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NOTÍCIAS DO ENORME DO DIA 16/02

Started by Pé Ligeiro, 16 de February de 2007, 09:27

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Pé Ligeiro

Uma massada bem agradável

Bem fez o Tottenham enviar um espião a Braga para tirar apontamentos sobre o adversário que encontrará nos oitavos-de-final. Mais rotinado nestas andanças e agora reforçado com Cláudio Ranieri, o mais internacional dos técnicos italianos, o Parma poderá ter entretido durante muito tempo o enviado-especial do clube inglês, mas os nomes do Braga e de Zé Carlos, possivelmente em simultâneo, terão acabado sublinhados ou então decorados com valentes rodelas no bloco de apontamentos... Aquela equipinha de vermelho e branco, a tal réplica portuguesa do Arsenal, destila veneno quando menos se espera e, pela segunda vez esta época, deu-se bem frente a um adversário italiano (a primeira vítima foi o Chievo Verona), partindo assim com uma ligeira vantagem para o confronto da segunda mão, já na terra do Calcio.
Curiosamente, o Mundo parecia ter-se unido contra o Braga para este importante duelo. Andrade e Madrid, entre outros, estavam lesionados; o público resumia-se a uns meros 6046 espectadores, chovia a potes e, pior do que tudo, a chegada de Ranieri parecia anunciar a ressurreição do gigante Parma, que, no entanto, se apresentou num cauteloso 5-4-1, e ainda por cima sem o português Fernando Couto. Enfim, uma chatice. Em circunstâncias altamente adversas, Rogério Gonçalves fez pela vida e até arriscou bem cedo, quando libertou Luís Filipe da defesa para dar amplitude ao ataque, mas os lances de maior perigo (e logo em grande número), normalmente provocados pelos extremos Pisanu e Gasbarroni, registavam-se, paradoxalmente, junto da baliza de Paulo Santos. E também era difícil tornear o autocarro italiano. Já com Wender e Gama em campo, o Braga melhorou no segundo tempo e, num assumo de inspiração, Zé Carlos lá tratou de estourar com o marcador.
 
Braga 1 - Parma 0

estádio Municipal de Braga
relvado bom
6046 espectadores
Damir Skomina [Eslovénia]
Primoz Arhar + Marko Stancin
Quarto árbitro Matej Jug
Braga
treinador Rogério Gonçalves
1 | Paulo Santos GR
20 | Luís Filipe LD
3 | Paulo Jorge DC
5 | Nem DC 45'
13 | Carlos Fernandes LE
21 | Ricardo Chaves MD
17 | Frechaut MD 37'
88 | Vandinho MO
10 | João Pinto AV 77'
11 | Cesinha AE
77 | Zé Carlos AV
-
12 | Danilo Mallo GR
2 | Pedro Costa LD
28 | Rodriguez DC 45'
8 | Paíto LE
87 | Bruno Gama AD 37'
15 | Wender AE 77'
18 | Diego AV
GOLOS
1-0|80'
Zé Carlos
Amarelos
34' Paulo Santos |81' Wender
Parma
treinador Cláudio Ranieri
5 | Bucci GR
33 | Coly LD
28 | Paci DC
25 | Perna DC
14 | Contini DC
80 | Bocchetti LE
21 | Cigarrini MD 78'
4 | Dessena MD
19 | Pisanu AD 64'
18 | Gasbarroni AE
11 | Kutuzov AV 60'
-
23 | De Lucia GR
16 | Rinaldi DC
26 | Ferronetti LD
7 | Castellini LE
6 | Bolano MD 78'
35 | Paponi AV 64'
9 | Muslimovic AV 60'
Amarelos
45' Contini |67' Paponi



O Braga um a um

Paulo Santos 7
Determinante no período de menor produtividade da sua equipa, ao impedir o golo de Pisanu (6') e de Paci (34') através de duas excelentes intervenções. No mais, revelou sempre segurança.
Luís Filipe 6
Sem deslumbrar na primeira metade, surgiu com outra dinâmica no período complementar e com influência na capacidade ofensiva da sua equipa, provocando vários desequilíbrios pelo seu flanco.
Paulo Jorge 6
Foi o esteio no eixo da defesa. Disponível, concentrado e com bom sentido posicional, nunca recusou qualquer esforço e raramente foi ultrapassado. Aos 11' e 30', na sequência de um canto e um livre de João Pinto, errou a baliza contrária por pouco.
Nem 4
Não entrou bem e revelou posteriormente alguma intranquilidade, pelo que não transmitiu a consistência defensiva habitual. As maiores dificuldades sentiu-as quando o adversário lhe surgiu em velocidade com a bola dominada.
Carlos Fernandes 5
Algo incipiente na fase inicial, melhorou com o decorrer do embate mas sentiu algumas dificuldades perante a velocidade dos parmegianos, mas sem comprometer.
Frechaut 4
Iniciou o jogo como médio de cobertura, passou entretanto para lateral-direito, mas aparentemente apenas preocupado em auxiliar o eixo da defesa. Voltou às funções iniciais mas sem influenciar o jogo da sua equipa, acabando substituído ainda antes do intervalo.
Vandinho 5
Empenhado e determinado mas nem sempre esclarecido, melhorou a sua produção na segunda parte e durante esta fase conseguiu transmitir consistência ao meio-campo, procurando ainda empurrar a equipa para a frente. Participou em várias iniciativas ofensivas.
Ricardo Chaves 5
Procurou transmitir equilíbrio ao meio-campo mas revelou algumas deficiências, que corrigiu na segunda parte e ajudou a garantir à sua equipa o controlo das incidências no centro do terreno.
João Pinto 5
Entre o flanco direito e o apoio mais próximo a Zé Carlos, o "10" bracarense não regateou esforços mas também não conseguiu influenciar tanto como desejava o jogo ofensivo, realçando-se apenas no lance em que ofereceu em bandeja de ouro o golo a Cesinha. E nas bolas paradas.
Cesinha 6
Revelou algumas dificuldades para desequilibrar na primeira metade mas na segunda conseguiu-o por diversas vezes, destacando-se a assistência para o golo de Zé Carlos. Pena, aos 76', ter desperdiçado uma oferta de João Pinto.
Bruno Gama 5
Voluntarioso e determinado, deu maior dinâmica ofensiva à equipa através dos desequilíbrios que procurou criar ora sobre o flanco direito ora sobre o esquerdo.
Rodriguez 6
Não tremeu na estreia nas andanças europeias, até pela experiência adquirida ao serviço da selecção do Peru. Confiante e seguro, o central correspondeu com eficiência sempre que a sua presença foi solicitada.
Wender 3
Integrou-se no espírito do jogo.



