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NOTICIAS DO ENORME DO DIA 27/02

Started by JotaCC, 27 de February de 2012, 07:14

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JotaCC

Leonardo Jardim: "os adeptos podem ser um elemento fundamental"

Mais do que um jogo de futebol ou três pontos, o duelo entre Sporting de Braga e Vitória de Guimarães, por tradição, está carregado de uma intensa carga emocional. Nesse contexto, Leonardo Jardim espera contar com o apoio do público bracarense, aproveitando a conferência de antevisão do jogo para aí centrar a sua mensagem.

"Queria deixar uma chamada de atenção aos adeptos do Sp. Braga, esperando que o estádio esteja cheio. Eles podem ser um elemento fundamental na questão emocional de uma partida tão importante como esta com o Vitória de Guimarães", apontou o treinador dos arsenalistas.

Questionado sobre os argumentos esgrimidos pelos dois clubes minhotos quanto ao quarto grande do futebol português, Leonardo Jardim fintou a questão. "Se formos a ver pela tabela, neste momento o quarto grande é o Marítimo. Mas não quero entrar nessas polémicas..."

O facto da sua equipa deter menos tempo de recuperação em comparação com o Vitória, depois do jogo disputado a meio da semana para a Liga Europa, segundo Jardim, não é um problema. "O nosso tempo de recuperação é menor de jogo para jogo, mas também é por isso que o Sp. Braga tem obrigações diferentes do que o Vitoria nas várias provas. Já estamos habituados", respondeu.

Para Jardim a receita não foge aos restantes jogos. "O objectivo para este jogo é a vitória, que nos permita consolidar a nossa posição na tabela classificativa", salientou. O treinador do Braga admite, ainda, reformular os objectivos sob a ambição de discutir os primeiros dois lugares. "O Braga apontou aos quatro primeiros lugares como objectivo e quer conseguir o melhor possível dentro desse quadro. Se houver uma igualdade no final da época, acredito que possa existir uma reformulação dos objectivos, mas estamos longe disso e o Leonardo Jardim e o Braga não trabalham nos ses, mas no que é real", salientou.

Mossoró e Hélder Barbosa estão de regresso aos convocados

Os regressos de Mossoró, Ukra e Hélder Barbosa são os destaques dos convocados do Sporting de Braga para a recepção ao Vitória de Guimarães.
Os três jogadores estão de volta aos eleitos do treinador, Leonardo Jardim, para o dérbi minhoto, depois de terem falhado o jogo da Liga Europa, na quinta-feira, diante do Besiktas, todos por razões diferentes: Mossoró estava lesionado, Ukra não estava inscrito na prova e Hélder Barbosa cumpria um jogo de castigo.

A principal e já esperada baixa é a de Alan. O influente e experiente extremo brasileiro lesionou-se no joelho esquerdo no jogo com os turcos e vai parar durante algumas semanas.
Nota ainda para a chamada de Rivera e para as saídas de Palmeira e Imourou.
Devido a lesão, Ewerton, Baiano, Paulo Vinícius e Luís Alberto não são opção para o jogo desta noite.

A lista dos convocados:

Guarda-redes: Quim e Berni
Defesas: Leandro Salino, Miguel Lopes, Douglão, Elderson e Nuno André Coelho
Médios: Custódio, Djamal, Hugo Viana, Rúben Amorim, Mossoró e Rivera
Avançados: Ukra, Hélder Barbosa, Lima, Paulo César, Carlão e Nuno Gomes

CORREIO DO MINHO

JotaCC

Futebol: Liga - Braga e Guimarães fecham a ronda no "derby" minhoto

O Sporting de Braga recebe hoje o Vitória de Guimarães na conclusão da 20.ª jornada da Liga portuguesa de futebol, e procura um triunfo que o deixe a três pontos da liderança, agora partilhada por FC Porto e Benfica.

Um dia depois de os "dragões" terem regressado ao comando em igualdade com os "encarnados", antes do "clássico" da Luz, o Sporting de Braga apresenta-se no "derby" minhoto invicto em casa e, qualquer que seja o resultado frente ao Vitória de Guimarães, manterá o terceiro lugar.

Contudo, uma vitória sobre os vimaranenses, que impuseram o primeiro desaire no campeonato ao Benfica na semana passada, permitirá ao conjunto de Leonardo Jardim reduzir para três pontos a diferença para a equipa da Luz e para os campeões nacionais.

VISÃO

JotaCC

Os mais fortes estão no Minho

Distanciados por 14 pontos na classificação, Braga e Vitória de Guimarães apresentam-se esta noite como gémeos falsos, pela facilidade com que somam pontos, desde o começo de 2012. Ao cabo de seis jogos, os dois principais emblemas do Minho aparecem praticamente lado a lado com as melhores equipas do campeonato, superando Benfica (16 pontos em sete jogos), FC Porto (16/7), Marítimo (16/7)... e um Sporting desapontante, só agora a reerguer-se de mais uma fase crítica.

Com seis vitórias (18 pontos) consecutivas em outros tantos jogos disputados em 2012, à razão de 2,3 golos marcados (quase o dobro da média das últimas três épocas, de 1,4) e apenas 0,6 sofridos por jogo, o Braga tem sido arrasador, sendo necessário recuar até ao começo da época para perceber por que razão não ocupa uma melhor posição do que o atual terceiro lugar. Por mais que Leonardo Jardim recorde que o objetivo traçado por António Salvador consiste em andar entre os quatro primeiros, Jorge Jesus não poderia estar mais certo ao dizer que a luta pelo título é tripartida, envolvendo o Braga. Já o Vitória de Guimarães resolveu seguir à risca o lema "ano novo, vida nova" com cinco vitórias (o Benfica está entre as vítimas) e apenas uma derrota, somando 15 pontos em 18 possíveis, com sete golos marcados e apenas três sofridos. Curiosamente, os dragões surgem associados à carreira brilhante dos dois clubes que hoje se defrontam, já que impuseram a última derrota aos bracarenses, ainda em 2011, e são os responsáveis pelo único desaire dos vitorianos em 2012.


