. Os 'Spurs' conseguiram uma vantagem de dois golos por Robbie Keane e Malbranque, mas Zé Carlos e Paulo Jorge empataram. Só o brilhantismo de Keane, já depois da hora, acabou com a igualdade"
Uefa.com
"Keane ao cair do pano. O Braga foi derrotado em casa por 3-2. Um resultado que dá segurança ao Tottenham para a segunda mão, em White Hart Lane, e deixa os bracarenses praticamente sem hipóteses de seguir para os quartos-de-final da Taça UEFA"



A FIGURA DO BRAGA
CASTANHEIRA (7)


Qual relógio suíço ou até mesmo inglês, estilo o frondoso Big Ben, foi de uma fiabilidade tremenda, actuando sem atrasos e com uma constância exemplar, que, por certo, terá surpreendido a linha média do Tottenham. Sempre com pernas para acompanhar Tainio e companhia, desdobrou-se em tarefas defensivas e movimentos de ataque, muitas vezes ao primeiro toque, tendo mesmo testado a pontaria de meia-distância. Abriu caminho para o 2-2 de Zé Carlos na conversão de um livre.
3
E vão três jogos a titular. Lançado em Parma, o esquerdino deu boa conta do recado no Dragão e voltou a merecer a confiança de Jorge Costa.
Prata da casa
Longe de ser o mais velho, Castanheira ostenta, todavia, o título de jogador mais antigo do Braga. Oriundo das camadas jovens do clube, o centrocampista despertou várias vezes a curiosidade dos "grandes", mas o tal salto nunca se concretizou. Continuará arsenalista até 2010.


ÁRBITRO
Apitar à... britânica


Não se interprete pelo título que Yuri Baskakov "preferiu" os ingleses, mas lá que apitou de uma forma muito larga e permitindo (quase) tudo, toda a gente viu. No penálti (mal) reclamado por Lennon esteve bem, no de Diego ficaram dúvidas se não houve... teatralização do jovem avançado minhoto.


Filme do jogo

6' Berbatov, na meia esquerda, executa uma série de dribles que o levam até à entrada da pequena área, onde tenta bater Paulo Santos, mas acerta nas malhas laterais.
12' Berbatov vê Tainio solto perto do meia lua e endossa-lhe a bola, com o finlandês a rematar de primeira para boa defesa do guardião minhoto.
13' A culminar uma iniciativa individual, Bruno Gama arranca um remate de fora da área que quase surpreende Robinson. Que, ao não segurar a bola, permite a emenda em desequilíbrio de Wender, mas sem perigo.
19' Da direita, Andrade cruza tenso para Wender amortecer a bola, surgindo de primeira Castanheira a encher o pé, mas a bola falha o alvo.
21' Da lateral direita, Malbranque culmina um contra-ataque com um passe de morte para Berbatov, na área, atirar na passada, mas ao lado da baliza.
24' Luís Filipe ganha espaço para o cruzamento, a bola atravessa a área e surge Bruno Gama a tentar a sorte, para defesa difícil de Robinson.
35' A passe de Berbatov, Keane surge lançado na área, a rematar para grande defesa de Paulo Santos, cedendo um canto.
39' Arrancada de Lennon que termina com passe para Berbatov voltar a "dialogar" com Paulo Santos. O guardião leva a melhor.
49' Pela primeira vez com espaço na área, Zé Carlos aproveita a assistência para rematar à meia volta ao lado, num lance que dá a sensação de golo.
57' (0-1)
Lennon arranca para a área minhota, passa dois adversários e pica a bola para a entrada de Keane, a marcar com um remate seco.
61' Enorme calafrio, com Keane, solto na área e a passe de Malbranque, cabecear ao lado.
71' (0-2)
Novamente Lennon a desequilibrar, fugindo da esquerda para o meio, onde remata para defesa incompleta de Paulo Santos. Malbranque, na emenda, faz o golo.
74' (1-2)
Na cobrança de um penálti, Paulo Jorge atira para a esquerda de Robinson, que adivinha o lance e defende, mas para a frente, possibilitando a recarga e o golo.
81' (2-2)
Livre de Castanheira, teleguiado para a antecipação de Zé Carlos, de cabeça, restabelecer a igualdade pelo buraco da agulha.


ESTATÍSTICA
Braga com mais bola mas menos ofensivo

O Tottenham foi mais eficaz no remate, construiu mais ataques e foi mais faltoso. Na posse de bola e nos cantos os da casa foram superiores


Mesmo garantindo mais tempo de posse de bola, uma das exigências de Jorge Costa para este jogo, o Braga foi incapaz de contrariar a conhecida tendência ofensiva do Tottenham. Os bracarenses tiveram a bola em seu poder durante 34' (51%), enquanto os ingleses a controlaram durante 28' (49%), facto que não os impediu de vencer por 3-2 e que reforça a ideia de que mais importante do que ter a bola é o destino que se lhe dá. Nesse capítulo, os ingleses foram mais práticos na abordagem do jogo, contabilizando mais 12 ataques do que a equipa de Jorge Costa. No que diz respeito a remates o jogo foi equilibrado, com o Braga a fazer apenas menos dois (11) que os comandados de Martin Jol. Robbie Keane esteve em grande nesta primeira-mão dos oitavos-de-final, mostrando dotes de artilheiro ao conseguir dois golos em quatro remates, qualquer coisa como 50% de eficácia. A superioridade nos pontapés de canto – cinco contra apenas um dos ingleses – de pouco valeu aos anfitriões.
 
Curiosidades
17 ataques pela direita


O Braga optou pela direita para atacar, somando 17 incursões por esse flanco. As tentativas pelo centro do terreno foram oito e pela esquerda nove.
 
11 remates do Braga

Mesmo ficando em desvantagem para os ingleses neste aspecto do jogo (menos dois remates), o Braga atirou à baliza de Paul Robinson por 11 vezes, seis na primeira parte e cinco na segunda. Por sete vezes a bola foi na direcção da baliza.

IN O JOGO




BRAGA SEMPRE MAIS!