Rogério Gonçalves
"Houve um penálti que nos daria o 2-0"


Rogério Gonçalves saiu animado com a vitória diante do Parma, num desfecho que apenas peca por não ter atingido a segunda parte do objectivo: 2-0. Na análise ao jogo, começou por lembrar a forma "organizada defensivamente" como os italianos actuaram na primeira parte, "saindo bem para o contra-ataque". As correcções surgiram no intervalo e, segundo o técnico minhoto, o Braga passou a jogar "mais à frente", conseguindo um desfecho "que me parece ser justo". "Neste período tivemos uma ou outra oportunidade para marcar e pareceu-me haver mesmo uma grande penalidade o que, a ser concretizada, estaríamos aqui a falar de um 2-0, como desejamos", alertou Rogério Gonçalves que elogiou a cultura táctica do adversário, considerando-o ainda "fortemente motivado". "Também por aqui se prova como foi merecida a nossa vitória", acrescentou o treinador arsenalista para quem o facto de partir em vantagem para o segundo jogo não equivale a facilidades. "Não. Sabemos que lá vai ser muito difícil e só com a mesma determinação que mostrámos aqui poderemos ter sucesso", avisou. Continuando em maré de elogios, reafirmou que o Parma "mostrou como está forte na Taça UEFA" o que colide com a classificação na Série A e a forma como tende a ver-se a sua condição. "Eles têm valor e não são tão fracos quanto se pensa", sublinhou. "Quem jogou hoje (ontem) mostrou qualidade e atitude, dificultando ao máximo a nossa tarefa", referiu o técnico numa antevisão do que espera sejam as dificuldades no jogo da próxima quinta-feira.



Braga foi mais forte

No escasso tempo em que a bola efectivamente rolou – apenas 41'56'' – o Braga foi a equipa que mandou no jogo. Para começar superiorizou-se no tempo de posse de bola, o que tem sido regra nos jogos "uefeiros", excepção feita à derrota em Sevilha (2-0). Os 54% de posse de bola arsenalista serviram para fazer mais dois ataques e mais três cruzamentos do que o Parma.
Para se proteger dos contra-ataques italianos o Braga subiu a linha defensiva, fazendo com que o Parma tivesse caído sete vezes em fora-de-jogo. Curiosamente, nunca um adversário do Braga na UEFA ultrapassara as três. Ainda assim, a equipa de Ranieri fez mais cinco remates do que o Braga (16 contra 11), numa vantagem amealhada por inteiro no último quarto-de-hora do jogo, com seis finalizações. Nesse período o Braga fez apenas um, mas com o selo de golo.
 
1º golo de Zé Carlos na Europa

O arsenalista Zé Carlos marcou o primeiro golo nas competições europeias. Nesta época soma já nove, com quatro marcados no campeonato e outros quatro na Taça de Portugal.
 
44% tempo útil

Foi o jogo europeu da Braga com o menor tempo útil de jogo, com apenas 44% (41'56''). Para tal muito contribuíram as 35 faltas em todo o jogo, praticamente uma por cada minuto de jogo!

IN O JOGO

BRAGA SEMPRE MAIS!

Pé Ligeiro


António Salvador: «Confiança plena em chegar aos 'oitavos'»
EXULTA COM NOVA VITÓRIA NA UEFA


António Salvador irradiava felicidade no final do jogo, ante a perspectiva de superar mais uma eliminatória europeia. O presidente do Sp. Braga viu as portas dos oitavos de final entreabrirem-se com o golo que Zé Carlos marcou a 10' do final e não poupou elogios aos seus jogadores.

"Todo o plantel está de parabéns. Este resultado abre-nos boas perspectivas de seguir em prova e eu confio plenamente na capacidade destes jogadores e na sua vontade passar mais uma eliminatória e seguir até aos oitavos de final", sustentava o líder arsenalista, radiante por ver a equipa ainda a competir nas três frentes: "Sempre disse que o plantel tem grande qualidade. Conseguiu passar à fase de grupos, o objectivo passou a ser o de ir o mais longe possível. Passamos aos 16 avos e, sem deixarmos de ser realistas, vamos continuar a lutar para chegar ainda mais à frente".

Depois de um jogo em que "a primeira parte não foi bem conseguida, mas a melhoria de produção da 2.ª parte justificou a vitória", a próxima meta passa por rentabilizar este resultado: "Foi importante vencer sem sofrer golos. Agora vamos fazer tudo para não perder em Parma."



SP. BRAGA-PARMA, 1-0 (Zé Carlos 81')
MINUTO A MINUTO, JOGADA A JOGADA


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20:52 - FIM DA PARTIDA.
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90' - Mais 3 minutos de jogo, e o Parma pressiona de qualquer maneira...

88' - Paulo Jorge dá o corpo a um perigoso remate na passada de Muslimovic.

81' - GOLO DO SP. BRAGA POR ZÉ CARLOS. Césinha rouba a bola na área à defesa italiana, assiste Zé Carlos por alto; o avançado pára no peito, passa em simulação um contrário e atira sem hipóteses para Bucci

79' - SUBSTITUIÇÃO no Parma. Entra BOLANO e sai Cigarrini.

78' - Muslimovic pisa a bola e falha o golo a um metro da linha de golo após um canto

77' - SUBSTITUIÇÃO no Sp. Braga. WENDER entra e sai João Pinto.

76' - Césinha falha em frente a Bucci a emenda a passe de morte de João Pinto.

67' - CARTÃO AMARELO para para Paponi por falta sobre Vandinho.

67' - Gasbarroni cabeceia muito ao lado após um livre.

65' - SUBSTITUIÇÃO no Parma. Sai Pisanu e entra PAPONI.

64' - Césinha tenta a sorte de longe mas a bola sai ao lado da baliza de Bucci.

O jogo volta ao ritmo lento que mais interessa a um Parma com treinador novo em mudança de estrutura

60' - SUBSTITUIÇÃO no Parma. MUSLIMOVIC rende Kutusov.

55' - Grande remate de fora da área de Gama, para defesa apertada de Bucci.

Os minhotos passam a bola entre si com rapidez, ao primeiro toque, colocando em cheque as marcações italianas

48' - Dentro da área, Zé Carlos solicita Césinha, que dispara para uma boa defesa de Bucci, a desviar pela linha final.

47' - Zé Carlos, na área rodopia de costas para a baliza e atira ao lado: o Sp. Braga parece entrar com outra disposição na partida.
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20:04 - REINÍCIO DA PARTIDA.
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19:48 - FIM DA PRIMEIRA PARTE.
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44' - Remate de longe de João Pinto ao lado: não há acessos à baliza de Bucci...

38' - SUBSTITUIÇÃO no Sp. Braga. BRUNO GAMA rende Frechaut.

34' - CARTÃO AMARELO para Paulo Santos por protestos.