Chovem mais golos em Braga do que na Luz

Enquanto o Benfica, crónico candidato ao título, vai secando de jornada para jornada, o Braga parece ser uma fonte inesgotável de golos, tendo aplicado duas chapas três nos jogos com o V. Setúbal e Gil Vicente. Contabilizadas as últimas nove jornadas, verifica-se mesmo que a equipa arsenalista, com menos um jogo, já leva mais golos marcados (25) do que o Benfica (24), dotado, em teoria, do melhor que há no tocante a finalizadores. Na prática, o Braga também está bem servido, graças, sobretudo, a Lima, com 14 golos marcados. E o campeonato até começou com um empate a zero.


Crise é uma palavra que o Vitória não conhece em 2012

Os números do Vitória de Guimarães não podiam ser mais esclarecedores. Desde o arranque do ano que a equipa de Rui Vitória vem colecionando pontos, trepando pela classificação sem olhar para trás. Além das cinco vitórias conseguidas em seis jogos na Liga, destaque para o facto de a equipa não sofrer golos há três jornadas. E pelo meio defrontou o Benfica, que visitou Guimarães na condição de líder invicto. O outro sublinhado deve ir para a obtenção de duas vitórias fora de casa, uma em Aveiro e outra em Coimbra. Ao contrário do país, que vive em crise, o Vitória - e, já agora, Guimarães, que é a Capital Europeia da Cultura - anda em contraciclo. Hoje pode escrever mais um capítulo da saga.


Amorim de início e Ukra no lugar de Alan

Titular pela primeira vez em Istambul, Rúben Amorim vai repetir a experiência no jogo desta noite. Leonardo Jardim já pode contar com Mossoró, de regresso aos convocados tal como Ukra (na foto), Hélder Barbosa e Rivera, mas o médio-ofensivo só deverá entrar em ação no decorrer da partida, atendendo a que só cumpriu dois treinos, depois de ter parado para recuperar de um problema muscular na face posterior da coxa esquerda. No flanco direito, Ukra compensará a ausência, por lesão, do capitão Alan, embora o treinador tenha testado na mesma posição Carlão e Paulo César; já Hélder Barbosa, ausente na partida com o Besiktas devido a castigo, reconquista a titularidade como extremo-esquerdo. Na lista dos 19 convocados para o duelo com o V. Guimarães não figuram, para além de Alan, o central Palmeira e o lateral Imorou.


Breves

Vitória tem "memória curta" quanto ao preço dos bilhetes

As críticas do diretor-desportivo José Pereira, do Vitória de Guimarães, ao preço dos bilhetes para os adeptos visitantes, os quais variam entre 25 e 75 euros, mereceram resposta de fonte oficial da SAD do Braga, que acusou os dirigentes vitorianos de terem "memória curta". "Na primeira volta, os sócios do Braga também pagaram a tabela máxima (22 e 65 euros), mas ainda com o IVA a seis por cento. Os preços atuais já são com o IVA a 23 por cento. Não protestámos na primeira volta e estiveram 1000 adeptos do Braga em Guimarães". Desta vez, os sócios do Braga têm entradas grátis e Leonardo Jardim pediu "um estádio cheio".

Paulo Bento fez o favor? Não, chamou os "ideais"

O risco de o Braga perder, de uma assentada, os pré-convocados Quim, Custódio, Hugo Viana, Rúben Amorim e Nuno Gomes não se confirmou. Paulo Bento não chamou um único arsenalista para o particular com a Polónia e Jardim não se surpreendeu. "Chamou os jogadores ideais para o objetivo do jogo".

Teoria da chiclete não abrange João alves, Barrientos e Paulo Sérgio

Em equipa que ganha, normalmente não se mexe. E se tiver sido ao líder, então muito menos. A provável única alteração no Vitória é forçada: João Paulo está lesionado. Assim, a teoria da chiclete, divulgada recentemente por Vítor Pereira, treinador do FC Porto, não será posta em prática. Quer isto dizer que João Alves, Barrientos e Paulo Sérgio irão manter-se no onze, mesmo que Nuno Assis e Urreta, principalmente estes, já estejam disponíveis. A resposta foi tão boa no jogo com os encarnados que não há motivos para prescindir deles.

Braga é de má memória para Urreta

O uruguaio Urreta tem razões mais do que suficientes para torcer o nariz ao Braga. Foi no jogo da primeira volta que o extremo se lesionou com gravidade no aquecimento, inviabilizando, na altura, a estreia com a camisola do Vitória. Ao fazer um remate, Urreta tocou com o pé esquerdo na relva e sofreu uma lesão muscular. E esteve imenso tempo fora dos relvados.


Leonardo Jardim
"Pode acontecer uma reformulação nos objetivos"

A fadiga motivada pelas viagens e o recente jogo com o Besiktas, a falta de tempo para descansar e a perda de Alan são refúgios irrelevantes para Leonardo Jardim. Concentrado em conduzir o Braga até ao destino traçado por António Salvador, algures entre os quatro primeiros lugares, o treinador só pensa em "vencer" o rival Vitória de Guimarães. "É o único resultado que nos interessa para consolidarmos a nossa posição", assumiu.

O jogo em Istambul deixou marcas?

O nosso tempo de recuperação é sempre curto, porque o Braga tem obrigações diferentes das do Vitória. Queremos ser competitivos em todas as provas e, por isso, temos de estar preparados para tempos de recuperação curtos. Já estamos habituados.

Depois da vitória sobre o Benfica, como se apresentará o Vitória?

Estou à espera de um Vitória igual a si próprio: boa organização defensiva e a praticar um futebol baseado nas transições rápidas, com Edgar a ser um elemento essencial em termos de construção de jogo.