Pé Ligeiro

SP. BRAGA-TOTTENHAM, 2-3 (Paulo Jorge 75', Zé Carlos 80'; Keane 56' e 90+2', Malbranque 72')
MINUTO A MINUTO, JOGADA A JOGADA

23:26 TERMINA A PARTIDA

90+2' - GOLO DO TOTTENHAM. Contra a corrente destes últimos minutos do jogo, os ingleses fazem um passe longo e Keane, mortífero, não desperdiça.

90' - Vão jogar-se mais 3 minutos no Municipal.

89' - O Braga está fortíssimo nesta parte final conseguindo arrancar dois cantos seguidos.

88' - Paulo Jorge resolveu de forma eficaz um ataque dos homens do Tottenham.

Os adeptos bracarenses fazem a festa e tentam incentivar a equipa a chegar ao terceiro.

80' - GOLO DO BRAGA. Livre de Castanheira, ao primeiro poste, para Zé Carlos, de cabeça, conseguir chegar ao empate.

79' - João Pinto cede o seu lugar a Maciel.

Maciel vai entrar, regressando à competição vários meses depois (esteve lesionado num joelho)

76' - AMARELO para Chimbonda.

75' - GOLO DO BRAGA Paulo Jorge marca, na recarga, após ter permitido a defesa do guardião Paulo Robinson, na cobrança de uma grande penalidade cometida (por Gardner) sobre Diego.

73' - Sai Tainio entra Huddlestone.

72' - GOLO DO TOTENHAM Malbranque marca na recarga , após bom trabalho de Lennon, que também havia rematado cheio de intenção, mas havia visto Paulo Santos desfeitear os seus intentos.

68' - Diego e Cesinha entram para os lugares de Wender e Bruno Gama, respectivamente.

O Tottenham está a atacar bastante e de forma muito rápida. O Braga não consegue contrariar as investidas dos comandados de Martin Jol.

56' - GOLO DO TOTTENHAM. Keane remata por entre três adversários, depois de receber a bola, bem endossada de Lennon.

O encontro continua animado

49' - CARTÃO AMARELO para Berbatov, por falta sobre Andrade.

49' - Zé Carlos dispõe da melhor oportunidade dos da casa recebe a bola à meia-volta, mas sai ao lado.

22:37 RECOMEÇA A PARTIDA. Sai o Braga

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22:19 INTERVALO.

38' - Os ingleses saem rapidamente em contra-ataque. Berbatov remata com muita intencionalidade. Contudo, Paulo Santos, sempre muito atento, dá mostras do seu valor e defende sem dificuldades.

36' - Livre a favor do Sp. Braga. Andrade marca, mas o esférico sai denunciado e rasteiro. Um adversário toca na bola, o que permite que os homens da Cidade dos Arcebiscos marcaram o seu primeiro canto.

34' - Paulo Santos sacode, com a mão direita, um remate de Robbie Keane, o qual levava selo de golo.

24' - Jogada bem gizada pelos comandados de Jorge Costa. No final, Zé Carlos falha na área. A bola sobra para Andrade que remata ao corpo do guardião Paul Robinson.

Ambos os conjuntos estão bem nestes primeiros 20 minutos da partida, pese o maior número de jogadas potencialmente mais perigosas a favor dos forasteiros. A defesa do Braga está bastante atenta.

20' - Malbranque, pela direita, cruza para Berbatov, que remata ao lado.

20' - Castanheira remata, com o pé esquerdo, na entrada da área, mas sai um pouco por cima.

12' - Wender chega ligeiramente atrasado a uma bola proveniente do guardião contrário desperdiçando uma boa oportunidade.

Berbatov está bastante mexido o que incomoda, bastante, o último reduto bracarense

5' - Na jogada seguinte, Berbatov ataca rapidamente pela esquerda. Mas remata às malhas laterais da baliza de Paulo Santos.

4' - Wender ataca, mas Gardner estava atento e cortou a jogada sem que houvesse hipótese do brasileiro rematar à baliza

21:35 COMEÇA A PARTIDA. Sai o Tottenham

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TAÇA UEFA - OITAVOS-DE-FINAL (1.ª MÃO)

SP. BRAGA-TOTTENHAM


Estádio Municipal de Braga
Hora: 21:35
Árbitro: Yuri Baskakov (Rússia)

SP. BRAGA - Paulo Santos; Luís Filipe, Paulo Jorge, Rodriguez e Carlos Fernandes; Andrade e Castanheira; Bruno Gama, João Pinto e Wender; Zé Carlos.

Treinador: Jorge Costa.

Suplentes: Dani, Nem, Paíto, Césinha, Diego, Maciel e Ricardo Chaves.

TOTTENHAM - Robinson; Chimbonda, Dawson, Gardner e Lee Young-Poo; Lennon, Tainio, Zokora e Malbranque; Berbatov e Robbie Keane.

Treinador: Martin Jol.

Suplentes: Cerny, Stalteri, Ghaly, Defoe, Taarabt, Huddlestone e Charlie.



Zé Carlos: «Também podemos ganhar lá»
AVANÇADO LEMBRA QUE NO FUTEBOL NÃO HÁ IMPOSSÍVEIS


Zé Carlos, autor do segundo golo do Sp. Braga, diz estar ciente que vai haver dificuldades em Londres para a equipa conseguir vencer, mas vinca que ainda faltam jogar 90 minutos.

"O futebol só é apaixonante porque não há impossíveis. Se eles venceram aqui, nós também podemos ganhar lá", disparou Zé Carlos, que acrescentou: "Temos 90 minutos para superarmos o que foi feito esta noite."

Já sobre o tento que obteve, reconhece que foi agridoce. "Foi bom, por termos conseguido o empate, mas infelizmente acabámos por sofrer o terceiro mesmo no final, quando acreditavamos que podíamos ser nós a ganhar."



Jorge Costa: «Eliminatória está a favor do Tottenham»
MAS TÉCNICO NÃO ATIRA A TOALHA AO CHÃO


Jorge Costa estava desolado com o duro volte-face sofrido mesmo nos instantes finais da contenda. Disse estar ciente das dificuldades que o Braga irá encontrar, mas frisou que não há impossíveis.

