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Blog: Os Gverreios do Minho - a história (VI)

Started by Nemec, 18 de July de 2010, 02:50

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Nemec

Talvez à terceira seja de vez! Pela terceira vez vou tentar ir escrevendo de uma forma diferente a época que se avizinha, num misto de realidade futebolística e fantasia bélica. Se a imaginação não me deixar órfão, espero escrever algo diferente do normal, mais longo, e espero ir actualizando este tópico à medida que a época vai avançando. No final que desejo ser em meados de Maio espero estar a escrever que ganhamos a guerra, e farei com isso um livro que mais não seja dará sempre jeito para pôr debaixo de uma perna da secretária a servir de calço  :D

O link do blog continua o mesmo ( http://gverreirosdominho.pt.vu ) e as duas primeiras partes já existiam e foram apenas alteradas para fazerem sentido na presente época, a terceira parte acabou de sair do forno. Até Breve

I - O início

Escrevendo espalharei por toda a parte
Mesmo sem jeito, mesmo sem arte,
Ao contrário do que Camões fez.
Sinto chegada agora a minha vez
De vos contar por meio de palavras,
Feitos históricos, injustiças macabras,
De uma Legião de bravos Gverreiros
Que lutaram para ser os primeiros.


De um povo farto de sofrer injustiças,
Sedentos de vitórias há muito merecidas
Ergueu-se a voz de vontades movediças
De lutar pela cura milagrosa das feridas.
Após anos silenciados por um regime
De falsidade e depressão que desalenta
Quem pensa possível mudar, e os reprime,
Tentando extinguir o fogo que os acalenta


Chegou a hora de reerguer bandeiras,
Reunir as tropas e definir estratégias,
Defender até à morte nossas eiras
Dos que se acham senhores de leis régias.
Orientados pela cegueira atroz
Que felizmente não nos afecta a nós,
Serão derrotados sem qualquer glória
E gritaremos juntos "vitória!".


O caminho parece árduo e cruel,
A fasquia está bastante elevada
Para todos que não acham crível
E de desfaçatez imanada
A vontade e a crença de uma Legião
Num futuro diferente e mais justo,
Numa história escrita sem guião
Com início em terras outrora de Augusto.


Em terra que antes fora capital
Nasce a vontade de triunfar um dia.
Será esta Legião declarada Imortal
Pelo Deus da guerra e sua vontade fria?
Com a sua benesse ou sem a sua ajuda
Será formado um exército nobre
Destinado a realizar o desejo mais pobre
De quem se fartou do desfecho que não muda.


Caiu no burgo a noite, só as tochas iluminam
O local onde se reúnem os bravos.
Chegando a um consenso ao futuro destinam
Uma batalha que não terá nome de cravos,
Por haver para matar uma sede
De vingança tomada aos tragos
Impingida por essa corja da rede
Associada a poderes magos...


Definem-se estratégias e aprovam-se as ideias
Sem uniões aos de paredes meias
Lutaremos sozinhos pelo sonho, pela liberdade,
Será derramado sangue em nome da verdade.
Precisamos da voz forte e de comando
Dada pela garganta do nosso general
Será sempre dele a decisão final,
Decidirá quem, como e quando...



II - O General

Bate o badalo o toque a reunir
Gera-se um burburinho em busca de novidades.
Um rosto desconhecido entre as personalidades
Faz adivinhar o que se vai ouvir.
"Ei-lo à nossa frente, o nosso General".
Com vontade de matar o traidor do ninho,
No seu grito de guerra mostra o sinal
Do reacender da chama dos Gverreiros do Minho

Ergueu os sonhos que antes desabaram,
Mostrou firmeza aos que ficaram,
Jurou vingar aqueles que tombaram
Lutando pela bandeira que tanto amaram
Aos fracos, encheu-os de orgulho,
Aos fortes, indicou-lhes o caminho
Aos descrentes, limpou-lhes o entulho
Que feria a crença como um espinho.

Vieram os cépticos criticar o sangue novo
Sem nunca sair do seu recovo.
Recusam acreditar em quem os chefia
Por acharem ter personalidade macia,
Não o vêm capaz de ferir alguém
E escolhem vê-lo com desdém.
Do silêncio o General faz resposta,
E promete trabalho, é essa a sua aposta.