34' - Grande defesa de Paulo Santos a remate frontal de Cigarini.

30' - Livre de Luís Filipe e cabeçada de Paulo Jorge, na área, ao lado da baliza italiana.

O Parma controla a partida em toada morna e está mais afoito em ataques com lançamentos longos mas precisos.

21' - Paci acorre a desviar um livre tenso com a bola passar pouco acima da barra de Paulo Santos.

18' - Césinha interna-se pela esquerda da área e atira à rede lateral desse lado.

16' - João Pinto isola-se num contra-ataque, mas perde tempo e a bola, embora reclame, sem razão, ter sofrido falta na área parmesã.

O jogo está animado, com o Sp. Braga mais em futebol apoiado e o Parma em contra-ataque perigoso.

10' - Remate de Paulo Jorge na área com a bola a passar muito perto do poste direito da baliza de Bucci.

6' - Grande oportunidade para o Parma, e é Pisanu que dá o corpo, na área, ao remate do companheiro Kutusov, com Paulo Santos batido.

O jogo começa com muitas cautelas tácticas e luta redobrada a meio-campo, embora o Sp. Braga dê mostras de querer impor o seu jogo

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19:00 - INÍCIO DA PARTIDA. SAI O PARMA.
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Taça UEFA, 16 avos-de-final

SP. BRAGA-PARMA

Estádio Municipal de Braga

Árbitro: Damir Skonika (Eslovénia)

SP. BRAGA
Paulo Santos; Luís Filipe, Paulo Jorge, Nem e Carlos Fernandes; Frechaut, Ricardo Chaves e Vandinho; João Pinto, Zé Carlos e Césinha.

Suplentes: Dani, Pedro Costa, Rodríguez, Paíto, Wender, Diego Costa e Bruno Gama.

Treinador: Rogério Gonçalves

PARMA
Bucci; Colly, Paci, Contini, Perna e Bocchetti; Pisanu, Cigarrini, Dessena e Gasbarroni; Kutuzov.

Suplentes: De Lucia, Bolano, Castellini, Muslimovic, Rinaldi, Ferronetti e Paponi.

Treinador: Claudio Ranieri

IN RECORD

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Sp. Braga-Parma, 1-0 (crónica)

Uma jogada genial de Zé Carlos encheu de esperança o Sp. Braga. O brasileiro recebeu um ressalto no peito, deu um toque para desviar a bola do adversário, ganhou em velocidade e rematou a contar para o fundo da baliza. O relógio dizia que faltavam dez minutos para o fim do jogo e aquela era a melhor coisinha que a equipa podia pedir.
Mais do que um golo, o remate de Zé Carlos significa uma vitória que coloca o Sp. Braga em vantagem na eliminatória. Mais do que uma vitória, o remate de Zé Carlos significa uma inversão na tendência de olhar o futebol que abre boas perspectivas aos bracarenses. Pelo menos obriga o Parma a arriscar na segunda-mão, a abrir o jogo.
Ora encarando o futebol da mesma maneira, as perspectivas do Sp. Braga melhoram consideravelmente. Até porque já deu para perceber como este Parma (que esta noite não contou com Fernando Couto) é pouco mais do que uma típica equipa italiana. Fecha-se muito, defende bem, é muito personalizada, tem grande espírito competitivo, sabe sair rápida para o ataque, mas pouco mais.
Basicamente não é uma equipa talentosa. Sobretudo quando o resultado a obriga a construir melhor do que adversário, mais do que saber aproveitar melhor a fragilidade do adversário. Em Itália, vai ter de pegar no futebol. Vai ter de procurar a sorte cabendo ao Sp. Braga a atitude expectante que hoje o Parma teve. Terá unhas para isso?
Com a dose de felicidade que sempre é preciso
O resultado tem tanto de justo quanto de difícil. Já não devia haver, aliás, muita gente a acreditar num triunfo quando Zé Carlos fez o golo. O Sp. Braga tinha sempre dominado, tinha sempre procurado construir jogadas de ataque, tinha tido mais posse de bola, mas não conseguira ultrapassar o calculismo dos italianos. No fundo foi um problema de velocidade.
A formação de Rogério Gonçalves tentou por todos os lados ganhar espaço para chegar ao golo, mas faltou-lhe rapidez. Sobretudo ao nível do meio-campo. Onde Ricardo Chaves e Vandinho não tiveram a velocidade necessária para procurar desequilíbrios na pendular defesa adversária. Dois ou três lances de bola parada de Paulo Jorge tinham sido, por isso, o melhor que a equipa conseguira até então.
Já o Parma, naquele jeito hipócrita de ser, defendendo bem atrás e lançando rápidos ataques, por duas vezes semeara o pânico entre a defesa do Sp. Braga. Na primeira Kutuzov rematou e foi Pisanu a tirar a bola quando esta já se preparava para entrar na baliza. Na segunda Paci rematou sozinho para excelente defesa de Paulo Santos.
Em ambas a defesa bracarense falhou as marcações de uma forma quase absurda. Nesses instantes o Sp. Braga foi bafejado pela sorte. Depois, já na segunda parte, ainda levou razões para reclamar uma possível grande penalidade sobre Zé Carlos, não assinalada. Uma grande penalidade que podia ter permitido uma vitória mais tranquila. Não foi dessa forma, foi da mais difícil. Certo é que a equipa leva vantagem para Itália.



Sp. Braga-Parma, 1-0 (destaques)


Zé Carlos
Tinha de ser ele. Zé Carlos é um trabalhador incansável na frente de ataque do Sporting de Braga e surge nesta segunda fase da Taça UEFA como o único ponta-de-lança disponível no plantel arsenalista. Debateu-se com sintomas gripais nos últimos dias, mas recuperou atempadamente e apresentou a raça do costume, não dando um minuto de descanso aos três centrais que encontrou no seu caminho. Ao minuto 54, reclamou uma grande penalidade por falta de Contini. Com razão. A vingança surgiria na recta final do encontro. Após recuperação de Césinha, a bola sobrou para Zé Carlos, que tirou o mesmo Contini do caminho com um domínio extraordinário de peito e fuziliu Bucci sem contemplações.

Césinha
Ganhou a corrida por um lugar no onze, roubando o flanco esquerdo do ataque a Wender, e cotou-se a bom nível. Coly, senegalês que deu nas vistas do Mundial de 1998, foi o seu adversário directo e raramente encontrou meios para travar as iniciativas do esquerdino do Sp. Braga. Jogou aberto sobre a linha e conseguiu criar vários lances passíveis de finalização. Faltou, porventura, maior capacidade para surgir no apoio de Zé Carlos, ao centro. Mas foi importante na forma como ganhou o ressalto no lance do golo do Sp. Braga.