Jorge Jesus afirmou que a luta pelo título está agora circunscrita a Benfica, FC Porto e Braga. Concorda?

Os nossos objetivos já estão traçados desde o começo da época. O meu presidente especificou-os publicamente e não se alteram em virtude dos resultados dos nossos adversários.

Se esta situação se mantiver até perto do fim do campeonato, o Braga pode realmente bater-se pelo título?

Uma coisa é traçar objetivos e nós já traçámos os nossos. Se bem me lembro, só três equipas é que traçaram como objetivo o título. O Nacional e o Vitória apontaram ao quarto lugar e o Braga determinou ficar entre os quatro primeiros ou conseguir o melhor possível dentro desses quatro primeiros lugares. Lá mais para a frente, perto do fim da época, acredito que possa acontecer alguma reformulação, mas ainda estamos muito longe. Ainda vamos no segundo terço do campeonato e nem eu, nem o Braga gostamos de trabalhar nos 'ses'.

A equipa fica debilitada com a ausência de Alan?

É um jogador com muita importância na nossa estrutura, em termos estratégicos e até do ponto de vista de liderança. O Braga é das equipas mais castigadas por lesões. Já vamos no quinto joelho lesionado.

Pergunta O JOGO

Qual é o quarto clube grande em Portugal?


Olhando nesta altura para a classificação, o Marítimo será o quarto grande... Tudo depende dos valores e indicadores para definir o que é o quarto grande. Não quero entrar nessa polémica.

O JOGO

JotaCC

Sp. Braga procura vitória no dérbi para se aproximar da liderança

Luta pelo título na mira


O treinador bracarense mantém que o objetivo continua a ser os quatro primeiros lugares, mas admite mudar as expetativas.

Leonardo Jardim admite que se a equipa estiver a lutar pelo campeonato nas últimas jornadas poderá rever o objetivo e assumir a luta pelo título, mas, para já, o discurso oficial dos «arsenalistas» continua a ser o de que o objetivo é ficar entre os quatro primeiros lugares. 'Se me falar numa igualdade ou proximidade no final da época, acredito que possa existir uma reformulação do objetivo, mas ainda estamos no segundo terço da temporada e nem eu nem o Sporting de Braga gostamos de trabalhar nos «ses»', disse o técnico bracarense, na conferência de imprensa de antevisão ao encontro de hoje com o Vitória de Guimarães.
Sobre o dérbi minhoto que tem início marcado para as 20h15, Leonardo Jardim frisou que a 'vitória é o único objetivo', e notou que o menor tempo de recuperação de jogo para jogo - o Sporting de Braga jogou na quinta-feira na Turquia para a Liga Europa - não será desculpa. 'É por isso que o Sporting de Braga tem obrigações diferentes do Vitória. Nós temos o objetivo de sermos competitivos em todas as provas em que entramos e temos que estar preparados para isso', salientou o treinador, desvalorizando ainda a ausência de Alan: 'É um jogador com muita importância na nossa estrutura, mas a nossa forma de estar é de não lamentar as ausências',
Leonardo Jardim disse esperar 'um jogo competitivo porque é um dérbi e o adversário é forte', mas a jogar em casa quer 'dar continuidade', ao campeonato realizado 'e vencer, respeitando sempre o adversário e a sua qualidade', O técnico destacou as transições rápidas do Vitória e o ponta-de-lança Edgar como 'um elemento essencial na sua construção do jogo',
Em relação à lista de convocados, destaque para os regressos de Mossoró, Ukra e Hélder Barbosa, que falharam o jogo com o Besiktas. Nota ainda para a chamada de Rivera e para as saídas de Palmeira e Imourou, que se juntam ao lesionado Alan. Lista dos 19 convocados: Guarda-redes - Quim e Berni; defesas - Leandro Salino, Miguel Lopes, Douglão, Elderson e Nuno André Coelho; médios - Custódio, Djamal, Hugo Viana, Rúben Amorim, Mossoró e Rivera; avançados - Ukra, Hélder Barbosa, Lima, Paulo César, Carlão e Nuno Gomes.
O Sporting de Braga, terceiro classificado com 43 pontos, recebe, pelas 20h15, o Vitória de Guimarães, sexto com 29, em jogo que será dirigido pelo árbitro João Capela, de Lisboa.

Dérbi para ganhar. Leonardo Jardim quer aproveitar deslize do Benfica

Preço dos bilhetes

Rivais trocam acusações antes do jogo

O Sporting de Braga acusou o Vitória de Guimarães de ter 'memória curta', ao criticar os preços dos bilhetes para o dérbi desta noite, que, para o público, variam entre os 25 e os 75 euros. O Vitória de Guimarães considera-os 'exorbitantes', mas segundo fonte oficial do Sporting de Braga, 'o Vitória deve ter a memória demasiado curta para não se lembrarem que na primeira volta os preços praticados foram precisamente os mesmos, com a diferença que entretanto o IVA subiu de seis para 23 por cento',


PRIMEIRO DE JANEIRO

Bruno3429

Sp. Braga-V. Guimarães: a rivalidade que vira o minho

Um olhar sobre o derby que cresceu no tempo, assente na disputa antiga entre dois clubes e duas cidades: num ano em que ambas são capitais europeias, da Cultura e da Juventude
Por Sérgio Pereira , Pedro Jorge da Cunha

O mundo ainda se entretinha a dividir a Alemanha em dois blocos, na ressaca da II Guerra Mundial, quando Sp. Braga e V. Guimarães iniciaram um combate que dura há sessenta anos. Os registos dizem que o choque de egos minhoto começou a agitar-se na primeira divisão em 1947.

É provável que seja mais antigo do que isso. Desde essa altura, pelo menos, tornou-se oficial. Cresceu no tempo e ganhou argumentos. Por estes dias ficou maior do que nunca. É impossível desmentir, aliás, que é agora um dos maiores jogos do calendário do futebol nacional.

