NOTÍCIAS DO ENORME DO DIA 05/11

[Bruno3429]

Abel Ferreira: "O que queremos é repetir o resultado do ano passado"
Joana Russo Belo

Na memória está ainda o golo de Wilson Eduardo que deu o triunfo, na época passada, ao SC Braga frente ao Sporting, com Abel Ferreira no comando da equipa de forma interina, após a saída de José Peseiro. Quase um ano depois, o técnico volta a Alvalade no cargo principal, numa das melhores fases do campeonato, com cinco vitórias consecutivas, e de olhos postos em festejar novamente os três pontos em casa da equipa leonina.

"O que queremos é, se possível, repetir o resultado do ano passado, sabendo que o trabalho é duro, que o nosso adversário está motivado, mas temos os nossos argumentos e recursos. E, dentro dos nossos recursos, tudo iremos fazer para vencer o jogo, é esse o nosso intuito", frisou o treinador arsenalista, na conferência de antevisão ao jogo, em Lisboa.
Reconhecendo a superioridade do adversário, Abel não se alongou na análise à equipa leonina: "o Sporting tem talvez o melhor plantel dos últimos 15 anos e talvez o melhor treinador dos últimos 15 anos".

Os Guerreiros do Minho entram em campo depois de um curto tempo de descanso após o jogo da Liga Europa, na Bulgária - pouco mais de 72 horas - situação que o treinador desvalorizou.

"Faz parte do nosso processo, nós não arranjamos desculpas, queremos é soluções. Temos a força da nossa ambição, a força da nossa superação, temos o carácter e vontade de vencer dos nossos jogadores e é isso que vamos procurar amanhã [hoje], independentemente do tempo de recuperação ser maior ou menos, já faz parte de nós e isso não serve de desculpa", realçou o técnico, deixando claras as metas da equipa.

"Amanhã [hoje] entraremos em campo desde o primeiro segundo para vencer. Somos uma equipa com carácter, identidade, que lida com a adversidade, que sabe que para ter sucesso só com trabalho diário duro. Se queremos ser felizes no futuro, temos de trabalhar forte no presente e é o que vamos fazer amanhã [hoje]".

Sem revelar se irá mudar a equipa, Abel garante que "jogue quem jogar vamos entrar firmes e fortes em busca da vitória". "Em termos de gestão do grupo e dos recursos, temos valorizado, desde o primeiro dia, que as pessoas se identifiquem com a nossa forma de jogar, porque um dos compromissos que assumi é valorizar o espectáculo. Sei que ao valorizar o espectáculo, valorizo os jogadores e ao valorizar os jogadores estou a valorizar o clube", rematou.

Correio do Minho

[Bruno3429]

Sporting recebe Braga em Alvalade
Sem tempo a perder
Texto por Rodrigo Coimbra

A vitória do FC Porto na receção ao Belenenses (2x0) não deixou grande margem de manobra à equipa de Jorge Jesus, que se encontra à partida para este encontro a cinco pontos de distância do líder do Campeonato.
O Sporting recebe o Braga depois da jornada europeia a meio da semana que determinou um maior período de descanso aos leões. O clube de Alvalade recebeu a Juventus na terça-feira, enquanto os bracarenses visitaram o Ludogorets na quinta. Ou seja, menos 48 horas de descanso para a equipa de Abel Ferreira.

Ainda assim, o Sporting tem um problema significativamente mais difícil de resolver do que o Braga. Mathieu e Piccini são novamente baixas garantidas para o duelo da 11.ª jornada e William Carvalho e Fábio Coentrão também estão em dúvida até à hora do jogo, algo que vai obrigar Jesus a mexer no onze base mais uma vez.

Quem acompanha Bas Dost?
Bruno Fernandes ou Podence. Esta é possivelmente uma das dúvidas do treinador do Sporting à partida para o encontro com o Braga. Bas Dost parece ter o lugar garantido na frente, resta saber se vai contar com o médio ou com o avançado ao lado.

No lado do Braga, o onze escolhido por Abel Ferreira é sempre uma incógnita. Fransérgio parece ser o nome mais consensual na equipa inicial, mas as inúmeras soluções para as restantes posições parecem infinitas e permitem ao jovem treinador mudar a equipa e manter a qualidade.