Paulo Jorge
Voz de comando do último reduto do Sporting de Braga, varreu o seu sector com enorme classe e ainda foi uma importante mais-valia nos lances de bola parada. Kutuzov nunca se conseguiu libertar da marcação e Muslimovic pouco mais fez. Os lances de perigo do Parma surgiram sempre em desequilíbrios de elementos oriundos do sector intermediário. Paulo Jorge foi, provavelmente, o segundo jogador com mais remates à baliza, entre os bracarenses, depois de Zé Carlos. A sua cabeça foi uma referência para os cobradores de lances de bola parada, mas a mira esteve desafinada.

Luis Filipe
Rogério Gonçalves montou um esquema em que João Pinto surgiu como falso extremo direito, mas seria uma vez mais Luís Filipe a carrilar jogo por esse flanco. Várias iniciativas interessantes, sem nunca perder o norte em termos defensivos.
IN MAISFUTEBOL

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Zé do Golo garante vantagem

O Braga cumpriu o objectivo de vencer o Parma sem sofrer golos e está em boa posição para passar aos oitavos-de-final da Taça UEFA, ao partir com uma vantagem preciosa (1-0) para o jogo da segunda mão desta eliminatória, marcado para a próxima quinta-feira em solo italiano. Um golo de Zé Carlos, a dez minutos do fim, decidiu a partida de ontem à noite a favor da equipa minhota, que fez uma exibição calculista, mostrando-se sempre mais preocupada em manter o sector defensivo longe de sobressaltos do que em arriscar no ataque. O genial trabalho individual do avançado brasileiro acabou por premiar a maior ambição mostrada pelos arsenalistas na segunda parte, ao longo da qual surgiram finalmente lances de perigo junto da baliza italiana.

O Parma jogou no tradicional esquema de cinco defesas, com três centrais, mas nenhum deles foi Fernando Couto, que nem no banco se sentou. O reencontro com João Pinto e Jorge Costa teve de ser feito fora do relvado, uma vez que o veterano central português não recuperou a tempo dos problemas físicos que o apoquentaram nos últimos dias e assistiu ao encontro na bancada. A verdade é que, mesmo com um onze de tracção atrás, os italianos surgiram bem posicionados no terreno e, no primeiro tempo, o domínio do jogo pertenceu-lhes.

Rogério Gonçalves apostou em três médios de início, e quando percebeu que podia abdicar de um deles (Frechaut foi substituído por Bruno Gama), a primeira parte estava quase a acabar. Até então, o Parma desperdiçara duas boas oportunidades para abrir o marcador (numa delas, a sorte acompanhou mesmo os arsenalistas, pois foi Pisanu que impediu uma bola rematada por um companheiro de entrar na baliza de Paulo Santos), enquanto o Braga só se aproximara da área adversária em lances de bola parada, à procura da cabeça do capitão Paulo Jorge.

A partida foi diferente na etapa complementar. Os anfitriões perceberam que, a jogar da mesma maneira, nunca conseguiriam chegar ao golo e, em apenas três minutos, assustaram duas vezes a defesa italiana. Zé Carlos deu o primeiro sinal de que estava numa noite inspirada, rematando com muito perigo após uma excelente rotação na área adversária. O Parma sentiu o toque e, com o decorrer do tempo, passou a apostar por completo em segurar o nulo, que lhe deixaria boas perspectivas para o jogo da segunda mão. Os visitantes pareciam ter a situação controlada, mas não contaram com o talento individual de Zé do Golo. Aos 80 minutos, o avançado resolveu a partida a favor do Braga, na sequência de um lance que merece ser visto e revisto. Após um domínio de bola sensacional, o brasileiro ganhou espaço na zona de tiro e desferiu um remate indefensável para o guarda-redes Bucci.

Os minhotos conseguiram a vantagem que queriam e, na próxima semana, têm tudo em aberto para cumprir o sonho de se apurarem para os oitavos-de-final da Taça UEFA. O Parma continua sem ganhar em Portugal (depois de Boavista, Benfica e Guimarães, ontem a formação parmesã também não conseguiu triunfar em Braga) e terá de vencer em casa por dois golos para dar a volta à eliminatória.



"Resultado final é totalmente merecido"


Rogério Gonçalves salientou ontem a importância de ter vencido o encontro sem sofrer golos. Tal, aliás, como pedira, na véspera, ao seu grupo de trabalho. "Teria sido melhor ganharmos por dois golos de vantagem mas o triunfo por 1-0 acaba por nos satisfazer. Actuámos frente a uma equipa que esteve bem defensivamente e que explorou bem o contra-ataque. Na primeira parte, demorámos a reagir a estas características do adversário".

Após o descanso, tudo melhorou. "Pelo futebol apresentado e produzido na segunda parte, julgo que o resultado final é justo e totalmente merecido. Pareceu-me ter visto um penálti durante os 90 minutos. Se fosse concretizado, talvez tivéssemos chegado ao resultado desejado, que era de 2-0", lamentou.

O responsável defendeu ainda que o Parma não é tão fraco quanto foi apregoado. "Na liga italiana, o conjunto está mal mas na UEFA tem realizado um excelente trajecto. Esta equipa não é nada má. É uma típica equipa italiana, com enorme cultura táctica. Além disso, surgiu muito motivada pelo facto de jogar diante de um novo treinador", enalteceu.

Na segunda mão, a disputar na próxima semana em solo transalpino, Rogério Gonçalves garantiu que o onze jogará para ganhar. "Neste momento, estamos em vantagem mas espera-nos um encontro difícil em Parma. No entanto, vamos entrar em campo com enorme determinação, pensando sempre que é possível alcançar um resultado positivo. Ou seja, um triunfo".

Ranieri realista

No primeiro jogo oficial à frente do comando técnico do Parma, Claudio Ranieri revelou dois estados de espírito distintos. "Não estou satisfeito com o resultado mas estou feliz com a atitude dos meus jogadores. Jogámos bem na primeira parte mas piorámos depois do intervalo. A eliminatória será resolvida em Parma a nosso favor", salientou.
IN JN
BRAGA SEMPRE MAIS!

nandes





sp. Braga a duas velocidades, perigosamente entre o inferno e o céu, foi feliz, ganhou e não sofreu...