Alimenta-se como todos os derbies da partilha de um espaço comum. Mas ao contrário de outros derbies alimenta-se também de uma competição mais antiga: Braga e Guimarães rivalizam na tradição, na universidade, rivalizam até no papel histórico que assistiu à origem de Portugal.

A rivalidade sempre lá esteve, portanto. O futebol só a incendiou de paixão.

Ora por isso é que no dia em que Braga e Vitória voltam a defrontar-se, num jogo inflamado de paixão, o Maisfutebol foi perceber como vive o derby quem o viveu por dentro. Karoglan diz por exemplo que o jogo perdeu o carater lúdico: tornou-se coisa séria.

«Antigamente era uma rivalidade bonita. Só havia bocas e conversa quente. Mas entretanto o Braga cresceu e a rivalidade aumentou também.» Barroso vai mais longe: «Atualmente o Braga está muito superior. Isso provoca algum ciúme e a rivalidade também cresce», diz.


Nesta altura é impossível ignorar um episódio com dezenas de anos e que acaba por ser sintomático: quando o Sp. Braga estava na segunda divisão e disputava com o Sp. Covilhã um jogo que valia a subida, foi a Guimarães buscar adeptos para apoiar a equipa. E o adeptos vieram.

Os tempos mudaram. A tolerância também. No fundo é também isso que torna este derby maior. «Sente-se o pulsar», diz Pedro Barbosa. «A paixão em Guimarães é diferente. O Vitória é a equipa que mais adeptos leva fora, pois os grandes contam com os adeptos dos locais que visitam.»

O crescimento do Sp. Braga, porém, questiona esta superioridade: de acordo com os registos mais recentes, aliás, a formação bracarense ultrapassou o rival minhoto em número de sócios. O V. Guimarães, porém, continua a ter mais adeptos no estádio nos jogos em casa.

Desportivamente estão igualados em participações nas provas europeias. Mas o Sp. Braga já soma um final da Liga Europa e um segundo lugar na Liga. Algo que o V. Guimarães nunca alcançou. Em compensação os vimaranenses reúnem 66 participações na Liga contra 55 do Braga.

No computo geral, 47 vitórias para o Guimarães, 25 empates e 43 vitórias do Braga. Mais equilíbrio, portanto. Enfim, são números que representam mais achas e ajudam a explicar a rivalidade. «É um jogo diferente por ser bairrista. Já não há muitos assim em Portugal», diz Barroso.

Não há, de facto. É um Vira que vira que o minho: e anima o país.


Karoglan, Barroso e os dias do «Braga fraquinho»
Dois dos maiores símbolos arsenalistas, duas figuras inesquecíveis. As memórias dos difíceis anos 90 e da tragédia que levou Pedro Lavoura.
Por João Tiago Figueiredo , Sérgio Pereira

A guerra dos Balcãs arrasava populações indiscriminadamente. Falava-se em limpeza étnica, intolerância, novo Holocausto. Mladen Karoglan a tudo assistia impotente. Ao longe. No sossego proporcionado pela acolhedora cidade de Braga.

Natural da região da Dalmácia (ex-Jugoslávia), o antigo guerreiro do Minho travava outras lutas. Menos sangrentas, naturalmente. De 1993 a 1999, o Sp. Braga foi a sua pátria e o V. Guimarães o agressor maldito. Apesar da rivalidade ancestral, o tom de belicismo desfazia-se dentro do relvado. Karoglan conta na primeira pessoa.

«Era uma rivalidade muito bonita. Não havia porrada nem problemas entre os adeptos», conta ao Maisfutebol. «Só havia bocas e conversa quente. Mas, entretanto, o Sp. Braga cresceu muito, não tem nada a ver com o Braga do meu tempo. Talvez por isso a rivalidade tenha aumentado e seja frequente haver problemas nestes jogos.»

Minhoto de gema é José Barroso. 11 temporadas na primeira divisão a representar o seu Sp. Braga, tardes e noites de sacrifício diante do Vitória de Guimarães também. Se há alguém a saber o que é este derby, ele é o ex-médio do pontapé canhão.

«É um jogo diferente por ser essencialmente bairrista. Já não há muitos assim em Portugal. Tem sempre intensidade alta, são duas cidades muito próximas e isso sente-se até no trabalho semanal, sobretudo por aqueles jogadores formados no clube», conta ao nosso jornal.

«Nos anos 90 todos os jogadores queriam ir para o Vitória»

Karoglan não tem problemas em assumir que, na década de 90, «o Sp. Braga era fraquinho». O Vitória reinava de lança e escudo, senhor de todo o Minho. «Todos os jogadores queria ir jogar para o Vitória», confessa Karoglan. «Lembro-me até que fizemos um dérbi em Guimarães para não descer, imagine... Conseguimos manter-nos na primeira divisão.»

«O Sp. Braga cresceu muito, imenso, não tem comparação com o meu tempo», adverte Karoglan, 48 anos. «Agora está quase a um nível de um Porto ou de um Benfica. Aliás, este é o terceiro maior jogo do futebol português, atrás do F.C. Porto-Benfica e do Sporting-Benfica. Foi ficando maior com o tempo.»

No campeonato nacional, Mladen Karoglan fez dois golos ao Vitória com a camisola do Sp. Braga. Curiosamente, a sua memória mais forte não envolve nenhuma dessas partidas.

«Lembro-me de um ano em que fomos jogar a Guimarães e estivemos a ganhar até muito perto do fim. Era António Oliveira o treinador. No fim, o Vitória acabou por empatar. E lembro-me bem porque falhei dois ou três golos feitos que podiam ter matado o jogo.»

A tragédia de Pedro Lavoura com Miki Fehér na história

José Barroso desfia uma tragédia ao falar do dérbi que mais o marcou. Vivia-se o Verão de 2000, Braga e Guimarães preparavam a estreia no campeonato quando a tragédia bateu à porta do balneário arsenalista.