A última visita do Braga a Alvalade foi surpreendente, ao ponto de Abel Ferreira, então treinador interino da equipa minhota, ter conquistado os três pontos no reino do leão. Será possível repetir a façanha?

A diferença passa por...

Sporting
Bas Dost
Várias vozes chegaram a apontar uma crise de rentabilidade ao avançado holandês. Resposta? Quatro golos nos últimos dois jogos na Liga portuguesa. Bas Dost parece apostado a regressar aos bons momentos e pode ser ele a chave para desbloquear o encontro com o Braga.

Braga
Fransérgio
É o único jogador do plantel do SC Braga que alinhou em todos os 21 jogos já realizados pelos minhotos esta temporada. Desde logo, percebe-se nesses números a importância do médio brasileiro nas contas de Abel Ferreira. Será novamente o patrão em Alvalade do meio-campo arsenalista e pode desequilibrar a balança.

Zerozero

[JotaCC]

"Sp. Braga vem jogar como equipa grande"
Sporting Jesus elogia adversário desta noite



O treinador do Sporting, Jorge Jesus, na antevisão à receção ao Sp. Braga (20.15 horas, SportTV1), deixou elogios ao adversário, mas vincou a necessidade de voltar a somar três pontos no campeonato e manter a perseguição ao F. C. Porto. "O Braga em termos de estrutura não fica atrás de nenhum grande. Todos os anos tem vindo a crescer. Os jogadores do Braga estão cientes do seu valor e vêm jogar aqui como equipa grande", atirou Jorge Jesus, salvaguardando: "Temos de arranjar soluções e argumentos para vencer".
E para assegurar a vitória, o treinador leonino rejubilou com a ausência de problemas físicos após o empate com a Juventus. "Nenhum jogador teve um problema físico", afirmou, referindo, no entanto, que ainda não sabia se podia contar com Fábio Coentrão e William Carvalho: "Não há certeza absoluta". Já sobre os dois lesionados garanti- dos, os defesas Mathieu e Piccini, Jesus assumiu que a paragem para jogos de seleções chegou em boa hora. "É o melhor momento. Vai dar tempo para os lesiona- dos recuperarem", atirou.


"Ambição de vencer"

O treinador da equipa minhota relativiza os apertos do calendário – entre o jogo de anteontem (1-1, com o Ludogorets) e o de hoje, em Alvalade, decorrerão só 72 horas – e diz que quer levar os três pontos do desafio com o Sporting, na 11.ª jornada da Liga.
"Essa tem sido a nossa realidade desde o início da época. É pena só ser valorizada agora. Não arranjamos desculpas, queremos soluções e temos a ambição de vencer, independentemente de o tempo de recuperação ser maior ou menor. Vamos entrar em campo, desde o primeiro segundo, a trabalhar forte para podermos ser felizes", diz Abel Ferreira.
Em Alvalade, o treinador do Braga não poderá contar com o lateral esquerdo Jefferson, que está emprestado pelo Sporting, pelo que terá de mexer na defesa. Marcelo Goiano muda de flanco e Ricardo Esgaio, que tem jogado a ala, recuará para lateral direito.
Em relação ao jogo com o Ludogorets, Abel ainda poderá proceder a algumas alterações. Entre Fábio Martins, João Teixeira e os manos Horta poderão surgir as novidades no onze titular para o duelo com o leão.

JN

[JotaCC]

"Somos atrevidos e gostamos do risco"
Abel Ferreira dissertou sobre a filosofia ofensiva que pretende pôr em prática esta noite no Estádio José Alvalade

Se alguém acreditava numa equipa bracarense que viesse a Lisboa com postura de equipa pequena bem que pode, a acreditar no comandante arsenalista, tirar essa ideia da cabeça