"Fizemos uma primeira parte com algumas... bastantes dificuldades. Depois na segunda, conseguimos reagir. Passamos da fase em que tínhamos a eliminatória perdida para o momento em que tínhamos tudo em aberto. Agora, esta segunda-mão está completamente a favor do Tottenham," reconheceu Jorge Costa.

O técnico arsenalista prosseguiu, então, o seu raciocínio: "Vai ser difícil, mas vamos lutar, pois sabemos que não há impossíveis." E concluiu: "Acima de tudo apanhámos uma equipa fortíssima. E, numa altura em que acreditávamos que podíamos ganhar sofremos o terceiro."

IN RECORD


BRAGA SEMPRE MAIS!

nandes

Tottenham vence em Braga


O Sporting de Braga perdeu (2-3) na recepção ao Tottenham, no jogo da primeira mão dos oitavos-de-final da Taça UEFA. Os spurs estiveram a vencer por 2-0, os bracarenses conseguiram igualar (2-2), mas Robbie Keane, ao cair do pano, colocou os ingleses em vantagem.




Antes de mais, assistiu-se a um bom espectáculo no Municipal de Braga. Os ingleses entraram bem no jogo, rápidos, e criaram as melhores situações de golo da primeira parte, se bem que os bracarenses também desfrutassem de duas boas ocasiões para marcar.

Na segunda parte, o Sp. Braga surgir melhor, a querer mandar no jogo. Zé Carlos, aos 48 m, recebeu a bola de Carlos Fernandes e rematou à meia-volta junto ao poste da baliza de Robinson. Mas o golo de Robbie Keane, aos 56 m, foi autêntico balde água fria para os bracarenses, alcançado um pouco contra a corrente dos primeiros minutos da segunda parte. Galvanizados, os spurs carregaram no acelerador em busca do segundo golo, que esteve à vista aos 60 m, quando o mesmo Robbie Keane, isolado diante de Paulo santos, cabeceou para fora.

Jorge Costa não perdeu tempo e tratou de reforçar o meio-campo com as entradas simultâneas de Cesinha e Diego (saíram Bruno Gama e Wender), de forma a estancar os contra-ataques rápidos dos ingleses. As mudanças resultaram, mas o Tottenham estava embalado e chegou mesmo ao segundo golo, aos 72 m. Remate de Lennon, defesa incompleta de Paulo Santos e Malbranque, na recarga, a não perdoar.

A formação de Jorge Costa não baixou os braços e aos 76 minutos logrou reduzir a desvantagem, através de Paulo Jorge, na transformação de uma grande penalidade a castigar falta de Gardner sobre Diego. A esperança renasceu nas bancadas, ainda mais quando Zé Carlos, aos 81 m, conseguiu igualar o marcador, de cabeça, após livre marcado com conta, peso e medida por Castanheira.

A pressão dos arsenalistas intensificou-se nos minutos finais, ganharam vários cantos, mas Robbie Keane, já em tempo de descontos, sentenciou a partida. Um golo que deixou dúvidas... Isolado por Zokora, ficou a ideia de que Keane estava em posição irregular.

Jorge Costa defendeu, antes do jogo, que era importante não sofrer golos. Não foi isso o que aconteceu, donde se deduz que a eliminatória pende muito mais para o lado dos ingleses. Mas esta equipa bracarense mostrou que também tem argumentos (estava perder por 0-2 e conseguiu igualar o marcador...) e é legítimo acreditar que ainda tem uma palavra a dizer.

Estádio Municipal de Braga

Árbitro: Iouri Beskakov (Rússia)

SP. BRAGA – Paulo Santos; Luís Filipe, Paulo Jorge, Rodriguez e Carlos Fernandes; Andrade, João Pinto (Maciel, 79 m) e Castanheira; Bruno Gama (Cesinha, 69 m), Zé Carlos e Wender (Diego, 69 m).

TOTTENHAM – Robinson; Chimbonda, Dawson, Gardner e Lee; Zokora, Tainio (Huddlestone, 74 m), Malbranque e Lennon; Robbie Keane e Berbatov.

Ao intervalo: 0-0

Golos: 0-1, Robbie Keane (56 m); 0-2, Malbranque (72 m); 1-2, Paulo Jorge (76 m, grande penalidade); 2-2, Zé Carlos (81 m); 2-3, Robbie Keane (90 m).

Resultado final: 2-3

Cartão amarelo a Berbatov e Chimbonda.



«A situação está muito complicada» (Jorge Costa)


Derrota em casa diante do Tottenham (2-3) complicou as contas do Sp. Braga na Taça UEFA, conforme reconheceu o técnico Jorge Costa no final da partida:




«Há que reconhecer que a situação está muito complicada, mas não é impossível. Sabemos que a tarefa será muito difícil, mas vamos tentar vencer a eliminatória. Por tudo o que os jogadores fizeram, o resultado mais justo seria o empate. Assim, teríamos mais possibilidades de discutir a eliminatória.»



In A Bola (notícias rápidas)


                       