«Era a primeira jornada no campeonato, jogávamos em casa com o Guimarães. Tinha perdido há poucos dias um amigo, o Pedro Lavoura, falecido num acidente de viação. Todo o plantel entrou em campo para lhe dedicar a vitória e ganhámos por 1-0», discorre Barroso, antes de completar com uma «coincidência macabra».

«O único golo foi marcado pelo Miki Feher, que depois também veio a falecer. Esse jogo marcou-me muito», desabafa o antigo internacional português, de 41 anos. Barroso jogou entre 1996 e 1998 no F.C. Porto, usufruiu de grandes conquistas, mas o dérbi minhoto ficou sempre num cantinho especial.

«Joguei o Porto-Benfica e era uma sensação diferente. Era um dérbi nacional, este era mais pequeno, mas não era menos intenso porque também são dois grandes clubes. Atualmente o Braga está muito superior ao V. Guimarães, não há a menor dúvida. Isso provoca algum ciúme no outro clube e a rivalidade também cresce com isso. Se um clube cresce acaba por levar o outro por arrasto.»


Pedro Barbosa, N'Dinga e a «rivalidade eterna»
A superioridade do Vitória na década de 90 recuperada por dois atletas brilhantes. Jogos marcados na pele, balneários a ferver, juras de amor eternas.
Por Pedro Jorge da Cunha , Nuno Travassos

Decalcar sensações, reviver lutas eternas, agudizar a arrelia de não usufruir o prazer de uma boa vizinhança. Jogar um derby é tudo isto. Talvez mais, certamente mais. Para uma definição mais completa, só mesmo quem esteve lá dentro. O V. Guimarães regressa a Braga e, com a inestimável ajuda de Pedro Barbosa e N'Dinga, o Maisfutebol vistoriou a memória dos homens do D. Afonso Henriques.

Dois dos mais brilhantes jogadores da história vitoriana, testemunhas de verdadeiros atos de fé em duelos fratricidas no Minho. O génio de Pedro Barbosa teve o privilégio de decidir o derby a 24 de Outubro de 1992. O Sp. Braga caiu na Cidade-Berço com o golo do antigo internacional português.

«Este é um jogo que tem sempre uma rivalidade latente, a emoção de um jogo vivido com muita paixão. A proximidade geográfica dá esse cariz ao jogo, e sente-se o pulsar», diz Pedro Barbosa, 41 anos, ao nosso jornal.

Mais difícil é o contato com N'Dinga. O ziguezagueante médio zairense está radicado em Toronto (Canadá). Ainda fala português, trabalha num transitário e ajuda numa escola de futebol. Abandonou Guimarães em 1996, mas não esquece o clube onde foi «mais feliz».

«O Vitória será sempre a minha família. Há um dado curioso. A minha estreia e o meu último jogo pelo clube foram ambos contra o Sp. Braga [23 de Agosto de 1986 e 12 de Maio de 1996]. Eu gostava de ter a bola nos pés e já sabia que nesses derbies levava sempre mais porrada do que nos outros jogos. Era mesmo assim.»

«Fiquei tão marcado que fui bater ao balneário deles»

Pedro Barbosa vestiu de branco entre 1991 e 1995. Partiu então para o Sporting e completou dez temporadas seguintes em Alvalade. Em Lisboa saboreou um diferente tipo de derby. «A diferença está na dimensão e na própria mediatização. Um Benfica-Sporting tem dimensão nacional», refere o comentador Maisfutebol, capaz de identificar discrepâncias óbvias entre a realidade da década de 90 e a atual.

«A diferença está no estatuto dos clubes. Na década de 90 havia domínio do Vitória, não só nos jogos com o Braga, mas também em termos classificativos. Agora não é assim. O Braga tem sido superior. O Braga está muito bem, mas há um ascendente do Vitória. Estes jogos têm sempre uma boa envolvência, uma boa assistência. A rivalidade é notória.»

O tempo não elimina da memória de N'Dinga os resíduos dessa rivalidade. «Fiquei tão marcado num jogo em Guimarães que fui bater à porta do balneário deles. Tiveram de me agarrar. Na altura eramos mais fortes. Tenho a impressão que ganhei mais vezes do que perdi contra o Sp. Braga.»

«O presidente do Braga valorizou as assistências do Vitória»

A emoção tolda as palavras de N'Dinga. Pedro Barbosa faz uma análise mais racional. O ex-diretor desportivo do Sporting prevê uma enchente em Braga.

«O Vitória é, parece-me, a equipa que mais adeptos leva fora, pois os grandes contam com a força dos adeptos dos locais que visitam. Aos jogos fora do Vitória vão mesmo pessoas de Guimarães.»

«A paixão em Guimarães é diferente», sublinha Pedro Barbosa. «O número de espetadores também. No meu tempo era assim, mas agora o Braga tem feito um esforço. O seu presidente chegou a valorizar as assistências que o Vitória tinha, mesmo em situação pior do que a do Braga.»

Separado de Guimarães pelo Atlântico, N'Dinga vai acompanhando os resultados. «Quero ver o Vitória a ganhar e a subir na classificação», exige o médio, que em 1986 fugiu do Zaire e rumou ao norte de Portugal com mais três compatriotas: N'Kama, Basaúla e Kipulu.

Maisfutebol

Bruno3429

Guerreiros almejam melhor série de vitórias
Por Redação

Para além da possibilidade de se colocar a apenas três pontos da liderança, o SC Braga poderá, em caso de vitória no derby desta noite com o V. Guimarães, alcançar a melhor série de vitórias do campeonato (9).

Neste momento os minhotos partilham com o Benfica o maior número de vitórias consecutivas (8), bem demonstrativo da época notável que a equipa de Leonardo Jardim está a realizar.