Golo de valor acrescentado



À boleia de um golo. Perigoso, mas consolador, olhando ao que foi a primeira parte da eliminatória. Este Parma-Ranieri ainda em fase de amamentação foi qualquer coisa parecida com um bebé terrível, chegou a levar o Braga à fronteira do curto-circuito com quatro bolas de golo abortadas por milagre, com as contas apenas equilibradas a partir da segunda metade do jogo, em que o alvoroço mudou de cor... até os arsenalistas marcarem, já que depois, e no pouco tempo que restava, a ordem foi defender uma vantagem tão feliz quanto preciosa.
Ninguém estava à espera de um jogo sobrenatural e também não se pode dizer, em rigor, que tenha sido decepcionante. Já se sabe como joga o Sp. Braga (a ritmos brandos e pouco rematador), já se sabia, também, como actuava o Parma de Pioli (só vitórias fora, na Taça UEFA), a dúvida instalava-se sobre o alcance da chicotada nos italianos, e aquele Braga sumido e angustiado da primeira parte esclareceu ao pormenor o respeitinho devotado pelos bracarenses.
Convém sinalizar: demasiado respeitinho para quem assume metade do favoritismo, mas, enfim, frente a mestres do cinismo aceita-se um vago encolhimento, mas nunca a dispersão de toda a primeira parte, de que resultaram esses 45 minutos de fortíssima pressão italiana, de prolongado e injustificado sofrimento, e em que, sintetizando, a impressão de atropelamento mortal a qualquer momento chegou a ser incomodativa e a silenciar o estádio, semideserto.


Batida mais forte


Ao jogo curto, de estereótipos gastos e nada melhorado com Bruno Gama, havia que acrescentar o essencial: coragem e respiração agitada. A remontagem táctica feita ao intervalo só teve sucesso porque o elemento essencial (velocidade) foi convocado, e bastaram dez minutos para se inverterem as posições.
O Sp. Braga regressou dos balneários com porte e competitivo, Rodriguez foi a figura nuclear para o Parma ser encostado às cordas, o jogo arsenalista começou a sair faiscante e a provocar erros e desavenças frequentes entre os italianos e foi numa penteadela desnecessária a uma bola mortiça que Perna se estendeu ao comprido, facto que não retira mérito ao belo trabalho de Zé Carlos, concluído com um golo que pode vir a ter valor incalculável e que, para já, obriga o Parma a debruçar-se sobre a forma de contornar um do mais traiçoeiros resultados em competições a duas mãos.
Entre os dados a reter na projecção da próxima hora e meia, deve começar por se sublinhar que este Parma não é nenhum conjunto de anjos caídos, tem uma dinâmica considerável e obsessão pelo ataque. Em casa será potencialmente massacrador e a ideia que pode resultar do facto de ser a defesa mais permeável do Calcio também não é encorajadora, já que o Sp. Braga só uma vez, além do golo, esteve em vantagem frente a Bucci (perdida escandalosa de Cesinha, 75).
Para passar, o Sp. Braga terá de se alimentar de grandes sacrifícios e, mesmo jogando fora, não pode ser tão passivo como o foi na primeira parte...
Damir Skomina (6) — Táctica de rédea curta muito favorável ao espectáculo, dois penalties reclamados pelo Sp. Braga sem razão aparente.




GOLO DE EXCEPÇÃO AO PARMA LANÇA-O PARA A RIBALTA EUROPEIA

Zé brasileiro português do Braga




SUBLIME movimento de José Carlos aos 81 minutos, eis o Sp. Braga bem vivo na Europa. O Zé do Gol, como é conhecido pelo Brasil, deu mais vida ao sonho europeu.
Movimento de bailarino dentro da área do Parma, finta com o peito, remate seco e rasteiro para fora do alcance do experiente Bucci. Sim senhor, assim vale a pena, senhor Zé do Gol! Foi um rasgo do avançado bracarense, que ainda não marcara para a Europa, tinha no Sp. Braga 324 minutos em branco, quatro jogos como titular, um como suplente utilizado. Valeu a pena esperar algum tempo por esta oferta, pois José Carlos foi mesmo determinante para os bracarenses. Assim, não custa admitir que o sonho europeu continua vivo. Pois, o Parma está em baixo no campeonato italiano, mas tem história forte: venceu duas vezes a Taça UEFA, uma vez a Taça das Taças e uma vez a Supertaça europeia...



REALISMO DO AUTOR DO GOLO

É melhor que 0-0!  


Zé Carlos ou Zé, o do golo frente ao Parma, precisamente o homem que deu asas ao sonho bracarense de ver sublimada ainda mais a proeza europeia virou natural atracção. Pelo remate certeiro — «Sim, foi o meu primeiro na UEFA e espero que seja o primeiro de muitos» —, pela exibição esforçadíssima — «mesmo quando as coisas não pareciam estar a correr bem para a equipa, na primeira parte, sempre acreditei que poderia marcar, que poderíamos vencer» — e pela confirmação de ter debelado a sinusite que o afectou nos dias que antecederam a visita do Parma — «Vivi uma semana complicada, mas hoje (ontem) não senti nada.»
O que Zé Carlos sentiu e todos os jogadores bracarenses sentiram, nos primeiros 45 minutos, «foram algumas dificuldades para escapar às marcações do Parma», reconhece o brasileiro.
Após o intervalo tudo foi diferente. «Na segunda parte, só deu Sp. Braga. É claro que em Parma vai ser diferente. Mas é bem melhor ir a Itália em vantagem, com um 1-0 na bagagem do que com um 0-0.»




11 JOGOS PELO SP. BRAGA EUROPEU

Paulo Santos recordista


O guarda-redes Paulo Santos assume-se como o jogador mais utilizado de todos os tempos nas competições europeias pelo Sp. Braga. Com 11 jogos disputados, o titular da baliza bracarense supera alguns históricos do clube, como José Nuno, Karoglan, Mozer, Toni (António Duarte) e Bruno, todos destacados com uma dezena de partidas.
A riqueza da participação do Sp. Braga na Europa nos últimos anos coloca mais jogadores da actual equipa em plano de destaque no plano europeu, como Paulo Jorge, Luís Filipe e Nem, que ontem somaram nove jogos neste nível. João Pinto não entra nesta lista principal bracarense (realizou ontem o sétimo encontro) mas o número 10 é de longe o jogador do plantel com mais participações na Taças europeias, tendo somado a 71.ª partida, depois de se ter estreado em Setembro de 1989, quando jogava no Boavista.



VIAGEM INICIOU-SE A 28 DE SETEMBRO DE 1966  


Diga 33... na Europa! Atenas, Gyor, La Valetta, West Bromwich, Swansea, Londres, Arnheim, Tbilissi, Gelsenkirchen, Liepaja, Moscovo, Edimburgo, Belgrado, Verona, Alkmaar, Sevilha... Viagem iniciada a preto e branco, aventuras e desventuras de quatro décadas de um Sp. Braga europeu.
Uma caminhada agarrada ao prazer e ao prestígio que o Velho Continente oferece, memórias que só o mediatismo da actual campanha relega para outras noites de tertúlia bracarense.
Ora ontem o clube minhoto atingiu, entre chamadas à Taça das Taças e à UEFA, a sua 33.ª internacionalização. Número de equilíbrio (14 vitórias, cinco empates e 14 derrotas), assinado por Fernando Caiado, Juca, Quinito, Castro Santos, Vítor Oliveira, Carlos Manuel, Jesualdo Ferreira, Carlos Carvalhal e Rogério Gonçalves.