UNS TÊM INVEJA DA NOSSA ASCENSÃO
OUTROS TÊM MEDO DA NOSSA AMBIÇÃO
SCB / BL

nandes

#3

A PERDER POR 0-2 OS MINHOTOS AINDA IGUALARAM O MARCADOR MAS UM LANCE FATAL NAS COMPENSAÇÕES... MATOU-OS

Sonhos desfeitos no fim  


Adiferença de estatura futebolística é assinalável mas a recuperação dos arsenalistas já próximo do fim do jogo renovou a esperança na pedreira. Efémera glória que acabaria por sucumbir mesmo no fim do jogo com o segundo golo de Keane na noite que deixa praticamente tudo resolvido quanto à presença bracarense na Taça UEFA. Agora, só mesmo um milagre do Bom Jesus pode relançar o Sp. Braga na Europa, o que não é crível perante a capacidade dos ingleses.
Ficou demonstrado que o Tottenham é equipa de outra classe. Isso percebeu-se desde cedo quando o Sp. Braga pareceu atarantado com a acutilância inglesa e com a sua capacidade de se desdobrar no jogo. As transições meio campo-ataque era feitas à velocidade do som e o conjunto de Jorge Costa ficou aturdido. Sucederam-se momentos de apuro tal na área do Sp. Braga que muitos corações poderia ter ficado dilacerados.
No seu sistema habitual - 4x3x3 - o Braga não logrou ganhar o meio-campo ao Tottenham que não só por força da categoria de alguns dos seus jogadores como igualmente pela capacidade de gerar jogo ofensivo, obrigou a cuidados intensos a retaguarda arsenalista. Bem pode dizer-se que uma mão cheia de remates ingleses às redes de Paulo Santos marcaram a primeira metade de um jogo em que o Braga foi claramente inferior. Ironia do destino: só no segundo período haveriam de marcar, apesar do jogo ter tido uma feição aparentemente contraditória. Os ingleses marcaram dois golos, lançando o desconsolo e a descrença entre as gentes de Braga, mas acabariam por sofrer após as substituições de Jorge Costa. É certo que a capacidade de reacção do «Bicho» não foi pronta. Demorou 13 minutos a reagir ao tento inicial dos spurs e isso reflectiu-se no ambiente geral no estádio.
Diego acorda Braga
Ninguém acreditava naquilo que o tempo traria ao jogo: o empate do Braga. As apostas de Jorge Costa em Diego e Cesinha revelaram-se eficazes. Especialmente a acção desenvolvida pelo ex-penafidelense, que se revelou o mais inconformado dos inconformados e ajudou a reverter o jogo. Foi ele que deu um abanão na equipa do Braga, a acordou de algum abatimento que um resultado de 0-2 invariavelmente provoca.
E o sonho renasceu em cinco minutos, com os golos de Paulo Jorge e Zé Carlos. Ninguém imaginaria uma mutação tal no marcador, tanto mais que os londrinos continuaram sempre a espreitar o ataque, privilegiando a sua asa esquerda.
O Braga transfigurou-se, as bancadas agitaram-se e a crença voltou. Mas... o poderio inglês haveria de desfazer o sonho do arsenal do Minho mesmo já nas compensações a decorrerem. Se ainda havia uma pequenina luzinha ao fundo do túnel com a igualdade mesmo obrigando os minhotos a ganharem em White Hart Lane, a luz apagou-se e só a invocação dos poderes divinos é que pode ajudar a equipa de Jorge Costa.
Em Inglaterra, os spurs não se vão deixar surpreender. Ficou ontem provado que têm equipa para ganhar a Taça UEFA. É pena para o Braga, mas são melhores...


Iouri Baskakov (7) — Teve uma virtude: deixou jogar, algumas vezes nos limites, mas não interrompeu frequentemente o jogo que acabou por ter uma alta rotação. Deveria ter mostrado o amarelo a Dawson (44) por carga sobre Wender. Tecnicamente irrepreensível.



JORGE COSTA SUBLINHA QUE O EMPATE SERIA MAIS JUSTO

«A eliminatória não está perdida»


FRUSTRAÇÃO nas hostes arsenalistas. O resultado da primeira «mão» (2-3) não deixa boas perspectivas para o encontro de Londres, na próxima semana, mas Jorge Costa não atira a toalha ao chão e assegura que o Sp. Braga não vai a Inglaterra em passeio, a despeito de reconhecer que a eliminatória «está complicada».
O rosto de Jorge Costa espelhava bem o estado de espírito que lhe ia na alma. Depois de estar em desvantagem de dois golos, a equipa esboçou uma reacção espantosa, empatando o encontro. Mas sofreu um autêntico balde de água fria já em período de descontos, um golo que complica muito as contas do Sp. Braga na Taça UEFA.
«Os jogadores estão obviamente tristes, pois defrontaram uma grande equipa, que esteve numa noite sim. Apesar das contrariedades que tivemos, sofrendo dois golos, soubemos dar uma boa resposta, mas acabámos por encaixar um golo quando nada o fazia prever», lamentou Jorge Costa, ainda mal refeito do rude golpe que sofreu com o segundo tento pessoal do experiente Robbie Keane.

«Nada a apontar aos jogadores»

Não obstante ter reconhecido que a equipa cometeu muitos erros defensivos, que naturalmente se pagam caro em alta competição, Jorge Costa considera que «não há nada a apontar aos jogadores do Sp. Braga pelo esforço e dedicação que sempre demonstraram em campo. Eles tiveram força para tentar inverter uma situação que nos era desfavorável, mas infelizmente sofremos o terceiro golo», lamentou.
O técnico do emblema minhoto tem plena consciência de que «não é impossível passar a eliminatória, mas está muito complicada». «Vamos ter uma tarefa muito difícil em Londres, mas não deixaremos de tentar passar aos quartos-de-final da prova. A eliminatória, reconheço, está mais virada para o Tottenham, mas na próxima semana vamos tentar ganhar e dignificar a camisola do Sp. Braga», garante.
Tendo em conta a abnegação demonstrada pelos arsenalistas, Jorge Costa entende que a derrota é um resultado penalizador para a sua equipa: «O empate, a meu ver, seria mais justo e não ficaria nada mal por tudo o que o Sp. Braga fez».