Será mais um aliciante para o derby desta noite, ainda mais se tivermos em conta que o V. Guimarães também se encontra na melhor fase da época. A equipa de Rui Vitória infligiu na última jornada a primeira derrota ao Benfica na competição e só tem uma derrota nas últimas seis jornadas (perdeu diante do FC Porto, no Estádio do Dragão). Entre as duas equipas, no entanto, existe fosso de 14 pontos.

Equipas prováveis:

SC Braga – Quim; Salino, Douglão, Nuno André Coelho e Elderson; Mossoró, Custódio e Hugo Viana; Paulo César, Lima e Hélder Barbosa.

Outros convocados: Berni, Miguel Lopes, Djamal, Rúben Amorim, Rivera, Nuno Gomes, Carlão e Ukra.

V. Guimarães – Nilson; Alex, N' Diaye, Defendi e Bruno Teles; Nuno Assis, Leonel Olímpio e João Alves; Toscano, Edgar e Urreta.

Outros convocados: Douglas, João Amorim, Anderson Santana, Molina, Barrientos, Soudani e Paulo Sérgio.

A Bola

JotaCC

SC Braga dança melhor no vira do Minho e goleia V.Guimarães


O resultado não deixa dúvidas. O SC Braga foi melhor que o Vitória de Guimarães e, de forma inteiramente justa, goleou o grande rival minhoto por 4x0. Agora está a apenas três pontos do primeiro lugar, sendo que na próxima jornada Benfica e FC Porto defrontam-se, pelo que, dependendo do resultado no Estádio da Luz, pode ditar nova aproximação à liderança.

Dois golos marcados em lances de bola parada cobradas por Hugo Viana nos primeiros 20 minutos, um por Elderson e outro por Custódio, uma grande penalidade convertida por Lima e Ukra, que se estreou a marcar esta época, na segunda parte, deram cor ao marcador e colocaram fim à série de três vitórias consecutivas do Vitória de Guimarães, que jogou com menos um jogador desde o minuto 30, altura em que Freire foi expulso por agressão sobre Hélder Barbosa.

SC Braga está a três pontos do primeiro lugar

Nesta altura, é inevitável não associar o SC Braga à luta pelo título. Por mais que Leonardo Jardim e os jogadores afirmem que garantir um lugar entre as primeiras quatro posições é o objetivo, a dez jornadas do fim o primeiro lugar está bem mais perto do que o quarto posto (está a três pontos de Benfica e FC Porto e com mais oito que Marítimo e Sporting).

Com apenas duas derrotas e numa série de nove vitórias consecutivas para o campeonato, além de ainda ter que defrontar os dois primeiros classificados, parece morar na cidade dos arcebispos mais um candidato ao título.

Entrar a marcar, resolver o jogo e acabar a golear

Marcar cedo é meio caminho andado para uma equipa levar a melhor num dérbi, um género de partidas nas quais muitas vezes a emoção se sobrepõe à razão. Mas racional é um bom adjetivo para aplicar ao SC Braga no vira do Minho e o golo madrugador de Elderson contribuiu para isso.

Aos quatro minutos, o defesa, nas alturas, inaugurou o marcador e lançou a primeira explosão de alegria no Estádio Axa. O nigeriano, que contou com uma saída em falso de Nilson, deu o melhor seguimento ao livre cobrado por Hugo Viana e lançou a primeira pedra na construção da vitória bracarense.

Elderson iniciou a goleada do SC Braga

Sem oportunidades de golo iminente em lances de bola corrida, apesar do SC Braga estar melhor na partida, pertenceu ao Vitória de Guimarães a segunda situação de perigo no encontro, que só não deu golo porque Quim executou uma excelente defesa após o cabeceamento de Freire, depois de um livre cobrado por Bruno Teles.

As primeiras duas oportunidades surgiram em lances de bola parada e foi também dessa forma que a equipa de Leonardo Jardim chegou ao segundo golo aos 19 minutos. Tal como no tento de Elderson, Hugo Viana cobrou o livre, Nilson teve mais uma saída infeliz da baliza e Custódio, que, curiosamente, na época passada foi cedido a título definitivo pelos vimaranenses ao grande rival e a custo zero, aproveitou para ampliar o resultado para 2x0.

Eficaz nas bolas paradas e com mais posse de bola na partida, a partir daqui se percebeu que dificilmente os três pontos escapariam ao SC Braga, tese que foi reforçada com a expulsão, aos 30 minutos, de Freire, o único que tinha colocado Quim à prova. Sem necessidade, agrediu Hélder Barbosa num lance discutido na linha lateral e na zona do meio-campo, vendo, por isso, o vermelho direto.

Logo a seguir, apenas o desacerto na finalização de Lima impediu que o resultado fosse ampliado para 3x0. Não gostando do que via e com menos uma unidade, Rui Vitória tirou Paulo Sérgio e colocou N'diaye para reequilibrar a equipa. A estratégia resultou, mas os estragos já estavam feitos.

Edgar não conseguiu fazer mossa junto da defesa bracarense ©Catarina Morais
Até ao final da primeira parte até foram os forasteiros que estiveram mais perto de marcar, devido a um desentendimento entre Quim e Douglão, não o fizeram e perderam a oportunidade de relançar a partida.

Para os segundos 45 minutos, o treinador do Vitória de Guimarães lançou Urreta no jogo e a equipa jogou mais subida no terreno, mas raramente incomodou Quim porque o SC Braga estava muito forte nas recuperações de bola quando a perdia.

A fazer claramente uma gestão do resultado, aqueles que são apelidados de guerreiros do Minho nunca deixaram o Vitória de Guimarães aproximar-se da baliza de Quim e marcaram o 3x0 à entrada para os últimos 15 minutos, com Lima a isolar-se no comando dos melhores marcadores do campeonato com 15 golos.

Entre os olés vindos da bancada, Ukra colocou o resultado com contornos de goleada (4x0), mas o jogo terminou com uma bola ao poste de Nuno Gomes, que podia tornar ainda mais negro o pesadelo do Vitória de Guimarães, que saiu humilhado da Pedreira.