De entre todos escolheu os melhores
E convenceu outros a lutar pela causa.
No seio do grupo não há espaço a dores,
Pois só se merecida será dada a pausa.
Quem a esta Legião se quiser juntar
Seu lema se impõe que aprenda,
À Senhora do Leite aprenderá a amar
Para que sempre esta o defenda.

É hora de melhorar a forma física
Incutir uma nova mentalidade,
Mentalizar os homens que existe uma mística,
Que não pode ser quebrada a fidelidade
Feita por todos no juramento de bandeira
Onde se comprometeram a defender a pedreira,
A ser destemidos, lutadores e organizados.
Se assim se mantiverem não serão derrotados.

Não existindo exércitos invencíveis,
Terão de mostrar argumentos credíveis
Contra quem faz da união a maior força
Se quiserem que a Legião torça.
Se lhes perguntarem responderão quebrar
Ao invés de torcer, labutam para eliminar
Os pontos inconsistentes do seu ser.
Tornando a fraqueza em força e vontade de vencer.

Ainda não estão preparados os Gverreiros
Treinam nos limites para poderem ajudar
O povo que defendem e que querem atacar.
Chegam relatos de ataques certeiros
À pedreira mais bela de toda a Europa
Não há tempo a perder, reúna-se já a tropa!
Todos somos poucos mas temos de os enfrentar.
A guerra vai começar, contra todos eles "Lutar!"


III - O Juramento
Reúnem-se as tropas na parada,
Numa manha pintada de sol.
Esperam pelo General e sua espada,
Pois será ela a tornar o rol
Que agora apenas é de soldados
Em verdadeiros Guerreiros do Minho
Que com o símbolo serão contemplados
Deste belo e aprazível cantinho.


De armaduras postas, envergam o escudo
Que os salvará durante a guerra.
Brilham os metais no sol que ferra,
E o guerreiro não geme, pois suporta tudo
Seja dor, angústia ou sede de vingança
Pois ele sabe que chegará a hora
De começar a ansiada matança
Do traidor que por perdão implora.


Na cabeça do Guerreiro vai um pensamento,
O de deixar tudo em cada batalha
Não dar espaço a qualquer falha
Para o seu fim não ser sangrento,
E finca o olhar no horizonte
Como quem lhe quer incutir o medo
De que o esquarteja em segredo
E que não haverá quem a história conte.


É interrompido desta sua quimera
De querer ferir o que não atinge
Pelo General que acabou com a espera
E nele sua atenção se cinge.
Poucas palavras se fazem ouvir
Da boca que transborda saber
Mas de tão fortes fazem sentir
Que só unidos poderão vencer:


"Jurará cada um de vós,
Aqui em frente a esta multidão,
Que nem que o destino vos seja atroz,
Nem que tenham de ficar sem voz,
As costas à luta não voltarão.
Memorizem todas as caras presentes
Porque por eles ireis lutar
Todos eles se sentem crentes
De no fim terem algo para festejar


Memorizem as caras dos vossos parceiros
Que nos próximos tempos serão irmãos
Confiem-lhes a vida e nos momentos derradeiros
No fogo por eles poreis as mãos.
À minha frente sereis chamados
Para a jura eu aprovar
E com a espada abençoados
Pela eterna sede de ganhar!"


Um a um se aproximam do local
Onde será cumprido o ritual
De joelhos e braço esticado
Juram que "Nunca será dizimado
O povo da nossa terra
Enquanto eu for um soldado
Nunca terá fim a guerra
Que eu nunca serei vergado!"


"Abençoado sejas soldado
E que de vencer faças teu lema
Nunca te dês por derrotado
E honra sempre o teu emblema!
Nasceste com alma de lutador
E não temerás soldado besteiro
Levanta-te para sentires o louvor,
A partir de agora és um Guerreiro"


Assim fica para já formado
O exército da nossa Legião
Que terá já sido informado
De novos ataques que sofrerão.
Por onde passa têm feito mossa
Mas tenho fé em quem nos defende
Pois sei que nada os surpreende,
Nem homens de saia, vindos da Escócia!
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HugoSáPinto

Bravo, ilustre, amigo Rui, que grande trabalho estás a conceber!!
Continua, estamos ávidos de mais!  ;)

Nemec

Desta vez vou tentar levar isto mais a sério  :) Obrigado pelo alento!
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Zinired

É isso Nemec, continua  ;)
E que grandes textos venham, eheheh  :P

DiogoEA

Não sei se consegues mas acho que devias tentar registar isso como sendo da tua autoria para que ninguém o possa copiar. Está fantástico. Muitos parabéns!