OS JOGADORES DO SP. BRAGA

Vibrações é com Zé Carlos


JOGO de emoções no Minho, onde o Sp. Braga foi sufocado, reagiu e surpreendeu, mas acabou por perder com alguma dose de infelicidade. A crença dos portugueses merecia outra recompensa, mesmo tendo pela frente um onze melhor.
Paulo Santos (6) —Três defesas de muito bom nível e três golos sofridos sem amparo dos companheiros da defensiva. Foi o último obstáculo para os ingleses.
Luís Filipe (5) — Não arriscou muito nas subidas pelo corredor direito, muito por culpa da presença intimidatória de Lennon. Preocupou-se com o trabalho defensivo e já foi muito.
Paulo Jorge (6) — Mais vítima do que culpado. Travou muitas investidas dos britânicos e deu outra alma à equipa após o 0-2. Marcou o primeiro golo, de grande penalidade (apenas na recarga), e foi a voz de comando sobre a relva. Uma atitude à imagem do seu treinador.
Rodriguez (5) — Impotente para segurar o ímpeto ofensivo do Tottenham. Deu-se mal com o futebol fino de Berbatov e com a sexta velocidade de Lennon.
C. Fernandes (5) — Uma primeira parte para esquecer, dando muitos espaços de circulação aos adversários. Mas melhorou bastante após o intervalo, quando percebeu de uma vez por todas as incríveis movimentações dos pontas contrários.
João Pinto (5) — Braga precisava da sua inspiração, mas a grande estrela da equipa raras vezes conseguiu ser superior ao musculado meio-campo do Tottenham, perdendo, claramente, nas transições. Errou meia dúzia de passes, o que penalizou a sua actuação. Saiu resignado.
Andrade (6) — Empregou toda a sua fibra na luta árdua que travou no meio-campo. Perdeu lances, mas também recuperou muitas bolas, distribuindo-a sem complicar.
Castanheira (6) — Pés de veludo e uma assistência primorosa para o golo que reacendeu a esperança bracarense.
Bruno Gama (5) — Tentou desequilibrar no um-para-um, mas as iniciativas raramente lhe saíram bem, muito por culpa da marcação atenta do coreano Lee. Assinou um dos remates mais perigosos da equipa, mas Robinson não se deixou surpreender.
Wender (5) — A unidade de rendimento mais fraco em campo. Sem ideias e sem chama.
Zé Carlos (7) - Sempre em alta rotação, lutando bravamente contra o robusto muro defensivo dos ingleses. O técnico dos spurs tinha razão quando o considerou o principal perigo para a sua equipa. O goleador não teve grandes hipóteses de brilhar na primeira parte, mas fez das suas na segunda, em especial quando aplicou um fantástico golpe de cabeça que colocou as bancadas em delírio. Estava refeito o empate, o pior viria depois...
Diego (6) — Excelente entrada em jogo, dinamizando o meio-campo e apresentando a garra que a equipa precisava para iniciar a reviravolta. Aposta em cheio.
Cesinha (6) — Outra boa cartada do banco. Mexeu no ataque.
Maciel (–) — Tentou furar a muralha inglesa. Mas só isso.

JOSÉ CARLOS E WENDER EM SINTONIA DE FÉ E COM UM DISCURSO AMBICIOSO

«Ninguém nos pode impedir de sonhar...»  


O Sp. Braga perdeu por 3-2, e a passagem para os quartos-de-final ficou mais difícil, mas em Braga todos acreditam que é possível. O brasileiro José Carlos, autor do segundo golo dos minhotos, opta por um discurso optimista: «Fizemos um bom jogo, tivemos azar no final, mas o golo do Tottenham é irregular. Estivemos a perder por 2-0, mas tivemos uma grande reacção, e chegámos ao empate. O futebol é paixão, e ninguém pode dizer que a eliminatória está resolvida. Temos toda a capacidade para ir a Inglaterra e vencer por dois golos! Nós acreditamos!», vincou o atacante.
O extremo Wender partilha da mesma opinião: «Queríamos muito vencer, mas não foi possível. O Tottenham é uma grande equipa, mas nós fizemos um bom jogo, e lutámos ate ao fim pela vitória. Ninguém nos pode impedir de sonhar. Vencer em casa do Tottenham é difícil, mas não é tarefa impossível», destacou o brasileiro, num tom optimista.

A fé de Salvador  

O presidente do Sp. Braga também estava feliz com a exibição da equipa, mas não com o resultado. «Depois do segundo golo, ainda acreditei que poderíamos dar a volta ao resultado. Perdemos, com um golo no último minuto, e isso é frustrante. Tudo fizemos para conseguir outro resultado, e os jogadores foram fantásticos, brilhantes, porque defrontaram uma grande equipa, uma das candidatas à vitória nesta prova», disse, agradecendo, ainda, o apoio dos seguidores. «Os adeptos foram fantásticos, e foram eles que puxaram pela equipa. Eles acreditam, e nos também acreditamos que temos qualidade para discutir a eliminatória em Inglaterra. Tenho fé que podemos passar», finalizou o líder do emblema arsenalista.


MARTIN JOL TRANQUILO

«O empate já era muito bom»


Martin Jol, treinador do Tottenham, regressou a Londres com a tranquilidade com que a vitória lhe permite encarar a segunda mão. Mas nem seria preciso o terceiro golo para que o holandês partisse satisfeito: «Preocupado? O empate já seria um resultado muito bom, apesar de termos desperdiçado inúmeras ocasiões na primeira parte».
A reacção do Sp. Braga também não o intimidou, até porque Jol não viu nem o «penalty» nem a falta que permitiram os dois golos bracarenses.
«Houve de facto uma quebra preocupante, embora tenha que deixar um reparo ao árbitro, pois não existiu «penalty» nem falta para o livre do empate. Apesar de tudo, fizemos a diferença e evitámos uma injustiça».
Jol sublinhou ainda a capacidade do adversário e não arriscou colocar-se nos quartos-de-final.
«Temos que ser pacientes. Falta um jogo e vamos estar motivados. Os jogadores do Sp. Braga são tecnicistas e vamos quer que aguardar pelo próximo embate».


OS JOGADORES DO TOTTENHAM

Keane aproveita ritmos de Lennon  


FOI ao ritmo de Lennon que os spurs embalaram para vitória tranquilizante, depois de Berbatov ter testado os nervos dos adeptos ingleses.
(6) Robinson
Um par de defesas a remates venenosos de Bruno Gama. Parou o «penalty» mas não chegou à recarga.
(6) Chimbonda
Surgiu sempre no momento certo e na hora exacta para afastar o perigo.
(6) Dawson
Apesar do estilo pouco ortodoxo, chegou para as encomendas.
(6) Gardner
Mediu bem Zé do Golo, mas só ficou (im)pressionado no final quando o brasileiro cresceu.
(5) Young-Pyo Lee
Manteve-se ocupado com Bruno Gama e Wender. Travou conhecimento com Diego da pior maneira.
(7) Malbranque
Sempre activo, de serviço nos cruzamentos, não hesitou na hora de marcar o segundo golo.
(6) Tainio
Assumiu-se como fio condutor do jogo atacante. Falhou uma oportunidade flagrante.
(7) Zokora
Foi a sombra que empalideceu João Pinto, desequilibrou sempre que pisou o acelerador, como no último golo.
(8 ) Lennon
Um trovão de pantufas. Um raio fulminante. Serviu Keane em bandeja de prata e envenenou todo o corredor.
(8 ) Keane
Felino, agiu sempre pela certa. Testou Paulo Santos e à segunda não perdoou. No final ainda teve o desplante de detonar a pedreira.
(6) Berbatov
Faltou-lhe o discernimento necessário na hora certa. Tanto talento e tantas oportunidades de golo desperdiçadas.
(5) Huddlestone
Mais alguns centímetros a somar ao dique na viragem momentânea da maré.