ZEROZERO

JotaCC

SC Braga na luta com vitória (4-0) no clássico minhoto

O SC Braga venceu o V. Guimarães por 4-0, no Estádio Axa, e colocou-se a três pontos da liderança da Liga, partilhada por FC Porto e Benfica.

Começou cedo a desenhar-se a nona vitória consecutiva dos guerreiros no campeonato. Elderson inaugurou o marcador aos quatro minutos, Custódio ampliou a vantagem aos 19.

Nilson ficou mal na fotografia em ambos os lances, consentindo dois golos de cabeça com saídas em falso dos postes.

Pelo meio, Leandro Freire obrigou Quim a aplicar-se para evitar o golo do V. Guimarães. O defesa-central brasileiro seria expulso aos 31 minutos, no entendimento de João Capela, por agredir Hélder Barbosa.

Em vantagem no marcador e com mais um homem em campo, o SC Braga foi dono e senhor do jogo. Lima ficou a centímetros do 3-0.

No período de descontos da primeira parte, Salino, em cima da linha, evitou o golo do V. Guimarães que poderia ter relançado a discussão pelo resultado.

A segunda parte jogou-se em sentido único: o da baliza de Nilson.

Lima, na marcação de uma grande penalidade, e Ukra, ao cair do pano, ampliaram a vantagem do SC Braga e conferiram contornos de goleada ao desfecho do clássico.

Recém-entrado em campo, Nuno Gomes atirou ao poste num dos últimos lances da partida.

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«Título? Nem o quinto lugar está garantido» - Leonardo Jardim

Leonardo Jardim falou aos microfones da Sport TV, no final do jogo, voltando a rejeitar qualquer candidatura ao título por parte do SC Braga.

«O jogo teve duas fases: na primeira, em onze contra onze, fomos superiores e conseguimos um maior caudal ofensivo. Na segunda, após a expulsão, o domínio foi total. O Vitória expôs-se um pouco e podíamos ter aumentado o score», analisou o treinador.

Apesar disso, Leonardo Jardim não assume a candidatura ao título. «O que existem são os objetivos propostos pela direção no início do ano e que me foram apresentados. Se o SC Braga fosse candidato ao título não tínhamos dez pessoas na conferência de imprensa de antevisão ao jogo» afirmou.

«Agora vamos jogando jogo a jogo para ver onde vamos ficar. Nesta altura nem o quinto lugar é garantido», acrescentou.


«Foi boa vitória mas não assumimos candidatura ao título - Custódio

Custódio, marcador de um dos golos no 4-0 do SC Braga ao Vitória de Guimarães, recusou alguma candidatura ao título por parte dos arsenalistas na 'flash interview' da Sport TV.

«Não [assumimos a candidatura ao título], temos objetivos claros desde o início da época e nesse seguimento esta foi uma boa vitória», começou por dizer o médio.

«Temos de continuar a fazer o nosso trabalho e não assumimos nada», acrescentou.

Quanto à não chamada à Seleção, Custódio disse não estar «triste», pois «tem lá [na Seleção] jogadores de grande qualidade».

A BOLA

JotaCC

Sp. Braga-V. Guimarães, 4-0 (crónica)
A ascensão de um candidato, numa vitória tão guerreira como simples

Estofo, garra, qualidade, estilo e confiança. O Sp. Braga tem tudo o que precisa um candidato ao título. O derby do Minho provou que o grupo de Leonardo Jardim, agora a três pontos da liderança, terá de ser levado bem em conta porque, em abono da verdade, está a jogar como poucos e, com toda a calma, passou por cima da equipa que provocou a primeira derrota na Liga ao Benfica.

A goleada de 4-0 espelha bem a diferença entre as duas equipas e descobre a carapuça: o Sp. Braga é candidato ao título. Mais ou menos assumido.

É verdade que muito do conforto que o Sp. Braga colocou em campo foi oferecido numa bandeja pelo rival. Duas saídas em falso de Nilson ditaram dois golos em outros tantos lances de bola parada. Inadmissível. Elderson e Custódio até pareceram algo atarantados no instante em que a bola ia entrando na baliza.

A expulsão de Freire, por agressão a Hélder Barbosa, foi a sentença final. O jogo ficava resolvido à meia hora de jogo. Era difícil prever que, com dez, o Vitória conseguisse o que nunca fez no período de igualdade numérica.

A forma simples como o Sp. Braga resolveu um jogo sempre delicado, até pelo peso histórico, diz muito do estofo que esta equipa já tem. Lembram-se dos ingredientes do início? Aproveitar o erro alheio foi um dos ensinamentos colhidos noutras pelejas que agora vão fazendo a diferença.

Mas o Sp. Braga mostrou outras virtudes.

Garra. Salino é o exemplo mais óbvio de um grupo de jogadores que dá tudo a cada jogo. A ascensão dos bracarenses também assenta nesse espírito guerreiro, tão bem promovido pelo clube e que ganha raízes no jogo da equipa.

Qualidade. Chegamos ao ponto chave. Por muita boa vontade que se tenha, não se fazem campeões sem qualidade. O Sp. Braga mostrou esta noite um futebol bem tricotado, com processos simples, mas que fizeram a diferença e que só não causaram mais estragos por falta de pontaria.

Lima não teve na mais inspirada das noites. Atirou ao lado, na cara de Nilson, na primeira parte, e repetiu a façanha, de cabeça, na segunda, após centro de Douglão, e antes de marcar o golo que o isola na frente dos melhores marcadores da Liga, de grande penalidade, já no último quarto de hora.

E para terminar o cabaz: estilo e confiança. O primeiro vem a reboque da qualidade apresentada e assenta em várias trocas de bola que soltaram «Olés» na bancada, mas foram mais que isso. A equipa progrediu, criou perigo. Praticou bom futebol, em suma. O golo de Ukra, que fecha a contagem, e o remate ao poste de Nuno Gomes, nos descontos, ilustram este parâmetro.