O Braga está numa série de cinco vitórias consecutivas para o campeonato, quatro das quais pela margem mínima, o que não significa obrigatoriamente que estejamos na presença de uma equipa resultadista. O treinador bracarense, pelo menos, garante que uma das suas grandes preocupações é proporcionar bons espetáculos a quem assiste aos jogos. "Queremos valorizar o espetáculo, porque sei que, ao valorizá-lo, valorizo também os jogadores. E também sei que, ao valorizar os jogadores, estou a valorizar o clube", afirmou Abel Ferreira durante a antevisão do duelo com o Sporting, em conferência na Costa da Caparica, cidade costeira próxima de Lisboa que acolheu os bracarenses desde a chegada da Bulgária. "Quem vê o Braga jogar vê uma equipa que cria, em todos os jogos, oportunidades para marcar. Temos uma forma de jogar atrevida, arriscada e atraente. E corremos riscos, ao expormo-nos à transição do adversário", disse, consciente dos perigos que por vezes corre.
Mas essa filosofia ofensiva Abel Ferreira surgiu também na resposta a um acordo com António Salvador. "Comprometi-me a que, quem veja o Braga, se identifique com a nossa forma de jogar", insistiu, completando depois: "Foi para isso que o nosso presidente nos escolheu e é isso que vamos continuar a fazer. Vamos trilhar o nosso caminho, sabendo que vão aparecer pedras duras, como é o caso deste jogo com o Sporting. Mas, tenho a certeza absoluta de que todos juntos somos mais fortes e de que todos juntos estaremos mais próximos de vencer."
Abel lembra que o processo está ainda incompleto, mas que revela melhorias a cada dia que passa: "Temos melhorado os processos. Somos uma equipa muito jovem, mas ambiciosa ao mesmo tempo. Temos muitos jogadores novos e a cada jogo que passa estamos melhores. Temos aqui mais uma grande oportunidade para nos desafiarmos e percebermos o nível em que realmente estamos."



"Melhor Sporting em 15 anos"
Abel começou por dizer que não analisava o Sporting, mas acabou por fazer duas considerações

Questionado sobre o valor do Sporting – onde esteve durante mais de oito anos, como jogador e treinador – Abel avisou logo que não queria fazer grandes considerações. "Do Sporting só vou dizer isto: tem, talvez, o melhor plantel dos últimos 15 anos e, muito provavelmente, o melhor treinador dos últimos 15 anos." Apesar da opinião, o técnico aludiu em seguida ao resultado da última época – uma vitória por 1-0 na sua estreia à frente da equipa principal dos arsenalistas: "E vou ficar por aqui. Cada jogo é único e irrepetível, mas queremos repetir o resultado da época passada, sabendo que o nosso adversário está motivado."
Abel deixou ainda entender que pode rodar alguns elementos, uma vez que "nesta equipa não há titulares", tendo ainda comentado sobre o menor tempo de recuperação em relação ao Sporting (72 horas o Braga e 120 os leões): "Nós não arranjamos desculpas, queremos é soluções. Temos a força da nossa ambição e temos a força da nossa superação. Temos o carácter e a vontade de vencer dos jogadores e é isso o que vamos tentar fazer amanhã [hoje],independentemente do tempo de recuperação ser maior ou menor", finalizou.

O JOGO

[JotaCC]

ABEL MAIS CRIATIVO ARMADILHA O LEÃO
Técnico tem "estratégia" pronta e realça "força da ambição, superação e caráter" dos jogadores

O tema do tempo de descanso entre a Liga Europa e o campeonato tem dado que falar esta semana, mas Abel Ferreira lamenta... que "só agora se fale nisso"! O treinador do Sp. Braga garante que a margem de repouso inferior à do Sporting "não serve de desculpa" para os seus jogadores e que estes até já estão habituados. "Desde agosto que isso acontece. Faz parte. Não arranjamos desculpas. Para lá do cansaço, temos a força da nossa ambição, superação e caráter. Entraremos com personalidade desde o primeiro segundo, pois se queremos ser felizes é assim que temos de trabalhar", prometeu o antigo lateral direito de bracarenses e leões. No entanto, Abel assume que o facto de ter apenas dois dias para trabalhar, entre os compromissos na Bulgária e em Alvalade, obriga a alguma 'imaginação' para esbater as diferenças: "É verdade que tendo apenas dois dias temos de ser criativos no treino para conseguir armadilhar o adversário. Mas temos a nossa estratégia e vamos tentar colocá-la em prática." E quanto à necessária gestão do plantel para fazer face às diversas frentes, o técnico volta a frisar que, na sua equipa, "não há titulares". "Jogue quem jogar, vamos entrar firmes e fortes", disparou, antes de colocar o acento tónico no processo de jogo: "Desde o início que um dos nossos objetivos é praticar um bom futebol. Queremos que as pessoas se identifiquem com a nossa forma de jogar porque isso valoriza os jogadores e o próprio clube."
Um pilar essencial "para quem quer andar nos quatro primeiros". E nem a escassez de tentos que se seguiu à goleada sobre o Estoril preocupa. "Criamos oportunidades em todos os jogos. Temos vindo a melhorar o nosso processo aos poucos", justificou, antecipando mais "uma oportunidade e um desafio" para ser escrutinado "o nível em que o Sp. Braga se encontra", concluiu Abel Ferreira na Aldeia dos Capuchos, junto à Costa da Caparica, onde o grupo arsenalista assentou arraiais após a chegada da Bulgária.