NA TAÇA UEFA, ELES SÓ SABEM GANHAR!  


O pleno da Pedreira Ou ganha, ou empata... ou perde. O palpite parece escapar da boca de um professor qualquer com habilidade, perdão, capacidade para prever o futuro — desta vez, pode guardar a nota no bolso —, mas a lógica impõe-se e escapa incólume à ameaça do ridículo.
Os três resultados, únicos e possíveis entre duas balizas, dispunham-se a resolver a discussão de poder com que Sp. Braga e Parma se debateram, ontem, no relvado da Pedreira. É que, até esta fase, nem os portugueses haviam cedido qualquer ponto no seu reduto — pleno de vitórias sobre o Liberec (4-0) e o Grasshopper (2-0) —, nem os italianos tinham dado qualquer hipótese a jogar fora — triunfos nos terrenos do OB (2-1) e do Lens (2-1). Agora? Sentimos pena, muita pena, mas...



OS JOGADORES DO SP. BRAGA

Com o tiro do grande Zé apetece tocar no sonho  


PRIMEIRA parte minhota amorfa e com um acumular de apertos que fizeram temer o pior, segunda metade orientada pelo sentido único da vitória. Foi duro o primeiro round, mas o golo de Zé Carlos trouxe à tona o que de melhor o Sp. Braga fez para continuar no trilho dourado da Europa, tornando o sonho dos oitavos mais palpável.
Paulo Santos (6) — Calafrios constantes até ao intervalo perante a cerimónia da defesa em afastar o perigo da sua área. No momento de maior aperto, respondeu a um disparo forte de Paci com um voo até à primeira classe de um espectáculo com poucos momentos de qualidade sublime.
Luís Filipe (5) — Menos fogoso que o habitual, viu os horizontes ofensivos encurtarem-se à medida que a muralha italiana foi ganhando progressivamente mais unidades, mas defensivamente evoluiu num registo regular e em matéria de determinação foi igual a si próprio, ou seja, incansável.
Paulo Jorge (6) — Se os bracarenses não se afundaram antes do intervalo devem-no muito ao rigor e determinação do capitão, que ontem fez a sua parte e foi muleta indispensável de um Nem em noite não.
Nem (4) — Não há memória de uma exibição tão pouco conseguida de um jogador cuja alma e entrega costumam superar algumas fragilidades a nível físico, que ontem foram notórias sobretudo no confronto directo com Pisanu.
C. Fernandes (5) — Experimentou sucessivas descidas ao inferno sempre que a dupla Pisanu/Kutuzov se insinuava no seu raio de acção. Foi frequentemente esfaqueado pelas costas por extremos venenosos, mas é indesmentível que não teve a solidariedade de alguns companheiros. Com Rodriguez em campo, estabilizou emocionalmente e a sua produtividade subiu em flecha.
Vandinho (6) — Ainda não atingiu o pico da forma, mas é o selo de qualidade num meio-campo privado de Madrid. O brasileiro é um jogador culto e inteligente, e no contexto estratégico do jogo com o Parma foi peça fundamental na bem sucedida reorganização táctica que permitiu à equipa vencer a primeira batalha.
Frechaut (3) — Começou a trinco, deslocou-se mais tarde para a direita, a fim de libertar Luís Filipe para o ataque. Substituído antes do intervalo por imperativos de ordem estratégica.
Ricardo Chaves (5) — Tremeu muito nos primeiros 45 minutos, mas depois estimulou a arte do corte perfeito, em acções defensivas preciosas para apagar o fogo do meio-campo italiano.
João Pinto (6) — É uma referência mundial que o Parma vigiou à zona e mesmo em espaços saturados soube contornar obstáculos, ganhando linhas de passe mas também correndo o risco de perder a bola num quadro potenciado pela espartana movimentação defensiva do Parma. Em resumo: assumiu com determinação e coragem o papel de um ala sempre disposto a traçar diagonais rumo à área.
Cesinha (7) — Compensou falha monumental na cara de Bucci (75) com a pressão exercida junto de Perna que deu origem ao golo de Zé Carlos. Um lance capital que acaba por ser imagem fiel de uma unidade sempre combativa.
Bruno Gama (5) — Emprestou velocidade onde antes existia lassidão e embora seja excessivo dizer que mexeu substantivamente com o jogo — isso não se verificou — pelo menos deu um toque de entusiasmo ao ataque.
Rodriguez (6) — O peruano foi fundamental para estabilizar uma defesa à beira do abismo. Tem classe, presença e raramente hesita. Pode ter agarrado em definitivo a titularidade.
Wender (—) — Raramente tocou na bola.

Zé Carlos (7) --- Estreia a marcar na actual edição da Taça UEFA, nono golo na conta pessoal ao serviço do Sp. Braga. Números muito interessantes para um atacante que nunca cede à tentação de se remeter à sombra, jamais se encolhe perante as torres que o tentam desviar do caminho do golo, com ele é sempre a abrir, com ele não há tempos mortos nem espaço para hesitações na hora de rematar. E foi por via desta forma peculiar de estar em campo que de um erro da defensiva do Parma surgiu um golo que pode decidir a eliminatória

OS JOGADORES DO PARMA

Aviso: o cinismo pode ser perigoso RANIERI estava mais preocupado com a recuperação na Série A e apostou num onze inesperado. O Parma dominou a primeira parte, mas, ao estilo italiano, foi aceitando o empate. Azar: desta vez, o cinismo deu para o torto.
Bucci (5)
Vacilou num remate surpresa de Bruno Gama (55): defendeu, escorregou, largou e recuperou. No lance do golo não tinha hipóteses de bloquear o tiro.
Coly (6)
Travou, com Cesinha, duelo de perdas e ganhos. Disciplinado a defender, insistente no ataque.
Perna (5)
Ocupou a vaga de Couto e estava a passar com distinção. Mas não foi capaz de interceptar o passe de Cesinha a Zé Carlos.
Paci (6)
Implacável a aliviar, intencional nos remates à baliza.
Contini (4)
Pode ter feito penalty sobre João Pinto e, no lance do golo, não foi capaz de travar Zé Carlos.
Bocchetti (5)
Não foi tão ofensivo como Coly, mas mostrou competência a marcar os livres.
Pisanu (6)
Perigo público, até ao intervalo. Rápido e irrequieto, gerou espaços, incomodou. Baixou na segunda parte e saiu.
Cigarini (5)
Desferiu um remate longo (43), que quase deu em golo.
Dessena (6)
Combativo, entregou-se ao jogo como um touro enraivecido.
Gasbarroni (6)
Vantagem clara nos duelos com Luís Filipe.
Kutuzov (5)
Um só remate perigoso e não soube aproveitar o apoio dos alas.
Muslimovic (3)
Teve o golo nos pés (77), mas nem quis acreditar.
Paponi (3)
Pouco acrescentou.
Bolano (—)
Quase nada para mostrar.