A ajudar a tudo isto a confiança. Se Salino representa a garra, Hugo Viana é o exemplo claro da confiança que este Sp. Braga transpira. Neste ponto é, sem dúvida, a equipa número um da Liga. Com um Benfica estranhamente nervoso e um F.C. Porto que convence a espaços, o Sp. Braga mostra-se com créditos firmados e um pecúlio já impressionante: foi a nona vitória seguida na Liga.

Pouco se falou do V. Guimarães, é certo. A equipa de Rui Vitória começou a afundar-se no golo de Elderson e só parou no apito final. Oportunidades de golo? Duas. Defendi obrigou Quim à defesa da noite ainda com o resultado em 1-0. Edgar quase aproveitou uma atrapalhação da defensiva da casa para reduzir para 2-1.

E não houve mais. Acabou engolido pelo Sp. Braga o capital de moral ganho na vitória sobre o Benfica.

São assim os candidatos. Mais ou menos assumidos.


Sp. Braga-V. Guimarães, 4-0 (destaques)
Hugo Viana: o Sp. Braga agradece que não esteja em Varsóvia

A figura: Hugo Viana

Atravessa um momento de confiança impressionante. Com o pé direito, com o pé esquerdo, uma finta, um passe longo, uma viragem de flanco. Sai tudo bem a Hugo Viana. A sua ausência no grupo da seleção nacional, que está em Varsóvia, só pode ser justificada com o carácter bem mais importante do duelo desta noite comparativamente com o particular que o grupo de Paulo Bento vai disputar. Todo e qualquer outro argumento bate de frente no muro que é o tremendo momento de forma do médio do Sp. Braga. Nem precisava ter estado na génese dos primeiros dois golos bracarenses para levar todo o destaque. Fez tudo bem esta noite. É o médio português em melhor forma e uma das figuras do campeonato.

A desilusão: Nilson

Aprender com os erros é uma virtude. Nilson, como guardião experiente que é, deveria ter-se resguardado depois da saída em falso no primeiro golo bracarense. É verdade que Elderson saltou sozinho, mas a intervenção do guardião vimaranense só complicou. E por isso ainda se percebeu menos como pôde repetir o erro no lance do segundo golo.

O momento: a expulsão de Freire

Minuto 31. Se era difícil, ficou quase impossível. A incerteza no derby foi-se com o vermelho a Freire, numa ação difícil de compreender. Jogada ganha, pontapé de baliza para Nilson e um pé no local errado, com João Capela em cima do lance. Não há agressões de primeira e agressões de segunda. Ruía qualquer esperança de «remontada».

Outros destaques

Rúben Amorim

Uma meia surpresa no onze. Leonardo Jardim preferiu a solidez de Amorim ao rasgo de Mossoró. Mas o médio português foi um pouco dos dois. Disciplinado taticamente, teve pulmão para ser o perfeito guarda-costas de Lima e o seu futebol simples, combinado com alas de igual recorte, foi de uma utilidade tremenda. Aproveitou a boleia de Hugo Viana e deixou o jogo com nota bem positiva.

Salino

Ainda alguém se lembra que era médio? Quem teimar a insistir na natureza de Salino, poderá continuar a ver como produz na lateral direita, naquele estilo vertiginoso, com a bola colada no pé e a baliza na mira. A defender continua simples até para combater a falta de estatura, quando comparado a quase todos os rivais que vai tendo pela frente. Cada vez menos uma adaptação. Miguel Lopes, esse sim com natureza de lateral, terá de esperar.

Custódio

Um vimaranense convertido. Natural de Guimarães, defende com toda a garra a camisola do rival e até na forma como festejou o golo marcado mostra que não há condescendências. Foi o ponto de equilíbrio do meio campo e o resguardo perfeito para Hugo Viana e Rúben Amorim explanarem o seu futebol.

Douglão

Enorme. Pegou de estaca no onze, passou de dúvida a referência e dificilmente perderá o lugar. Grande exibição.


Jardim: «Candidatos? Deve ser engano»
Sp. Braga vence V. Guimarães e está a três pontos dos líderes FC Porto e Benfica

O treinador do Sp,. Braga, Leonardo Jardim, em declarações à Sport TV após o triunfo arsenalista sobre os vimaranenses, por 4-0, na jornada 20 da liga. Os bracarenses ficaram, assim, a três pontos dos líderes FC Porto e Benfica, que se defrontam na próxima jornada:

«Este jogo teve duas fases: uma priemira de onze para onze, em que o Braga foi superior, com maior caudal de jogo, iniciativa e controlo. A partir da expulsão, foi um domínio total. O V. Guimarães expôs-se pouco porque sabia que podíamos aumentar o resultado. Mesmo a perder, o Guimarães esteve retraído. Nós poupámos um pouco, porque era o quinto jogo. Candidato ao título? Deve ser um engano, não assumi nada. Os objetivos foram propostos pelo clube, se o Braga fosse candidato, não havia dez pessoas na conferência de imprensa antes deste jogo. Não é um dos objetivos definidos, o que definimos foi ficar nos primeiros quatros lugares. Nem o quinto lugar temos garantido.»


Custódio: «Título? Não assumimos nada»
Sp. Braga-V. Guimarães, 4-0 (reportagem)

Custódio, jogador do Sp. Braga, em declarações à SportTV, após a vitória frente ao V. Guimarães (4-0):
[Assumem candidatura ao título?] Não. Temos o nosso objetivo bem claro. É nesse seguimento que temos a nossa ambição. Foi uma boa vitória. Vamos continuar a fazer o nosso trabalho. Não assumimos nada.»

[Sobre a ausência da seleção] «Claro que não estou triste. Estão lá grandes jogadores.»


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