Nemec

Quote from: Diogo-scb on 26 de July de 2010, 21:17
Não sei se consegues mas acho que devias tentar registar isso como sendo da tua autoria para que ninguém o possa copiar. Está fantástico. Muitos parabéns!

Isto não está acabado, é apenas o inicio do que desejo ser um grande conto. Não me parece que alguém queira copiar integralmente o que escrevi e aproveitar-se disso, uma vez que é uma obra "inacabada" por enquanto ;) No fim tenho a intenção de publicar tudo e aí sim ficar registado, vamos ver se não passa só de uma intenção :)

Obrigado!  :)
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Nemec

IV - O ataque escocês

Por entre os sons do amanhecer,
Outro som se fazia ouvir.
Uma musica subtil sem ensurdecer
Os tímpanos que a conseguem sentir.
O som que se faz ouvir ao longe
Por ser diferente por estes lados
Não deixa indiferente nem um monge
Habituado aos sons alados.

Fica em alerta toda a população
Que apesar de saber porque ouve o som
Prefere acreditar que é de homem bom
E que esta é apenas a manifestação
De quem por bem quer entrar
Na fortaleza que nos guarda
E que fará vida amarga
A quem nosso sossego perturbar.

Aguarda com apreensão
Pelo desconhecido que se aproxima.
Desarmado, ouve com atenção
O grito do alto que não o mima:
"Quem vem lá? E que queres tu?
Se por bem vieres, bem recebido serás,
Ficas avisado que da muralha não sairás
Se por baixo dessa saia estiver o belzebu"

Intimidado o soldado responde:
"Sou apenas um mensageiro
Do Lord que ambição não esconde,
Poupa-me por isso a vida nobre Guerreiro"
Assim o fez quem controla a entrada
E enfiando na bainha a espada
Deu aos dois guardas sinal
Para que se abrisse o grande portal

Entra o mensageiro na muralha
Para se encontrar com o General
Sabendo de antemão que qualquer falha
Se tornará para ele fatal.
"Qual é a tua mensagem soldado destemido?"
É a pergunta do General que sereno
Que vê o forasteiro de queixo erguido
E não se deixa enganar por seu veneno

"Pertenço ao exército do Trevo Verde
Que defende a cruz de Santo André,
Um exército que nunca perde,
Lutando até não haver homem de pé.
Do acampamento não longe daqui
Vemos quão bela é vossa povoação,
Venho por bem, não menti
Não pretendemos gerar confusão

Queremos que tudo seja pacífico
E pedimos a vossa redenção
Não havendo para ambos malefício
Nem qualquer desolação.
Não destruiremos edifícios erguidos
Queremos apenas os vossos lucros
Em contrapartida estarão protegidos
De todos os ataques abruptos

Temos um exército mais poderoso,
Com mais homens e melhores armas.
Render não vos tornará medroso
Nem ao povo que tanto amas.
Fazemos saber que atacaremos
Se não vos renderdes até ao sol-pôr
O pânico aqui desencadearemos
Espalhando por cada esquina a morte e a dor"

" Diz ao teu exército, rastejante servo,
Que em Braga ninguém se rende.
Não me metem medo as tropas do Trevo,
A mim nada me surpreende.
Volta pró lugar de onde vieste
E leva tua gaita contigo
Este povo que vês ficará uma peste
E tu não és bem-vindo, nem nobre amigo.

Ao sol-pôr cá vos esperamos
E veremos se serão assim tão fortes
Se conseguem provocar tantas mortes
Ou se fogem do que vos damos.
Em Braga sabemos sofrer
E nenhum inimigo iremos temer
O lema tem força, vontade e querer,
Mas desistir e fraqueza nunca há-de ter."

Assim abandonou o cerco o mensageiro
Cheio de confiança e esperando vencer,
Ao seu exército fará ver
Que o ataque tem de certeiro.
Do lado de cá monta o General
A defesa ao ataque forasteiro
P'ra quando o dia chegar ao final
Fazer ver que não se vende por dinheiro!

Põe-se o sol longe no horizonte,
Ocupa o Guerreiro o seu posto,
Do outro lado por cima do monte,
Inicia o ataque e sente-lhe o gosto.
O travo que trazem de confiança,
Por ser excessivo pode-nos ajudar
Se conseguirmos evitar a sua lança
Não terá mais por onde atacar.