(CONTINUA)

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(CONTINUAÇÃO)




ACREDITAR SEMPRE  
CESINHA


Temos de acreditar que ainda podemos passar esta eliminatória. Hoje [ontem] provámos em dez/quinze minutos que podemos vencer esta grande equipa do Tottenham, mas infelizmente sofremos um golo na recta final da partida e em contra-ataque. Não vamos deixar de acreditar até ao fim

BATEMO-NOS BEM  
BRUNO GAMA


O resultado mais justo seria o empate, sobretudo pelo que fizemos na segunda parte. Batemo-nos contra uma excelente equipa, que joga num campeonato com outro andamento. Apesar de tudo, penso que fizemos um grande jogo. Depois do 2-2 fomos atrás do terceiro com muita vontade mas fomos apanhados



TRÊS MESES DEPOIS...

O regresso de Maciel  


O extremo Maciel, que estava afastado da competição desde Novembro, voltou ontem a calçar as chuteiras... amarelas. O atacante entrou em campo ao minuto 80, cheio de vontade de mostrar serviço. E, um minuto depois da sua entrada, o seu comptriota Zé Carlos apontou o segundo golo dos bracarenses, o que provocou uma explosão de alegria no Municipal de Braga. Paulatinamente, Jorge Costa vê regressar à ribalta algumas das suas pedras influentes. Ontem, Andrés Madrid voltou a fazer parte da lista de convocados, mas acabou por ficar na bancada.
Os adeptos bracarenses voltaram a acreditar na vitória, fizeram tremer a pedreira, e cantaram A Portuguesa. No final, foram os ingleses a festejar...


O comboio dos duros

A auto-estrada A3, que liga Porto a Valença, esteve ontem ao final da tarde bastante preenchida, tendo em conta o elevado número de autocarros que transportaram os adeptos ingleses até à Cidade dos Arcebispos.
Mais de trinta camionetas cheias dos indefectíveis simpatizantes do Tottenham encheram os acessos a Braga, causando um autêntico caos no trânsito, a despeito do esquema de segurança montado pelas forças da ordem. Houve, no entanto, alguns adeptos que optaram por permanecer mais algum tempo na Cidade Invicta, onde ficaram alojados, e acabaram por se deslocar até Braga de comboio.
A festa à entrada foi grande, mas houve os naturais excessos dos britânicos. Alguns, já sob o efeito do álcool, ficaram fora do recinto de jogo por precaução.


Cachecóis apreendidos

As horas que antecederam a partida entre os arsenalistas e o conjunto de Londres obrigaram à intervenção da Brigada Fiscal da GNR na Avenida Central, onde se concentraram a maioria dos adeptos do Tottenham.
Os responsáveis do Sp. Braga chamaram a atenção das autoridades para o facto de estarem a ser vendidos ao público cachecóis alusivos ao jogo. Foi apreendido algum material e identificadas algumas pessoas por suspeita do crime de contrafacção.


Perdidos no labirinto

Tornou-se uma tarefa árdua para grande parte dos jornalistas movimentarem-se dentro do Estádio Municipal. Já é sabido que o recinto dos minhotos de funcional tem muito pouco, ainda para mais num jogo com a envergadura do de ontem. Exemplo disso foram as peripécias por que passaram os elementos da sempre exigente comunicação social inglesa até conseguirem chegar à bancada de imprensa.
Estiveram completamente perdidos num labirinto e só com a ajuda dos profissionais portugueses conseguiram finalmente chegar ao seu local de trabalho.
Os elevadores foram escassos para tamanha procura e, já sem paciência, muitos optaram pelas escadas...


Camarote preenchido

Esteve praticamente cheio o camarote presidencial do Estádio Municipal de Braga. Ao lado do presidente do clube anfitrião, António Salvador, sentaram-se Laurentino Dias, secretário de Estado da Juventude e Desporto, bem como Hermínio Loureiro, líder da Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Marcaram presença também na partida os presidentes Emílio Macedo da Silva (V. Guimarães), António Fiúza (Gil Vicente), Paulo de Carvalho (Rio Ave) e Carlos Oliveira (SAD Leixões).


Uma flor para elas

Os responsáveis do Sp. Braga associaram-se ao Dia Internacional da Mulher e resolveram brindar à entrada do municipal bracarense todos os elementos do sexo feminino. Uma boa maneira de festejar o dia e, ao mesmo tempo, de cativar mais senhoras para o futebol.

Então mister, por aqui?

Uma das presenças mais notadas no anfiteatro minhoto foi, sem sombra de dúvidas, a de Carlos Carvalhal, técnico que iniciou a temporada ao serviço do Sp. Braga.
Atendendo tratar-se de um adepto confesso dos arsenalistas e de residir na Cidade dos Arcebispos, o treinador, agora no desemprego, tem a particularidade de enquanto jogador dos minhotos ter defrontado o Tottenham, na época 1983/84. Uma eliminatória já longínqua e de má memória: 0-9 no total das duas mãos...


TENTAR PASSAR...  

ANDRADE


Temos consciência que a nossa tarefa será complicada em Londres. Conseguimos empatar a partida depois de estarmos a perder por 2-0, mas infelizmente não evitámos o terceiro já muito perto do final da partida. Se eles tiveram a condição de ganhar aqui em Braga, nós também temos argumentos para surpreender no estádio deles. Temos agora de trabalhar com tranquilidade e explanar o nosso futebol. Vamos tentar passar esta eliminatória


MILHARES DE INGLESES TOMARAM DE ASSALTO BRAGA...