Repetir o feito do ano passado

Há pouco menos de um ano, o Sp. Braga do então interino Abel surpreendeu ao vencer em Alvalade por 1-0, praticamente sentenciando as aspirações dos leões de chegarem ao título (ficaram a oito pontos do Benfica). E, este ano, o técnico não enjeita a possibilidade de repetir a façanha. "Sabemos que, no futebol, não existem dois jogos iguais mas, se possível, queremos repetir o resultado do ano passado. Dentro dos nossos recursos, tudo faremos para levar os três pontos para Braga", asseverou.


Melhor Sporting desde 2002

Ainda antes de qualquer pergunta concreta sobre os leões, Abel Ferreira avisou logo que não iria alongar-se sobre o rival. "Vou já dizer-vos tudo o que tenho a dizer sobre o Sporting e, depois disso, não me perguntem mais nada porque não vou responder", disparou. "Esta época, o Sporting tem, talvez, o melhor plantel dos últimos 15 anos e o melhor treinador do mesmo período", analisou o antigo leão que esteve com Jesus em Braga.

RECORD

[JotaCC]

A posição de "responsabilidade" onde Portugal teme pelo futuro
Os quatro que deverão marcar presença na Rússia têm uma média de 33,5 anos. Fernando Santos começa a testar mais jovens