JOÃO PINTO, CAUTELAS E CRENÇAS

«Quem diz que não podemos ganhar lá?»


SE fosse mais um... «É claro que gostaríamos de ter vencido com uma vantagem mais dilatada, mas este resultado ajusta-se plenamente ao que se passou no relvado», admite João Pinto. Bom, mesmo bom, foi não sofrer qualquer golo em casa. «Isso é muito importante nestas competições. Ganhámos, estamos à frente na eliminatória e... quem nos diz que não podemos ganhar em Itália? Mas lá, acreditem, o Parma será bem mais atrevido», avisa.
Sobre o jogo... «Tivemos algumas dificuldades até nos encaixarmos no adversário. Na segunda parte fomos mais dominadores e as oportunidades para marcar surgiram naturalmente», analisa o craque bracarense, antes de se referir ao amigo Fernando Couto: «Se fiquei com pena de ele não ter jogado? Por ele, sim. Por nós, não. Felizmente, tive a oportunidade de estar algum tempo com ele. Pelo menos, sempre deu para matar saudades e brincar um pouco.»
Vandinho acredita
Começar... menos bem para acabar em grande. «Efectivamente, na primeira parte, confrontámo-nos com algumas dúvidas em relação ao posicionamento do adversário. Ao intervalo, o treinador conversou connosco, alertou-nos para o que estava mal e, felizmente, corrigimos esses aspectos na segunda parte», observa Vandinho.
Para o médio brasileiro, o Sp. Braga «fez os deveres de casa». «Quantos mais marcássemos, melhor seria, mas já foi muito bom não termos sofrido qualquer golo», acrescenta o atleta arsenalista. «Se agora somos favoritos na eliminatória? Não, nada disso! Se o jogo de cá já foi difícil, imaginem o de lá. A equipa do Parma tem muita qualidade. Vamos lá jogar de igual para igual e tentar obter o melhor resultado possível, sabendo que o adversário vai ter de dar mais espaços e jogar mais ao ataque», aponta Vandinho, antes de estabelecer prioridades: «No imediato, vamos ter de esquecer a Taça UEFA. Vem já aí um compromisso muito importante para a Liga e precisamos muito dos pontos. O Sp. Braga tem uma excelente equipa e acredito muito em nós.»



CONSEGUIMOS


RODRIGUEZ Sp. Braga  


Não foi fácil, mas conseguimos o que queríamos. Sabemos que estamos em vantagem na eliminatória, mas em futebol nunca há certezas. O Parma tem uma grande equipa, no entanto, só temos de pensar em ganhar em Itália. Graças a Deus, entrei bem na partida. Agora, devo continuar a trabalhar no máximo e com grande humildade para continuar a merecer a confiança do treinador



OUTRA CONFIANÇA



PAULO JORGE Sp. Braga  


Foi muito significativo não sofrer qualquer golo no nosso estádio. Para já, estamos em vantagem, mas a eliminatória encontra-se no intervalo. Foi muito importante ganhar este desafio, pois permite encarar a segunda mão com outra confiança


PASSO IMPORTANTE

BRUNO GAMA Sp. Braga


O Sp. Braga deu um importante passo na eliminatória. Para além da vitória não sofremos qualquer golo. Vamos tentar segurar este resultado em Itália, para passar à próxima ronda da Taça UEFA, o que seria excelente



GOSTEI DO BRAGA

CLAUDIO RANIERI Parma  


Vi um bom Parma na primeira parte. Pedi aos meus jogadores entrega e concentração. Tivemos duas ou três situações soberanas... mas a bola não entrou. Depois do intervalo revelámos maiores dificuldades, embora o Sp. Braga não tenha criado muitas situações para marcar. Ainda é possível passar. Gostei do Sp. Braga. É uma equipa com ânimo, que circula muito bem a bola




ROGÉRIO GONÇALVES FICOU SATISFEITO COM A VITÓRIA E REVELA CONFIANÇA PARA SEGUIR NA TAÇA UEFA

«Já estamos em vantagem»  



O primeiro objectivo foi alcançado. O Sp. Braga venceu, pela diferença mínima, mas parte para Parma sem ter sofrido golos, cumprindo o principal desejo de Rogério Gonçalves. O técnico dos minhotos, que ontem gostou mais da equipa no segundo tempo, sente-se bem com a vantagem e acredita que o resultado permite sonhar com a continuidade na Taça UEFA.
— A equipa fez-lhe a vontade, isto é, marcou e não sofreu qualquer golo. Ficou satisfeito com o resultado e com a exibição?
— Tinha dito que era importante não sofrer golos, mas também queríamos marcar e vencer a partida. A primeira parte não foi muito conseguida, porque o adversário apresentou-se muito organizado e a sair bem para o contra-ataque. O intervalo serviu para conversar com os meus jogadores e corrigir aquilo que não estaria tão bem. Depois, estivemos melhor porque apresentamos um futebol mais atractivo. Por tudo isto, penso que o resultado é justo.
— Embora seja uma vitória importante, o resultado poderia ser ainda melhor?
— Para além do golo, construímos mais uma ou outra situação para marcar e pareceu-me haver razão para o árbitro ter assinalado um penalty. Se o tivesse feito, então o resultado poderia ser o pretendido. É importante salientar que defrontámos uma equipa italiana que tem cultura táctica. Além disso, os jogadores do Parma revelaram motivação e acabaram de receber um novo treinador.
— Uma coisa é certa, o Sp. Braga parte em vantagem para o desafio da segunda mão, em Itália. Isso deixa-o motivado?
— Sem dúvida. Uma parte da eliminatória foi cumprida com êxito, porque estamos em vantagem. Sabemos que o próximo jogo será difícil, porque este Parma está mal classificado no campeonato italiano, mas tem sido bastante forte na Taça UEFA. Mas o Sp. Braga encara todos os desafios de forma determinada e quando jogarmos no terreno do Parma não será diferente.
— Em Itália, o Parma deve apresentar-se de forma diferente, porque joga em casa e porque está em desvantagem na eliminatória. Isso pode facilitar a tarefa do Sp. Braga?
— O Parma mostrou que tem qualidade. O técnico é novo e a equipa ainda não está identificada com as ideias do treinador. Por isso, é natural que o jogo em Itália seja diferente em muitos aspectos.
— Porque decidiu trocar Nem por Rodriguez, durante o intervalo?
— O Nem lesionou-se e foi por isso que não entrou para a segunda parte.