Enterro da gata à inglesa



O centro da Cidade dos Arcebispos foi ontem invadido por milhares de adeptos do Tottenham. Os britânicos instalaram-se na Avenida Central, tomaram banho no chafariz, entoaram cânticos e beberam muito, muito mesmo. Litros e mais litros, melhor, galões (um galão corresponde a 4,5 litros) de cerveja.
Por causa da sede dos apaniguados dos spurs, os donos do centenário Café Vianna, instalado em frente ao lago ontem transformado em piscina, tiveram de pedir reforços... de cerveja! Várias vezes...
Quem passou pelo local lembrou-se, certamente, das Monumentais Festas do Enterro da Gata, festividade dedicada aos estudantes da Universidade do Minho que, por norma, acontece em Maio. Pelos vistos, o enterro foi antecipado para Março, e com um toque bem britânico.
A noite foi dura — os adeptos da turma em que milita Ricardo Rocha celebraram efusivamente a eliminação do Arsenal da Liga dos Campeões — mas, logo pela manhã, as beers já rodavam nas mesas. O dia estava soalheiro e, por isso, ainda mais convidativo, na visão british, claro está, à presença de álcool.
Apetrechados com cachecóis e bandeiras do Tottenham, os milhares de seguidores dos spurs instalaram as suas tarjas no edifício central da Avenida Central, na Arcada, que ontem mais parecia uma sede do emblema britânico.
A meio da tarde, o grosso dos adeptos começou a rumar à pedreira, entoando cânticos de apoio aos spurs, sempre vigiados pelas forças de segurança.


CHELSEA, FC PORTO E QUASE 13 MIL

Ingleses disfarçam  


O Estádio Municipal de Braga registou, ontem à noite, uma boa casa, a melhor em jogos da UEFA. Na pedreira estiveram ontem 12904 adeptos, sendo que perto de perto de quatro mil eram ingleses. A SAD bracarense não adiantou números, mas é certo que os cofres bracarenses devem ter ficado bem recheados.
Por falar em milhões, refira-se que nas bancadas do Municipal esteve um emissário do Chelsea, e também representantes do FC Porto, Beira-Mar (conjunto que no domingo visita a pedreira) e V. Setúbal.


ROCHA GOSTARIA DE REENCONTRAR ENCARNADOS


Benfica... na final



O central do Tottenham, Ricardo Rocha, regressou a uma casa que bem conhece. Chegou à pedreira com a comitiva dos ingleses e sentou-se no banco ao lado dos suplentes. Não festejou os golos da sua equipa e no final, deu um imenso abraço ao seu ex-companheiro de equipa no Sp. Braga, Paulo Jorge. «Foi um bom resultado. Ganhar fora é sempre bom, mas nada está ainda resolvido. O Sp. Braga provou que é uma grande equipa e vai a Inglaterra para discutir a eliminatória», destacou o central, que em Janeiro deixou o Benfica para abraçar uma aventura no futebol britânico. «Gostaria de encontrar o Benfica na final, seria, decerto, um jogo fantástico», finalizou.



In A Bola


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Sonho quase desfeito


Será difícil ao Braga garantir, pela primeira vez na história, o apuramento para os quartos-de-final da Taça UEFA, depois da derrota sodrida ontem, na primeira mão da eliminatória com o Tottenham (2-3). Numa partida que teve à sua volta o ambiente das grandes noites europeias, proporcionado pelos milhares de ingleses que se deslocaram a Portugal e também pelo apoio que os adeptos bracarenses deram à sua equipa, os "spurs" chegaram ao triunfo no último minuto, e só um milagre poderá dar o apuramento aos portugueses no jogo da próxima quarta-feira, em White Hart Lane.

O jogo de ontem trouxe a Braga o primeiro verdadeiro sabor da alta competição continental, porque o Tottenham tem argumentos que as equipas derrotadas anteriormente pelos minhotos em casa durante a prova (Chievo, Slovan Liberec, Grasshoppers e Parma) não possuem. Os arsenalistas encontraram problemas que ainda não lhe tinham sido postos na Taça UEFA, sobretudo a nível defensivo, porque Berbatov, Robbie Keane e Lennon são jogadores de alto nível. O internacional búlgaro brilhou no primeiro tempo, mas seria o irlandês a decidir a partida.

Foi muito a custo que a equipa portuguesa sobreviveu a uma primeira parte bastante difícil, ao longo da qual se sucederam as ocasiões de perigo junto da baliza de Paulo Santos. O guarda-redes dos bracarenses esteve impecável e, com uma série de defesas soberbas (contaram-se, pelo menos, quatro remates com selo de golo, todos travados pelo internacional português), impediu os londrinos de marcar.

Jorge Costa apostou, de início, num meio-campo inédito e de baixa estatura, com Andrade, Castanheira e João Pinto encarregues de vigiar o miolo dos "spurs" e ainda de dar uma ajuda ao ataque. O Braga bateu-se bravamente e foi respondendo ao maior domínio dos londrinos, usufruindo, também, de algumas oportunidades. Sempre que conseguiram trocar a bola junto à relva e jogar pelos flancos, os anfitriões criaram problemas aos defesas ingleses, muito superiores do ponto de vista físico, mas longe de serem intransponíveis, como se tem provado durante a época na Premier League.

A segunda parte parecia a caminho de ser diferente, já que o Braga surgiu mais atrevido e até esteve perto de marcar primeiro, num grande trabalho individual de Zé Carlos, que ficou a milímetros do golo num remate acrobático. O problema é que o ataque do Tottenham é um perigo permanente e, num lance construído por Lennon, Robbie Keane ganhou espaço para rematar, conseguindo finalmente bater Paulo Santos, que ainda não tinha sofrido golos em casa nesta edição da Taça UEFA.