Se tudo correr com normalidade (ou seja, não existirem lesões graves ou quedas abruptas de forma), Portugal vai apresentar-se no Mundial da Rússia, em junho do próximo ano, com um quarteto de centrais, o habitualmente escolhido por Fernando Santos (Pepe, José Fonte, Bruno Alves e Luís Neto), a ostentar uma respeitável média de 33,5 anos – e isto sem contar com o campeão europeu Ricardo Carvalho, já quase quarentão mas ainda em atividade no futebol chinês. Mesmo considerando que essa é uma posição em que a experiência é mesmo um posto, não deixa de ser preocupante a avançada idade dos homens que têm como missão proteger o guarda-redes e garantir solidez defensiva à equipa – sobretudo porque não se pode esperar que estes consigam prolongar a carreira ao mais alto nível durante muito mais tempo.
Com dois particulares, frente a Arábia Saudita e Estados Unidos, à porta, o selecionador nacional tinha uma boa oportunidade para testar novas soluções e não deixou de o fazer: do citado quarteto habitual chamou apenas Pepe e Luís Neto; como novidades, havia a expectativa em relação ao benfiquista Rúben Dias, a grande revelação deste início de temporada nessa posição, mas Santos convocou antes Edgar Ié (que fez um belíssimo Europeu de sub-21 no verão e está agora nas mãos do afamado argentino Marcelo Bielsa, em Lille) e Ricardo Ferreira (que tem estado ultimamente nas opções de Abel Ferreira, em Braga, depois de uma grave lesão e de ter cumprido um programa de fortalecimento muscular no início da temporada).
Dois jogadores com passagem pelas camadas jovens das equipas nacionais (42 vezes no caso de Ié, 22 no do bracarense – fator, aliás, comum a todos os centrais que estiveram em grandes competições desde 2000, exceto, por razões óbvias, Pepe) e que começam a entrar na idade em que já acumularam experiência suficiente para chegarem ao ponto de representarem a equipa das quinas. Com 23 e 24 anos (terão mais um na altura do Mundial), estão perto da idade em que os atuais donos da posição começaram as respetivas carreiras na equipa A (ver quadro). "É preciso cuidado" Jorge Andrade, antigo internacional, considera normal esta demora em surgirem novos nomes, pois esta é "uma posição com muita responsabilidade". "Daí os treinadores demorarem a fazer essa renovação. Há outros colegas que podem fazer esse lugar, mas, com 20 e poucos anos, não dão as mesmas garantias aos clubes. E agora, por exemplo, nos grandes só há praticamente estrangeiros, embora tenha aparecido o Rúben Dias no Benfica. É como o posto de guarda-redes, é preciso ter muito cuidado. Ou são prodígios e são logo vendidos ou, se corre mal...", acrescenta o antigo defesa de Estrela da Amadora, FC Porto, Deportivo e Juventus, antes de lembrar: "Eu próprio só entrei para a seleção aos 23 anos e correu bem, mas tinha muitos colegas com experiência ao lado, como Fernando Couto, Jorge Costa, Paulo Madeira ou Hélder."
Aliás, é preciso não esquecer que os habituais convocados de Fernando Santos só se estrearam na seleção A com 24 anos ou mais – sendo que José Fonte só o conseguiu mesmo com 30 –, o que demonstra bem a validade da ideia defendida por Jorge Andrade.
O atual comentador vê assim com bons olhos a chamada de Ié e Ricardo Ferreira para estes dois encontros, reconhecendo-lhes capacidade para um dia se imporem definitivamente entre os convocados. "Logicamente, podem chegar ao patamar exigido. O Edgar Ié já demonstrou que também pode fazer de lateral direito. Além de central, é um jogador versátil, enquanto o Ricardo Ferreira é mais específico", referiu, antes de avançar com outros nomes que podem vir a ser aposta num futuro mais ou menos próximo: "Além do Rúben Dias, há o Rúben Semedo, que também pode fazer de médio centro, o Tobias Figueiredo e aqueles que estamos sempre à espera que deem o passo em frente, como o André Pinto. Creio que será à volta disso." Rodar lá fora Uma hipótese de ganhar rodagem passa pela ida para outras paragens. Foi no estrangeiro que nomes como José Fonte (atualmente no West Ham, depois de se ter finalmente imposto no Southampton e na mui competitiva Premier League) ou Luís Neto (depois de uma passagem pelos russos do Zenit de
São Petersburgo é agora jogador dos turcos do Fenerbahçe) conseguiram o reconhecimento e a experiência que lhes faltava no futebol português.
E não faltam, entre os novos nomes, quem tenha arriscado esse salto. Já se referiu Edgar Ié (que até tinha estado nos bês do Barcelona e do Villarreal antes de viajar para o Norte de França, com passagem pelo Restelo), mas pode acrescentar-se a este lote Tiago Ilori (nos ingleses do Reading), Frederico Venâncio (no Sheffield Wednesday, de Carvalhal), Paulo Oliveira (nos espanhóis do Eibar e único a já ter chegado à seleção principal, embora num particular de má memória com Cabo Verde), João Sousa (na Polónia), João Queirós (nos alemães do Colónia), Rúben Semedo (no Villarreal) ou mesmo os mais experientes Pedro Mendes (no Montpellier) ou Miguel Vítor (em Israel, no Hapoel Beer'sheva)
"Como já disse, esta é uma posição em que se tem de ter calma a lançar os jovens e não ligar tanto aos resultados. Como é óbvio, os três grandes e os que jogam para a Europa, como o Sp. Braga ou o Vitória de Guimarães, têm de os apresentar no imediato, daí esses jogadores terem de ir rodar para outros clubes para ficarem mais fortes", salienta Jorge Andrade. Esperança em Rúben Dias Por tudo isto, a já referida "promoção" de Rúben Dias à equipa principal do Benfica é uma boa notícia para o futuro do futebol português. Já com oito jogos oficiais efetuados com a camisola encarnada, incluindo quatro na Liga e dois na Liga dos Campeões, o jovem central, de 20 anos, tem dado nas vistas pela sobriedade que apresenta em campo, sendo inclusivamente muito elogiado por Nemanja Matic após o jogo frente ao Manchester United, em Old Trafford: "É muito bom, muito forte e sabe ter a bola. Vai ser um jogador de topo."
Se assim será, ainda é cedo para dizer, até porque não faltam casos de atletas que não conseguem manter o alto nível exigido durante muito tempo – o problema não é chegar ao topo, é conseguir ficar lá. Tendo passado toda a carreira no clube da Luz (onde chegou em 2008, obtendo um título de campeão de juniores B), o defesa tem merecido a confiança de Rui Vitória, depois de ganhar "calo" na competitiva II Liga. Estreou-se no Bessa num jogo de má memória para a sua equipa, mas soube aproveitar as ausências das habituais escolhas do técnico para ir marcando posição. E, além do mais, tem um historial de respeito nas seleções jovens, nas quais soma 61 internacionalizações (nos dois últimos anos esteve presente nas fases finais do Europeu de sub-19, em 2016, e no Mundial de sub-20, já em 2017) – número só superado por Tobias Figueiredo (66), que é um bom exemplo das dificuldades de afirmação numa posição tão exigente quando se sobe ao patamar mais elevado.
O jovem leão, apesar de ter ficado no plantel depois de um ano emprestado ao Nacional (e de duas temporadas em que somou alguns jogos pelos verde e brancos), só foi, para já, utilizado na Taça da Liga. Outros nomes Mas nas convocatórias dos mais novos há outros nomes que podem muito bem chegar ao topo no médio e longo prazo. Como a dupla constituída por João Nunes e Domingos Duarte, que mostrou um excelente entendimento no Mundial de sub-20 disputado na Nova Zelândia – o primeiro, formado no Seixal, joga agora na Polónia; o segundo continua ligado aos leões, estando emprestado ao Desp. Chaves, depois de passar também pelo Belenenses. Ou a formada pelos Diogos (Queirós e Leite), campeã da Europa de sub-17 em 2016, que continuam a evoluir nos bês dos dragões e que pode retomar uma espécie de tradição de bons centrais formados no FC Porto, entretanto perdida nos últimos tempos.
"Isso tem a ver com as apostas que têm sido feitas. Por exemplo, o Julen Lopetegui preferiu ter Martins Indi, Iván Marcano e José Ángel, não apostou no mercado nacional. E assim não há milagres. Os colegas que estavam no FC Porto B não tiveram passagem direta para a equipa principal, daí não se ter feito essa renovação. Antigamente, a aposta era feita no mercado nacional e em jogadores fortes. Apareceu o Fernando Couto, depois o Jorge Costa, que se juntaram aos brasileiros como o Aloísio... Mais tarde é que surgiram Ricardo Carvalho, Ricardo Silva, Ricardo Costa, eu, Bruno Alves... Creio que é apenas uma questão conjuntural da política do clube", explicou Jorge Andrade para justificar esse "eclipse".