In A Bola    (CONTINUA)

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6.046 ESPECTADORES  

Pecado e vergonha Palco por acabar, faltou alma ao Estádio Municipal num momento singular na história dos bracarenses. Um pecado. «Uma vergonha», reforçou António Salvador, presidente do Sp. Braga, uma opinião já avançada na última noite europeia dos minhotos. «Outras cidades parariam para apoiar o clube. E o preço elevado dos bilhetes é uma falsa questão. Praticaram-se preços normais para uma competição europeia, valores que se vêem facilmente na liga portuguesa. É uma questão de ter ou não ter paixão pelo emblema.»



FERNANDO COUTO SENTIU DORES NUMA COXA E FOI AFASTADO DO JOGO  


Parabéns aos vencedores A ausência de Fernando Couto no onze, e até mesmo no banco de suplentes do Parma, causou admiração, embora tivesse sido justificado por um problema físico. «Forcei no treino de adaptação ao relvado do Sp. Braga e acabei por sentir uma dor muito forte numa coxa. Como não estava a cem por cento optei por ficar de fora», explicou o jogador português.
O central do Parma, que viu o encontro da bancada, gostou da partida e não escondeu que os minhotos foram justos vencedores nesta primeira mão: «Foi um bom jogo. O Parma esteve melhor na primeira parte, mas o Sp. Braga foi superior no segundo tempo e acabou por marcar e vencer justamente. Em Itália temos de fazer mais qualquer coisa para seguir em frente na Taça UEFA.»
Mas, à semelhança do que fez Ranieri, também Couto deu relevância ao campeonato: «O primeiro objectivo do Parma passa por evitar a descida de divisão e este grupo tem qualidade para o conseguir. O novo treinador também pode ajudar.»


TOTTENHAM BEM ATENTO

Para inglês ver... Ar discreto, estilo very british, denúncia de uma presença aguardada. Não faltou à chamada o emissário do Tottenham, clube privilegiado nesta ronda da UEFA: a formação de Londres já se encontra apurada para os oitavos da competição — o organismo que tutela o futebol na Europa decidiu afastar o Feyenoord por mau comportamento dos seus adeptos na eliminatória anterior —, fase em que irá defrontar uma das equipas que ontem actuaram em Braga. De olhos presos no relvado estiveram ainda os espiões internacionais do Atlético de Madrid (Diego já é deles), Villareal, Marselha e Saint-Étienne, bem como os portugueses do U. Leiria, Beira-Mar e Varzim.



ATÉ LONDRES — Falta ultrapassar o Parma, mas os bracarenses mostram-se confiantes na passagem aos oitavos-de-final, onde defrontam o Tottenham. Por isso, exibiram uma enorme faixa com um típico autocarro londrino e prometendo que será a próxima paragem





In A Bola





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Estrela europeia volta a brilhar


O Sporting Clube de Braga desloca-se para a segunda mão à boleia de um golo. Uma vantagem magra, mas importante e muito útil para enfrentar o gelo italiano. Zé Carlos cumpriu o desejo e abriu as hostilidades europeias, à custa de um erro alheio.



Um golo na bagagem. Escasso para viajar em descanso para a segunda mão, perigoso perante o cinismo alheio e típico dos transalpinos, mas muito útil: confere uma vantagem preciosa, oferece uma ligeira margem de gestão e obriga a equipa de Claudio Ranieri a apresentar uma estratégia bem mais ofensiva daquela que demonstrou no Estádio Municipal de Braga. Os italianos vão ter que abrir o peito e mostrá-lo às balas, estão obrigados a trocar a sua tenaz organização defensiva em prol de um futebol de tracção dianteira e, nesse capítulo, os arcebispos podem tirar dividendos, mercê de um maior aproveitamento de espaços. É à boleia de golo, o que deixa tudo em aberto, mas a vantagem está nas suas mãos.

Zé Carlos desfez a maldição e cumpriu o desejo de obter o golo europeu que lhe faltava, um golo de esperança, de classe, de artilheiro à custa de um floreado de Perna em zona proibida, aliado à insistência de Césinha. O Zé voltou a brilhar, voltou a ser o Zé do Golo e na única bala que dispôs ao longo dos noventa minutos, na única aberta que dispôs, não perdoou.
O nó foi difícil de desatar. Aliás, os bracarenses acabaram por sorrir à custa do adversário, de um preciosismo, de um adornamento de Perna num lance onde não havia aparente perigo. Um erro. Um golo. Para além dessa estrelinha, os bracarenses pintaram ainda a noite europeia mercê da falta de audácia italiana que demonstrou no segundo tempo, recuando na tentativa de explorar o erro alheio, todavia acabou por ser a formação de Claudio Ranieri a cometer o pecado.

Na primeira metade, o Sporting Clube de Braga sentiu várias dificuldades para travar o contra-ataque do Parma. Apresentou lacunas na organização, acabando por ser surpreendido pelo esquema táctico dos italianos. O remate de Kutuzov logo aos cinco minutos acabou foi o primeiro sinal do perigo adversário, todavia acabou por ser Pisanu a funcionar como defesa bracarense, uma verdadeira muralha, travando o remate do seu colega.
Os bracarenses responderam, essencialmente em lances de bola parada, uma vez que em futebol corrido confundiam-se com o esquema táctico de Claudio Ranieri, que em situações defensivas fechava-se num 5x4x1, abrindo-se como um leque para um 3x4x2x1 quando detinha o couro em seu poder.
A entrada de Bruno Gama acabou por estancar parte do perigo das laterais do Parma, todavia acabou por ser os recados e as correcções ao intervalo que fizeram os bracarenses subir de produção.

O Sporting Clube de Braga apresentou-se mais coeso, mais volátil no segundo tempo, obrigando o Parma a recuar no terreno. Os italianos davam mostras de controlar o desafio, embora não controlassem a posse de bola, e acabaram por recuar perigosamente, enquanto que o conjunto de Rogério Gonçalves começava a pressionar mais alto e a conquistar metros que podiam ser importantes.
Já na recta final, e num lance onde Perna acabou por deitar tudo a perder para o seu conjunto sair da Cidade dos Arcebispos com um resultado positivo, eis que a pedreira teve o seu momento mais alto, com o golpe de lince de Césinha a conquistar o esférico e a oferecer o golo a Zé Carlos, que só teve que tornear um adversário, e encostar à saída de Bucci.
Um golo importante, numa vitória que ganha justiça pela segunda parte realizada, mas onde também ficou o alerta para a segunda mão, onde não são esperadas facilidades.


In Correio do Minho


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