Faltava ainda mais de meia-hora para jogar, que acabou por ser emocionante. Os ingleses marcaram o 2-0, sem grande surpresa, por Malbranque, após mais uma grande jogada de Lennon, mas um penálti sofrido por Diego, que entrara para o lugar de Wender, ressuscitou o Braga. Paulo Jorge converteu o castigo máximo, na recarga a um primeiro remate defendido por Robinson, e a equipa portuguesa ganhou ânimo. O empate chegou pouco depois, num cabeceamento imparável do brasileiro Zé Carlos, que fez esquecer a diferença de altura relativamente aos defesas britânicos, e deixou a eliminatória em aberto. Nos descontos, e quando o empate parecia inevitável, Robbie Keane voltou a facturar, complicando imenso a tarefa ao Braga para a partida da próxima semana, em Londres.




"Vai ser difícil o Braga ganhar em Londres"


Jorge Costa reconheceu que o Braga cometeu alguns erros



"O futebol é apaixonante porque não tem impossíveis", afirma Zé Carlos, ponta-de-lança do Braga, como que a avisar o Tottenham de que não perde nada pela demora . O treinador da equipa minhota, Jorge Costa, parece mais resignado "Vai ser muito difícil ganhar em Londres".

Uma desilusão profunda apoderou-se da equipa arsenalista nos últimos instantes do jogo. Aquele golo de Robbie Keane foi uma anticlímax minhoto, ainda para mais ferido de ilegalidade, porque o jogador irlandês estava em fora-de-jogo. "Na altura em que começávamos a acreditar que podíamos ganhar, sofremos o terceiro golo... Tivemos a eliminatória completamente perdida, conseguidos empatar e ter tudo em aberto. E acabámos por perder. Continua tudo em aberto, mas muito mais favorável ao Tottenham", lamenta Jorge Costa.

Mais do que no erro do apito e na ilegalidade do terceiro golo londrino, Jorge Costa prefere justificar a derrota com os erros próprios e com os méritos alheios "Na primeira parte, tivemos algumas, mesmo bastantes, dificuldades e cometemos alguns erros. Na segunda parte, melhorámos, mas há que ver, sobretudo, que, do outro lado, estava uma equipa poderosíssima".

Verificados os danos, o treinador do Braga ainda não atira a toalha ao chão, verifica que "no futebol não há impossíveis", mas também reconhece que "será difícil ganhar em Londres".

Zé do Golo tem mais fé "Faltam 90 minutos. Da mesma maneira que eles ganharam aqui, também nós podemos ir a Londres e vencer".



In JN
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Kintaro

VENHA UM MILAGRE EM WHITE HART LANE

O Sporting de Braga está mais longe dos quartos-de-final da Taça UEFA, depois de ter sido ontem derrotado em casa pelo Tottenham, que foi claramente superior e justificou um triunfo que chegou nos descontos.

Jorge Costa fez quatro alterações relativamente ao onze que apresentou no Dragão, colocando Carlos Fernandes no flanco esquerdo da defesa por troca com Jorge Luiz, enquanto o meio-campo ganhou características mais ofensivas com a titularidade de João Pinto em detrimento de Frechaut. No ataque, o recuperado Wender «atirou» Cesinha para o banco, enquanto Bruno Gama foi aposta para ocupar o lugar de Diego Costa.
Um onze para corresponder ao «atrevimento» que o treinador anunciou pretender da equipa, de forma a construir um resultado que permitisse uma situação de vantagem no encontro da segunda mão. No entanto, a equipa portuguesa não foi capaz de ganhar a luta a meio-campo, claramente superada a nível físico pelos ingleses, que tiveram na velocidade do costa-marfinense Didier Zokora uma mais-valia, criando muitos desequilíbrios.
O domínio dos visitantes ficou evidente logo nos primeiros minutos, com o avançado Berbatov – o búlgaro esteve muito em jogo, quer a rematar à baliza quer a servir Robbie Keane e os médios que também apareciam com frequência na frente – a rematar às malhas laterais logo ais cinco minutos, só com Paulo Santos pela frente, depois de ter ludibriado a defesa da casa.
O guarda-redes bracarense seria chamado a intervir ainda antes da primeira oportunidade para o Braga, que chegou com um remate de Bruno Gama que Paulo Robinson não conseguiu segurar, tendo a recarga de Wender saído sem direcção.
Até ao intervalo, os minhotos só remataram mais duas vezes à baliza, ambas por Bruno Gama, mas o guarda-redes da selecção inglesa nem teve de se aplicar a fundo para manter a baliza por «estrear». O mesmo não pode dizer Paulo Santos, que só com Robbie Keane pela frente (isolado por um passe de Berbatov) conseguiu desviar para canto a «bomba» do avançado irlandês. Grande defesa! E logo a seguir, mais uma, desta vez a remate do búlgaro, que com um remate na passada atirou forte mas à figura, permitindo ao «keeper» defender com os pés.

Finalmente golos
Iniciada a segunda parte, o Braga teve nos pés de Zé Carlos a sua melhor ocasião de golo, mas o remate à meia volta saiu ligeiramente ao lado. Não marcou o Braga, marcou o Tottenham. Lennon subiu pelo flanco esquerdo, passou entre Luís Filipe e Andrade e serviu na perfeição Robbie Keane, que no meio de três jogadores do Braga amorteceu de peito e atirou sem hipótese para Paulo Santos. Sem capacidade para reagir, o Braga continuou na pele de dominado, tendo Jorge Costa tentado inverter a tendência do jogo com as entradas em simultâneo de Cesinha e Diego Costa, mas seria o Tottenham a ampliar a vantagem através de Malbranque, que fez a recarga a um remate de Lennon que Paulo Santos não segurou.
Passados apenas três minutos, os portugueses reduziram para 2-1na marcação de uma grande penalidade a castigar falta (duvidosa) na área sobre Diego Costa, tendo Paulo Jorge permitido a defesa a Robinson, mas na recarga atirou a contar, a 15 minutos dos 90.
Empolgada pelo golo e com a «estrelinha» do seu lado, a equipa da casa chegou ao empate a nove minutos do fim, com Zé Carlos a cabecear para o fundo das redes um cruzamento de Castanheira num livre indirecto. Os adeptos empolgaram-se e voltou a gritar-se pelo Braga nas bancadas, mas já nos descontos Robbie Keane voltou a marcar, deixando a eliminatória praticamente decidida, na sequência de um lance em que dá a ideia de que partiu de posição irregular.

in O Norte Desportivo Online