Ricardo Ferreira
› 24 anos › Sp. Braga › Uma surpresa de Fernando Santos nesta convocatória, o central nascido no Canadá passou pela formação do FC Porto e impõe-se no Sp. Braga, já recuperado de uma grave lesão.

DN

[JotaCC]

RONCAGLIO FECHOU A BALIZA
Benfica ganha em Braga e chega-se à frente. Pirotecnia causou confusão entre adeptos encarnados

Numa tarde em que os adeptos proporcionaram um caloroso apoio às duas equipas, o Benfica venceu o Braga/AAUM por 2-0. Na primeira parte foi visível a qualidade das duas formações que conseguiram causar várias situações de perigo, com os guarda-redes a revelarem-se intransponíveis. Numa partida com muita intensidade, foram os encarnados a aproveitar o mau posicionamento bracarense para inaugurar o marcador através de Rafael Hemni, aos 13'. Depois de sofrer o golo, os arsenalistas foram atrás do prejuízo, mas pela frente tinham Roncaglio, que teve uma tarde de sonho. No tempo complementar, o jogo continuava a desenrolar-se com muita velocidade, mas, mais uma vez, com a formação encarnada a ser superior e ampliar a vantagem através de Fábio Cecílio, que surpreendeu Vasco Ribeiro, com um remate forte de pé direito. Mesmo a perder, o finalista vencido da época passada tentou mostrar que tinha argumentos para conseguir outro resultado, no entanto, muito por culpa de Roncaglio, não conseguiu materializar as oportunidades criadas. Com esta derrota, o Braga desce ao quarto lugar, ultrapassado pelo Modicus. A partida também ficou marcada por confrontos na bancada afeta ao Benfica, ainda na primeira parte, que obrigou à paragem do jogo cerca de três minutos. Tudo aconteceu depois de um adepto ter sido detido pela GNR, proporcionando alguns desacatos.