São muitos e têm melhores armas
Pelo menos é o que apregoam,
Luta guerreiro pelo símbolo que amas
E mostra que tuas armas também magoam.
Não tenhas pena e com desfaçatez
Lança-te em busca da glória
Inflige um golpe de cada vez
E alcançarás a tua vitória.

Assim fez a nossa legião
Dando todos os golpes certeiros
Aniquilou todo um pelotão
Que devastara antes exércitos inteiros.
Fica assim o Mundo a saber
A corajosa gente que em Braga mora.
Ninguém os fará temer
Porque até escoceses devora...


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Nemec

#7
A máquina voltou a andar e eis que nasce mais um cheirinho do conto que nos levou pela Champions à final da Liga Europa  ;)

V - A eliminação do indesejável trevo

"Ninguém neste Mundo vasto
Se irá alguma vez gabar,
De não lhe seguir o rasto,
Depois de me atacar e desertar!"
Grita o General em plena assembleia
Cravando um punho de raiva na mesa
Que assusta e acorda toda a plateia
Com o dito, tal foi a força e frieza.

General humilde e de palavras poucas,
Este que agora nos guia,
Por vezes palavras roucas
Mas sempre ditas com a primazia
De quem sabe bem o diz,
E não sendo senhor do seu nariz,
Nos defende e nos empolga,
Nos ergue sempre que o destino nos amolga.

Ficou assim decidido, perante o Rei
Que aos homens do trevo daríamos resposta.
Apenas o descrente diz que não gosta
Por achar imprudente ir contra a lei
Que os mais ricos sempre defende,
Ir contra o lado que a balança pende.
Mas de nada lhe vale a intervenção
Amanhã nosso exército entra em acção

Delineada que está a estratégia,
Estudada que foi a lição
Todos sabem a sua posição
Nesta histórica batalha egrégia
Onde a prudência impera
E o cheiro a vingança os espera.
Amanhã pela tardinha vamos-lhes oferecer
O doce travo de com uma espada morrer.

Contra a esperança de muito boa gente,
Que a esta legião quer fazer frente,
Sofre duro golpe o exército escocês
Que acreditava sair por cima desta vez
Subestimando as forças vindas de Braga
Mas tombaram, como que de uma fraga,
Mostraram-se fracos, envergonhados,
Desiludidos, rebaixados e desmoralizados

Regressa incólume grande amor
De mais uma batalha de valor
Mostrou estar à altura de outro qualquer
Não demonstrando medo a quem por aí vier
"Somos Guerreiros e somos do Minho
Baixa-te e louva-me se passar no teu caminho
Porque se um dia me quiseres enfrentar
O fio gelado da espada vais provar..."
___________________________________________________

VI - A investida vinda de Portimão

O dia era escaldante, o sol torrava,
A visão do sentinela estava distorcida
E só a água do cantil que à cinta carregava
Lhe dava vida e mantinha a vista activa.
Ao longe um pelotão se vislumbra,
Não muito grande e algo fatigado,
Difícil de identificar por estar na penumbra,
Mas eis que surge gente a cavalo montado.

Deixando para trás os demais,
De bandeira alvinegra empunhada
Vem veloz e de espada apontada
Ao guardião dos nossos portais.
Talvez fruto da viagem e calor
Que este pobre soldado fez
Perdeu o tino da mente de vez
E ao tombar já nem sentiu dor

Montaram a guarda os Guerreiros
Com todo o cuidado que se exige,
Pelo General que não se aflige
E se mostra sereno ao chegar os primeiros.
Confia na armada de olhos fechados
Sabe bem as sua potencialidades.
Sabe que se não mostrar fragilidades
Os de Portimão serão massacrados.

Tomba um, tombam dois, já tombaram três
Dos de preto e branco vestidos.
Não são muito fortes ou vieram desprovidos
De sua inteligência e sua sensatez.
Porque raio de tão longe vieram?
Com um pequeno exército e descolorido
Não imaginaram ser tamanho o perigo.
Será que vingar os escoceses quiseram?

Não lhes concede sorte o destino
E derrotados do Minho saíram
De nada lhes valeu o instinto felino
E cabisbaixo de Braga partiram
Rumo aos seus e suas terras
Deixando para depois estas guerras.
Mais uma vitória para o nosso Reino,
E esta já não teve sabor a treino...

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