O JOGO

[JotaCC]

CONFRONTOS PARAM JOGO EM BRAGA
CONFUSÃO. Autoridades tiveram de intervir para serenar os ânimos exaltados dos adeptos. Houve carga policial e muito fumo nas bancadas

Adeptos do Benfica arremessaram cadeiras e um pote de fumo durante jogo do campeonato

PARTIDA ESTEVE INTERROMPIDA DURANTE 3 MINUTOS, QUANDO AINDA NÃO TINHA HAVIDO QUALQUER GOLO

O aguardado jogo entre Sp. Braga e Benfica, que reeditou a disputada meia-final do playoff da época passada (em que os guerreiros do Minho eliminaram os encarnados) decorreu com desportivismo e fair play... dentro das quatro linhas.
Nas bancadas, praticamente lotadas, o ambiente acabou por ficar estragado, devido a cenas lamentáveis na zona reservada aos adeptos benfiquistas, que entraram em confrontos com os agentes da autoridade e com os outros elementos afetos ao clube lisboeta, levando mesmo à interrupção do encontro durante algum tempo. Tudo aconteceu ao minuto 11 da partida disputada em Gualtar, depois de um adepto afeto ao Benfica ter sido detido pela GNR, gerando-se, a partir daí, um momento de grande tensão, com algumas cadeiras e uma pote de fumo a serem arremessados para dentro do terreno de jogo, onde estavam jogadores e árbitros.
A intervenção da GNR acabou por acicatar os ânimos, com alguns adeptos a fugirem para a zona reservada à comunicação social, sem que aí se registasse qualquer incidente.
Ataque travado
Em campo o jogo ainda estava 0-0 quando tudo aconteceu. O Sp. Braga recuperava a bola e iniciava uma jogada de ataque que acabou interrompida, sem que os jogadores percebessem a razão. De imediato os protagonistas perceberam o que se passava na bancada e aguardaram que os ânimos arrefecessem. Os técnicos Joel Rocha e Paulo Tavares aproveitaram a pausa forçada para dar algumas instruções aos atletas, enquanto a equipa de arbitragem tentava assegurar que estavam reunidas as condições de segurança necessárias para que se voltasse ao jogo. O duelo acabou por ser retomado passados 3 minutos, mas antes disso ainda foram registadas algumas agressões entre adeptos das águias, rapidamente sanadas pelos agentes presentes no Pavilhão da Universidade do Minho.


Benfica mostra galões

Num jogo de elevado grau de dificuldade, o Benfica cumpriu a sua parte e colocou em campo o estatuto natural de candidato ao título, somando 3 pontos na casa do vice-campeão Sp. Braga. Com um início equilibrado e algumas jogadas interessantes de parte a parte, os encarnados adiantaram-se no marcador aos 13', num remate fulminante de Henmi ao ângulo da baliza arsenalista. O Sp. Braga reagiu bem e também teve dois bons lances para empatar o duelo, com Bruno Cintra e Marinho a não conseguirem acertar no alvo.
Até ao intervalo, os comandados de Joel Rocha voltaram a acelerar e Deives esteve perto de deixar a sua marca, mas Vasco Ribeiro tapou bem a baliza ao brasileiro.
A vencer pela margem mínima, na reentrada, o Benfica ameaçou o 2-0, logo aos 23', num remate de Deives. Do outro lado, Roncaglio também teve de mostrar-se, para impedir os festejos dos minhotos (27'), que, entretanto, voltariam a sofrer. Fábio Cecílio concluiu com classe uma jogada elaborada e fechou a questão a favor do Benfica, que até final ainda enviou duas bolas aos ferros.

RECORD